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ARTIGO - DIREITO - GUARDA MUNICIPAL UMA INSTITUICAO POLICIAL - Tiago Coutinho - NOTA 9 5

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FACULDADE CURITIBANA 
DIREITO 
 
 
TIAGO COUTINHO DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARDA MUNICIPAL: UMA INSTITUIÇÃO POLICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2020 
 
 
TIAGO COUTINHO DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARDA MUNICIPAL: UMA INSTITUIÇÃO POLICIAL 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Direito da Faculdade Curitibana, como 
requisito para obtenção do grau de Bacharel em 
Direito. 
 
 
Orientador (a): Flávia Pitaki Dufour. 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2020 
 
 
TIAGO COUTINHO DE SOUZA 
 
 
 
 
 
GUARDA MUNICIPAL: UMA INSTITUIÇÃO POLICIAL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Direito da Faculdade Curitibana, como 
requisito para obtenção do grau de Bacharel em 
Direito. 
 
 
 
 
 
APROVADO EM: 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
___________________________/___/____ 
PROF. 
FACULDADE CURITIBANA 
__________________________/___/_____ 
PROF. 
FACULDADE CURITIBANA 
__________________________/___/_____ 
PROF. 
FACULDADE CURITIBANA 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico esse trabalho a minha esposa Sirlei da Silva Galvão por ter me 
acompanhado nesta jornada, acreditando em mim e me ajudando a perseverar ao 
longo desses 5 anos de estudo, pela paciência nos momentos de ausência de afeto 
causada pela constante dedicação aos estudos. Desde já agradeço pela 
compreensão e parceria, e com toda certeza isto não seria possível sem este apoio 
incondicional, muito obrigado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus Pai todo poderoso por ser a base e sustento 
da minha vida e de minhas conquistas; 
Aos meus pais Antônio e Conceição pelos ensinamentos desde os tempos de 
menino que com certeza me levaram a alcançar essa conquista; 
Aos professores e coordenadores do curso de Direito da Faculdade 
Curitibana pela excelência nas aulas ministradas; 
E por fim, ao meu amigo Lanes Martins, que me serviu de inspiração durante 
esta jornada, mas que, infelizmente, nos deixou partindo ao seu descanso. 
Descanso este que não é eterno segundo minha esperança de que um dia nos 
encontraremos novamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a minha orientadora pela 
paciência e grandes ensinamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua 
boca procedem o conhecimento e o 
entendimento”. 
Provérbios 2.6 
 
 
RESUMO 
 
Este estudo objetiva apresentar quais motivos podem influenciar a aplicação da 
Guarda Municipal nos incisos do art. 144 da C.F, para reconhecê-las como 
Instituição Policial, bem como dar conhecimento de como são criadas as guardas 
municipais, da mesma forma a compreender as áreas de atuação destas 
instituições, analisando como são realizadas suas atividades; para tanto, buscou-se 
pesquisar qual garantia jurídica ampara as ações destas instituições nos dias atuais, 
para então, poder apresenta-las, ou não, como uma instituição policial. Assim, 
utilizou-se como método de estudo o levantamento bibliográfico, através de 
referencial teórico sobre a segurança pública no âmbito dos municípios nos dias 
atuais. Devido ao sentimento de insegurança da população, e a falta de 
reconhecimento quanto as ações das guardas municipais, na análise dos resultados 
alcançados, foi possível constatar, um avanço na legislação referente a segurança 
pública no Brasil, o que resulta em proteção jurídica nas ações das guardas 
municípais, com destaque na lei 13.022/2014, pouco conhecida pela sociedade. Os 
desafios futuros, estão na perspectiva de uma possível emenda constitucional, no 
que se refere a inserção dessas instituições nos incisos do art. 144 da CF. 
Enfim, por meio de todo estudo realizado, referente às guardas municipais, é 
possível afirmar que, trata-se de fato de uma institição policial, mas que, pela não 
utilização da nomenclatura polícia, uma vez que, a legislação não embasa esta 
identificação, acaba por gerar a falta de reconhecimento como instituição policial e 
ainda, certa dúvida se, essas instituições, deveriam desempenhar ações típicas de 
polícia, confirmando a hipótese de que, uma possível emenda constitucional poderia 
sanar tais questionamentos. 
 
Palavras chave: Guarda Municipal. Segurança Pública. Instituição Policial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study aims to present which reasons may influence the application of the 
Municipal Guard in the items of art. 144 of C.F, to recognize them as a Police 
Institution, as well as to give knowledge of how municipal guards are created, 
in the same way to understand the areas of operation of these institutions, 
analyzing how their activities are carried out; to this end, we sought to 
research what legal guarantee supports the actions of these institutions today, 
so that we can present them, or not, as a police institution. Thus, the 
bibliographic survey was used as a study method, through a theoretical 
framework on public security in the scope of municipalities today. Due to the 
feeling of insecurity of the population, and the lack of recognition regarding the 
actions of the municipal guards, in the analysis of the results achieved, it was 
possible to verify, an advance in the legislation related to public security in 
Brazil, which results in legal protection in the actions of the municipal guards, 
highlighted in Law 13.022 / 2014, little known by society. The future challenges 
are in the perspective of a possible constitutional amendment, with regard to 
the insertion of these institutions in the items of art. 144 of the CF. Anyway, 
through all the study carried out, referring to the municipal guards, it is 
possible to affirm that, it is in fact a police institution, but that, by not using the 
police nomenclature, since the legislation does not support this identification, 
it ends up generating a lack of recognition as a police institution and still, a 
certain doubt as to whether these institutions should perform typical police 
actions, confirming the hypothesis that a possible constitutional amendment 
could solve these questions. 
 
Keywords: Municipal Guard. Public security. Police Institution. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 10 
2. ASPECTOS HISTÓRICOS DA GUARDA MUNICIPAL --------------------------------- 12 
2.1. VISÃO SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA ----------------------------------------------- 14 
2.2. GUARDA MUNICIPAL E CONSTITUIÇÃO FEDERAL ------------------------------ 16 
2.3. SEGURANÇA PÚBLICA NA ATUALIDADE ------------------------------------------- 18 
3. INSTITUIÇÃO GUARDA MUNICIPAL ------------------------------------------------------- 22 
3.1. REQUISITOS E FORMAÇÃO DOS AGENTES --------------------------------------- 23 
3.2. PODER DE POLÍCIA ------------------------------------------------------------------------ 25 
3.3. GUARDA MUNICIPAL E O PODER DE POLÍCIA------------------------------------ 27 
4. RECONHECENDO A GUARDA MUNICIPAL COMO INSTITUIÇÃO POLICIAL - 30 
4.1. USO PROGRESSIVO DA FORÇA ------------------------------------------------------- 31 
4.2. A IMPORTÂNCIA DA GUARDA MUNICIPAL NA SEGURANÇA PÚBLICA --- 34 
4.3. DIREITOS HUMANOS E AS GUARDAS MUNICIPAIS ----------------------------- 36 
5. CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------------- 38 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------------- 41 
 
