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Definição: interromper sangramentos proveniente de lesão vascular. Conjunto de elementos que vão regular a coagulação. Vasos sanguíneos, quando rompidos, ativam plaquetas. Plaquetas ativam fatores de coagulação. Proteínas de fibrinólise quebram o coágulo e impedem/ controlam seu crescimento. Inibidores inibem fibrinólise ou impedem a coagulação sanguínea. Coágulo descontrolado pode crescer ao ponto de ocluir o vaso! Necessário ter um equilíbrio entre anticoagulantes e pró-coagulantes Sistema integrado! Coágulo fica, no vaso, o tempo suficiente para o epitélio se regenerar. Para que a hemostasia seja adequada, é necessário: Fluidez do sangue – estase sanguínea estimula formação de coágulos Patência vascular (integridade do vaso): ao perder a patência, a coagulação é estimulada. Mecanismos anticoagulantes Mecanismos pró-coagulantes plaquetas = mais fácil ter agregação plaquetária Dano vascular = exposição do colágeno (componente da matriz extracelular). O dano vascular estimula ativação e adesão plaquetária. Plaquetas vão liberar substâncias com ação vasoconstritora, entre elas, a Serotonina. Agregação plaquetária (tampão hemostático primário)= primeira ação para diminuir/ reter o sangramento. Nessa fase o coágulo firme ainda não está formado. Fator tecidual é essencial para ativar a cascata de coagulação sanguínea. Nessa cascata, será formada a trombina que vai converter fibrinogênio em fibrina. Fibrina é base/ essencial para formação do coágulo (tampão hemostático secundário/ estável). Fibrina + tampão hemostático primário = tampão hemostático estável. Plaquetas: Megacariócitos produzem pequenos grânulos em seu citoplasma que são liberados na forma de plaquetas. O megacariócito é muito grande, ele não consegue passar para o sangue periférico. Por isso ele se fragmenta, liberando os grânulos. Plaquetas são pedaços do citoplasma do megacariócito. Sua origem é a partir dos megacariócitos (produzidos na medula óssea) Substâncias que estimulam a produção de plaquetas: IL-3 e IL-11: estimulam a diferenciação dos megacarioblastos em megacariócitos (para liberar plaquetas) IL-6 e Trombopoetina: estimulam produção de megacariócitos. Trombopoetina (Tpo) – produzida no fígado, rins e músculo esquelético. Quando há uma redução das plaquetas, a Tpo vai se elevar para compensar. O contrário também ocorre, plaquetas elevadas estimulam redução de Tpo. Plaquetas= trombócitos A plaqueta, quando jovem, expressa o seu receptor contendo Ácido Siálico. Porém, à medida que vai envelhecendo, ela vai perdendo o Ácido Siálico. Dessa forma, vai expor o seu receptor GAL, o que é um marcador de que essa plaqueta está velha. Ao chegar no fígado, os receptores de Ashwell-Morell vão identificar a presença do receptor GAL, então vão entender que aquela plaqueta está velha. Logo, vão estimular a produção de Tpo para produzir novas plaquetas. As plaquetas velhas são removidas da corrente sanguínea pelo fígado e pelo baço. ULTRAESTRUTURA DAS PLAQUETAS Presença de organelas já conhecidas (mitocôndria, grânulos de glicogênio, lisossomos e etc) Presença de de grânulos eletrodensos (contendo ADP, cálcio e serotonina) – muito importante para agregação plaquetária: Ao ser ativada, a plaqueta libera esses grânulos para o meio extracelular. Logo, o ADP será liberado para o meio externo e vai estimular a ativação de plaquetas vizinhas. De modo que as outras plaquetas vão aumentar a expressão de proteínas de superfície que permitem a agregação de uma plaqueta com outra. Clopidogrel é um fármaco anti-agregante plaquetário que atua no receptor do ADP. Esse receptor de ADP é o que faz com que as plaquetas se agreguem. Além disso, esses grânulos também liberam cálcio (essencial para coagulação) que funciona como cofator para várias