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AVALIAÇÃO PROJETIVA DA PERSONALIDADE (FREUD APLICADO) AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ART 1 - Avaliação psicológica é definida como um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, compostos de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações a tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com demandas, condições e finalidades específicas - (resolução CFP 09/2019). Psicodiagnóstico - Avaliação com propósitos clínicos, pressupõe a utilização de vários recursos além dos testes, para abordar dados psicológicos de forma sistemática, científica, orientada para resolução de problemas; entender o fenômeno psíquico implica em discernir aspectos, características e relações que compõe um todo, por meio da observação, avaliação e intervenção. À forma de aproximação dos fenômenos são determinadas pelas percepções, experiências e teorias; Características: É feito um contrato entre o paciente e o psicólogo, possui um tempo limitado, são levantadas hipóteses previamente, que serão confirmadas ou não; Objetivos: Organizar os elementos presentes no estudo psicológico de forma a obter uma compreensão do “cliente”, considerando as condições socioculturais, familiares a fim de ajudá lo; O enfoque teórico vai ser determinante para a escolha do objeto de estudo (na compreensão da organização e funcionamento do psiquismo) podendo ser o comportamento, afeto, cognição; A saúde e desajustamento da personalidade são compreendidas como resultado do conjuntos de forças em interação: processos intrapsíquicos, dinâmica familiar, desenvolvimento e maturação, aspectos socioculturais; Fatores estruturantes do processo compreensivo: ● Elucidar o significado das perturbações: Compreender de forma profunda os termos da apreensão dos conteúdos inconscientes da vida mental, questionando quais são os sintomas e os motivos inconscientes que o mantém; ● Ênfase na dinâmica emocional inconsciente: Dinâmica encoberta dos conflitos, estrutura e organização latente da personalidade, fenômenos transferenciais e contratransferenciais; Considerações de conjunto para o material clínico: ● Múltiplos aspectos da personalidade, ambiente familiar e social; ● O contexto em que encaminha a investigação; Busca de compreensão psicológica globalizada do “cliente”: Estruturas psicológicas e as disfunções dinâmicas inseridas no arcabouço sadio da personalidade, interação com o mundo interno; Seleção dos aspectos centrais do caso: Discernir os dados significativos para o estudo do caso, as angústias e fantasias inconscientes podem ser responsáveis pela manutenção das perturbações; Predomínio do julgamento clínico: Uso dos recursos da mente do psicólogo para avaliar os dados do caso, formação profssional, sensibilidade humana e experiência na clinica, utilizar os instrumentos de avaliação a serviço do julgamento clínico; Subordinação do processo diagnóstico ao pensamento clínico: Flexibilidade para enfocar e tratar das situações mentais emergentes e a prevalência do uso de metodos e tecnicas exame fundamentais na associação livre. Psicodiagnóstico interventivo - Integração de processos avaliativos e terapêuticos, a situação diagnóstica traz à tona de forma concentrada aspectos centrais da personalidade essenciais do indivíduo, para a compreensão de seus conflitos e tensões. O processo é dividido em algumas partes; ● Encaminhamento: Pressuposição que os problemas apresentados tem uma explicação psicológica; ● Primeiro contato e entrevista inicial: É estabelecido o enquadre que, esclarece a natureza e limites que serão desempenhados por cada um, o local em que as entrevistas serão realizadas, horários e duração do processo, além dos honorários; ● Investigação das queixas: latente e manifesta; ● Anamnese: História de vida e dos sintomas; ● Levantamento de hipóteses; ● Planejamento, seleção e aplicação de instrumentos de avaliação psicológica: Identificar recursos que permitam estabelecer uma relação entre as perguntas iniciais e suas possíveis respostas. Existem três tipos de instrumentos (teste de nível intelectual e aptidões, testes de personalidade, entrevistas semi dirigidas); ● Levantamento qualitativo e quantitativo dos dados; ● Integração das informações frente às hipóteses diagnósticas e referências teóricas; ● Encerramento: Comunicação dos resultados, devolutiva e informe escrito. TESTES PSICOLÓGICOS Resolução CFP Nº 002/2003 Resolução CFP Nº 06/2019 Definem e regulamentam o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos; Definição de testes psicológicos: Procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamento e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas, emoções/afetos, cognição/ inteligência, motivação, memória, personalidade, psicomotricidade, atenção, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expressão, seguindo padrão definido pela construção dos instrumentos; SATEPSI - Sistema de avaliação de testes psicológicos; Aprimorar os instrumentos e procedimentos técnicos de trabalho dos psicólogos e de revisão periódicas das condições dos métodos e técnicas utilizados na avaliação psicológica, com o objetivo de garantir serviços com qualidade técnica e ética à população que usaria desses serviços; CCAP - Comissão consultiva em avaliação psicológica. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE TESTES Validade - Se o teste mensura o que se propõe; Precisão/ fidedignidade - O escore obtido na aplicação deve se aproximar ao escore verdadeiro do sujeito, “confiabilidade”; Padronização: Uniformidade tanto no procedimento quanto na pontuação do teste, garantir o mesmo resultado; Adaptação para a população alvo: O teste deve corresponder à realidade em que está sendo utilizado, adaptação à realidades sociais, econômicas e políticas; BATERIA DE TESTES Fatores para a seleção ● Encaminhamento e objetivos; ● Idade cronológica; ● Nível socioeconômico; ● Casos com algum tipo de deficiência; ● Contexto espaço - temporal do psicodiagnóstico; Não devem ser aplicados no primeiro contato; Aplicação dos instrumentos que possam causar menos ansiedade para os que possam causar um grau maior de ansiedade; exemplo: não começar com um teste de QI em casos de queixas escolar; Testes com respostas corretas: Avaliam o funcionamento cognitivo, conhecimento, habilidades ou capacidades; Testes nos quais não há respostas corretas: São usados para o levantamento de motivações, preferências, atitudes, interesses, opiniões, reações e características; AVALIAÇÃO PROJETIVA DA PERSONALIDADE Avaliação psicológica é um processo complexo que exige dos profissionais da psicologia habilidades e conhecimentos que