 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A segurança pública é um direito fundamental garantido pela nossa 
constituição federal, seu objetivoprincipal é assegurar a proteção das pessoas e o 
exercício dos direitos, deveres e liberdades individuais. Diante disso, os municípios 
têm desempenhado papel relevante na garantia desse direito fundamental, uma vez 
que, as guardas municipais no Brasil tem se mostrado atuante nesse contexto, o que 
nos remete a perspectiva de uma nova visão nas ações dessas instituições por 
parte do Estado. 
Desta forma, a segurança pública atualmente conta com uma atuação mais 
direta dos municípios, através das guardas municipais. Com isso, é possível 
presenciar no dia a dia, agentes realizando patrulhamentos nas cidades, prisões e 
trabalhando em conjunto com outras instituições policiais. Esta pesquisa tem por 
objetivo conhecer as instituições guardas municipais, bem como a evolução das 
legislações quanto à segurança pública concernente a elas. 
Diante do cenário atual de violência, e a dificuldade em promover políticas 
públicas mais eficientes, por parte das polícias dos estados, a fim de se obter 
resultados positivos no impacto da criminalidade local, muitos municípios instituíram 
suas guardas municipais, para atender as demandas locais. Ocorre que, essas 
instituições, com o passar do tempo, assumiram cada vez mais atribuições, além 
daquelas descritas no §8° do art. 144 da CF. Portanto, buscou-se reunir dados 
e informações que pudessem responder à seguinte problemática: quais motivos 
influenciam a aplicação da Guarda Municipal no art. 144, da C.F como uma nova 
polícia? 
Ainda permitem compreender, de forma geral, quais fatores poderiam ensejar 
no reconhecimento das instituições guardas municipais como instituição policial, 
ainda que, não se utilize da nomenclatura polícia. Para tanto, se fez 
necessário conhecer especificamente qual a competência dada a estas instituições, 
como atuam, como são criadas dentro do município, bem como, analisar as 
legislações que fundamentam suas ações, para se chegar à conclusão se podem, 
ou não, ser consideradas como uma instituição policial. 
Logo, se faz necessário que, a sociedade possa contar cada vez mais com 
uma polícia de proximidade, para tanto, importa que, estas instituições estejam 
devidamente elencadas no dispositivo jurídico de maior força, ou seja, na C.F em 
11 
 
seu art.144, como órgão policial. Pois só assim, a sociedade, carente de segurança, 
reconhecerá às instituições como uma polícia de fato e de direito, uma vez que, já 
desempenham este papel, mas que, por interpretações divergentes, acabam por 
causar insegurança jurídica, tanto para os agentes quanto para a população. 
Para desenvolvimento do presente trabalho, foram utilizados fichamentos e 
resumos de pesquisas bibliográficas, basicamente em livros, artigos científicos 
referentes à segurança pública nos dias atuais entre outros. As buscas, foram 
realizadas nas plataformas virtuais como, google livros, google acadêmico, sites 
jurídicos e artigos de periódicos num período compreendido entre 2006 à 2020. 
 O critério para escolha dos autores foi a relevância no assunto em segurança 
pública na atualidade, como por exemplo, o autor Claudio Frederico de Carvalho, 
Inspetor da Guarda Municipal de Curitiba com seus 28 anos de carreira na 
Instituição, grande estudioso na área de segurança pública no âmbito do município, 
mais especificamente no município de Curitiba, que traz um estudo histórico da 
segurança pública no Brasil até os dias atuais. 
O trabalho estrutura-se em três capítulos principais, contendo três 
subcapítulos em cada, no primeiro capítulo foram abordados os aspectos históricos 
da Guarda Municipal do Brasil, trazendo momentos importantes na segurança 
pública e surgimento das polícias no Brasil; passando pela visão de segurança 
pública e por fim, Guarda Municipal e Constituição Federal. 
No segundo capítulo, é abordada a Instituição Guarda Municipal, com o 
objetivo de conhecer quais os requisitos de ingresso, passando pela formação dos 
agentes, visão como uma nova polícia, paralelamente com a relação ao poder de 
polícia, e sua importância na segurança pública. O terceiro e último capítulo, trata do 
reconhecimento das guardas municipais como uma instituição 
policial, correlacionado com a prerrogativa do uso da força pelos agentes, e 
por fim, a relação entre a instituição guarda municipal e direitos humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2. ASPECTOS HISTÓRICOS DA GUARDA MUNICIPAL 
 
A história da segurança pública no Brasil, em relação às guardas municipais, 
passou por várias mudanças. A Guarda Real do Rio de Janeiro, criada com essa 
nomenclatura, era a responsável então pela segurança pública neste período, ao 
qual o Príncipe Regente entendeu a necessidade de uma instituição de caráter 
policial. Criada em 13 de maio de 1809, pelo então D. João, a Guarda Real teve 
papel importante na história do país, como por exemplo, na luta pela independência. 
Por volta de 1531, começava-se a pensar a necessidade de uma força policial 
para atuar nas questões da ordem pública. Logo, a figura de uma instituição com a 
natureza policial começa a ganhar corpo no Brasil. A necessidade surgiu para conter 
as invasões dos povoados, realizadas pelos chamados na época, de facínoras. O 
resultado nos dias de hoje, é representado pelas mais diversas polícias existentes 
no Brasil, cada qual com sua competência conforme a C.F. (CARVALHO, 2017). 
Aproximadamente em 1742, o policiamento era realizado pelos chamados 
quadrilheiros. Com o aumento considerável da população nas cidades, os 
quadrilheiros foram se tornando obsoletos. Logo ocorreu uma substituição desses 
"policiais," passando assim, o policiamento ser executado pelos então guardas 
municipais. Em decorrência desses fatos, surge então, de forma mais precisa, em 
1809, a Divisão Militar da Guarda Real, nascendo então uma força policial 
militarizada (CARVALHO, 2017). 
Com base no autor Carvalho (2017, p. 38) "Em 1832, com a criação do posto 
de major da Guarda Municipal, foi nomeado para ocupar esta patente Luiz Alves de 
Lima e Silva, o Duque de Caxias [...]". Percebe aqui que, as Guardas Municipais 
começam a ser militarizadas com postos e patentes típicas das forças militares uma 
vez que, se fazia necessário um maior controle da instituição. 
De acordo com Carvalho (2017), podemos dizer que o grande marco 
histórico, ocorrido em 14 de Junho de 1831, foi a criação de fato das Guardas 
Municipais no Brasil, chamada assim de Corpo de Guardas Municipais. 
Vale ressaltar que, durante esse período, havia ainda a existência da Guarda Real 
de Polícia, a qual era braço importante do Imperador D. Pedro I, vindo assim, esta, 
insurgir contra a Regência Trina Provisória num momento conturbado do Império, 
resultando na extinção de fato da Guarda Real de Polícia, criando posteriormente, o 
13 
 
posto de Inspetor Geral das Guardas Municipais, muito comum até os dias de hoje 
nas mais diversas Guardas existentes no país. 
Figura 1 - Guarda Nacional 
 
Fonte: (DE ANGELO, 2013, p. online) 
 
Conforme Carvalho (2017), a segurança pública no Brasil passou por vários 
acontecimentos históricos, a compreensão desses fatores históricos nos faz ter uma 
ideia da evolução da segurança pública no Brasil. 
Eventos históricos referentes à segurança pública no Brasil: 
• 1531 - Primeiras diretrizes estabelecidas destinadas à ordem pública, civis e 
penais. 
• 1542 - Surgimento uma das Primeiras tropas de milícia do Brasil, sua missão 
era expulsar uma força espanhola que ameaçava aquela capitania. 
• 1775 - Criação do primeiro corpo de policiais do Brasil. 
• 1831 - Criada as Guardas Municipais em 10 de outubro do presente ano, 
mediante lei imperial no Rio de Janeiro e demais províncias devido as 
carências dos municípios em relação a segurança. 
• 1842 - Divisão da função policial em administrativa e judiciaria. 
14 
 
