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conhecimento penal

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Prévia do material em texto

Indaial - 2019
Processo do 
conhecimento Penal
Prof.ª Cláudia Fernanda Souza de Carvalho Becker Silva
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Cláudia Fernanda Souza de Carvalho Becker Silva
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SI586p
 Silva, Cláudia Fernanda Souza de Carvalho Becker
 Processo do conhecimento penal. / Cláudia Fernanda Souza de 
Carvalho Becker Silva. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 204 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0330-0
1. Processo penal. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 345.8105
III
aPresentação
Olá, acadêmico! 
O processo penal, defendido pela escola clássica da criminologia 
e adotado no Brasil, surge como uma forma de defender o cidadão dos 
desmandos do Estado, uma vez que com ele, sabemos como serão as regras 
durante o procedimento de investigação e processamento de qualquer pessoa 
que cometa um crime. Por isso é indispensável o seu estudo.
Na Unidade 1 estudaremos os princípios e regras aplicáveis ao 
processo penal, a investigação das infrações penais e as ações penais. Para 
que o processo exista é indispensável a presença de determinados sujeitos 
processuais, como o juiz, o promotor, o advogado e até mesmo o acusado, e 
é com o estudo deles que iniciaremos nossa Unidade 2. 
Daremos continuidade com a Unidade 2 estudando as medidas 
cautelares cabíveis no decorrer do processo penal (e até mesmo do inquérito 
policial). Você sabia que as prisões provisórias, como o flagrante e a preventiva, 
são espécies de medida cautelar? Porém, elas não são as únicas, por isso 
estudaremos todas com muita atenção. Também analisaremos as espécies de 
liberdade provisórias que podem ser concedidas ao preso provisório.
 
Na unidade 3, nós dedicaremos nosso estudo para entender a 
competência da jurisdição penal, e os recursos cabíveis no processo penal.
 
Seja bem-vindo ao módulo de processo penal, será um prazer 
acompanhar você nesta caminhada para o saber.
Prof.ª Cláudia Fernanda Souza de Carvalho Becker Silva
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL................................................................ 1
TÓPICO 1 – PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO ..................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O PROCESSO PENAL E O DIREITO DE PUNIR ......................................................................... 3
3 PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL ............................................................................................. 4
3.1 DEVIDO PROCESSO LEGAL ........................................................................................................ 5
3.2 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA ....................................................................... 5
3.3 CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA ...................................................................................... 6
3.4 JUIZ NATURAL .............................................................................................................................. 7
3.5 IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ .................................................................................................... 9
3.6 IGUALDADE PROCESSUAL ........................................................................................................ 10
3.7 VERDADE REAL ............................................................................................................................ 10
3.8 PUBLICIDADE ................................................................................................................................. 11
3.9 DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO .................................................................................................. 11
3.10 PRINCÍPIO DO “NE BIS IN IDEM” ............................................................................................ 12
3.11 DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO ................................................................................ 13
3.12 PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA ................................................................................. 13
3.13 INADMISSIBILIDADE DE PROVAS OBTIDAS POR MEIO ILÍCITO .................................. 14
4 SISTEMAS DE PROCESSO PENAL ................................................................................................. 15
4.1 SISTEMA INQUISITIVO................................................................................................................. 15
4.2 SISTEMA ACUSATÓRIO................................................................................................................ 16
4.3 SISTEMA MISTO ............................................................................................................................. 17
4.4 SISTEMA ADOTADO PELO BRASIL ........................................................................................... 18
5 INTERPRETAÇÃO PROCESSUAL PENAL .................................................................................. 19
5.1 INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA ................................................................................................... 19
5.2 APLICAÇÃO ANALÓGICA .......................................................................................................... 19
6 A LEI PROCESSUAL NO TEMPO ................................................................................................... 20
7 A LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO ................................................................................................... 21
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 23
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25
TÓPICO 2 – INQUÉRITO POLICIAL ................................................................................................. 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 PERSECUÇÂO PENAL ........................................................................................................................27
3 INQUÉRITO POLICIAL ...................................................................................................................... 28
3.1 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS ............................................................................................. 28
3.2 NATUREZA JURÍDICA .................................................................................................................. 28
3.3 CARACTERÍSTICAS ....................................................................................................................... 29
3.3.1 Inquisitivo ................................................................................................................................ 29
3.3.2 Sigiloso ..................................................................................................................................... 29
3.3.3 Instrumental ............................................................................................................................ 30
3.3.4 Obrigatório e dispensável ..................................................................................................... 30
sumário
VIII
3.3.5 Meramente informativo ......................................................................................................... 31
3.3.6 Forma escrita ........................................................................................................................... 31
3.4 TITULARIDADE ............................................................................................................................. 32
3.5 VALOR PROBATÓRIO .................................................................................................................. 33
3.6 PRAZO ............................................................................................................................................. 33
3.7 PROCEDIMENTO ........................................................................................................................... 34
3.8 INDICIAMENTO ............................................................................................................................ 36
3.9 TERMO CIRCUNSTANCIADO ..................................................................................................... 37
3.10 PROVIDÊNCIAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO ......................................................................... 37
3.11 OUTRAS FORMAS DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR ....................................................... 38
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 40
TÓPICO 3 – AÇÃO PENAL ................................................................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43
2 AÇÃO PENAL........................................................................................................................................ 43
3 AÇÃO PENAL PÚBLICA .................................................................................................................... 46
3.1 PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA ............................................................................... 46
3.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO 
 OU REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA ....................................................................... 48
3.3 AÇÃO PENAL PÚBLICA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA .......................................................... 51
4 AÇÃO PENAL PRIVADA ................................................................................................................... 51
4.1 PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA ............................................................................... 53
4.2 AÇÃO PENAL PRIVADA (EXCLUSIVAMENTE PRIVADA) ................................................... 53
4.3 AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA .......................................................................... 54
4.4 AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA .......................................................... 54
4.5 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ESPECÍFICA PARA A AÇÃO PENAL PRIVADA .......... 57
4.5.1 Decadência ............................................................................................................................... 57
4.5.2 Renúncia ................................................................................................................................... 58
4.5.3 Perdão do ofendido ................................................................................................................ 59
4.5.4 Perempção ................................................................................................................................ 59
5 DENÚNCIA E QUEIXA CRIME ........................................................................................................ 60
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 63
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 66
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 67
UNIDADE 2 – DOS SUJEITOS PROCESSUAIS E DAS MEDIDAS CAUTELARES ................ 69
TÓPICO 1 – SUJEITOS PROCESSUAIS ............................................................................................. 71
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 71
2 JUIZ ......................................................................................................................................................... 71
3 MINISTÉRIO PÚBLICO ..................................................................................................................... 75
4 ACUSADO ............................................................................................................................................. 78
4.1 DIREITOS DO ACUSADO ............................................................................................................ 81
5 DEFENSOR ............................................................................................................................................ 84
6 CURADOR ............................................................................................................................................ 85
7 ASSISTÊNCIA ....................................................................................................................................... 86
8 PERITOS E INTÉRPRETES ................................................................................................................ 86
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 88
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 90