permita identificar o constructo a ser a avaliado e dessa forma selecionar a melhor forma de medir. Ao determinar quais instrumentos seriam os mais adequados para o contexto específico que pretende avaliar é necessário reunir as informações obtidas e integrá las de forma a contribuir para a compreensão do funcionamento do indivíduo e sua relação com a sociedade. O QUE É PERSONALIDADE?Definições: Allport (1937) - Psicossociológica: personalidade é o valor da impressão social que o indivíduo provoca, “personalidade agressiva”, “personalidade submissa”; Psicológica - Tem um lado orgânico e um lado aparente, está vinculada a qualidades específicas do indivíduo, e pode ser descrita e mensurada objetivamente. Comportamentos, características e ajustamentos únicos de um indivíduo a vida, é integrada, dinâmica e moldada por hereditariedade, maturidade, identificação, valores e papéis culturais; Ponto de vista dinâmico: ● Personalidade é um organismo vivo, em um meio físico e social, que reage a necessidades internas assim como a estímulos ambientais; ● Visam modificar o meio externo (conduta) por meio da descarga motora (hetero plásticas); ● Visam modificar o próprio organismo (imagens, afetos, autoplásticas); CRITÉRIOS DE SAÚDE PSÍQUICA - ADAPTABILIDADE Ações regulares: Certa tolerância a mudanças internas e externas, certa variabilidade de mecanismos psíquicos postos em ação para fazer frente a tais mudanças, certa riqueza de trocas intrapsíquicas e interindividuais; A personalidade é ao mesmo tempo agente de mudança e o agente de resistência à mudança; Do ponto de vista clínico - Os problemas geram um sofrimento, é preciso saber o que ocorreu e suas causas para então responder ao pedido de ajuda da forma mais adequada e ética; TESTES PROJETIVOS Características: ● Avaliar a adaptação do sujeito e suas nuances; ● Material pouco estruturado e instruções liberadoras (respostas livres); ● Situação não habitual suscita angústia e reações visando um equilibrio; ● Modo habitual de reagir, reduzir o novo ao conhecido; ● Regressão a formas mais primitivas de reação; ● Pelos testes projetivos podemos verificar a flexibilidade na transição das reações, os bloqueios, pontos de fixação; Projeção e conceitos: Psicanálise - “Operação pela qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro - pessoa ou casa - qualidades, sentimentos, desejos e mesmos”objetos” que ele desconhece ou recusa nele. Trata se aqui de uma defesa de origem muito arcaica, que vamos encontrar em ação principalmente na paranóia, mas também em modos de pensar “normais”, como a superstição.” (Laplanche e Pontalis, 1980); Testes e procedimentos: ● TAT (adultos) e CAT (crianças entre 5 até 12 anos) - Organização psicodinâmica, conflitos, ansiedades e defesas; ● HTP (crianças de 8 anos e adultos) - Avaliação da personalidade e sua interação com o meio ambiente; ● D - E (procedimento de desenhos e histórias, gráficos temáticos) - Não é um teste, é um procedimento clínico que auxilia nas entrevistas diagnósticas; Métodos projetivos - 1939 L.K. Frank publicou um artigo com o nome de “os métodos projetivos para o estudo da personalidade” em que os “métodos projetivos” aparece para explicar o parentesco entre três provas psicológicas: teste de associação de palavras de Jung, teste de manchas de tinta de Rorschach e tat de Murray; Psicologia projetiva Influências - Psicanálise: determinismo psíquico. Gestalt: estudo dos sistemas perceptivos , para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o todo, refere se ao processo da forma, de configurar “o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar.” Amplia a noção de projeção feita pela psicanálise e uma expressão simbólica de nossa estrutura de personalidade; Interesse pelas relações do homem com os outros ao mesmo tempo que pelas relações do homem com o seu mundo vivenciado; ENTREVISTA PSICOLÓGICA Gestalt: Cada indivíduo possui uma configuração de personalidade única; A entrevista consiste em: historia pessoal, nivel de inteligencia, estrutura emocional, contexto familiar, ansiedades básicas, contexto sócio cultural, defesas, fatores hereditários; Todo sistema implica em um fracasso de um sistema; que considera herança e constituição, história prévia real ou imaginária, situação desencadeante, que somando se geram conflitos e angústias, que desencadeiam sintomas por motivos que podem ser tantos manifestos como latentes; ● Idade; ● Diferentes significados para cada parte envolvida (pessoas); ● Momento da busca de ajuda; ● Egossintônico ou egodistônico; Objetivos da entrevista inicial: ● Obter dados completos do comportamento total do entrevistado durante a entrevista; ● Como a pessoa se comporta na entrevista representa como ele estabelece vínculo consigo, com os outros e seus sintomas; ● O que e como é verbalizado; ● Motivos da procura; ● Grau de coerência e discrepância no discurso e no comportamento; ● Bom rapport (facilitar a comunicação e colaboração); ● Grau de implicação do sintoma; ● Planejamento dos próximos passos do processo psicodiagnóstico; Conjunto de competências do entrevistador (Cunha): ● Disponibilidade para o outro; ● Ajudar no desenvolvimento da aliança terapêutica; ● Esclarecimentos; ● Confrontar esquivas e contradições; ● Tolerar ansiedades evocadas na entrevistas; ● Reconhecer transferências; ● Compreender processos contratransferenciais; ● Assumir iniciativa em situações de impasse; Avaliar para dar seguimento e planejar o atendimento: ● Queixa manifesta e latente; ● Capacidade egóica da pessoa; ● Estruturas mais ou menos patológicas; ● Mecanismos de defesa utilizados; ● Capacidade intelectual, simbolização e abstração; ● Carga afetiva manifesta dos problemas apresentados; ● Modalidade relacional; ● Manifestações transferenciais; ● Histórico clínico, social e de desenvolvimento; ● Motivação para o atendimento; Fantasia de doenças X fantasia de cura - Como cada pessoa envolvida enxerga a questão e as resistências e expectativas; Entrevista ludodiagnóstica: ● Primeira entrevista com a criança; ● Propiciar que a criança se expresse por meio do brincar, suas dificuldades, suas fantasias de doença e de cura, configuração de um campo determinado pelas variáveis internas de sua personalidade; ● Os materiais podem ser estruturados - verifica a capacidade simbólica - Família de bonecos, animais, casinhas e carros, ou podem ser não estruturados - verifica a criatividade - Material gráfico, papel, cola, lápis, tinta, massa de modelar, blocos montar ; ● Indicadores cognitivos - Construções espaço - temporais e causas expressas na organização da experiência vivida, cenas com sentido social, acompanhadas de verbalização ou não, noção temporal - não existe ainda ou não existe mais, vínculo causal - relação antecedente; ● Indicadores afetivos - Simbolismo das relações afetivas, fantasias, tipos de ansiedades persecutórias ou depressivas, fase do desenvolvimento, relação transferencial; Indicadores para análise: Brincar - Não se processa em concordância com a realidade objetiva ou sequência lógica dos fatos, prevalece a associação livre, a fantasia espontânea determina a temática e o que acontecerá em cada momento, o objetivo é a atividade em si; Jogo - Pode se processar em concordância com a realidade objetiva e sequência lógica, segue regras comuns e não da imaginação individual, se concentra na competição; Critérios de análise Efron e Col (1995) - 8 indicadores Escolha de brinquedos e jogos ● Aproximação ao material lúdico, observação à distância, sem participação ativa; ● Dependente; espera indicações do entrevistador; ● Evitativa;aproximação bruta ou à distância; ● Intervenção brusca sobre os materiais; ● Intervenção caótica e impulsiva; ● Aproximação à partir de um tempo de reação inicial para estruturar o campo e desenvolver uma atividade; ● Tipo de brinquedo escolhido; qual foi a escolha da criança Modalidade das brincadeiras: Plasticidade: ● Riqueza de recursos egóicos para expressar situações diferentes, expressa a mesma fantasia ou defesa por meio de mediadores diferentes ou uma grande riqueza interna por meio de poucos elementos que comprem diversas funções; exemplo: Paulo, 7 anos, ao longo de toda hora de jogo mostra sua onipotência como defesa. Em um primeiro momento dizendo ser o Zorro, e em seguida, alimentando todos os animais no cesto; ● Pode expressar um amplo espectro de sua vida emocional, que se manifesta de forma integrada, numa sequência fluente, sem a necessidade de recorrer a mecanismos de isolamento ou de controle obsessivo,um mesmo objeto mudar de função vinculado diversas fantasias de maneira adaptativa, sem produzir respostas tão originais que se tornam incompreensíveis para o entrevistador ou impeçam a comunicação e a expressão do que realmente deseja transmitir; exemplo: Suzana, 5 anos, utiliza uma xícara para dar de comer a sua boneca, expressa assim sua fantasia oral. Pouco depois a xícara adquire outro significado, colocado de cabeça para baixo, passa a servir como assento para boneca. Vemos a capacidade da criança de modificar a função dos objetos, adequando as necessidades; ● Essa plasticidade será algo patológica, se a mudança fosse brusca e constante, e o objeto não conservasse os atributos que lhe são atribuídos em nenhum momento; Rigidez: ● Utilizado diante de ansiedades muito primitivas para evitar a confusão; ● Adere a certos mediadores de forma exclusiva e predominante para expressar a mesma fantasia; ● O objetivo é o de controlar a identificação projetiva no depositorio, conservar os limites e manter a dissociação, dado que qualquer situação desorganiza e provoca confusão. Essa defesa empobrece o ego e dá como resultado uma brincadeira monótona e pouco criativa, não é adaptativa e geralmente aparece em crianças neuróticas; ● Exemplo: Daniel, 10 anos, durante 20 minutos faz quadrados em papel glacê, começa depois a fazer um quadrado com as tiras que cortou do papel, entrelaçando as, a tarefa tomou todo o tempo que tinha pelo cuidado excessivo; ● Se expressa também, pela impossibilidade de modificar os atributos outorgados ao objeto, exemplo: Suzana, 5 anos, pega quatro xícaras iguais e atribui a cada uma delas uma função, com base em uma pequena diferença. Durante trinta minutos do jogo, conserva rigidamente os papéis e com grande cuidado para não confundir as xícaras. Quando uma xícara fica mais escondida, Suzana entra em pânico e começa a chorar; Estereotipada e perseverante: ● Mais patológicas do funcionamento egóico; ● Desconexão com o mundo externo cuja a única funcionalidade é a descarga, exemplo: Juan Carlos, nove anos, durante a hora de jogo recortou um mesmo elemento multiplicado sem introduzir nenhuma variável; Personificação: ● Capacidade de assumir e desempenhar papéis através da brincadeira; ● As crianças transformam seus brinquedos ou a si mesmas em personagens imaginários ou não, de acordo com sua faixa etária, expressando afeto, relações e conflitos; Motricidade: ● Verificar adequação da motricidade à etapa de desenvolvimento; ● Como a criança se organiza com os materiais e com espaço; ● Comunicação postural e gestual; Criatividade: ● Capacidade da criança de construir um novo objeto ou transformar um já existente; ● Capacidade de relacionar elementos novos nos brinquedos a partir de experiências anteriores; Tolerância à frustração e adequação à realidade: ● Relação com aceitação ou não das instruções e enquadramento da hora do jogo, assim, como aceitação, dos limites, do próprio papel, do papel do outro, da separação dos pais, do tempo do início e do fim da entrevista, do resultados dos jogos; ● Aceita o desenvolvimento da atividade lúdica, pela maneira de enfrentar as dificuldades inerentes a atividade que se propõe a realizar; APLICAÇÃO DO TAT Hipótese projetiva: ● As respostas do indivíduo a estímulos ambíguos traduzem qualidades significativas e relativamente constantes da personalidade do indivíduo; ● Tendência psicológica, de interpretar situação ambígua tendo como ponto de referência suas próprias experiências passadas e suas necessidades do momento; 1935 - Morgan e Murray - A method for investigating fantasies: the thematic apperception test - Foi utilizado inicialmente como parte de um estudo da natureza e dos princípios que governam o comportamento humano; TAT - TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA O teste consiste em apresentar ao examinando uma série de pranchas que reproduzir cenas que , por seus contornos imprecisos e temas não explícitos, são suficientemente ambíguas para provocar a projeção da realidade interna do sujeito; Os estímulos sugerem temas relacionados a temores, desejos, dificuldades, pressões fundamentais da dinâmica subjacente da personalidade do sujeito; é preciso contar uma história do que é visto, considera se o tempo vazio (distância entre percepção e pensamento), é preenchido por representações arcaicas e recursos da linguagem e aspectos simbólicos; Material: ● 31 pranchas numeradas de 1 até 20, sendo divididas entre, 11 pranchas universais, H homens com mais de 14 anos, F mulheres com mais de 14 anos, R meninos com menos de 14 anos, M meninas com menos de 14 anos; Aplicação: ● Murray - 20 pranchas em duas sessões de uma hora; ● Atualmente - De 10 à 12 pranchas, a escolha é feita de acordo com a hipótese diagnóstica; ● Séries básicas - H: 1,2,3RH, 4, 6RH, 7RH, 10, 11, 13, 16 e M: 