• 1970 - Extinção da Guarda Municipal devido o enfraquecimento dos 
municípios.• 1988 - Recriação da Concepção de polícia cidadã, devido a nova constituição 
que elevou novamente os municípios em posição de igualdade perante os 
Estados e Distrito Federal. 
• 2014 - Estatuto Geral das Guardas Municipais. 
Durante o período de 1988 até 2019, a segurança pública no Brasil teve diversas 
evoluções, ainda que precise melhorar, e muito, houveram avanços significativos no 
que se refere ao policiamento preventivo. 
Por fim, podemos chegar à conclusão de que, devido aos fatos históricos, 
desde o Brasil Império, a segurança pública passou por diversas mudanças no que 
se refere às instituições que realizavam o policiamento da época. Logo, é 
indiscutível que as guardas municipais foram instituições pioneiras a realizar o 
policiamento na época, e consequentemente, a segurança pública local. Neste 
sentido, é possível perceber que as mudanças institucionais, resultado dos conflitos 
de interesses políticos e desenvolvimento natural da sociedade, contribuíram para 
criação e extinção, bem como as mudanças de nomenclaturas daquelas forças que 
atuavam na ordem pública. Diante desses fatos históricos, importante avançarmos 
para visão geral de segurança pública em relação às guardas municipais. 
 
 2.1. VISÃO SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Pode-se dizer que, a Guarda Municipal, é instituição de proteção municipal 
permanente, que visa à preservação de bens, serviços e instalações conforme a 
faculdade do §8º do art.144, da carta magna. Neste contexto, à prevenção resultada 
das atividades também atingem à população como um todo, Ferreira (2019). O mais 
preocupante, contudo, é constatar que estas instituições carecem de segurança 
jurídica. 
A principal atribuição das guardas municipais consiste na proteção do 
patrimônio público, porém espera-se que a população a veja como uma 
forma de policiamento, fazendo com que a sua presença por si só cause um 
efeito deterrence no potencial criminoso que optará por não cometer o crime 
na presença da guarda municipal. Pode-se ocorrer ainda um efeito 
incapacitation quando a guarda municipal efetua o trabalho de auxilio a 
policia militar, encaminhando os indivíduos pegos em flagrante à delegacia 
(VITAL, 2018, p. 18). 
15 
 
É interessante, aliás, reconhecer que, estas instituições já vêm 
desempenhando atividades de prevenção à criminalidade, mas, há um fato que se 
sobrepõe a essa realidade, que é a falta de conhecimento por parte do judiciário e 
da população, no que se refere às atribuições desses agentes. Mesmo assim, o 
autor deixa claro não parecer haver razão para que as guardas municipais não 
atuem efetivamente na segurança das pessoas. É sinal de que há, enfim, conforme 
citado acima, uma possível ferramenta que vem a somar no combate à criminalidade 
de forma preventiva. 
Como último ponto a ser colocado, cabe enfatizar que, mesmo se entendo 
que a atribuição de novas funções às guardas municipais por meio de lei 
federal constitui uma extrapolação dos limites da União para legislar, 
imprescindível seria reconhecer o desígnio do legislador em contribuir com a 
segurança pública, corroborando para a instituição, o poder de prevenir e 
combater infratores penais, atendendo as demandas necessárias na 
sociedade atual, a qual espera a ordem e a paz (HUPFFE e 
WEYERMÜLLER, 2016, p. 202). 
É preciso, porém, ir mais além, conforme citado acima seria no mínimo um 
descaso para com as guardas municipais, desconhecer a realidade de suas 
atividades, a falta de legislação resultou na promulgação da lei 13.022/2014, para 
dar amparo jurídico a estes agentes. Por todas estas razões, é notório que isso 
resulta na aceitação da sociedade em reconhecer as guardas como uma polícia. O 
que importa, portanto, são os resultados positivos na segurança pública (HUPFFE e 
WEYERMÜLLER, 2016). 
A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que, as 
guardas municipais já exercem de fato e de direito, atribuições típicas de 
polícia. Como bem assegura Castro (2019, p. 28) "[...] A compreensão dessa 
dinâmica é essencial para a prevenção e para o controle do crime e da desordem 
[...]". Não se trata de usurpação de função, ou ainda, de extrapolação de legislação 
federal, seja porque seu papel está bem definido tanto pela C.F, quanto pela lei 
complementar, seja porque, os municípios também têm sua parcela na segurança 
pública. Podemos citar, por exemplo, o modelo de polícia comunitária adotado mais 
efetivamente pelas guardas municipais, certamente se trata de um modelo de 
proximidade com a população. 
Deste modo, há certa demora, para que as guardas municipais sejam 
inseridas nos incisos do artigo 144, da C.F, uma vez que, o processo é um tanto 
rígido, no que tange às alterações constitucionais. Cabe apontar que, a medida é de 
16 
 
extrema importância, pois visa acabar com a desinformação e insegurança jurídica, 
causada pelos conflitos de hermenêutica: 
A ideia de constituições rígidas e corolário dos movimentos 
constitucionalistas modernos surgidos, precipuamente, a partir de meados 
dos séculos XVIII, com o fito de distinguir o poder constituinte dos poderes 
constituídos. Destarte, criou-se um procedimento mais árduo para alteração 
das normas constitucionais. Por meio da rigidez constitucional, pode-se 
colimar a superioridade da Carta Magna sobre as demais espécies 
legislativas, tendo em vista que ela provém do poder constituinte superior 
aos demais (HELAL, 2006, p. 59). 
Conforme explicado acima, o que importa, portanto, é que as guardas 
municipais no Brasil já atuam de forma eficaz na segurança pública. Essa, porém, é 
uma tarefa que tem causado divergências interpretativas das atuações destas 
instituições. Vê-se, pois, que em alguns Estados, algumas prisões vêm sendo 
relaxadas por entender o magistrado que, prisão resultada de busca pessoal, 
realizada por agentes da guarda municipal, extrapola a atribuição constitucional. É 
preciso ressaltar que, embora as guardas municipais não estejam no inciso do art. 
144, da Constituição, o autor deixa claro, a dificuldade de se efetivar qualquer 
alteração no texto constitucional, infelizmente, esta dificuldade, somando aos 
diferentes entendimentos por parte do poder judiciário, acaba por causar 
insegurança jurídica. 
Sendo assim, alguns agentes, acabam por se eximir de atuar, por receio de 
sofrer processos por abuso de autoridade, ora que se veem reféns das 
interpretações das autoridades, mas também, da mesma forma, correm o risco de 
depender do entendimento e das circunstâncias, responder por prevaricação. 
Então, é preciso dar atenção a este problema a fim de sanar esta discrepância 
jurídica. Por fim, compreender o texto constitucional referente à segurança pública e 
as guardas municipais, é de suma importância para se atingir este objetivo. 
 
