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Concurso de Pessoas
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
 Unissubjetivos, monossubjetidos ou de concurso eventual: cometidos por uma ou várias pessoas em concurso
- Nesse caso o crime poderia ser cometido por apenas uma pessoa, mas eventualmente foi praticado por mais indivíduos
- Todos os envolvidos são penalizados, mas com penas individualizadas, proporcionalmente aos atos praticados por cada um.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (responsabilidade)
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
 § 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
 Plurissubjetivos ou de concurso necessário: a pluralidade de sujeitos ativos exigida
- Certos tipos penais que exigem a presença de mais de um, por exemplo o crime de associação criminosa (mín. de 3 pessoas)
HISTÓRIA: LEIS
1830 e 1890: cúmplices (Código do Império)
1940: coautor e partícipe
1984: concurso de pessoas
Obs.: A expressão cúmplice é ultrapassada no Direito Penal brasileiro e por isso dizer que alguém foi cúmplice de outra é insuficiente para que se estabeleça uma punição para tal
TEORIAS
Teoria Monista: a teoria monística ou unitária atribui um só crime a todos os concorrentes, ou seja, todos os envolvidos, como autores, inexistindo a figura do partícipe. Adotada pelo Código Penal apenas pela unidade da infração a todos os envolvidos, mas diferencia o partícipe.
Teoria Dualista: na teoria dualística um crime é imputado aos autores e outro aos partícipes. Ainda que o Código Penal (em seu artigo 29, §1º) preveja a diminuição da pena ao partícipe menos relevante, isso não significa que ele responda por outro crime: “se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço”.
Teoria pluralista: na teoria pluralística atribui-se, a cada agente, um delito diferente. Ela só é adotada no código penal brasileiro como forma de exceção: 
- Corrupção bilateral: corrupção passiva: Art. 317/ corrupção ativa: Art. 333
- Aborto consentido: Art. 124,125 ou 126
- Bigamia: Art. 235 e §1°
- Falso testemunho: Art. 342. E Art. 343
Há, ainda, a colaboração dolosa distinta do CP 29 §2°, quando um dos agentes quis participar de crime menos grave e receberá a pena deste. Nesse caso, um agente não consegue prever a ação do outro e por isso se distingue as penas.
Teoria Restritiva: Na teoria restritiva (regra do código penal) diferencia-se autor de partícipe:
- Autor é somente aquele que executa o núcleo (verbo) do tipo
- Coautor é aquele que coopera na execução do núcleo do tipo
- Partícipe é aquele que auxilia (material), induz ou instiga (moral) o autor
Teoria extensiva: na teoria extensiva, tal como a unitária, não há distinção entre autor e partícipe. A diferença para a monista é que a extensiva admite pena menor ao colaborador de menor relevância.
Teoria do Domínio do Fato: teoria criada por Hans Welzel que considera autor aquele que tem o domínio do fato, ou seja, que possui seu controle final, ainda que não execute diretamente o núcleo do tipo. O principal exemplo está no mandante do crime, o autor intelectual. Todavia, não se aplica aos crimes culposos e a condutas distintas do mandado.
REQUISITOS
 Cumpridos os requisitos, todos os envolvidos responderão pelo mesmo crime (unidade da infração), na medida de sua culpabilidade (teoria monista). Tais requisitos são:
Pluralidade de condutas: exige-se a participação de mais de uma pessoa nos comportamentos penalmente relevantes, ou seja, riscos proibidos aos bens jurídicos.
Relevância causal da conduta: nos crimes materiais a conduta dos participantes (ação/omissão) deve apresentar importância causal para o resultado criminoso, ou seja, com risco proibido (não permitido).
Vínculo Subjetivo: os envolvidos devem estar subjetivamente (conscientemente) vinculados entre si, ainda que inexista acordo prévio entre eles.
Colaboração anterior à consumação: a colaboração tem que ocorrer antes da consumação do crime, já a colaboração (moral/material) posterior à consumação poderá ensejar a prática de outro crime, como receptação (CP 180), favorecimento pessoal (CP 348), favorecimento real (CP 329), lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98), entre outros. Deve haver identidade de crimes (monista).
PARTÍCIPE 
 Conceito restritivo de autor:
- Partícipe moral e material
- Elementares 
- Vínculo subjetivo
 PARTICIPAÇÃO MORAL E MATERIAL
- Moral: cooperação psicológica por induzimento (desperta a ideia criminosa no autor) e por instigação (incentiva a ideia criminosa no autor)
- Material: colaboração material, como dinheiro, arma, carro etc.
Obs.: sempre dolosa em crime doloso, desde que iniciada a execução do crime (CP 31), mesmo que não culpável (típico + antijur)
PARTICIPAÇÃO DE MENOR RELEVÂNCIA
Há uma causa de diminuição de pena (1/6 a 1/3) para o partícipe de menor importância no Código Penal (CP 29 §1°). O mesmo não ocorre na coautoria, pois a execução do núcleo do tipo é sempre relevante (possui divergência doutrinária!).
 PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO
O garantidor (dever jurídico de cuidado CP 13 §2°) se omite ao presenciar um crime praticado por terceiro, quando será partícipe por omissão, ou seja, equiparado ao autor do delito.
Ex.: um policial vê um criminoso roubando uma loja e não faz nada, mesmo estando na ativa.
Difere do crime comissivo por omissão pela presença de terceira pessoa cometendo o crime, na participação por omissão. Difere da conivência, pois nesse caso inexiste a posição do garantidor.
 PARTÍCIPE COMO AUTOR
O Código Penal não pune o (a) suicida ou a (o) prostituta (o), mas pene quem induz, instiga e auxilia o suicida (CP 122) ou favorece a prostituição (CP 288).
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Esses comportamentos se assemelham à participação mora/material, mas são executados pelos autores dos crimes.
 ELEMENTARES DO CRIME
- As elementares do crime (ex. funcionário público e infanticídio) e as circunstâncias objetivas (ex. emprego de arma), se conhecidas pelos agentes, a eles se comunicam.
Ex. se apenas uma das pessoas estiver armada e você sabia, e ela matar um terceiro, você também responderá por homicídio 
- As circunstâncias de caráter pessoal (ex. motivação, parentesco, confissão) e condições subjetivas (ex. menoridade e reincidência) são incomunicáveis – relacionados a pessoa do criminoso.
Ex. um dos praticantes do crime é reincidente e o outro é réu primário e serão julgados em condições individuais 
Obs.: se você comete um crime com um parente seu, sua pena é aumentada 
Art. 30/CP. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. => Casos de impunibilidade
 AUTORIA
- Colateral: duas pessoas concorrem para o resultado e não sabem da conduta da outra (sem vínculo).
Ex.: dois agentes atiram, ao mesmo tempo, na mesma vítima, sem conhecimento da existência do outro.
- Incerta: quando é impossível definir qual dos agentes causou o resultado
- Mediata: o mandado é mero instrumento do autor (mandante), seja por falta de capacidade (menor, doente mental, ébrio habitual), por coação moral irresistível (ameaça), por erro de tipo escusável ou obediência hierárquica (mandado sem dolo). Na hipnose, sonambulismo ou coação física irresistível a autoria é imediata pelo “mandante” e não se admite nos crimes culposos
Obs.: NOS CASOS ACIMA NÃO EXISTE CONCURSO DE PESSOAS

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