1,2,3RH, 4, 6(RH/MF), 7 (RH/MF), 13(RH/MF); Instrução: “Este é um teste para contar histórias. Eu tenho aqui algumas pranchas que vou lhe mostrar. Quero que você faça uma história para cada uma delas, conte o que está acontecendo agora, fale o que as pessoas estão sentindo, pensando, como é a relação entre eles e como termina a história. Você pode fazer a história que quiser, ao final de um título, compreende? Então aqui está a primeira prancha, Você tem cinco minutos para fazer a história; Observação: Registrar tudo o que for dito, incluindo as interjeições iniciais; controlar o tempo de forma discreta (para não pressionar), solicitar o término da história somente quando o tempo estiver próximo de cinco minutos, registro do comportamento não verbal e do climo emocional do encontro, caso apareçam perguntas sobre os detalhes da figura responder “pode ser o que você quiser”; A prancha 11 é uma prancha mais indefinida mas deve ser solicitada uma história; a prancha 16 está em branco, solicita que a pessoa imagine que exista uma cena, depois descreva e conte a história; Inquérito: ● É feito após cada história; ● As perguntas tem como função complementar informações solicitadas nas instruções e que não foram fornecidas espontaneamente; ● Referência apartir do herói, o que sente, o que pensa, como são os relacionamentos dele; ● Caso não tenha sido dado, perguntar sobre qual é o título? ● Uma situação que não tenha ficado clara; ● Uso de palavras que não foram compreendidas; ● Evitar o uso do “por que?”; ● Questionar os motivos da situação; ● Perguntar o que achou da atividade; Apresentação das pranchas provoca: ● Atividade perceptual que culmina na visualização seletiva do estímulo; ● Processo associativo que evoca conteúdos mnêmicos de experiências vividas e conhecimentos; ● Fantasias; ● Respostas emocional; Na análise do material considera se a personalidade como resultante da interação dinâmica dos componentes: ● Humano universal - Próprio de todo gênero humano; ● Cultural - Comportamentos próprios da comunidade social a que pertence; ● Grupal - Características do grupo; ● Idiossincrático - Aspectos singulares; PRANCHAS BELLACK ANZIEU FRANÇA 1 - Menino diante do violino Relação com figuras parentais; auto realização; auto imagem Ideal de ego; auto realização Ambições e expectativas; imagens dos pais 2 - Cena campestre Relações familiares; autonomia - dependência; gravidez; papel dos sexos Harmonia ou desacordo familiar; oposição entre dois tipos de feminino (rural/urbano,virgindade/ maturidade, braçal/intelectual) Aspirações pessoais, relacionamentos familiares 3 RH - Personagem ambíguo, debruçado Atitudes frente angústia e depressão Punição, cansaço, suicídio, morte Frustrações e reações frente aos com revólver ao lado mesmos 3 MF - Uma jovem apoiada na porta Depressão Moça infeliz Frustrações e reações frente aos mesmos 4 Mulher segurando um homem que parece querer se desvencilhar dela Relações homem e mulher; ciúmes triangular, problema sexual Casal em desacordo ou ameaçado em seu relacionamento Conflitos que o sujeito vive na realidade e a forma como enfrenta 5 Mulher por uma porta aberta Mãe controlando uma atividade; medo de ser seguido; “voyeurismo” Ansiedade Relacionamento mãe e filho 6 RH - Mulher idosa dando as costas a um jovem Relação mãe e filho, temas edipianos Relação mãe e filho desacordo ou proteção Comportamento frente a situação 6 MF - Jovem olhando homem mais velho que parece familiar Relação pai e filha; relação homem e mulher; sedução e agressão Briga, ciúmes, chantagem Comportamento frente a figura paterna 7 RH - Homem de idade olhando homem mais novo Relação pai e filho; atitude frente a autoridade masculina Relação pai e filho; ajuda, conselho, confissões, confidências Comportamentos intrafamiliares 7 MF - Senhora sentada perto de uma moça Relação mãe e filha, atitude frente a maternidade Comportamentos intrafamiliares 8 RH - Intervenção cirúrgica Agressão, ambição, medo de mutilação Medo da morte do pai ou da própria Conflitos atuais, tensões e esforço para resolver 8 MF - Mulher pensativa Temas de contemplação Mulher triste ou feliz Conflitos atuais, tensões e esforço para resolver 9 HR - 4 Homens deitados na grama Relação entre homens; pulsões e medos homosexuais; injustiças sociais Fraternidade viril; homosexualidade latente; oposição ao meio Relação com grupo do mesmo sexo, trabalho, família, sexo 9 MF - Duas mulheres na praia Rivalidade feminina, Hostilidade mãe e filha, suicídio Rivalidade feminina, Hostilidade mãe e filha, suicídio Relação com grupo do mesmo sexo, trabalho, família, sexo 10 - Cabeça de mulher no ombro do homem Relação homem e mulher Relação homem e mulher Conflitos amorosos e sexuais 11 - Cena fantástica, pré histórica Medos infantis ou primitivos e ansiedade Angústia Fantasia e tendências sexuais agressivas, dificuldade de controle e respostas frente a situações perigosas 12 RM - Banco à beira do rio Ideias depressivas e de suicídio Sonhos infantis 12 H - Homem idoso esticando a mão sobre o rosto de um jovem Relação homem jovem com idoso, homossexualidade Dominância, hipnotismo, roubo Atitude frente aos adultos e terapeuta, papel passivo e homossexualidade 12 F - Moça com uma velha Concepção de figura materna Conflitos de geração Filha frente ao controle da mãe 13 R -Menino sentado à porta Histórias infantis Imagem de si; solidão, abandono 14 Homem na janela Medo da escuridão; tendências suicidas, interesse estético Contemplação do mundo exterior; fuga; roubo; visita amoroso Ambições, preocupações; expectativas; suicídio 15 Homem no cemitério Atitude frente à morte; tendências depressivas Atitude frente à morte; tendências depressivas Atitude frente à morte e perda de membros da família 16 Prancha em branco Projeção livre Imagem ideal de si Aspiração e desejo 17 RH - Homem subindo em uma corda Medo, fuga, imagem corporal, competição Força viril Desejo de triunfo, nível de aspiração, exibicionismo 17 MF - Mulher na ponte e homem trabalhando Tendências suicidas Sonhos da moça, oposição entre um mundo ensolarado e submundo Frustração, auto punição, depressão, reação frente ao controle familiar 18 RH Homem com mãos que o seguram Ansiedade, medo de ser atacado Ataque, socorro, prisão, homossexualidade, ideias paranoides Atitudes frente à condutas anti sociais 18 MF - Mulher com as mãos em torno da garganta de outra Atitude frente à agressão, ajuda, conflitos entre mãe e filha Ataque, socorro, relação mãe e filha Agressividade, relação com a figura materna ou feminina 19 Cabana sob a neve Cena fantástica, geralmente pesadelo Sentimentos e desejos de conforto, frustração, segurança 20 Homem sob a luz de um poste