 2.2. GUARDA MUNICIPAL E CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
A segurança pública no Brasil é tratada no artigo 144 da C.F, trazendo como 
dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, sendo assim, os municípios 
têm sua parcela de responsabilidade na segurança pública. As Guardas Municipais 
estão inseridas no parágrafo 8º do art. 144 da C.F, trazem consigo a função de 
proteção dos bens, serviços e instalações municipais, logo, essas instituições 
ganharam notória atenção por parte do legislador. (CARVALHO, 2017). 
17 
 
A importância da Guarda Municipal para a segurança pública local se revela 
no fato de ela ser um dos poucos órgãos, senão o único, de prestação de 
serviço público municipal a constar na Constituição Federal. [...] A 
constituição também descreve a função a ser desenvolvida pelos 
profissionais das guardas municipais, ao estabelecer como sua competência 
a proteção de bens, serviços e instalações municipais (CARVALHO, 2017, 
p. 92,93). 
Pode-se dizer que, foi delegado aos municípios através das guardas 
municipais, a responsabilidade da segurança pública local, seja na proteção dos 
bens serviços e instalações,seja na proteção das pessoas. Neste contexto, cabe 
aos municípios garantir a prestação deste serviço público aos seus munícipes, da 
melhor forma possível. O autor deixa claro, a importância que foi dada às guardas 
municipais, conforme citado acima no texto constitucional. 
Alguns municípios compreenderam a importância de sua parcela e 
responsabilidade na segurança pública, conforme o texto constitucional, sendo 
assim: 
[...] atualmente os serviços prestados pela Guarda Municipal de Uberaba 
(MG) se estendem em ocorrências contra o patrimônio, a pessoa, os 
costumes, a paz, a fé pública e a organização do trabalho, a incolumidade 
pública, trânsito urbano, a administração pública, a substancias 
entorpecentes, apoio a outros órgão de segurança como, por exemplo: o 
Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil e por fim, ocorrências diversas 
decorrentes as ações de Guarda Comunitária, relativas a operações, 
solicitações e comunicações diversas. (SCHNEIDER, 2011, p. 143). 
Conforme citado acima, a administração pública de Uberaba-MG ampliou os 
trabalhos realizados pela Guarda Municipal. Trata-se, inegavelmente, que houve 
preocupação do governo local em contribuir para a melhoria da segurança de seus 
munícipes. Assim, reveste-se de particular importância o reconhecimento pelos 
esforços realizados pelo poder público, no reconhecimento das guardas municipais 
como instituição policial. As mais diversas atuações destes profissionais remetem 
num entendimento que, as guardas municipais estão de fato, diretamente envolvidas 
com a ordem pública no município de Uberaba. (SCHNEIDER, 2011). 
Ora, em tese, no livro de Carvalho, as guardas municipais são de fato uma 
instituição de segurança pública, consequentemente policial, caso contrário, não 
estariam incluídas no capítulo da constituição que trata da segurança 
pública. Como bem assegura Carvalho (2017, p. 97) "[...] a atividade das guardas 
municipais passou a ser uniformizada [...]" "[...] e elas assumiram a função de polícia 
de prevenção [...]". Assim, como para Schneider entende da importância de uma 
instituição municipal bem estruturada, como por exemplo, a guarda municipal de 
18 
 
Uberaba, que passou por uma reestruturação para melhor desempenho e 
efetividade na nova forma de atuação. 
Devido a falta de conhecimento por parte de alguns municípios e sociedade 
em geral, muitas guardas municipais carecem de estrutura, uma vez que, esses 
municípios ficam ancorados nos Estados, pois entendem que, o texto constitucional 
delega somente aos Estados a competência da segurança pública, porém, espera-
se muito mais tanto dos municípios quanto das pessoas: 
A segurança pública, segundo a Constituição Federal, é dever do Estado, 
isto é, de quem o governa por delegação do eleitor e direito do cidadão. 
Direito/dever de manifestar-se, no exercício da cidadania, e exigir que o 
Estado cumpra o princípio constitucional de promover segurança, 
acompanhar e fiscalizar a suficiência e qualidade dos serviços que lhe são 
prestados, cobrar do administrador público quando não se sentir 
suficientemente atendido [...] (SILVA, 2015, p. 61). 
Parece óbvio que, os municípios, conforme texto constitucional exerce papel 
importante na segurança pública, mas não me parece inteligente restringir essas 
instituições à proteção somente dos prédios públicos, e não reconhecê-las como 
fundamentais no policiamento preventivo, no âmbito dos municípios. Sob o ponto de 
vista da sociedade, entendo que, a visão no momento que há a necessidade de 
atendimento, a mesma não hesita em acionar um agente municipal para atender sua 
demanda, mas nesse caso, é necessário dispor das ferramentas e amparo legal 
para dar a resposta que a sociedade espera. Conforme explicado acima, os 
municípios têm a responsabilidade na segurança pública, o autor deixa claro 
conforme a norma Constitucional, o papel da sociedade e dos poderes da 
administração na prestação desse serviço. Logo, compreendido esses fatores, 
podemos seguir adiante sobre olhares da segurança pública nos dias atuais. 
 
 2.3. SEGURANÇA PÚBLICA NA ATUALIDADE 
 
Pode se dizer que, segurança pública é serviço prestado a todos os cidadãos, 
por meio do Estado, com objetivo de assegurar o exercício pleno das garantias 
constitucionais. Neste contexto, fica claro que, para Silva (2015, p. 61) "[...] 
Direito/dever de manifestar-se, no exercício da cidadania, e exigir que o Estado 
cumpra o princípio constitucional de promover segurança [...]". A segurança pública 
se faz importante compreender, uma vez que, é através deste entendimento que 
surgem meios eficazes de combate à violência e promoção da paz. 
19 
 
É preciso, porém, ir mais além quanto à definição de segurança pública 
conforme o texto constitucional, uma vez que há correntes que entendem ser papel 
exclusivo do poder público, e esquecem que o texto constitucional, delega 
responsabilidade a todos quais sejam, poder público e sociedade. Para Carvalho, o 
conceito de segurança pública nada mais é que, a junção das correntes que 
defendem que é dever do Estado, o que de fato é, com a responsabilidade de toda 
sociedade. Segurança pública, nada mais é que, a exteriorização do direito 
exercitado pela sociedade que busca pela segurança pessoal e coletiva, por meios 
que propiciem a diminuição da violência em geral, por intermédio das instituições 
policiais a preservação da ordem pública, proteção das pessoas e do patrimônio. Por 
todas estas razões, a compreensão desse conceito atual é de suma importância, 
para o desenvolvimento de políticas públicas mais efetivas nesta 
seara (CARVALHO, 2017). 
Conforme exposto acima a compreensão do poder público local em assumir 
essa responsabilidade se mostra em crescimento entre os anos de 2002 a 2012, 
trazendo índices consideráveis nos municípios que possuem guardas municipais 
armadas: 
Figura 2 - Taxa de Homicídios 
 
Fonte: (PINTO, 2019, p. online). 
 
 
20 
 
Figura 3 - Guardas Municipais no Brasil e Estado de São Paulo 
 
Fonte: (PINTO, 2019, p. online). 
Importante destacar que, muitos municípios da federação não possuem 
guardas municipais. Ainda, existem aqueles que as possuem mas que os agentes 
não trabalham armados. De acordo com os dados acima, o fato se deu pelas 
instituições trabalharem armadas, o que resultou na diminuição dos índices de 
mortes por habitantes. 
As políticas de segurança pública, em um paradigma novo, devem 
contemplar vários aspectos e devem envolver vários níveis da 
administração pública (Federal, Estadual e Municipal), os poderes da 
república (Legislativo, Executivo e Judiciário), bem como o poder público e a 
sociedade civil. Esse arranjo nem sempre é fácil e nunca é óbvio, mas já 
existem boas práticas nessas áreas e é preciso alertar os poderes e os 
governantes para a necessidade de mudar o enfoque da repressão ao crime 
para modelos de prevenção multifuncional do crime. (FRANCISCO DE 
SOUZA, 2009, p. 177). 
Fica evidente, diante desse quadro, que a segurança pública no Brasil, 
no âmbito dos municípios, vem se desenvolvendo constantemente com a 
implantação das guardas municipais no combate à violência de forma preventiva, 
fruto da evolução do entendimento de que a segurança pública é responsabilidade 
de todos. Espera-se, desta forma, que a união de forças entre poder público e 
sociedade civil estejam unidas para um bem maior, quais sejam, os direitos 
constitucionais ao exercício das liberdades individuais. Logo, a compreensão dos 
papeis de cada um na construção de um país mais seguro, é acima de tudo, ter o 
21 
 
objetivo de proporcionar o bem-estar coletivo, na busca de segurança, com 
resultados que propiciem efetiva evolução social, para isso, a instituição guarda 
municipal foi criada. Prosseguiremos um pouco mais adiante a respeito desta força 
de segurança pública que, embora haja legislação especifica de atuação, ainda são 
questionadas neste quesito.22 
 