enzimas da coagulação. Os grânulos também liberam serotonina que vai induzir a vasoconstrição, reduzindo o fluxo sanguíneo, tornando mais fácil para as plaquetas se agregarem. Presença de grânulos específicos α, contendo fibrinogênio, fator V, VWF, fibronectina, PDGF, antagonista da heparina (PF 4), β- tromboglobulina e outras proteínas. As invaginações presentes nas plaquetas permitem a captação de substâncias pró- coagulantes (como fibrinogênio, fator V e etc) e armazenam nos grânulos específicos α para liberar depois. Presença de receptores de glicoproteína (GP), presentes no citoplasma e na superfície das plaquetas. Se tornam extremamente expressos quando as plaquetas estão ativadas. Estado quiescente da plaqueta = morfologia discoide ATIVAÇÃO DA PLAQUETA Hemostasia Primária Ao ocorrer a lesão tecidual, a matriz subendotelial (rica em colágeno) vai ser exposta e vai liberar Fator Tecidual (FT), que vai estimular a ativação plaquetária. Assim, a plaqueta vai mudar sua conformação, tornando-se mais ramificada, o que permite um contato maior com outras plaquetas. Além disso, as plaquetas aumentam os receptores de GP. Como também, a plaqueta vai começar a liberar os conteúdos dos seus grânulos (eletrodenso e α), contendo ADP, fator de crescimento de plaquetas (PDGF) e etc. A plaqueta começa a se aderir na matriz subendotelial do vaso lesionada até que cubra toda a área (faça um tamponamento). Essa atração da plaqueta pelo colágeno ocorre pela presença de um receptor (GP Ia/ GP IIa) presente na superfície da plaqueta. Além disso, o fator de Von Willebrand (VWF), presente na matriz subendotelial e expresso quando há uma lesão, também vai atrair a plaqueta. O fator de Von Willebrand se liga ao receptor GP Ib-V-IX presente na plaqueta. Assim, a plaqueta consegue se aderir ao endotélio do vaso e fazer o tamponamento. Após essa adesão, outras plaquetas começam a se agregar nessa plaqueta aderida a matriz subendotelial. Esse processo vai ser amplificado até formam um tampão primário. OBS: pessoas com deficiência/ problemas no VWF possuem problemas de coagulação sanguínea, pois as plaquetas não conseguem se aderir. Ligação da plaqueta ao VWF é muito forte! 1º Ativação 2º Adesão 3º Agregação FISIOLOGIA DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Hemostasia Secundária (consolidação do coágulo): CASCATA DE COAGULAÇÃO: Trombina quebra o fibrinogênio em fibrina. A fibrina vai entrelaçar/ amarrar com polímeros essas plaquetas aderidas, consolidando o coágulo. A fibrina, para se formada necessita de uma série de fatores de coagulação (cascata de coagulação). Objetivo principal dos fatores de coagulação é a transformação do fibrinogênio em fibrina. Dividida em: Via Intrínseca, onde temos ativação por contato. Ocorre em situações de fluxo lento, estase sanguínea e aumento do número de plaquetas. Via Extrínseca, que inicia quando há lesão tecidual. MODELO DAS SUPERFÍCIES CELULARES OBS: o termo cascata de coagulação está entrando em desuso, pois um fator não depende necessariamente do outro. O processo inicia com o fator XII. Mas observaram que em pacientes com deficiência nesse fator não apresentam quadro hemorrágico, como se esperava já que esse fator inicia o processo da hemostasia secundária. Do mesmo modo, deficiência de IX há apenas quadro hemorrágico leve. Por isso não podemos chamar de cascata, pois não é dependente. A ausência de um fator não necessariamente compromete todo o processo. Já a deficiência do Fator VII causa um quadro de hemofilia. Mas o que ele tem de tão importante? Descobriram que esse fator VIII se liga a uma molécula, o Fator Tecidual, que é a chave para o processo da coagulação sanguínea. O modelo das superfícies celulares enfatiza a interação entre os fatores de coagulação e superfícies celulares(fator tecidual). Por