Medo de escuro, ameaça Solidão, abandono, sonhos Problemas íntimos, preocupações, tendências sexuais ou agressivas Interpretação: Impressão do todo e análise do comportamento não verbal; Análise parcial - É feita uma análise de prancha por prancha; Análise formal - Recursos egóicos, considerando tempo, estrutura da história, comportamentos e linguagem; Análise de conteúdo: ● Herói - Sexo, sentimentos e características implícitas e explícitas; ● Necessidades do herói - Impulso básico que determina a ação, busca satisfação; ● Concepção de ambiente - Caracterizar e explicar se favorável ou não à satisfação da necessidades do herói; ● Outras figuras e relações - Descrever quais são, caracterizar o tipo de relação estabelecida, se é positiva, negativa, ambígua; ● Conflito principal - Apontar as duas forças em oposição presentes na história,; ● Ansiedade - Depressiva, paranoide, confusional, estão relacionadas a quais aspectos; ● Defesas - Recursos do sujeito frente às ansiedades emergentes; ● Adequação do superego - Manifestação do impulso e consequências para o herói, pode ser rígido, atuante, flexivel, frágil; ● Desfecho - Tema da história e tipo de solução dado ao tema, examinar a interação entre a pressão do ambiente e necessidade, grau de sucesso ou fracasso do herói; Síntese parcial: É escrito um texto sobre os principais aspectos psicológicos da pessoa em que está sendo aplicado o teste; Integração entre a norma temática da prancha e a análise formal, de modo que possam verificar os recursos egóicos que o sujeito apresentou para lidar com a ansiedade suscitada pela prancha. Nível de integração entre ego e a forma com que lida com a temática apresentada; Dinâmica emocional, em que seja estabelecida uma relação entre suas necessidades, conflitos, ansiedades e defesas, com a forma que percebe o ambiente, com as figuras significativas, solução dos conflitos; Síntese global: Características relevantes do material em termos de dinâmica e estrutura de personalidade (aspectosintelectuais, auto imagem, recursos egóicos, conflitos centrais, concepção de ambiente, principais necessidades, ansiedades e defesas preponderantes, atuação do superego e perspectivas), enriquecidas pelos dados obtidos no início da aplicação e pelas observações do comportamento na situação do teste; Lista de necessidades: NECESSIDADES DESCRIÇÃO Afiliação Aproximação de um outro aliado e ter prazer em cooperar e retribuir Agressão Superar pela força a oposição Altruísmo Ser compassivo e gratificar as necessidades de um objeto desamparado Auto defesa física Evitar dor, doença e morte; escapar de situações perigosas, tomar medidas preventivas Auto defesa psiquica Evitar humilhação, situações embaraçosas, condições que possam levar ao menosprezo, deixa de agir por medo de fracasso Autonomia Resistir à coerção e à restrição, evitar ou desistir de atividades prescritas por autoridade dominantes, agir segundo as próprias, não têm responsabilidades e nem vínculos Contra reação Dominar ou compensar um fracasso por meio de um empenho renovado, superar fraquezas e reprimir o medo Deferência Admirar e apoiar um superior, submeter se de bom grado à influência de alguém admirado Defesa Ataques, críticas, acusação, esconder ou justificar uma má ação Divertimento Agir por pura diversão, sem propósito Dominação Controlar seu ambiente Entendimento Fazer ou responder perguntas gerais: Especular, analisar, formular, generalizar Exibição Ser visto e ouvido Humilhação Submeter se passivamente a uma força externa Ordem Buscar limpeza, arrumação, organização, equilíbrio, precisão Realização Realizar alguma atividade difícil de forma rápida e independente Rejeição Excluir, abandonar, expelir ou permanecer indiferente a um objeto inferior Segurança Ser cuidado, apoiado, sustentado, protegido, aconselhado Sensualização Buscar e sentir prazer com impressões sensuais Sexo Buscar e desenvolver um relacionamento erótico Defesas: Projeção - Operação segundo a qual o sujeito expulsa de si qualidades, sentimentos, desejos e localiza no outro (pessoa ou coisa). Ex: inveja projetada, ciúme delirante, ódio racial (projeção sobre a raça, de características deformadas na própria personalidade); Introjeção - Operação segundo a qual o sujeito faz passar de um modo fantástico, objetos e qualidades do outro para dentro de sei. Está estreitamente relacionada com a identificação.Ex: o menino que imita o pai, identificação no luto para lidar com a perda; Regressão - Operação segundo a qual o sujeito retorna a etapas ultrapassadas de seu desenvolvimento. Ex: adolescente cujo namorado nao parece, vai a lanchonete e como em demasia, ou adulto fixado no C.E age de modo dependente em relação à esposa-mãe; Negação - Operação segundo a qual o sujeito, embora formule um de seus desejos, pensamentos ou sentimentos, nega que lhe pertençam. Ex: alguém prejudica uma pessoa e esta afirma que não tem raiva nem guarda mágoa, mas evita sempre encontrá-lo; Recusa (da realidade) - Mecanismo em que o sujeito recusa a realidade de uma percepção traumatizante. Ex: diante da perda do filho, a mãe mantém seu quarto intacto, ou pessoa que sofre acidente de carro e não se lembra de nada; Racionalização - Operação segundo a qual o sujeito apresenta uma explicação lógica para uma atitude, ação, idéia, ou sentimento, anulando-os verdadeiros motivos.Ex: parar a terapia por falta de dinheiro; Repressão - Operação psíquica que tende a fazer desaparecer da consciência um conteúdo desagradável ou inoportuno, ideia, afeto, etc.Ex: menino que reprimi ódio pelo pai no C.E; Sublimação - Operação segundo a qual desejos, intenções e impulsos são desviados de objetivos sexuais para finalidades não sexuais e socialmente valorizadas. Mecanismo mais evoluído.Presente na criação artística, produções intelectuais e realizações culturais. Ex: exibicionismo infantil é sublimado por meio de atividade profissional de modelo fotográfico; Possibilidade de desfechos: ● Solução adaptada; ● Compromisso viável; ● Dependente de ajuda exterior; ● Hipotético; ● Moralização ● Solução auto punitiva ou de fracasso; Existe a satisfação de impulsos e ausência de solução; SUPEREGO: Rígido - O herói é punido de forma drástica e definitiva pelo menor deslize; Atuante - Punição compatível com a ofensa; Flexível - Permite certos deslizes sem consequências maiores; Frágil - Não apresenta qualquer punição aos atos antissociais do herói; INTEGRAÇÃO DO EGO: Boa - O indivíduo mantém um bom nível de vocabulário e de riqueza de conteúdo das histórias, há um uso adequado de defesas, que não impedem a emergência de aspectos mais pessoais, os desenhos são realistas, apresentando soluções adequadas; Razoável - Em