3. INSTITUIÇÃO GUARDA MUNICIPAL 
 
Conforme verificado por Hupffer e Weyermüller (2016), as Gms enfrentam 
uma série de desafios no desempenho de suas atividades. Trata-se, inegavelmente, 
de divergências no que se refere à constitucionalidade da lei 13.022/2014, seria um 
erro, porém, atribuir a estes agentes tão somente a função de guardiões dos 
edifícios públicos municipais numa visão positivista do §8º do art.144, CF. Assim, 
reveste-se de particular importância o reconhecimento das autoridades e sociedade, 
nas atividades exercidas por estes profissionais. Sob esta ótica, ganha particular 
relevância a problemática acerca do tema. 
[...] é discutida no Supremo Tribunal Federal a questão da 
inconstitucionalidade da lei 13.022, de 2014, verifica-se uma divisão tanto 
na doutrina, quanto nas instituições policiais brasileiras, quanto à 
competência e às atribuições que as guardas municipais podem ter. 
Portanto, paralelamente, está surgindo um novo debate em ascensão sobre 
uma nova reforma da Constituição Federal de 1988 [...] (HUPFFE e 
WEYERMÜLLER, 2016, p. 192). 
A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que, as 
guardas municipais carecem de reconhecimento perante as autoridades. Conforme 
citado acima, há diferentes entendimentos, seja nas atividades tipicamente policiais 
desempenhadas pelas guardas municipais, seja porque deveriam se ater tão 
somente a bens públicos municipais, o autor deixa claro, os questionamentos ao 
estatuto das guardas municipais. 
Como verifica-se, a atuação das guardas municipais é questionável, conforme 
aponta o Exc. Des. Vico Mañas. 
[...] Nesse diapasão, ao se examinar o inciso I do artigo 1º da legislação 
municipal, percebe-se nítido o conflito com o mandamento constitucional. 
Isso porque traz como atribuição da Guarda Civil Metropolitana o exercício 
de policiamento preventivo e comunitário, expressão que indica a atividade 
de segurança pública e que somente pode ser exercida pelos órgãos já 
mencionados [...] (TJSP, 2017, p. 4 ,5). 
Isto posto, apesar da lei municipal estar devidamente dentro do que prevê a 
lei federal 13.022/2014, em assegurar parâmetros mínimos de atuação, 
disciplinando o §8º do art. 144, CF, conforme citado acima, há diferentes 
posicionamentos quanto à referida lei. Em que pese à referida lei estar sofrendo 
ação direta de inconstitucionalidade, enquanto não declarada como tal, se faz 
necessário respeitar os efeitos por ela produzida. (BARROSO, 2016). 
Ora, em tese, as guardas municipais não poderiam desempenhar tais 
funções como assegura Foureaux (2019, p. 113) "[...] Às Guardas Municipais cabe a 
23 
 
proteção de bens, serviços e instalações da prefeitura local, e nada além disso 
[...]". Caso contrário, estaria então, em tese, "invadindo" área de atuação das 
policias militares. Não se trata de espécie de conflito entre instituições, 
lamentavelmente, no Brasil se tem uma visão arcaica do modelo de segurança 
pública, por exemplo, se tem mais direcionamento na repressão do que na 
prevenção. É importante considerar que a segurança pública é responsabilidade de 
todos conforme texto constitucional. 
Deste modo, é perceptível a falta de reconhecimento referente às instituições 
guarda municipal no Brasil por parte dos setores que formam a sociedade, a qual 
ocasiona o atual problema de questionamentos quanto às ações por elas 
desempenhadas. Trata-se de problema hermenêutico, quanto à interpretação dos 
dispositivos legais, mas que está bem claro o papel de cada instituição, conforme 
pontua: 
Em resumo, as Polícias Militares e as Guardas Municipais possuem muitas 
características comuns em muitas de suas atividades. Porém é importante 
frisar de forma reforçada que a repressão e o combate à criminalidade são 
atribuições específicas das Polícias Militares. Com isso, as Guardas 
Municipais são incumbidas de cuidar da segurança municipal nos aspectos 
determinados pela legislação mais específica, sendo que na lei 13.022 
estão presentes princípios e detalhamentos [...] (DUTRA ANACLETO, 2018, 
p. 57). 
 Por fim, conforme explicado acima, podemos chegar à conclusão de 
que, embora haja a problemática acerca de entendimentos doutrinários, 
jurisprudenciais e interpretativos, quanto à atuação das guardas municipais no 
Brasil, logo, é indiscutível a evolução que qualquer sociedade sofre, devendo as 
instituições, bem como os setores que formam a sociedade, evoluir 
concomitantemente. Neste sentido, o autor deixa claro que, é possível que a 
segurança pública no Brasil passe por sérias modificações no sentido de melhorar a 
prestação do serviço, com foco na prevenção e proximidade, não só com a 
sociedade, mas também com as instituições do Estado, com o objetivo de sanar tais 
divergências. 
 
 3.1. REQUISITOS E FORMAÇÃO DOS AGENTES 
 
Superada a relação das guardas municipais com o texto constitucional, 
importante adentrarmos no campo de formação dos agentes municipais. O agente 
de segurança pública é o profissional capacitado a exercer a típica função de 
24 
 
autoridade, com o fim de promover o bem-estar e a ordem social. Logo, "Autoridade 
Policial é um agente administrativo que exerce atividade policial, tendo o poder de se 
impor a outrem nos termos da lei [...]" (SCANDIUZZI, 2018, p. 235). 
É possível verificar, por exemplo, que, para ser um agente de segurança 
pública se faz necessária capacitação específica para exercer tal função, sobretudo, 
que tal formação esteja em harmonia com as legislações vigentes. Por este motivo, 
é que as guardas municipais cumprem uma grade curricular de formação específica, 
que visa à capacitação do agente para o desempenho de suas atribuições. 
(CAIRES, 2016). 
As Guardas Civis Municipais deverão observar a Matriz Curricular 
estabelecida pela SENASP. O curso de formação deverá ser conduzido em 
estabelecimento destinado para este fim, em estabelecimento próprio ou 
organizado temporariamente para tal. A capacitação visa manter o Guarda 
Municipal sempre atualizado com leis e normas essenciais ao 
desempenho de suas tarefas, reavaliar sua capacidade técnica operacional, 
além de habilitá-lo para novas técnicas, acompanhando a evolução da 
sociedade local e da inovação tecnológica. (SEGURANÇA PÚBLICA, 2019, 
p. 10). 
Conforme citado acima, pode-se dizer que, os agentes das Guardas 
Municipais passam por um rigoroso treinamento de capacitação estabelecido pela 
Secretaria Nacional de Segurança Pública. Neste contexto, fica claro que, seguir a 
matriz estipulada pela SENASP é de suma importância para o amparo legal no 
exercício de suas funções. É preciso, porém, levar em consideração a falta de 
informação dos prefeitos, que muitas das vezes desconhecem tais parâmetros 
mínimos de formação das guardas municipais, utilizando-se dos agentes de forma 
negligente, expondo esses profissionais à riscos até mesmo da vida. (DUTRA 
ANACLETO, 2018). 
Fica evidente, diante deste quadro, que o agente de segurança pública, a 
saber, o guarda municipal, nada mais é que, um profissional com funções distintas 
que exigem preparo e treinamento específicos. Vê-se, pois, que essa realidade, é de 
suma importância para que esses profissionais sejam devidamente valorizados, pois 
o caminho percorrido por estes é de extrema dedicação, empenho e abdicação, para 
muitas das vezes serem desvalorizados por uma parcela da sociedade os quais 
enxerga esses homens e mulheres com indiferença. É preciso ressaltar que um 
profissional motivado, capacitado, tende a produzir e prestar seu serviço com mais 
excelência, visto que, a sociedade é o cliente final, o reconhecimento destes agentes 
pela população certamente só aumentaria o desejo de servir com mais dedicação 
essa sociedade tão carente de segurança pública. Importante destacar que, somado 
25 
 