isso, devido a importância do Fator Tecidual, o termo “cascata de coagulação” entra em desuso e passa a ser utilizado o termo “modelo das superfícies celulares”. A exposição intravaso do fator tecidual, que vai ativar o fator VII, é o ponto inicial para ativar os fatores de coagulação. COMPONENTES DA COAGULAÇÃO A partir da Trombomodulina são anticoagulantes. Os restantes a cima da Trombomodulina são pró- coagulantes. Processo inflamatório estimula a coagulação sanguínea para evitar a proliferação do patógeno. FATOR TECIDUAL FT não é expresso constitutivamente nas células endoteliais, mas está presente nas membranas das células ao redor do leito vascular, como células do músculo liso e fibroblastos – será expresso com a lesão vascular. FT é exposto na circulação sanguínea pela lesão endotelial e de células vizinhas ou pela ativação de células endoteliais ou monócitos. F VIIa/ FT ativa não somente o fator X, mas também o fator IX e é fundamental para iniciar a coagulação in vivo. FT vai ativar F IX e FX TEORIA ATUAL DA COAGULAÇÃO Iniciação: perturbação vascular, vai estimular a liberação de fatores de coagulação e aumentar o contato entre as células. Isso vai ativar o fator tecidual. Se houver mais estímulos, vai iniciar a amplificação. Se não houver mais estímulos, os anticoagulantes vão atuar. Amplificação: ativação de mais plaquetas; ativação de fatores de coagulação. Propagação: tampão estável Finalização: limitado para não formar um êmbolo OBS: Responsável pela ativação de pequenas quantidades de FIX e FX (homeostase) Foi proposta que a via de iniciação permanece continuamente ativa, gerando pequenas quantidades de fatores ativados no estado basal. FVII, FX e protrombina (II) são capazes de percorrer espaços entre os tecidos (linfa, por exemplo). INICIAÇÃO Tudo começa com o dano vascular e exposição do subendotélio Seguido pela adesão plaquetária Fator de von Willebrand (FvW) se liga ao colágeno e as glicoproteínas plaquetárias Fator tecidual é liberado As células endoteliais possuem propriedades pró- coagulantes após lesão celular e estímulos inflamatórios. FT ativado ativar FVII FVIIa ativar FIX e FX FIXa e FXa ativar FV FVa FVa pega a protrombina (FII) e converte em Trombina (FIIa) FIIa pega fibrinogênio e converte e converte em fibrina fibrina vai para o local onde as plaquetas estão se agregando para consolidar o coágulo. AMPLIFICAÇÃO Amplificação = aumenta a quantidade de moléculas pró- coagulantes Trombina não tem como único papel a formação da fibrina. Outros papéis: Trombina serve como ativador das plaquetas, papel importante na amplificação da coagulação. Muda o citoesqueleto da plaqueta, deixando-a em formato ramificado Torna células endoteliais ativadas Aumenta a expressão de fosfatidilserina (aumenta a ativação de outras plaquetas) Promove a degranulação de mais fatores de coagulação (grânulos eletrodensos e grânulos α) PROPAGAÇÃO Produção de grande quantidade de trombina, formação de um tampão estável no sítio da lesão e interrupção da perda sanguínea. Fibrina vai formar polímeros fator XIIIa vai formar ligações cruzadas entre esses polímeros, estabilizando o tampão consolidar tampão AVALIAÇÃO LABORATORIAL Coagulograma: TP e TTPa TP: avalia os níveis de procoagulantes envolvidos na fase de iniciação. TTPa: avalia os níveis de procoagulantes envolvidos na produção de grande quantidade de trombina na superfície das plaquetas ativadas, gerada durante a fase de propagação. OBS: hemostasia primária e secundária ocorrem concomitantemente! PAPEL DOS INIBIDORES Atuam na finalização – processo da coagulação é limitado para evitar oclusão trombótica ao redor das áreas íntegras dos vasos. Fatores pró-coagulantes: Fator tecidual Fosfatidilserina Fatores anticoagulantes: Prostaciclina (PGI2) Antitrombina III Proteína C e S Inibidor da