indivíduos que permitem o aparecimento do conflito, mas sem que haja uma elaboração quer pelo aumento de defesas, quer pela superficialidade com que lida com a problemática (desenhos iniciais fantásticos ou dependentes de elementos externos); Fraco - A emergência do conflito é impedida através do uso intenso de mecanismos de defesa. O relato em geral é pobre e descritivo, hesitante, contraditório. O indivíduo reluta em entrar em contato consigo mesmo; HTP - HOUSE, TREE, PERSON Desenho da árvore; 1928 - Emile Jucker (conselheiro de orientação profissional, Suíça) - Utilizava desenhos como instrumentos de investigação da personalidade; acreditava na existência de uma correspondência simbólica entre a árvore e o ser humano, e que através do desenho seus orientandos poderiam expressar aspectos de sua problemática emocional; à interpretação tinha bases puramente intuitivas; 1949 - Karl Koch - “o teste da árvore” - Bases mais objetivas, estudo estatístico e sistemático, propondo interpretações, instruções: “desenhe uma árvore frutífera, da melhor maneira possível”, “desenhe uma árvore diferente da primeira”; Renée Stora (França) - Propõe modificações das instruções de Koch, “desenhe qualquer árvore, como lhe agrade mais, exceto um pinheiro”; a exclusão do pinheiro foi tomada de uma das primeiras instruções formuladas Koch. Stora mantém essa exclusão porque considerava o desenho do pinheiro estereotipado para a sociedade europeia. Acreditava também que pedir para que se desenhasse uma árvore frutífera seria sugerir um efeito; Desenho da figura humana: 1926 - Florence Goodenough (EUA) - Desenvolveu uma técnica de avaliação da inteligência à partir do desenho da figura humana; 1949 - Karen Machover - Baseando se nos estudos de Goodenough observou que a figura humana além de indicar o nível intelectual, era sensível também aos aspectos da área afetivo emocional. Essa ideia levou a desenvolver a técnica do desenho da figura humana como técnica projetiva, com a finalidade de investigar os aspectos da psicodinâmica envolvidos com a auto imagem e a imagem corporal. Solicitava ao sujeito para que fizesse o desenho de uma figura do sexo oposto. Após cada desenho a técnica incluía um questionário com perguntas referentes as figuras desenhadas; Desenho da casa: 1947 - Françoise Minkowska - Precursora na utilização do desenho da casa como instrumento de investigação, aplicou em um elevado número de crianças refugiadas de diversas origens que chegaram à França depois da segunda guerra mundial; instrução “desenhe uma casa”, entregava se lápis coloridos.A interpretação se fundava exclusivamente na “apreciação clínica”; 1947/48 - John Buck - Psicologo do”Lynchberg State Colony”, na Virginia, EUA, apresenta a bateria HTP, constituída dos desenhos de uma casa, uma árvore e da figura humana, das formas acromáticas e cromáticas; Material - Sulfite, protocolo de interpretação, lápis, lápis colorido, cronômetro; Instruções - “Eu quero que você desenhe uma casa (árvore e pessoa). Pode desenhar o tipo que quiser, faça o melhor que puder, pode apagar o quanto quiser e levar o tempo que precisar. Apenas faça o melhor possível”; Inquérito - É feito posterior a todos os desenhos, oportunidade de projetar sentimentos e necessidades através de expressão verbal; Aspectos adaptativos e expressivos: Processo adaptativo - Avaliação do material, comparando com a idade, sexo e nível social do sujeito, para isso é necessário que o material gráfico corresponda à idade, sexo, nível social, econômico e cultural; Processo expressivo - Corresponde a estruturação gráfica do desenho (organização do desenho), abordagens dos aspectos formais: como; Tamanho: A relação entre o tamanho do desenho e do espaço da folha indica o espaço ocupa no meio ambiente, fornece dados a respeito da auto estima do sujeito, grau de expressividade, no meio (real ou imaginário), relação dinâmica entre o sujeito e o meio ambiente; ● Pequeno - Sentimento de inadequação e de inferioridade frente às demandas do meio, retraimento e pressão ambiental, inibição, dificuldade de lidar com o ambiente; ● Muito pequeno - Constrição, depressão, isolamento, não quer ou não pode enfrentar a realidade; ● Grande - Sentimento de expansão, maior valorização de si; ● Muito grande - Agressividade, valorização de si compensatória; ● Grande ultrapassando as margens - Expansividade que desrespeita os limites, pode ser a realização compensatória de sentimento de constrição ambiental; Pressão: Indica nível de energia do sujeito; ● Forte - Energia, vitalidade, indivíduos assertivos, agressividade; ● Fraca - Baixa energia, falta de confiança em si, receio ou cautela em se colocar no meio ambiente, repressão da agressividade; Traços: Associado ao controle e segurança; ● Longos e contínuos - Comportamento controlado, esforço dirigido, perseverança; ● Curtos e interrompidos - Comportamento impulsivo, inconstância, instabilidade, vulnerabilidade; ● Avanços e recuos - Sensibilidade, emotividade, hesitação, ansiedade; Detalhes: ● Ausência - Isolamento emocional, depressão, vazio afetivo; ● Excesso - Característica de obsessivo compulsivo, ansiedade; Simetria: ● Presença - Necessidade de sentir se seguido mantendo controle rígido; ● Ausência - Dado não relevante; Movimento: ● Presença - Indício de vida interior rica, bom nível intelectual; ● Excesso - Instabilidade emocional; Sequência - A análise da sequência poderia fornecer pistas sobre as associações que o sujeito faz de forma inconsciente e dados sobre o desenvolvimento emocional; Significado das cores - As pirâmides coloridas de Max Pfister ● Vermelho - Afetividade, extroversão, afeto impulsivo, resposta afetiva imediata, fácil estimulação, facial estimulação; ● Laranja - Fortes necessidades emocionais, cuja satisfação implica na extrojeção do impulso, de forma direta ou sublimada, exuberância afetiva, sensibilidade afetiva, cor da sensualidade e liderança; ● Amarelo - Descarga descontrolada do impulso, expressão estável do afeto; ● Verde - Esfera do contato e sensibilidade, internalização das experiências, auto regulação (homeostase); ● Azul - Controle do tipo racional; ● Violeta - Tensão e ansiedade, turbulência interna; ● Marrom - Nível de energia, dinamismo, ações, oposição, resiste a excitações novas e não habituais, controle, perseverança, obstinação, resistência passiva; ● Preto - Inibição e bloqueio, repressão, depressão; ● Cinza - Vazio afetivo, negação; ● Branco - Vulnerabilidade na estrutura da personalidade, fácil perturbação do equilíbrio emocional, afrouxamento dos dispositivos de inibição e de autocontrole, imprevisibilidade, ruptura; Aspectos de conteúdo - Observação o que a pessoa