a formação do agente municipal, adentraremos no âmbito da administração pública, 
em específico ao exercício do poder de polícia.3.2. PODER DE POLÍCIA 
 
Segundo Mazza (2019) o Poder de Polícia é a faculdade da administração 
pública de limitar ou restringir liberdades individuais, visando o bem da coletividade e 
interesse público. Logo, verifica-se, o exercício desse poder, nas limitações de 
ordem urbana, como por exemplo, nos estacionamentos regulamentados com tempo 
previsto de permanência dos veículos. Importante ressaltar que, o Poder de Polícia 
não está restrito às instituições policiais, mas decorre das atividades estatais que 
visa à prevenção e repressão da criminalidade. 
De acordo com o Código Tributário Nacional: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais 
ou coletivos. (SARAIVA, 2018, p. 812). 
O conceito de poder de polícia a luz do CTN, deixa claro que, trata-se de 
atividade restritiva da administração pública delegada aos agentes públicos. 
Conforme citado acima, o detentor desse poder de polícia é o Estado, que, através 
de seus agentes, revestem-se e exercem esse poder com o objetivo de regular, 
fiscalizar, fazer cumprir normas e diretrizes de interesse público sobrepondo-se o 
interesse coletivo sobre o particular. Logo, é possível compreender que, os agentes 
das guardas municipais estão revestidos do poder de polícia. 
Importante destacar que, atuação das guardas municipais é predominantemente 
preventiva, porém podendo ser repressiva, sendo estas, características do poder de 
polícia da administração pública. 
De acordo com Di Pietro (2015, p. 159): 
A principal diferença [...] está no caráter preventivo da polícia administrativa 
e no repressivo da polícia judiciária. A primeira terá por objetivo impedir as 
ações antissociais, e a segunda, punir os infratores da lei penal. A diferença 
não é, no entanto, absoluta, pois a polícia administrativa tanto pode agir 
preventivamente (como, por exemplo, proibindo o porte de arma ou a 
direção de veículos automotores), como pode agir repressivamente (a 
exemplo do que ocorre quando apreende a arma usada indevidamente ou a 
licença do motorista infrator). 
26 
 
Isto posto, fica claro que, tanto o CTN quanto para Di Pietro, o poder de 
polícia exercido pelos Estados membros, é efetivado pelos agentes públicos nas 
mais diversas áreas de interesse da administração. Logo, as guardas municipais 
atuam diretamente na área de segurança, sejam nas repartições públicas ou nas 
vias, praças, logradouros, eventos, trânsito e demais atribuições. Conforme citado 
acima, é possível compreender o caráter preventivo que resulta do exercício do 
poder de polícia administrativa, que não se confunde com o poder de polícia 
judiciária, que tem um viés mais repressivo. (CUNHA FILHO, 2014). 
Portando, as Guardas Municipais, através de seus agentes, estão revestidos 
de poder de polícia, trata-se inegavelmente, de uma instituição policial. Seria um 
erro não reconhecê-las como tal, por não utilizarem a nomenclatura polícia. Assim, 
reveste-se de particular importância, que, a nomenclatura POLÍCIA não é privativa 
das policias Estaduais ou Federais, e sim do Estado que a delega às instituições. 
Julga necessário ressaltar, como bem assegura o Min. Alexandre de Moraes 
na medida cautelar na ADIN 5948, (2018, p. 8) "Atualmente, portanto, não há 
nenhuma dúvida judicial ou legislativa da presença efetiva das Guardas Municipais 
no sistema de segurança pública do país". Sob essa ótica, por exemplo, ganha 
particular relevância que, as policias dos Estados e da União possuem 
competências especificas, assim, também as guardas municipais nos municípios, 
sendo nesse sentido, uma polícia do município, com competências especificas, e 
conforme citado acima, instituição de segurança pública. 
Desta forma, é notória que, há certa confusão quanto à nomenclatura Polícia 
e o Poder de Polícia, de fato, a sociedade no geral faz alusão ao termo Polícia com 
o poder de deter ou prender alguém, gerando assim, a falsa ideia de que, quem tem 
"poder" de deter alguém são somente as instituições que utilizam a 
nomenclatura "Polícia". Como visto anteriormente, o Estado é quem possui com 
exclusividade o poder de polícia, que assim o delega aos seus agentes. 
Com o advento da Lei 13.022/2014 (Estatuto Geral das Guardas 
Municipais), que normatizou, detalhou e ampliou o Alcance de seu poder de 
polícia, as GMs tornaram-se a força de segurança com a melhor 
regulamentação do país na atualidade, cujo comando de carreira tornou-se 
um dispositivo legal. Seu crescimento tende a alterar o quadro policial 
ostensivo, e estabelecer um modelo preventivo que já ocorre de maneira 
sensível nas principais cidades [...] (EGE, 2017, p. 105, 106). 
Por fim, podemos chegar à conclusão que, as instituições policiais, são 
aquelas revestidas de poder de polícia. O autor deixa claro que, o Estado, sendo o 
titular deste poder, o delega as estas. Logo, é indiscutível que, embora aquelas 
27 
 
instituições que não se utilizem da nomenclatura POLÍCIA não significa, 
necessariamente, que não possa ser consideradas instituição policial. Neste sentido, 
ainda que, as guardas municipais não utilizem a nomenclatura POLÍCIA para os 
identificarem, e sim, Guarda Municipal, Guarda Civil e Guarda Civil Metropolitana, 
detêm o poder de polícia delegado pelo Estado, e Estado, no sentido de ente da 
Federação, no caso, os Municípios. Conforme explicado acima, o poder de polícia é 
a faculdade da administração pública que o exerce, limitando e disciplinado 
liberdade e direitos a fim de assegurar o bem comum, sendo assim, é necessário 
compreender a relação entre o poder de polícia e as guardas municipais. 
 