IX
TÓPICO 2 – DAS MEDIDAS CAUTELARES .................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 DAS MEDIDAS CAUTELARES ....................................................................................................... 93
3 AS PRISÕES CAUTELARES EM ESPÉCIE ..................................................................................... 94
3.1 A PRISÃO EMFLAGRANTE ......................................................................................................... 95
3.2 FORMALIDADES DA PRISÃO EM FLAGRANTE .................................................................... 98
3.3 PRISÃO PREVENTIVA .................................................................................................................100
3.4 PRISÃO TEMPORÁRIA ...............................................................................................................110
3.5 MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO ................................................................112
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................119
TÓPICO 3 – LIBERDADE PROVISÓRIA .........................................................................................121
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................121
2 RELAXAMENTO DA PRISÃO .......................................................................................................121
3 REVOGAÇÃO DA PRISÃO .............................................................................................................121
4 LIBERDADE PROVISÓRIA .............................................................................................................122
4.1 LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA ...............................................................................124
4.2 LIBERDADE PROVISÓRIA COM FIANÇA ..............................................................................125
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................129
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................134
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................135
UNIDADE 3 – DA COMPETÊNCIA E DOS RECURSOS .............................................................137
TÓPICO 1 – COMPETÊNCIA .............................................................................................................139
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................139
2 COMPETÊNCIA .................................................................................................................................139
2.1 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA...........................................................................140
2.1.1 Justiça Militar ........................................................................................................................140
2.1.2 Justiça do trabalho ................................................................................................................141
 2.1.3 Justiça eleitoral .......................................................................................................................142
2.1.4 Justiça federal ........................................................................................................................142
2.1.5 Justiça estadual .....................................................................................................................143
2.2 FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ...........................................................................144
2.3 REGRAS DE COMPETÊNCIA INFRACONSTITUCIONAL ..................................................146
2.3.1 Do lugar da infração ............................................................................................................146
2.3.2 Do domicílio ou residência do réu .....................................................................................148
2.3.3 Da natureza da infração e da distribuição .......................................................................148
2.3.4 Da conexão ou continência e da prevenção ......................................................................149
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................152
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................154
TÓPICO 2 – DOS RECURSOS I .........................................................................................................157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 TEORIA GERAL DOS RECURSOS ................................................................................................157
2.1 PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE .................................................................................158
2.2 FATOS IMPEDITIVOS DO RECURSO ......................................................................................159
2.3 EFEITOS DO RECURSO ..............................................................................................................160
X
3 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – RESE ............................................................................... 161
3.1 PROCESSAMENTO DO RESE .................................................................................................... 163
3.2 EFEITOS DO RESE ....................................................................................................................... 164
4 APELAÇÃO ........................................................................................................................................ 165
4.1 CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................................................... 168
4.2 PROCESSAMENTO .................................................................................................................... 168
4.3 REFORMATIO IN PEJUS ............................................................................................................. 170
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 173
TÓPICO 3 – DOS RECURSOS II ....................................................................................................... 175
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 175
2 DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS ....................................................................................... 175
3 DA REVISÃO .................................................................................................................................... 177
3.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO ................................................................................................... 178
3.2 PROCESSAMENTO .................................................................................................................... 180
4 DA CARTA TESTEMUNHÁVEL .................................................................................................. 182
5 HABEAS CORPUS ............................................................................................................................ 183
5.1 CABIMENTO DO HABEAS CORPUS ..................................................................................... 183
5.2 COMPETÊNCIA PARA O PROCESSAMENTO DO HABEAS CORPUS ............................ 185
5.3 LEGITIMIDADE PARA O HABEAS CORPUS........................................................................ 188
5.4 PROCESSAMENTO DO HABEAS CORPUS .......................................................................... 188
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 191
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 195
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 197
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 199
1
UNIDADE 1
TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• introduzir o acadêmico às noções do Direito Processual Penal;
• identificar as diferenciações sobre os conceitos principais de Direito Pro-
cessual Penal;
• adentrar o estudante no mundo dos princípios processuais penais;
• adentrar o estudante no mundo do inquérito policial;
• constatar as ideias principais das teorias das ações penais.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO 
TÓPICO 2 – INQUÉRITO POLICIAL 
TÓPICO 3 – AÇÃO PENAL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
1 INTRODUÇÃO
O direito de punir, exercido pelo Estado, não pode ser absoluto, sob 
pena de o Estado se tornar autoritário e retornarmos ao período dos ditadores 
que exercem todo o poder sem encontrar ação resistida alguma por parte dos 
cidadãos. Por isso, é importante termos um processo penal forte, com normas 
bem definidas na orientação e limitação deste poder de punir. 
Mas, às vezes, as leis não são suficientes porque não conseguem prever 
todas as possibilidades de aplicação do direito, por isso é importante o estudo dos 
princípios, que são aqueles que irão balizar o Estado na confecção da legislação 
ou até mesmo na falta desta. 
Além disso, é importante a compreensão de como e onde podemos aplicar 
o processo penal e por isso iremos estudas as formas de interpretação, e aplicação 
do processo penal no tempo e no espaço. 
Então, convidamos você a começar essa empreitada na busca pelo 
conhecimento!
2 O PROCESSO PENAL E O DIREITO DE PUNIR 
O processo penal é uma forma de se impor regras e deter o poder punitivo 
exercido pelo Estado contra os cidadãos. 
Lopes Jr. (2018, p. 33) afirma que:
existe uma íntima relação e interação entre a história das penas e o 
nascimento do processo penal, na medida em que o processo penal 
é um caminho necessário para alcançar-se a pena e, principalmente, 
um caminho que condiciona o exercício do poder de penar (essência 
do poder punitivo) à estrita observância de uma série de regras que 
compõe o devido processo penal. 
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
4
Nos primórdios, não se podia falar em poder punitivo do Estado, porque 
esse era exercido através da vingança privada. Era a autotutela que era exercida e 
que resolvia os conflitos entre os particulares. Então se um vizinho roubava uma 
galinha, o vizinho prejudicado ia até sua casa e roubava uma cabra. 
A Igreja assumiu o importante papel de detentora do ius puniendi, sendo 
ela que aplicou a lei divina aos casos concretos, passando o mundo por um 
período muito obscuro neste período.
 
O Estado passa a assumir o papel de detentor do poder punitivo, porém, 
surge o problema de o mesmo Estado fazer a lei e a aplicar (na pessoa dos reis), 
porque esse Estado não encontra limites para sua ânsia punitivista, exercendo um 
poder ilimitado. 
Dentro desse contexto histórico surgem as teorias de separação de Poderes. 
Com base na doutrina de Montesquieu (O Espírito das Leis), o poder 
estatal deveria ser exercido por três Poderes, independentes do 
ponto de vista orgânico e funcional. Assim, surge a divisão que hoje 
se conhece, pela qual o Estado é composto dos Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário (BONFIM, 2017, p. 34). 
Assim, o poder punitivo do Estado começa a encontrar limites dentro 
da atuação através das normas processuais e penais legisladas pelo Poder 
Legislativo. “Do ponto de vista do Estado, o estabelecimento de processos, 
de modo geral, é, assim, uma forma de estabelecer limitações aos seu poder” 
(BONFIM, 2017, p. 34). 
DICAS
O processo penal serve como uma limitação ao direito de punir exercido pelo 
Estado, protegendo os cidadãos dos desmandos Estatais com a fixação antecipada das regras 
pelas quais o cidadão irá responder.
3 PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
Princípios gerais do direito são preceitos de orientação gerais e abstratos 
não apenas para a comunidade, mas principalmente para os Poderes instituídos. 
Assim, eles devem orientar o Poder Legislativo no momento da confecção das 
leis, o Poder Executivo no momento de estruturação das políticas públicas do 
País, e o Poder Judiciário no momento de aplicação da lei.
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
5
Os princípios gerais do direito são o eixo condutor da sociedade, as 
normas que embora não escritas devem ser seguidas por todos. 
Os princípios não precisam estar previstos expressamente em algum 
texto legal, embora a Constituição do Brasil de 1988 mencione expressamente 
alguns deles, por exemplo, a isonomia. Contudo, mesmo os não previstos podem 
ser utilizados para fundamentar decisões judiciais como forma de interpretação 
do direito. 
Existem alguns princípios que são gerais a todo o ordenamento jurídico, 
com a isonomia, que determina que todos devem ser tratados de maneira igual 
na medida de sua igualdade; e outros que são aplicáveis a apenas um ramo do 
direito, como o princípio da boa-fé objetiva do direito civil.
Assim, mesmo que o princípio não esteja positivado na legislação escrita 
do País, ele faz parte da lógica do sistema, integrando e acrescentando coesão 
ao todo.
Por isso se torna tão importante o estudo e a análise dos princípios 
aplicáveis ao campo do processo penal. Assim, passemos a esse estudo 
pormenorizado.