desenha, investigação dos elementos do desenho, partes do desenho; Casa ● Estimula associações conscientes e inconscientes; ● Como local de moradia, é cana das relações interpessoais mais satisfatórias ou frustrantes, frequentemente representa o lar, como é agora, como foi no passado ou como gostaria que fosse no futuro; ● Vista como um retrato do próprio sujeito, pode fornecer ao examinador informações sobre as relações do sujeito com a realidade e fantasia, sobre os contatos que faz com o meio, sobre a maturidade e ajustamento psicossocial; ● Parece ainda, misturar uma disputa de associações, referentes ao lar e as relações intrafamiliares mais internas; ● Elementos - Teto, telhado, sotão, paredes, tijolos aparentes, porta, caminho, cerca, escada, janelas, chaminé, fumaça; Árvore: ● Estimula associações novas conscientes e inconscientes, aspectos mais primitivos, maior afastamento da própria realidade; ● Expressão gráfica da experiência de equilíbrio entre seus recursos para obter satisfação e concepção do ambiente; ● Contato com a realidade; ● Pressões interpessoais; ● Equilíbrio pessoal; ● Elementos: Solo, raízes, tronco, superfície do tronco, galhos, copas, flores, frutas; Pessoas: ● Associações mais conscientes que os outros desenhos; ● Expressão direta da auto imagem corporal, indivíduos paranoicos podem se recusar a fazer; ● Conceito de indivíduo e seu papel social; ● Atitudes sociais; ● Relações interpessoais; ● Elementos: Cabeça, rosto, boca, olhos, nariz, orelha, cabelos, pelos, sombrancelhas, pescoço, braços… PROCEDIMENTO DE DESENHOS ESTÓRIAS (D - E) - Walter Trinca Pode ser aplicado em pessoas de ambos os sexos, de 3 ou 4 anos até adultos, de qualquer nível mental, socioeconômico e cultural; Material - Folhas de sulfite em branco, lápis, lápis de cor, sem borracha; Finalidade - Investigação diagnóstica da personalidade, ampliar o conceito da dinâmica da personalidade de crianças, adolescentes e adultos, de uma forma mais aprofundadas do que ocorre em uma entrevista psicológica comum, associa o TAT e desenho livre; Aplicação - Individual: O sujeito realiza uma série de cinco desenhos, após cada desenho livre, solicita se que o sujeito conte uma história a respeito do mesmo, fazer o inquérito e solicitar que seja dado um título; Sequência - Permite um esclarecimento progressivo dos conteúdos conflitivos e maior aproximação afetivas a estes; PROCEDIMENTO DE DESENHO DE FAMÍLIA COM ESTÓRIAS É aplicado devido às hipóteses iniciais demonstrarem que as dificuldades e/ou sofrimento apresentado em relação com as vivências do indivíduo frente à dinâmica familiar; É recomendado a aplicação após as primeiras entrevistas; Objeto mediador, favorecendo o processo de associação livre e consequentemente a comunicação das questões centrais do caso; Consiste em uma sequência de quatro desenhos de família com as respectivas histórias e títulos, a cada conjunto de desenho história denomina se de unidade de produção; seguem a segunda ordem: uma família qualquer, uma família que você gostaria de ter, uma família que alguém não está bem,sua família; Interpretação: Análise formal - Grafismo, atitude frente à atividade, tempo de latência, linguagem, constelação da família apresentada; Análise de conteúdo - Perguntas ● Qual é a temática central da história? Sobre o que ela versa? Sobre união e apoio entre os membros ou necessidade de separação e busca de identidade? Sobre rivalidade ou relação de dependência? ● Qual é a estrutura da família apresentada? (relacionada a temática e a família real do sujeito); ● Qual é a figura de maior identificação? Buscar identificar as características emocionais (explícitas e implícitas), os sentimentos e impulsos (amorosos ou destrutivos); ● Quais outras figuras significativas aparecem? (figuras maternas, paternas, fraternas ou outras), identificar as características, sentimentos e impulsos principais destas; ● Qual tipo de vínculo e forma de integração estabelecida entre os personagens? Os vínculos podem ser positivos, negativos, ambivalentes; ● Como é caracterizado o ambiente no qual a família é retratada; observar se este se apresenta favorável ou não a satisfação das demandas dos personagens significativos (tanto do personagem central - alvo de maior identificação, como das demais figuras); ● Quais são as fantasias inconscientes predominantes e conflitos subjacentes a estes? ● Que tipo de ansiedade é predominante na história (persecutória, depressiva, confusional); ● Há solução do conflito? De que forma se dá? Quais são as defesas utilizadas na busca desta solução ou amenização das ansiedades suscitadas? Tipos de ansiedade: ● Persecutória - Aflora quando há o temor de ser destruído pelo objeto ou objetos maus. O ego é frágil, fica a mercê do objeto; ● Depressiva - Ambivalência, tem se que os próprios impulsos destrutivos acabem destruindo o objeto que é amado e do qual se depende; ● Confusional - Gera indiscriminação e dificuldade em perceber as valências positivas ou negativa. O que pode resultar em uma conduta dependente; INDICADORES PSICOPATOLÓGICOS NAS TÉCNICAS PROJETIVAS Desenvolvimento: A passagem evolutiva dos níveis mais primitivos de funcionamento mental aos níveis neuróticos e a possibilidade de estabelecer vínculos objetais; Repressão - Possibilidade de clivagem entre a vida consciente e inconsciente, porosidade, comunicação do ego com fantasias ou recordações reprimidas; Permite contato com a realidade, mesmo no desenvolvimento saudável, áreas do funcionamento permanecem em modos primitivos de vinculação; Posição esquizo paranóide: ● Do primeiro ao quarto mês; ● Aspectos mais primitivos do desenvolvimento; ● Relações onipotentes com objetos parciais; ● Angústia de ser atacado ou destruído; ● Delírios de perseguição, de ser roubado, desconfiança exagerada; ● Relações inconscientes desejadas - Controle dos objetos, fuga à frustração (dependência infantil), fragmentação; ● Ansiedades, medos e sentimentos - Características, exclusão, isolamento, fragmentação e retaliação; ● Mecanismo de defesa - Escotomização, domínio do objeto, inclusive por introjeção voraz, identificação projetiva, negação, idealização; Posição depressiva: ● Após o quarto mês, com ápice na época do desmame; ● Aspectos mais amadurecidos do desenvolvimento; ● Relações ambivalentes com objetos totais; ● Angústia em destruir o objeto amado; ● Tristeza, culpa, amor exagerado, luto; ● Bipolar, depressão em geral; ● Relações inconsciente desejadas - Contato com objeto, tolerância à frustrações, integração; ● Ansiedades, medos e sentimentos - Destrutivos e agressivos, inclusão e dependência, culpa; ● Mecanismo de defesa - Dissociação e negação, controle, triunfo, desprezo