via do fator tecidual (TFPI) Ativador de plasminogênio OBS: Os níveis plasmáticos normais de TFPI e AT inibem o FXa tão rápida e efetivamente que a meia vida do FXa é de um minuto ou menos. Proteína C e S podem estar reduzidas em pessoas que utilizam anticoncepcional. Logo, é fator de risco para evento tromboembólico. Ativadores do plasminogênio vão quebrar o plasminogênio, formando a plasmina. A plasmina destrói a fibrina destrói o coágulo. Heparina é um inibidor da coagulação muito potente, pois inativa todos os fatores de coagulação. Pode ser administrado como medicamento. A heparina pega trombina, fator Xa, IXa, XIa, XIIa e liga eles a antitrombina III (AT III) através de uma ligação irreversível. Depois de fazer isso, a heparina não é degradada e vai fazer o mesmo processo, inativando mais fatores de coagulação. Por isso ela é potente, pois não é degradada, tem meia vida muito longa. A Prostaciclina (PGI2), liberada pelo endotélio vascular intacto, é um anticoagulante que vai atuar em receptores específicos da plaqueta, aumentando os níveis de AMP cíclico vai inibir a agregação plaquetária e inibir liberação dos grânulos. Trombina também possui papel ANTICOAGULANTE. Trombina, quando liga-se a uma molécula que está na superfície endotelial, a Trombomodulina, vai catalisar a ativação da proteína C. A proteína C ativada (não é proteína C reativa) vai formar um complexo com a proteína S, presente na superfície plaquetária, que vai destruir/ inativar o fator Va e VIIIa. Fator Va = essencial para conversão da protrombina em trombina Fator VIIIa = essencial na polimerização da fibrina. FIBRINÓLISE – ATIVADORES Sistema fibrinolítico (plasminogênio/ plasmina): proteases séricas que regulam a formação de plasmina, para degradar fibrina, fibrinogênio, fator V e fator VIII. Além de ativar metaloproteinases de matriz extracelular. ATIVADORES fisiológicos do plasminogênio: Ativador do plasminogênio do tipo tecidual (t- PA) Ativador do plasminogênio do tipo uroquinase (u-PA) Plasminogênio (molécula fibrnolítica) é produzido no fígado e liberado na corrente sanguínea. À medida que o coágulo vai sendo formado, tenho a liberação do ativador de plasminogênio do tipo tecidual (t-PA), que é liberado pelos tecidos do endotélio vascular. Também tenho a liberação do ativador do plasminogênio do tipo uroquinase (u-PA). u-PA e t-PA pegam o plasminogênio e convertem em plasmina (destrói completamente ou controla o crescimento do coágulo de fibrina) Tecido intacto, regenerado vai liberando t-PA e u-PA. Desde o início do processo, a plasmina (principal molécula de fibrinólise) vai sendo ativada, para controlar o coágulo. Quando o coágulo de fibrina vai sendo quebrado, vai ser formado vários Dímeros, chamados de Dímeros-D: permite avaliar se está formando muito trombo. Visto que se o Dímero-D está alto, significa que está quebrado muito trombo, então é por que tem a presença de muito trombo. Pacientes com COVID: processo inflamatório exacerbado coagulação intravascular disseminada avaliar Dímero-D Formação do trombo = Dímero-D FIBRINÓLISE – INIBIDORES A fibrinólise também deve ser controlada, por isso existem os inibidores. Tudo ocorre para contrabalancear. Ao mesmo tempo que estou formando coágulo, tenho o controle do seu tamanho pela fibrinólise e a fibrinólise também é controlada. PAI-1: inibidor da atividade do plasminogênio. Impede que a plasmina fique ativa o tempo inteiro. TAFI: inibidor da fibrinólise, ativado pela trombina. Carboxipeptidase B, procarboxipeptidaseU, procarboxipeptidase R. OBS: TFPI (inibidor do fator tecidual) é um anticoagulante que vai evitar que o fator tecidual fique em grande quantidade e estimule a formação de coágulos em outras regiões. Vai autolimitar o FT na região lesionada.
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