3.1 DEVIDO PROCESSO LEGAL
O princípio do devido processo legal está previsto em nossa Constituição 
Federal no artigo 5º, LIV que prescreve que “ninguém será privado da liberdade 
ou de seus bens sem o devido processo legal” (BRASIL, 1988), ou seja, determina 
que nenhuma pessoa pode ser presa, ou ter qualquer de seus bens retido sem ter 
dito a chance de se defender perante um tribunal dentro das regras estabelecidas 
previamente para o processo.
Este princípio divide-se em devido processo legal material e formal, sendo 
que o devido processo legal material se constitui pelas garantias que protegem os 
cidadãos contra as ações abusivas cometidas pelo Estado na restrição de direitos. 
Já o devido processo legal formal é a garantia dos acusados de serem processados 
em conformidade com o processo.
3.2 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
O princípio da presunção de inocência vem previsto no artigo 5º, LVII da 
Constituição Federal e determina que “ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
O professor Aury Lopes Júnior (2018, p. 96) defende uma dupla dimensão 
de aplicação deste princípio, sendo que:
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
6
na dimensão interna, é um dever de tratamento imposto – inicialmente 
– ao juiz, determinando que a carga da prova seja inteiramente do 
acusador (pois, se o réu é inocente, não precisa provar nada) e que 
a dúvida conduza inexoravelmente à absolvição (in dúbio pro reo); 
ainda na dimensão interna, implica severas restrições ao (ab)uso das 
prisões cautelares (como prender alguém que não foi definitivamente 
condenado?). Enfim, na dimensão interna, a presunção de inocência 
impõe regras de tratamentoe julgamento para o juiz. Externamente, 
ao processo, a presunção de inocência exige uma proteção contra a 
publicidade abusiva e a estigmatização (precoce do réu).
Princípio muito discutido recentemente por causa da decisão judicial 
do Supremo Tribunal Federal no HC 126.292/SP, de relatoria do Ministro 
Teori Zavascki, modificou o paradigma do que se entende por sentença penal 
condenatória. Nesta decisão, o STF determinou o cabimento da prisão pena – 
aquela decorrente de uma sentença penal condenatória – após a análise pelo 
duplo grau de jurisdição, não havendo mais a necessidade de aguardar-se o 
trânsito em julgado da decisão. 
IMPORTANT
E
Ementa: CONSTITUCIONAL. HABEAS CORPUS. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL 
DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (CF, ART. 5º, LVII). SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA 
CONFIRMADA POR TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO. EXECUÇÃO 
PROVISÓRIA. POSSIBILIDADE. 1. A execução provisória de acórdão penal condenatório 
proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, 
não compromete o princípio constitucional da presunção de inocência afirmado pelo 
artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal. 2. Habeas corpus denegado. (STF, HC 
126292, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/02/2016, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-100 DIVULG 16-05-2016 PUBLIC 17-05-2016, destacou-se).
3.3 CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
Os princípios do contraditório e da ampla defesa vêm previstos no artigo 
5º, LV, da Constituição Federal, que determina “aos litigantes, em processo judicial 
ou administrativo, e aos acusados em geral serão assegurados o contraditório e a 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
Embora se tratem de dois princípios autônomos, por serem entendidos 
um como complemento do outro, é comum entre os autores tratá-los juntos e 
muitas vezes são até mesmo considerados sinônimos. Veremos separadamente. 
Segundo Bonfim (2017, p. 74):
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
7
o princípio do contraditório significa que cada ato praticado durante 
o processo seja resultante da participação ativa das partes. Origina-se 
no brocardo audiatur et altera pars. A aplicação do princípio, assim, não 
requer meramente que cada ato seja comunicado e cientificado à parte. 
Relevante é que o juiz, antes de proferir cada decisão ouça as partes, 
dando-lhes igual oportunidade para que se manifestem, apresentando 
argumentos e contra-argumentos. Destarte, o juiz, ao proferir a 
decisão deve oferecer às partes oportunidade para que busquem, pela 
via da argumentação, ou juntando elementos de prova, se for o caso, 
influenciar a formação de sua convicção. 
Assim, nota-se que o princípio do contraditório assegura a parte 
que participe da confecção de todas as provas do processo, que possa dela se 
manifestar mesmo que não tenha sido o autor da prova, e que possa haja contra-
argumentação de todos os fatos e provas produzidos e juntados ao processo.
Já o princípio da ampla defesa determina que seja possibilitada à parte a 
produção de sua defesa nas duas modalidades de defesa possíveis no processo: a 
defesa técnica e a autodefesa. 
A defesa técnica é aquela exercida em nome da parte pelo advogado da 
parte – indiferente se esse patrono é constituído pela parte, ou nomeado pelo 
juiz. Essa defesa técnica é indisponível e indispensável para a concreta efetivação 
da ampla defesa, assim, se o réu não tiver condições financeiras para contratar 
um advogado, o juiz poderá determinar a notificação da defensoria pública ou 
nomear um advogado para funcionar no caso sub judice. 
Já a autodefesa é a exercida pelo réu pessoalmente, geralmente no 
momento do interrogatório, quando o réu terá a oportunidade de relatar ao juiz 
a sua versão pessoal dos fatos. Porém, essa modalidade de defesa exercida pelo 
próprio réu pode ser por ele dispensada se ele declarar que prefere exercer seu 
direito ao silêncio, sendo que o réu não é obrigado a se manifestar pessoalmente 
no processo. 
3.4 JUIZ NATURAL 
O princípio do Juiz natural está previsto no artigo 5º, LIII, da Constituição 
Federal, determinando que “ninguém será processado nem sentenciado senão 
pela autoridade competente” (BRASIL, 1988), e artigo 5º, XXXVII, da Constituição 
Federal que dispõe que “não haverá juízo ou tribunal de exceção” (BRASIL, 1988).
Assim, este princípio determina que o órgão jurisdicional competente 
para o julgamento dos crimes deve ser previamente conhecido dentro das regras 
gerais de competência e distribuição de processos firmadas no regimento interno 
de cada tribunal, ou seja, a contrário sensu, ele veda os tribunais de exceção. 
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
8
Os tribunais de exceção são aqueles criados após o cometimento do crime 
com o objetivo específico de julgar o crime para o qual ele foi criado, extirpando 
assim o direito do acusado de ter um julgamento imparcial.
Não podemos confundir tribunal de exceção com vara especializada. 
As varas especializadas são criadas pelo Regimento interno dos Tribunais com 
a função pré-constituída para o julgamento de determinados crimes, antes da 
ocorrência deles. 
Segundo informação do site do CNJ – Conselho Nacional de Justiça –
A ideia do juiz natural tem origem na Constituição inglesa de 1215, 
que previa ‘o julgamento legítimo de seus pares e pela lei da terra’. 
Já a institucionalização desse princípio se deu na França. O artigo 
17 do título II da Lei Francesa de 24.08.1790 determinava que ‘a 
ordem constitucional das jurisdições não pode ser perturbada, nem 
os jurisdicionados subtraídos de seus juízes naturais, por meio de 
qualquer comissão, nem mediante outras atribuições ou evocações, 
salvo nos casos determinados pela lei’ (CNJ, 2017, s.p.). 