do objeto, repressão, reparação e projeção; ● Corresponde ao momento do desenvolvimento das funções; discriminação, juízo de realidade, princípios de realidade, repressão como mecanismo evolutivo, pensamento simbólico; Quadros psicopatológicos: Psicose Temor sem nome, a intensidade da dor psíquica e a incapacidade de tolerar frustração leva a um ataque ativo ao aparato psíquico; as funções perceptivas e dor fazem a ligação com a realidade externa; evita se a dor levando a destruição do aparato psíquico; Neurose O aparato psíquico fica preservado, mecanismos adaptativos da repressão, fracassos evolutivos centrados na elaboração da posição depressiva infantil; o conflito central busca reparar o objeto danificado (em fantasia) e lutar com os sentimentos ambivalentes; Diferentes organizações para lidar com esses conflitos: ● Neurose obsessiva - Forma reativa, investimento no pensamento; ● Neurose histérica - Conversão, corpo como símbolo; ● Neurose fóbica - Evitação, afeto deslocado para outro objeto; Psicopatia: Pode encobrir personalidades neuróticas ou psicóticas; Elemento central - Utilização da comunicação e o contato com outras pessoas para identificações projetivas de ansiedades e conflitos que o ego não pode elaborar; O psicopata necessita de um depositário que sofram em seu lugar, pois os conflitos estão cindidos em sua personalidade, função de juízo e sentido de realidade parecem alcançados mas códigos de valores alterados (segue um código próprio, sem discriminação entre o bom e maus); Pensamento lógico preservado, mas usados não como meio de elaboração ou comunicação mas sim como evacuação de sentimento não elaborados; ocorre um fracasso do ego no processo de simbolização; INDICADORES DIFERENCIAIS DAS TÉCNICAS PROJETIVAS Capacidade de discriminação entre - o interno e o externo, fantasia e realidade, bom e mau; ● Captação concreta ou simbólica das instruções; ● Congruências entre as características do objeto e as características atribuídas (eu x não eu); ● Perda ou não de distanciamento social; ● Características dos objetos simbólos (delimitação corporal mais ou menos definidas); ● Adequação ou inadequação na diferenciação das escolhas positivas ou negativas (bom/mau, amor/odio); Desenvolvimento do pensamento simbólico - Criatividade e sublimação; Possibilidade de diferenciar no objeto características centrais das secundárias (capacidade de análise, síntese e abstração; diferencias bom e mau, integrar múltiplos aspectos, apego aos aspectos concretos dos objetos); Capacidade de aprendizagem criativa durante a elaboração do teste sequência progressiva; INDICADORES PATOLÓGICOS DAS TÉCNICAS GRÁFICAS Áreas de observação - Carácter geral do desenho, localização, tamanho, movimento expresso, tipos de traço, distorção, omissões, adições, ênfases; INDICADORES PSICOPATOLÓGICOS NAS TÉCNICAS TEMÁTICAS Produção projetiva - Criação pessoal que traduz fantasias inconscientes que norteiam contato com realidade interna e externa; Posição esquizo paranóide - Objetos incompletos, danificados, ideais polarizados, a serem reparados; Posição depressiva - Objetos completos e harmoniosos, integração amor/ódio, respostas mais organizadas, menos dúbias, em personalidade mais evoluída; Análise - Grau de organização da personalidade; Fracasso na integração - Hostilidade contra objetos internos e processos do pensamento; Ansiedade e angústias X Natureza das ofensas = Qualidade das relações de objeto; Análise do TAT : Impressão geral da produção + caracterização dos heróis e personagens; Motivos - Angústias básicas, quaisos problemas e sensações, dificuldades emocionais fundamentais do herói? Solução - Defesa: Qual natureza das soluções utilizadas em defesas aquelas angústias? Considerar que tema da prancha supõe uma pergunta projetiva; Organização - Indica o grau da patologia, qualidade da produção simbólica, riqueza, pobreza associativa, omissão, enfase de personagem, manutenção da logica narrativa; Depressão e melancolia: Esteriotipia da ideação - Apesar da troca de estimulos, persistem temas, estados de animo, problemas e desenlaces; Tema e preocupação central - Pureza, união espiritual (objetos bons idealizados), vida triste, condutas e sentimentos pesados (desesperanças); Perda da distância emocional com relação à prancha - O paciente se vê com demasiada emoção, lembra situações vividas, embora saiba que não é real; Personagens quietos, passivos, sem força, com mobilidade espacial; Humanização das personagens - Depende da intensidade da patologia; personagens permanecem em um estado doloroso, sem luta; situações mais graves pessoas desvitalizadas, sem identidade, corpo, vencidas por forças externas poderosas; Falta de luta, protesto ou hostilidade das personagens abandonadas - O paciente fala à partir do superego culpando a si mesmo pela má sorte; Sensação de culpa faz com que entenda “azar” (sensação de perseguição) mais em circunstancias do que em seres humanos; Inibição e lentidão das funções mentais e de ação; Relação inconsciente oral dependente com objetos doadores e salvadores, idealizados, sem elementos agressivos; Personagens mortas e moribundas; Distorção formal - histórias curtas, incompletas, vagas e estereotipadas; Distorções e ilusões perceptuais grosserias - Reiterações dos temas de castigo e culpa delirante; Absoluta perda de distância das lâminas - Maior lentidão, completa ausência de corporeidade e respostas de movimento; Defesa - Retração do ego (inibição), bloqueio de afeto (expressão de amor por submissão, ódio por desprezo), identificação introjetiva patológica (personagens que se auto atacam, não se protegem, submetendo se a aspectos super egóicos cruéis e punitivas; Depressão mais grave - Bom ajuste formal a instrução, sem incluir o vetor de vida emocional, histórias com situações complexas mas sem emoção; Relação distante e fria com as pranchas - Conteúdo emocional é relatado sem ressonância, exemplo: alguém que procura paz, ou está sozinho, sem falar os motivos; Relações objetais inconscientes - Atitudes oralmente ávidas, que frustradas, são neutralizadas pela indiferença emocional e ausência manifesta de necessidade afetiva de dar e receber; Esquizofrenia Delírios - Verbalização com certa criatividade, mas sem relação com o estímulo; Utilizam as lâminas como apoio a críticas abstratas e onipotentes frente ao mundo; Objetos inanimados com funções humanas - Personagens desumanizados (silhueta, espíritos, fantasma, marionetes controladas por forças); Onipotência mágica, sadismo intenso, primário - personagens severamente críticos frente aos quais os outros não podem fazer frente e se defender.
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