 3.3. GUARDA MUNICIPAL E O PODER DE POLÍCIA 
 
Anteriormente, vimos que, as instituições guardas municipais no Brasil estão 
investidas do poder de polícia. O poder de polícia é prerrogativa do Estado, neste 
subcapítulo iremos abordar como o poder de polícia tem relação com as guardas 
municipais. Constatamos que, em seu art. 3º da lei 13.022/2014, nos traz princípios 
mínimos de atuação destas instituições, e que, esses princípios, não estão somente 
adstritos aos bens, serviços e instalações como muitos defendem, trata-se de 
proximidade com a população nos grandes centros comerciais, nas escolas, 
feiras, nos bairros, é o sentimento de segurança que essas instituições 
proporcionam pela constante presença junto à comunidade. (REIS JUNIOR, 
COUTO, et al., 2019). 
Art. 5º São competências específicas das guardas municipais, respeitadas 
as competências dos órgãos federais e estaduais: III - atuar, preventiva e 
permanentemente, no território do Município, para a proteção sistêmica da 
população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais; [...] XIII - 
garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-lo direta e 
imediatamente quando deparar-se com elas; XIV - encaminhar ao delegado 
de polícia, diante de flagrante delito, o autor da infração, preservando o local 
do crime [...] (BRASIL, 2014, p. online). 
Pode-se se constatar que, o papel das guardas municipais em relação ao 
poder de polícia encontra amparo no texto legal, neste contexto, o autor deixa claro, 
de acordo com a legislação especial, que traz esses princípios mínimos de 
atuação. O mais importante, contudo, é constatar que conforme citado acima, fica 
inequívoco a competência delegada pelo legislador às guardas municipais em seu 
art. 5º da lei 13.022/2014. Em todo esse processo, podemos então compreender 
28 
 
como estas instituições estão devidamente correlacionadas com o poder de políciadelegado pelo legislador. 
O poder de polícia, também chamado de polícia administrativa, definido na 
lei e na doutrina é distribuído entre os entes federativos, conforme as 
competências cometidas pela Constituição da República, de forma que a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm poder de polícia, 
mas o poder de polícia de segurança e as respectivas polícias são 
conferidos apenas à União, aos Estados-membros e ao Distrito Federal. 
[...] A guarda municipal não é polícia nem o guarda municipal é policial, é 
um servidor público municipal investido do poder de polícia [...] (DE SOUZA, 
2017, p. online). 
Conforme verificado, há certa discussão sobre o tema guarda municipal e 
poder de polícia, conforme citado acima, para De Souza, os agentes da guarda 
municipal não são policiais, trata-se inegavelmente do entendimento já mencionado 
anteriormente, em fazer alusão à nomenclatura polícia em poder prender. Seria um 
erro, porém, desconsiderar a legislação especial que trata das competências destas 
instituições. Assim, reveste-se de particular importância lembrar que o "poder de 
polícia de segurança" conforme mencionado por De Souza, não encontra amparo 
legal. Sob este prisma, ganha particular relevância mais uma vez trazer à baila de 
acordo com o CTN em seu artigo 78, de uma forma mais direta, que, o poder de 
polícia é o poder da administração pública a qual o delega aos agentes públicos de 
acordo com a necessidade da administração visando interesse coletivo em face do 
particular. (SARAIVA, 2018). 
Pode-se dizer que, o papel das polícias dos estados, polícias militares, 
também se origina do poder de polícia da administração pública. Neste contexto, as 
atribuições das polícias militares, por exemplo, são definidas unicamente pela 
Constituição Federal em seu art. 144, § 5º. Como bem assegura Mecun (2018, p. 
53) "Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem 
pública; [...]". Não é exagero afirmar que, assim como as polícias dos Estados tem o 
poder de polícia, delegado pelo Estado através da Carta Magna, assim também, 
as guardas municipais, por meio da lei federal 13.022/2014. É importante 
desmistificar a ideia da nomenclatura POLÍCIA como exclusiva daquelas instituições, 
que as utiliza, e sim compreender que, é exclusiva do Estado que a delega às 
instituições. 
Conforme De Souza (2016, p. 45), há uma dificuldade em correlacionar 
poderes de polícia e autoridade de polícia, porém, o termo POLÍCIA é empregado de 
acordo com suas competências: 
29 
 
Nos nossos dias, o termo polícia pode ser reportado tanto às forças de 
ordem e segurança, como às autoridades administrativas dotadas de 
competências policiais ou a ambas, simultaneamente. 
[...] A lei distingue diferentes autoridades de polícia e diferentes forças de 
segurança. 
As autoridades de polícia caracterizam-se por terem competências de 
polícia ou poderes de polícia. Porém, não é possível estabelecer uma 
correspondência direta entre poderes de polícia e autoridade de polícia. 
Parece óbvio que as guardas municipais são uma força policial, mas não se 
utiliza na nomenclatura POLÍCIA, conforme explicado acima, há certa dificuldade em 
correlacionar as atividades de polícia e autoridade policial, o autor deixa claro sob o 
ponto de vista do termo POLÍCIA em dias atuais, pode ser descrita as instituições 
que mediante lei, exercem competências típicas advinda do poder de polícia da 
administração pública. Afinal, trata-se de instituições que desempenham suas 
funções devidamente identificadas, caracterizadas com uniformes específicos, 
viaturas e armados. 
Contudo, é necessário respeitar os limites constitucionais, mas neste caso, o 
que estaria na verdade ocorrendo, é uma visão equivocada quanto às ações das 
guardas municipais no Brasil. Ainda que, os agentes das guardas municipais 
estivessem restritos às edificações públicas, isto não afetaria a função típica de 
polícia, que estariam exercendo quando da proteção das instalações e da população 
que as utiliza, devendo assim, ao presenciar ato tipificado como crime, tem o dever 
de intervir conforme art. 5º da Lei 13.022/2014, dever este, que, da o 
reconhecimento as guardas municipais como força policial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
4. RECONHECENDO A GUARDA MUNICIPAL COMO INSTITUIÇÃO POLICIAL 
 
Pode-se dizer que, poder de polícia é o meio pelo qual a Administração 
Pública regula os interesses coletivos, referente à liberdade e propriedade. Neste 
contexto, para De Andrade (2017) fica claro que, a administração pública por meio 
do Poder Executivo, faz uso desse poder para que haja harmonia social. O mais 
preocupante, contudo, é constatar que, a falta de entendimento quanto ao exercício 
do poder de polícia, resulte num certo sentimento de propriedade do termo POLÍCIA. 
É fato que, o legislador ao definir as atribuições das guardas municipais, delegou a 
estas instituições o poder de polícia, é o que se extrai do texto legal: 
Art. 3º São princípios mínimos de atuação das guardas municipais: I - 
proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e 
das liberdades públicas; II - preservação da vida, redução do sofrimento e 
diminuição das perdas; III - patrulhamento preventivo; IV - compromisso 
com a evolução social da comunidade; e V - uso progressivo da força 
(BRASIL, 2014, p. online). 
É interessante, aliás, ressaltar, que as Gms já desempenhavam essas 
funções antes da vigência da referida lei, mas há um fato que se sobrepõe à norma, 
que é o questionamento quanto à constitucionalidade da lei, e consequentemente, 
da atuação das guardas municipais. Mesmo assim, não parece haver razão para 
que prevaleça tal entendimento. É sinal de que há, enfim, uma mudança no pensar 
segurança pública, conforme citado acima, o autor deixa claro no texto legal, 
delegando também e reforçando o papel no que se refere aos municípios. 
O foco de atuação é preventivo: 
As atribuições previstas na nova legislação apontam para a realização de 
policiamento latu sensu (sentido amplo), ou seja, deverá preocupar-se com 
a gama de condutas e ações que podem dar origem a comportamentos 
criminosos e geradores de violência, como a segurança no trânsito, a 
interação com a sociedade na busca de soluções, a articulação com outros 
órgãos municipais nas ações sociais e outros tantas formas, que influenciam 
sistematicamente na macro política de segurança pública local (KALIL, 
ZEFERINO, et al., 2018, p. 10). 
Assim sendo, o poder de polícia delegado às guardas municipais, veio 
justamente para dar amparo e uma nova visão da segurança pública. Conforme 
citado acima, trata-se inegavelmente de dar uma resposta mais efetiva por parte do 
Estado para a sociedade, que carece de proteção. Assim, reveste-se de particular 
importância não medir esforços, para que, essa nova perspectiva se efetive em 
todos os municípios da federação. Sob essa ótica, ganha particular relevância a 
GCms de Belo Horizonte (KALIL, ZEFERINO, et al., 2018). 
31 
 