IMPORTANT
E
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. CRIME TIPIFICADO NO 
ART. 305 DO CÓDIGO PENAL (SUPRESSÃO DE DOCUMENTO). PLEITO DE RECLASSIFICAÇÃO 
DA IMPUTAÇÃO PARA O CRIME DO ART. 356 DO MESMO DIPLOMA (SONEGAÇÃO DE 
PAPEL OU OBJETO DE VALOR PROBATÓRIO). INEXISTÊNCIA DE FLAGRANTE EQUÍVOCO 
NA CAPITULAÇÃO POSTA NA DENÚNCIA. 1. Nos termos do Código de Processo Penal, o 
momento apropriado, em regra, para o ajuste da tipificação trazida na denúncia ocorre por 
ocasião da sentença, quando o magistrado pode proceder à emendatio ou à mutatio libelli 
(arts. 383 e 384). Conforme dispõe o § 1º do art. 383, se, em consequência de definição 
jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o 
juiz procederá de acordo com o disposto em lei; a significar, portanto, que o regular trâmite 
da ação penal, no presente caso, não implica qualquer constrangimento ilegal ao direito de 
locomoção do ora agravante. 2. Ademais, é da competência do juiz processante, sob o crivo 
do contraditório e da ampla defesa, examinar os elementos de prova colhidos durante 
a instrução criminal e conferir definição jurídica adequada para os fatos apurados. O 
exame antecipado desta Corte Suprema a respeito da matéria, em rigor, implicaria clara 
afronta ao juízo natural da causa penal. Precedentes. 3. Agravo Regimental a que se nega 
provimento. (STF, HC 164907 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, 
julgado em 15/02/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-039 DIVULG 25-02-2019 PUBLIC 26-
02-2019) (grifo nosso).
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
9
3.5 IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
O princípio da identidade física do juiz foi incluído no processo penal 
apenas com a reforma processual penal de 2008. A Lei nº 11.719, que incluiu o §2º 
no artigo 399 determinou que “O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a 
sentença”.
Este princípio determina que a sentença penal deve ser proferida pelo juiz 
que presidiu a audiência de instrução, isso porque o juiz que instruiu a audiência 
e que presenciou a oitiva de todas as testemunhas, o interrogatório do réu, e 
a confecção de todas as demais provas no processo, teve maior contato com o 
instrumento probatório, sendo o mais qualificado para proferiressa sentença. 
Esse princípio já foi aplicado até mesmo pelo STJ no julgamento a seguir 
colacionado:
PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL 
NO AGRAVO. REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. 
SENTENÇA ANULADA. SENTENÇA PROFERIDA QUANDO O 
MAGISTRADO TITULAR AINDA NÃO HAVIA SIDO REDESIGNADO. 
1. Apesar do entendimento de que a doutrina pátria e a jurisprudência 
desta Corte Superior são firmes em assinalar que o princípio da 
identidade física do juiz não pode ser interpretado de maneira 
absoluta, por admitir exceções, no presente caso, quando proferida 
a sentença, o magistrado que presidiu a audiência de instrução e 
julgamento, e colheu a prova testemunhal que serviu de amparo 
para a sentença, não se teria afastado em razão de férias, licenças, 
convocações, afastamento, remoções ou promoções. 2. Embargos de 
declaração rejeitados (STJ. EDcl no AgRg no AgRg no AREsp 795932/
RJ. Rel. Min. Sebastião Reis Júnior. Sexta Turma. Julgado em 23 de 
fevereiro de 2016).
Como o próprio acórdão demonstra, esse não é o princípio que pode ser 
interpretado de maneira absoluta sob pena de impossibilitar o julgamento em 
algumas situações como o juiz sair de licença saúde, férias, promoção etc. Porém, 
sempre que possível, ele deve ser respeitado porque oportuniza um julgamento 
mais próximo da busca da verdade real.
Esse princípio é ligado diretamente ao princípio anterior, o princípio do 
juiz natural, sendo dele um desdobramento. 
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
10
3.6 IGUALDADE PROCESSUAL
Deriva do princípio da isonomia previsto no art. 5º, caput da Constituição 
Federal, que disciplina que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes” (BRASIL,1988).
Da mesma forma, dentro do processo penal, todos os atores processuais 
devem ser tratados da mesma maneira, sendo-lhes oportunizadas as mesmas 
oportunidades de produção de provas e de argumentações perante o juízo, 
produzindo o que a doutrina chama de paridade de armas entre as partes. 
Porém, Bonfim (2017, p. 82) lembra que às vezes esse princípio de 
igualdade processual encontra uma certa relativização. Ele explica:
Com efeito, no âmbito do processo penal, no mais das vezes o litígio 
contraporá o articular a um órgão do Estado. As partes litigantes, 
portanto, serão essencialmente diferentes. Além disso, no litígio penal 
estará em jogo a liberdade individual do acusado, direito fundamental, 
o que justifica que o princípio da igualdade, no processo penal, seja 
mitigado de forma a favorecer, em algumas situações a posição do 
acusado (ex.: art. 386, VII, do CPP).
3.7 VERDADE REAL 
No processo penal busca-se sempre a verdade real, pretende-se descobrir 
a realidade dos fatos que estão sendo julgados naquela ação. Esse princípio se 
opõe ao princípio da verdade formal, aquela que produzida dentro da realidade 
provada através das provas carreadas ao fato.
No processo penal, existe a possiblidade da pena aplicada ao réu ser a 
pena restritiva de sua liberdade, assim, o dever de produzir as provas necessárias 
ultrapassa apenas as partes no processo, sendo que no artigo 156, CPP, está 
determinado que “A prova da alegação incumbirá a quem fizer, sendo, porém, 
facultado ao juiz de ofício I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a 
produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando 
a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no 
curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para 
dirimir dúvida sobre ponto relevante” (BRASIL, 1941).
Demonstra-se assim, que o objetivo do processo penal é a busca do que 
realmente aconteceu no caso concreto, para possibilitar na sentença a aplicação 
da verdade real. 
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
11
3.8 PUBLICIDADE
A regra geral dos atos processuais – e não apenas no processo penal – é 
a publicidade em sua forma mais ampla, e assim encontra-se prevista no artigo 
5º, LX, da Constituição Federal “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem” 
(BRASIL, 1988).
Essa regra também encontra-se prevista no Código de Processo Penal 
no artigo Art. 792 “As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, 
públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos 
escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora 
certos, ou previamente designados” (BRASIL, 1941).
A publicidade é tida como ampla, plena, popular, absoluta, ou geral, 
quando os atos processuais são praticados perante as partes, e, ainda, 
abertos a todo o público. Nesse caso, além das partes, qualquer cidadão 
do povo poderá acompanhar as audiências criminais de coleta de 
provas e/ou julgamentos em qualquer grau de jurisdição, assim como 
consultar os processos ou obter certidões. Como observa a doutrina, 
a publicidade do processo implica os direitos de: a) assistência, pelo 
público em geral, à realização dos atos processuais; b) narração 
dos atos processuais, ou reprodução de seus termos, pelos meios 
de comunicação social; c) consulta dos autos e obtenção de cópias, 
extratos e certidões de quaisquer partes dele (LIMA, 2017, p. 63).
Porém, tanto a Constituição Federal como o Código de Processo Penal 
preveem casos em que essa publicidade será restrita ou totalmente restringida. 
Nesses casos, temos o que chamamos segredo de justiça. Esses casos estão 
disciplinados no parágrafo 1º, do artigo 792, do CPP, e são casos que puderem 
resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, como 
é o caso, por exemplo de crimes contra a dignidade sexual, que sua publicidade 
geraria grande inconveniente e vergonha para a vítima do delito. 
3.9 DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Guilherme de Souza Nucci (2016, s.p.) assevera que:
Tem a parte o direito de buscar o reexame da causa por órgão 
jurisdicional superior. O princípio é consagrado na própria 
Constituição quando se tem em mira a estrutura do Poder Judiciário 
em instâncias, bem como a expressa menção, feita no art. 102,II, da CF, 
referente ao Supremo Tribunal Federal, cabendo-lhe julgar em recurso 
ordinário : “a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas 
data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos 
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político.
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
12
Outros autores entendem esse princípio como constitucional implícito 
uma vez que é previsto expressamente na Convenção Americana dos Direitos 
Humanos (art. 8.º, 2, h).
De toda sorte, esse princípio determina que os processos julgados 
pelos juízes de primeiro grau podem ter suas decisões revistas pelos órgãos 
colegiados superiores. 
Há exceções que são as pessoas que possuem foro por prerrogativa de 
função, porém nesse caso, não há afronta alguma ao princípio em análise porque 
a decisão exarada será feita por um órgão colegiado, composto por juízes de 
grau superior.
3.10 PRINCÍPIO DO “NE BIS IN IDEM”
O princípio do “ne bis in idem” veda que o acusado seja processado ou 
punido duas vezes pelo mesmo fato delituoso – lembrando que o fato delituoso 
é composto de data, hora, local, quem, o quê, contra quem. Bonfim (2017, p. 91) 
afirma que:
No âmbito da proteção da coisa julgada, o princípio representa 
uma garantia ao acusado que tenha sido absolvido por sentença 
transitada em julgado. Não poderá o Estado deduzir uma pretensão 
punitiva que tenha por objeto o mesmo fato, contra o mesmo 
acusado, se este foi considerado inocente em decisão definitiva, não 
mais sujeita a recurso. 
Desta maneira, uma pessoa que foi julgada e absolvida por lesão corporal 
na Rua São João, em São Paulo, no dia 3de maio de 2016, às 16 horas, contra 
Fulano, não pode ser novamente processada por lesão corporal na Rua São João, 
em São Paulo, no dia 3 de maio de 2016, às 16 horas, contra Fulano.
Importante destacar apenas, que uma mesma ação pode ser processada 
em diversas esferas jurídicas distintas sem ofender o princípio estudado. 
Desta forma, uma mesma pessoa pode, pela prática de um determinado ato, 
sofre uma sanção civil, outra penal, outra administrativa etc. Isto porque as 
esferas são independentes entre si, distinguindo a natureza jurídica de cada 
uma das ações. 
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
13
IMPORTANT
E
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO ILÍCITO 
DE ENTORPECENTES. REINCIDÊNCIA. CONSIDERAÇÃO COMO AGRAVANTE E COMO 
IMPEDITIVO DE APLICAÇÃO DA MINORANTE DO ART. 33, § 4.º, DA LEI N.º 11.343/2006. BIS IN 
IDEM. INEXISTÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A jurisprudência da Suprema 
Corte, seguida por este Superior Tribunal de Justiça, é no sentido de que a agravante genérica 
da reincidência foi recepcionada pela Constituição da República, afastando-se a alegada 
violação aos princípios da isonomia, da culpabilidade e do non bis in idem. 2. A reincidência, 
específica ou não, não se compatibiliza com a causa especial de diminuição de pena 
prevista § 4.º do art. 33 da Lei n.º 11.343/2006, dado que necessário, dentre outros 
requisitos, seja o agente primário. Tal óbice e a exasperação da pena, na segunda fase, 
não importam em bis in idem, mas em consequências jurídico-legais distintas de um 
mesmo instituto. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido. (STJ, AgRg no HC 468.578/
MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 19/02/2019, DJe 11/03/2019, 
destacou-se)
3.11 DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO 
Este princípio foi incluído na Constituição Federal em 2004 com a emenda 
constitucional 45, e hoje encontra-se previsto no artigo 5º, inciso LXXVIII, que 
determina que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados 
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação”.
Assim, os réus com processo em tramitação têm o direito de ver seus 
processos julgados em um tempo juridicamente razoável, isso porque se entende 
que a mera acusação judicial já causa graves danos àquele que responde ao 
processo, não podendo se prolongar indefinidamente.
3.12 PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA 
Previsto no artigo 5º, XLV, da Constituição Federal, determina que 
“nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar 
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas 
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido” (BRASIL, 1988).
Esse princípio determina que a ação penal não pode ultrapassar a pessoa 
que está sendo investigada e que é o autor do fato delituoso. Assim, não se pode 
processar a mãe porque ela criou o filho que se transformou em um assassino: a 
ação penal deve ser somente contra o filho.
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
14
Note que na esfera civil pode ser possível a responsabilidade decorrente de 
culpa in vigilando ou in elegendo, mas isso não ocorre no direito penal e processual 
penal. Na esfera criminal somente a pessoa que é a autora do fato criminoso é que 
pode ser processada e condenada por ele. 
3.13 INADMISSIBILIDADE DE PROVAS OBTIDAS POR MEIO 
ILÍCITO
Esse princípio constitucional tem sua previsão no artigo 5º, LVI, 
determinando que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos”; também previsto no Código de Processo Penal no artigo 157, incluído 
pela Lei nº 11.690/2008, que disciplina que “São inadmissíveis, devendo ser 
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em 
violação as normas constitucionais ou legais”.
Assim, as provas ilícitas produzidas na instrução processual penal devem 
ser desentranhadas – retiradas – dos autos, para que não possam influenciar no 
convencimento do magistrado. Bonfim (2017, p. 80) afirma que: 
assim, conquanto o processo penal tenha por finalidade a busca pela 
verdade real, esse valor encontra limites em outros valores tutelados 
pelo ordenamento jurídico, principalmente nos direitos e garantias 
fundamentais assegurados ao cidadão. Provas obtidas por meios 
ilegítimos, portanto, não devem influir na formação do convencimento 
do juiz.
IMPORTANT
E
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. QUADRILHA, CORRUPÇÃO 
PASSIVA, VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL, FALSIDADE IDEOLÓGICA E LAVAGEM DE 
DINHEIRO. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS AUTORIZADAS POR DECISÃO JUDICIAL. 
ALEGAÇÃO DE “QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA”. PERDA OU SUBTRAÇÃO DE PARTE DAS 
GRAVAÇÕES. CONSTRAGIMENTO ILEGAL RECONHECIDO NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE NA DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE 
PRIMEIRA INSTÂNCIA. 1. As provas ilícitas, bem como todas aquelas delas derivadas, são 
constitucionalmente inadmissíveis, mesmo quando reconduzidas aos autos de forma 
indireta, devendo, pois, serem desentranhadas do processo, não tendo, porém, o condão 
de anulá-lo, permanecendo válidas as demais provas lícitas e autônomas delas não 
decorrentes, ou ainda, que também decorreram de outras fontes, além da própria prova 
ilícita; garantindo-se, pois, a licitude da prova derivada da ilícita, quando, conforme 
salientado pelo Ministro EROS GRAU, “arrimada em elementos probatórios coligidos antes 
de sua juntada aos autos”. 2. Assentou o Superior Tribunal de Justiça que, em matéria 
de provas ilícitas, o art. 157, § 1º, do Código de Processo Penal, com a redação dada pela 
Lei n. 11.690/2008, excepciona a adoção da teoria dos frutos da árvore envenenada na 
hipótese em que os demais elementos probatórios não estiverem vinculados àquele cuja 
ilicitude foi reconhecida. 3. Não há, portanto, nenhuma ilegalidade na remessa dos autos ao 
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
15
Juízo processante de primeira instância, a quem ordinariamente compete o primeiro exame 
dos elementos de prova pertinentes à causa, para o fim de selecionar e expurgar as provas 
contaminadas, mantendo hígida a porção lícita, delas independente. Em outras palavras, não 
cabe a esta CORTE, nesta via estreita, se antecipar e proferir qualquer decisão acerca da 
legalidade de provas que nem mesmo foram analisadas pelo Juízo competente. 4. Agravo 
Regimental a que se nega provimento. (STF, HC 156157 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE 
MORAES, Primeira Turma, julgado em 19/11/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-251 DIVULG 
23-11-2018 PUBLIC 26-11-2018) (grifou-se).
Esse tópico será aprofundado no momento do estudo das provas no 
processo penal. 
IMPORTANT
E
Esses são os princípios mais importantes do processo penal, porém, tem-se que 
ter em mente que não são os únicos. Você consegue pensar em mais três princípios além 
dos elencados aqui?
4 SISTEMAS DE PROCESSO PENAL
Sistemas de processos penais é a terminologia utilizada para denominar 
a forma como se estrutura o processo penal em determinada nação, levando-se 
em conta características específicas. Doutrinariamente, os sistemas se dividem 
em sistema inquisitivo, sistema acusatório e sistema misto. Porém, hoje, nenhum 
sistema penal no mundo pode ser classificado apenas como inquisitivo ou 
acusatório, sendo que todos são mistos por causa da mistura de características, 
como se verá a seguir. 
4.1 SISTEMA INQUISITIVO
O sistema inquisitivo está ligado à época da Inquisição da Igreja Católica, 
em que ela perseguia os hereges e utilizava o sistema inquisitivo como meio de 
julgar e condená-los. Porém, esse sistema não está apenas ligado à Igreja Católica, 
sendo amplamente utilizado na Idade Média para os processos criminais e até 
mesmo para os processos civis. 
Mas quais são as características deste sistema?
Nucci (2016, p. 75) elenca as características mais importantes apontando que: 
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
16
É caracterizado pela concentração de podernas mãos do julgador, 
que exerce, também, a função de acusador; a confissão do réu é 
considerada a rainha das provas; não há debates orais, predominando 
procedimentos exclusivamente escritos; os julgadores não estão sujeitos 
à recusa; o procedimento é sigiloso; há ausência de contraditório e a 
defesa é meramente decorativa.
Assim, através das características elencadas, chega-se à conclusão de que 
esse tipo de sistema era típico do período dos reis absolutistas, em que os reis 
possuíam todos os poderes. E que era totalmente incompatível com as ideias 
iluministas adotadas pela Revolução Francesa, e por isso, esse tipo de sistema foi 
recusado após a tomada de poder pelos revolucionários, havendo um rompimento 
na ordem jurídica. 
UNI
LEMBRE-SE: Julgador e acusador são funções exercidas pela mesma pessoa que 
tem total poder de instruir o processo inclusive com torturas; a confissão é considerada a prova 
mais importante, mesmo que obtida mediante tortura, sendo suficiente para condenação. O 
procedimento é escrito e nele não é oportunizado o contraditório ou a defesa.
4.2 SISTEMA ACUSATÓRIO
O Sistema Acusatório era o utilizado na antiguidade, porém, entrou em 
declínio quando passou a ser adotado o sistema inquisitivo. 
Sua principal característica é a divisão de funções para pessoas diversas, 
ou seja, o acusador e o julgador não podem ser a mesma pessoa, é necessário que 
haja separação das funções, sendo cada uma exercida por uma pessoa diversa. 
Com isso, pode-se chegar mais perto de um julgamento imparcial, já que o 
julgador não estará vinculado a nenhuma das partes. 
Desta forma, busca-se também uma maior paridade entre as partes, sendo 
que a acusação é livre para acusar, sendo ela exercida pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa, mas o réu pode se defender, utilizando-se de todas as provas 
admitidas, privilegiando-se a aplicação do contraditório e da ampla defesa. Essa 
liberdade de convencer o juiz acarreta uma responsabilidade para as partes, que 
é a de produzir todas as provas que eles entenderem necessárias, não cabendo ao 
juiz essa produção de provas, apenas de maneira subsidiária.
Em regra, o procedimento é público e oral, mas houve momentos em que 
o procedimento escrito foi utilizado, mas sem descaracterizar esse sistema. Em 
regra, o réu responderá ao processo em liberdade. 
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
17
QUADRO 1 – QUADRO COMPARATIVO DOS SISTEMAS INQUISITORIAL E ACUSATÓRIO 
SISTEMA INQUISITORIAL SISTEMA ACUSATORIAL
Não há separação das funções de acusar, 
defender e julgar que estão concentradas 
em uma única pessoa, que assume as 
vestes de um juiz inquisidor.
Separação das funções de acusar, defender e 
julgar. Por consequência, caracteriza-se pela 
presença de partes distintas (actum trium 
personarum), contrapondo-se acusação e defesa 
em igualdade de condições, sobrepondo-se a 
ambas um juiz, de maneira equidistante e 
imparcial.
Como se admite o princípio da verdade 
real, o acusado não é sujeito de direitos, 
sendo tratado como mero objeto do 
processo, daí por que se admite inclusive 
a tortura como meio de se obter a 
verdade absoluta.
O princípio da verdade real é substituído pelo 
princípio da busca da verdade, devendo a 
prova ser produzida com fiel observância ao 
contraditório e à ampla defesa.
Gestão da prova: o juiz inquisidor é 
dotado de ampla iniciativa acusatória 
e probatória, tendo liberdade para 
determinar de ofício a colheita de 
elementos informativos e de provas, seja 
no curso das investigações, seja no curso 
da instrução processual.
Gestão da prova: recai precipuamente sobre 
as partes. Na fase investigatória, o juiz só 
deve intervir quando provocado, e desde 
que haja necessidade de intervenção judicial. 
Durante a instrução processual, prevalece 
o entendimento de que o juiz tem certa 
iniciativa probatória, podendo determinar 
a produção de provas de ofício, desde que o 
faça de maneira subsidiária.
A concentração de poderes nas mãos 
do juiz e a iniciativa acusatória dela 
decorrente é incompatível com a garantia 
da imparcialidade (CADH, art. 8º, §1º) o 
princípio do devido processo legal.
A separação das funções e a iniciativa 
probatória residual restrita à fase judicial 
preserva a equidistância que o magistrado 
deve tomar quanto ao interesse das partes, 
sendo compatível com a garantia da 
imparcialidade e com o princípio do devido 
processo legal.
FONTE: Lima (2017, p. 41)
4.3 SISTEMA MISTO
Também denominado de sistema francês, surge com o Código de Processo 
Penal Francês de 1808 (Code d’Instruction Criminelle), pós-revolução Francesa. 
O sistema inquisitivo, que dominava as nações em 1808, não se adequava 
mais aos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade da revolução francesa. Com 
o intuito de romper com a ordem jurídica anterior, o Código de Processo Penal 
Francês de 1808 adotou um sistema misto, com uma fase preliminar inquisitiva e 
uma fase posterior acusatória. 
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
18
Assim, esse sistema que conjuga a adoção dos dois outros sistemas é 
composto de uma fase preliminar, em que vigora a sigilo, escrita e secreta, sem o 
contraditório. E uma segunda fase, na qual o órgão acusador delimita a denúncia, 
e o réu terá direito à defesa, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
4.4 SISTEMA ADOTADO PELO BRASIL
Em relação ao sistema adotado pelo Brasil, os autores não são unânimes 
em sua posição, havendo duas correntes doutrinárias a esse respeito. Vejamos:
• Hélio Tornaghi, Edilson Bonfim – O Brasil, pelo regramento do Código de 
Processo Penal, adota o sistema misto, em que existe um inquérito policial, no 
qual se objetiva a descoberta da materialidade e da autoria dos delitos, sendo 
o procedimento sigiloso, escrito, sem contraditório; E uma segunda fase, a 
processual, em que haverá a figura do acusador – geralmente exercida pelo 
Ministério Público –, do defensor do réu, sendo o procedimento, em regra, 
público e oral, em que serão aplicados os princípios do contraditório e da 
ampla defesa, e será decidido por um juiz imparcial. 
• Renato Brasileiro Lima – O Brasil adota o sistema acusatório, uma vez que a 
Constituição de 1988 assegurou a divisão das funções de julgar, defender e 
acusar, sendo que cada uma delas deve ser exercida por uma pessoa distinta; 
além dos princípios do contraditório e da ampla defesa hoje figurarem no 
rol dos direitos e garantias individuais fundamentais. Para ele o Código 
de Processo Penal deve ser lido de uma maneira a se adaptar com os 
preceitos constitucionais. Porém, o autor faz uma ressalva que mesmo sob 
o entendimento de que o Brasil adota o sistema acusatório, esse sistema não 
seria totalmente puro. 
UNI
Lembre-se: Sistema Inquisitório – tem em uma mesma pessoa as funções de 
acusar e defender, sendo sigiloso e sem a aplicação do contraditório e da ampla defesa.
Sistema Acusatório – pessoas diferentes exercem as funções de acusar, julgar e defender, 
sendo o procedimento, em regra, público e oral, e sempre com a observância do contraditório 
e da ampla defesa.
Sistema Misto – possui uma fase inquisitória e outra acusatória. 
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
19
5 INTERPRETAÇÃO PROCESSUAL PENAL 
A interpretação das leis faz parte da atividade do operador do direito, 
seja ele juiz, promotor, delegado, advogado etc. No sistema brasileiro, as leis 
são redigidas pelo Legislativo, em regra, e após entrarem em vigor, passam a 
valer como critério para que os cidadãos pautem suas atitudes. Por isso, as leis 
deveriam ser claras e de fácil intelecção e aplicação, mas nem sempre é assim. 
Por isso é tão importante conhecer as formas possíveis de interpretação da 
lei processual penal. 
O artigo 3º do Código de Processo Penal determina que "a lei processual 
penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de direito" (BRASIL, 1941). Assim, a normativa 
legal elenca dois tipos de interpretação: a extensivae a analógica. Vamos a eles.
5.1 INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
A interpretação extensiva é utilizada quando o legislador determinou 
menos do que deveria (ou queria). Assim, o CPP autoriza a interpretação 
extensiva para que a norma alcance todo o significado que deveria. Nucci (2016) 
exemplifica como caso do artigo 254, em que determina as causas de suspeição do 
juiz, mas que pode se interpretar extensivamente e aplicar essas mesmas causas 
para o jurado, que é considerado um juiz leigo que funcionará perante o conselho 
de sentença do júri. 
O cuidado que se deve tomar ao aplicar a interpretação extensiva é para 
não aplicá-la quando o legislador deixar claro que aquele não era seu intuito.
5.2 APLICAÇÃO ANALÓGICA
 A analogia é um método de integração da norma e não de sua interpretação; 
o que se pretende é que o intérprete consiga colocar na norma algo semelhante 
– com as mesmas características – mas que não está previsto expressamente na 
norma. Isso porque o legislador não consegue prever todas as hipóteses em que 
se poderia aplicar o mesmo direito, deixando assim para o intérprete, no caso 
concreto, verificar a possibilidade de se encaixar ali uma nova possibilidade.
No CPP existem casos expressos em que o legislador previu a aplicação 
da analogia como forma de complementar a norma. Por exemplo, o artigo 254, II:
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser 
recusado por qualquer das partes:
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
20
[...]
II- se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo 
a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja 
controvérsia (BRASIL, 1941) (grifo nosso). 
Neste caso, o legislador não pode prever todos os tipos de ação que o juiz 
irá julgar, por isso prescreve que, em respondendo a alguém muito próximo dele, 
por um fato semelhante àquele que será julgado, o juiz deve se declarar suspeito. 
DICAS
Embora o artigo 3º do CPP preveja expressamente a utilização da interpretação 
extensiva e da aplicação analógica, ele não veda outras formas de interpretação como a 
gramatical e a literal.
6 A LEI PROCESSUAL NO TEMPO 
As normas de processo penal, desde o momento em que entrem em vigor, 
devem ser aplicadas de imediato ao processo, mesmo para aqueles que já estão 
em andamento por força do disposto no artigo 2º do CPP, que determina que “a 
lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior” (BRASIL, 1941).
Assim, uma regra que muda a forma de intimação dos jurados será 
aplicada para todos os casos que estão em processamento perante a vara crime, e 
para aqueles que intimaram os jurados pela norma antiga, esta intimação é válida 
e não precisa ser refeita.
Porém, o operador do direito terá que ter o cuidado ao analisar a norma 
para observar se ela se trata apenas de uma norma processual ou se ela é uma 
norma que trata sobre direito material (prescrição, decadência, aquelas que 
afetem a liberdade do acusado etc.), porque se ela tiver incidência sobre o direito 
material, ela poderá retroagir para alcançar fatos pretéritos se benéfica; mas não 
poderá retroagir para alcançar fatos pretéritos se piorar a situação do réu. 
Explica-se com um exemplo:
Uma norma meramente processual entra em vigor no dia 5 de maio de 
2019, neste caso, ela será aplicada para todos os processos em andamento e para 
os futuros, a partir do dia 5 de maio de 2019. Porém, se essa norma atingir direito 
material, ela só poderá ser aplicada para os casos futuros, aqueles cometidos a 
partir de 5 de maio de 2019, não podendo ser aplicada de imediato aos processos 
em andamento.
TÓPICO 1 | PROCESSO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
21
IMPORTANT
E
No processo penal a lei se aplica imediatamente mesmo para os processos em 
curso, respeitando-se os atos já cumpridos, e também os prazos que estão em curso no 
momento da entrada em vigência da nova lei.
7 A LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO
O artigo 1º do CPP determina a aplicação da lei processual penal em 
todo o território brasileiro, visando à manutenção da soberania nacional. Porém, 
esse mesmo artigo prevê algumas exceções em que não serão aplicadas as regras 
previstas neste Código. 
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por 
este Código, ressalvados:
I- os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II- as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos 
ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da 
República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes 
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III- os processos da competência da Justiça Militar;
IV- os processos da competência do tribunal especial (Constituição, 
art. 122, nº 17);
V- os processos por crimes de imprensa.
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos 
referidos nos nºs IV e V, quando as leis especiais que os regulam não 
dispuserem de modo diverso (BRASIL, 1941).
Necessário esclarecer que a ressalva dos tratados e convenções e regras de 
direitos internacionais podem ser aplicadas cumulativamente ao processo penal 
brasileiro, no caso, por exemplo, da necessidade de produção de provas em outro 
país, momento em que deverão ser observadas as regras dispostas nos tratados 
de cooperação penal internacional.
Da mesma forma, a ressalva relativa aos casos de crimes cometidos pelo 
Presidente da República, Ministros de Estado, e do STF se dá por força da previsão 
constitucional de procedimento e foro diferenciados a essas pessoas tendo em 
vista o cargo que ocupam. 
Já em relação à ressalva dos processos de competência da justiça militar 
se dá em razão de que aquela possui um Código Penal e de Processo Penal 
específicos de aplicação exclusiva para eles. 
Os tribunais especiais foram extintos com a Constituição Federal de 1988. 
Sobre os crimes de imprensa, Lima (2016, p. 92) ressalva que:
UNIDADE 1 | TEORIA DO CONHECIMENTO PENAL
22
Referidos delitos estavam previstos na Lei n° 5.250/67. Dizemos que 
estavam previstos na Lei nº 5.250/67 porque no julgamento da arguição 
de descumprimento de preceito fundamental n° 130, o Supremo 
Tribunal Federal julgou procedente o pedido ali formulado para o 
efeito de declarar como não recepcionado pela Constituição Federal 
todo o conjunto de dispositivos da Lei 5.250/67.
DICAS
A lei processual penal deve ser aplicada em todos os procedimentos a serem 
cumpridos no Brasil, até mesmo nas cartas rogatórias advindas de outros países.
23
Neste tópico, você aprendeu que: 
• O processo penal serve como uma limitação ao direito de punir exercido 
pelo Estado, protegendo os cidadãos dos desmandos estatais com a fixação 
antecipada das regras pelas quais o cidadão irá responder.
• Os princípios aplicáveis ao processo penal são:
a) princípio do devido processo legal – previsto em nossa Constituição Federal 
no artigo 5º, LIV, que determina que todo procedimento deve respeitar as 
regras pré-fixadas na legislação;
b) princípio da presunção de inocência – previsto no artigo 5º, LVII da Constituição 
Federal e determina que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória”;
c) princípio do contraditório e da ampla defesa (embora sejam dois, estudamos 
em conjunto porque se interligam), previstos no artigo 5º, LV, da Constituição 
Federal, que determina “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, 
e aos acusados em geral serão assegurados o contraditório e a ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes”;
d) princípio do juiz natural, previsto no artigo 5º, LIII, da Constituição Federal, 
determinando que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente” e artigo 5º, XXXVII, da Constituição Federal que 
dispõe que “não haverá juízo ou tribunal de exceção”; 
e) princípio da identidade física do juiz, previsto no artigo 399, §2º, do CPP: “O 
juiz que presidiu a instruçãodeverá proferir a sentença”; 
f) princípio da igualdade processual, considerado um princípio implícito, deriva 
do princípio da isonomia previsto no art. 5º, caput da Constituição Federal, e 
determina que as partes têm que ser tratadas de maneira igual no processo; 
g) princípio da verdade real, no processo penal busca descobrir o que realmente 
aconteceu no caso sub judice;
h) princípio da publicidade, previsto no artigo 5º, LX, da Constituição Federal “a 
lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem”;
i) princípio do duplo grau de jurisdição, previsto no art. 8.º, 2, h, da Convenção 
Americana dos Direitos Humanos, garante o direito ao réu de recorrer a um 
órgão colegiado para rever sua decisão; 
j) princípio da aplicação do “ne bis in idem”, veda que o acusado seja processado 
ou punido duas vezes pelo mesmo fato delituoso;
RESUMO DO TÓPICO 1
24
k) princípio da duração razoável do processo, previsto no artigo 5º, inciso 
LXXVIII, “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação”;
l) princípio da intranscendência, previsto no artigo 5º, XLV, da Constituição 
Federal determina que o processo nem a pena podem ultrapassar a pessoa do 
réu;
m) princípio da inadmissibilidade de provas obtidas por meio ilícito. Esse 
princípio constitucional tem sua previsão no artigo 5º, LVI, determinando 
que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”; 
também previsto no Código de Processo Penal no artigo 157, incluído pela 
Lei nº 11.690/2008, que disciplina que “São inadmissíveis, devendo ser 
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas 
em violação a normas constitucionais ou legais”.
• Os sistemas de processo penal se dividem em sistema inquisitivo, sistema 
acusatório, sistema misto. Sistema inquisitivo é aquele em que há a confusão do 
julgador e acusador na mesma pessoa, sem contraditório ou direito de defesa 
efetiva. O sistema acusatório é aquele em que operadores do direito distintos 
exercem a função de acusação, defesa e julgamento, em regra é público e oral, 
e é garantido o direito de ampla defesa com uso do contraditório. E o sistema 
misto é aquele composto de duas fases, sendo uma preliminar inquisitiva e 
outra posterior acusatória.
• O sistema adotado pelo Brasil temos duas correntes doutrinárias, sendo que a 
majoritária informa que é misto. 
• A interpretação da lei processual penal pura tem aplicação imediata.
• A lei processual penal tem aplicação em todo o território nacional com exceção 
dos casos previstos nos incisos do artigo 1º do CPP.
25
Caro acadêmico! Para que possamos avaliar o conhecimento adquirido 
até este momento, convido-o a realizar as atividades a seguir:
1 O princípio da identidade física do juiz é aquele que proíbe o tribunal de 
exceção:
a) ( ) Falso. 
b) ( ) Verdadeiro.
2 Os sistemas penais são divididos em:
a) ( ) Sistema acusatório e inquisitivo, sendo que a corrente majoritária afirma 
que no Brasil se adota o sistema acusatório.
b) ( ) Sistema acusatório e inquisitivo, sendo que a corrente majoritária afirma 
que no Brasil se adota o sistema inquisitivo.
c) ( ) Sistema inquisitivo, acusatório e misto, sendo que a corrente majoritária 
afirma que no Brasil se adota o sistema inquisitivo.
d) ( ) Sistema inquisitivo, acusatório e misto, sendo que a corrente majoritária 
afirma que no Brasil se adota o sistema acusatório.
e) ( ) Sistema inquisitivo, acusatório e misto, sendo que a corrente majoritária 
afirma que no Brasil se adota o sistema misto.
3 A lei processual penal brasileira, segundo os artigos 1º e 2º do CPP se aplicam 
em relação ao território e ao tempo, respectivamente:
a) ( ) Em todo território nacional e imediatamente, respeitando-se a proibição 
da retrospectiva se a lei nova prejudicar o réu.
b) ( ) Em todo território nacional respeitando-se a proibição da retrospectiva 
e imediatamente.
c) ( ) Em todo território nacional e imediatamente, sem exceções.
d) ( ) Em todo território nacional, ressalvado os casos previstos em os tratados, 
as convenções e regras de direito internacional; as prerrogativas 
constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, 
nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros 
do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade, os 
processos da competência da Justiça Militar, e em relação ao tempo, é 
aplicado imediatamente.
e) ( ) Em todo território nacional e imediatamente, respeitando-se a proibição 
da retrospectiva se a lei nova beneficiar o réu.
AUTOATIVIDADE
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4 Com relação aos princípios processuais penais, assinale a alternativa correta:
a) ( ) O princípio da publicidade não pode nunca ser excepcionado, sendo 
todas as ações devem correr com toda publicidade para garantir a 
imparcialidade do julgador.
b) ( ) O princípio da publicidade pode ser excepcionado, nos casos da vítima 
ser menor.
c) ( ) O princípio da publicidade pode ser excepcionado quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem.
d) ( ) O princípio da publicidade não pode nunca ser excepcionado, sendo 
que todas as ações devem correr com toda publicidade para garantir a o 
duplo grau de jurisdição. 
5 São princípios aplicáveis ao processo penal:
a) ( ) Princípio do juiz natural, princípio da identidade física do juiz, 
princípio do tribunal de exceção, princípio da verdade real, princípio 
da publicidade, princípio do duplo grau de jurisdição.
b) ( ) Princípio do juiz natural, princípio da identidade física do juiz, 
princípio da igualdade processual, princípio da verdade real, princípio 
da publicidade, princípio do duplo grau de jurisdição.
c) ( ) Princípio do juiz natural, princípio do sigilo, princípio da igualdade 
processual, princípio da verdade real, princípio da publicidade, 
princípio do duplo grau de jurisdição.
d) ( ) Princípio do juiz natural, princípio da identidade física do juiz, princípio 
da igualdade processual, princípio da verdade formal, princípio da 
publicidade, princípio do duplo grau de jurisdição.
e) ( ) Princípio do juiz natural, princípio da identidade física do juiz, 
princípio da igualdade processual, princípio da verdade real, princípio 
da publicidade, princípio do triplo grau de jurisdição.
27
TÓPICO 2
INQUÉRITO POLICIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O Código de Processo Penal regulamenta a regra geral aplicada para 
todos os procedimentos penais do Brasil. Diz a regra geral porque pode haver 
exceções previstas em leis esparsas.
Assim, esse dispositivo penal prevê todas as regras que devem ser seguidas 
pelo magistrado ou pelo delegado no momento da confecção do inquérito policial.
E é sobre esse inquérito policial, essa peça instrutória do processo penal 
que iremos dedicar nosso estudo no Tópico 2, da Unidade 1. Vamos nessa?
2 PERSECUÇÃO PENAL
No momento da ocorrência de um delito, seja ele crime ou contravenção 
penal, surge para o Estado um poder-dever de punir o infrator, porém, em sua 
maioria, não é fácil essa aplicação da lei ao caso concreto, demandando do Estado 
um esforço para a elucidação do fato concreto em busca da verdade real. 
Para essa busca, o Estado possui instrumentos que possibilitam a realização 
deste seu poder-dever. Bonfim (2017, p. 130) afirma que
Essa atividade denominada “persecução penal” é o caminho que 
percorre o Estado-Administração para satisfazer a pretensão punitiva, 
que nasce no exato instante da perpetração da infração penal. A 
persecutio criminis divide-se em três fases: investigação preliminar 
(compreender a apuração da prática de infrações penais, com vistas 
a fornecer elementos para que o titular da ação penal possa ajuizá-la), 
ação penal (atuação junto ao Poder Judiciário, no sentido de que seja 
aplicada condenação aos infratores, realizando assim a concretização 
dos ditames

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