Ora, o que se extrai até aqui, é que, o trabalho desenvolvido pelas Gms em 
todo o Brasil além da proteção aos bens, serviços e instalações municipais, está 
também, concomitantemente, os trabalhos de prevenção, por exemplo, condutas 
que possam resultar em crimes ou contravenções penais, através do patrulhamento 
preventivo, como bem nos assegura Costa (2016, p. 57) "[...] O que efetivamente 
aparta polícia administrava de polícia judiciária é que a primeira se predispõe 
unicamente a impedir ou paralisar atividades antissociais [...]." Nesse sentido, fica 
clara a função preventiva de polícia administrativa das guardas municipais, logo, 
exerce policiamento, ou seja, atividade policial. 
Sendo assim, as guardas municipais, exercendo atividade policial 
administrativa, assim como as Policias Estaduais e Rodoviárias Federais, não 
estariam erradas em adquirir direitos e nomenclaturade polícia, já que 
desempenham tais funções, delegadas pelo poder Executivo e Legislativo. 
Importante ressaltar que, nenhuma instituição da administração pública detém o 
monopólio da nomenclatura POLÍCIA: 
Na cartilha de Atuação Policial na Proteção dos Direitos Humanos de 
Pessoas em Situação de Vulnerabilidade podemos observar o conceito de 
Poder de polícia de Segurança Pública, haja vista que, baseado nessa 
amplitude é possível perceber o quanto é grande a área de atuação das 
polícias, mesmo que os órgãos de controle social não tenham essa 
nomenclatura (COSTA, 2016, p. 56). 
Sendo assim, delegadas às guardas municipais o poder de polícia, importante 
reconhecer estas instituições como tal. Esse quadro remete a uma nova perspectiva 
no pensar segurança pública, não é exagero afirmar que, esse tema vem se 
desenvolvendo rapidamente, podendo até gerar mudanças constitucionais 
referentes ao tema, causando nesse sentido a tão debatida municipalização da 
segurança pública. 
Conforme explicado acima, o autor deixa clara a função policial preventiva 
das guardas municipais, a qual, através do poder de polícia administrativa, 
desempenham tais funções visando assim, a diminuição da criminalidade nos 
municípios que as possuem. Importa haver esclarecimentos quanto ao tema, uma 
vez que, ainda paira questionamentos e dúvidas quanto às atuações das guardas 
municipais, inclusive por parte dos chefes dos Poderes Executivos Municipais. 
 
4.1. USO PROGRESSIVO DA FORÇA 
 
32 
 
Reconhecidas as guardas municipais como força policial, é compreensível e 
legítima o uso da força utilizado pelos agentes. Pode-se dizer que, o uso progressivo 
da força, é um meio empregado pelos agentes de segurança pública revestido de 
poder de polícia em determinadas ações que assim a exigem. Neste contexto, o uso 
da força, garante ao agente o cumprimento de prisão em flagrante que haja 
resistência por parte do infrator, respeitando os princípios da legalidade, 
proporcionalidade, necessidade e atualidade (MESSA, 2020). 
Como bem nos assegura Couto (2020), pode-se dizer que, o uso da força é 
um elemento do poder da administração pública, neste contexto, seu papel tem por 
objetivo intervir nos conflitos de interesse entre particular e interesse público. O mais 
importante, contudo, é constatar que, o objetivo é o cumprimento da lei, não é 
exagero afirmar que, é de suma importância empregar tais meios para assegurar 
direitos e deveres. Em todo esse processo, podemos entender que o agente público 
se valerá do uso da força para garantir o bem comum com o devido respaldo 
jurídico, sob pena de não fazer, ser passível de penalidade. 
O uso da força, empregado pelos agentes públicos, em especifico pelos 
guardas municipais, é o que ampara ao cumprimento de ações repressivas no 
âmbito de suas competências. Conforme explicado acima, há um fato que se 
sobrepõe às ações, que é a garantia do bem que pode ser coletivo ou individual, e a 
legalidade do emprego desse meio. Deste modo, imaginemos se não houvesse tal 
amparo, teríamos inúmeras depredações do patrimônio público e prisões não 
realizadas, uma vez que, ainda com o devido amparo jurídico, esses agentes 
carecem de equipamentos que propiciem uma melhor segurança, tanto para o 
agente, quando para o infrator, o que resulta, ocasionalmente, e, inevitavelmente em 
resultados negativos nestas ações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Figura 4 - Uso Progressivo da Força 
 
Fonte: (G1-PR, 2019, p. online). 
 
A ilustração mostra agentes da guarda municipal utilizando-se do uso da 
força, para conter manifestantes de adentrarem no local e de causarem possível 
depredação do prédio da câmara municipal de Curitiba. 
De acordo com Carvalho (2017, p. 130): 
Ressaltamos que os incisos III e V do art. 3º do estatuto definem como 
atribuição do guarda municipal executar o patrulhamento preventivo e, 
quando necessário, realizar a abordagem e aplicar o uso da força, sempre 
de maneira progressiva, como forma de preservação da vida e da 
integridade física do infrator. [...] Nesse ponto em particular, abrimos um 
parêntese para adicionar aos comentários alusivos à utilização progressiva 
da força a entrada em vigor da Lei n. 13.060/2014, que passou a 
disciplinar o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo [...]. 
Conforme verificado, o uso progressivo da força, é um meio pelo qual o 
agente público, guarda municipal, no âmbito de sua competência constitucional, 
emprega visando assegurar direito individual e coletivo. É utilizada para exercer e 
fazer cumprir suas funções legais, sempre observando a proporcionalidade e 
razoabilidade que o uso da força exige. Logo, é de suma importância, tanto por parte 
do agente quanto da população, que não se trata de mera vontade humana do 
agente que emprega tal princípio, ou da pessoa que emprega resistência contra 
atuação do agente, o agente precisa agir de acordo com a resistência, de maneira 
proporcional, e a pessoa tem o dever de respeitar a função do agente, que age 
de acordo com a sua prerrogativa legal, evitando assim conflitos que podem causar 
34 
 
dano à integridade física, tanto de um quanto do outro, ou ainda, abuso de 
autoridade, por parte do agente, ou ainda, imputação de crime à pessoa que assim 
se configure. 
 
 4.2. A IMPORTÂNCIA DA GUARDA MUNICIPAL NA SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Reconhecendo as guardas municipais como força policial, entendemos da 
sua importância referente na segurança pública. A Segurança Pública está prevista 
no artigo 144, da Constituição Federal de 1988, onde define as competências, e as 
instituições responsáveis pela manutenção deste direito constitucional. Logo, 
"segurança pública é a qualidade, condição de confiança e bem-estar 
proporcionados pelo Estado. É a sensação de confiança da qual desfruta o ser 
humano." (SILVA, 2014, p. 67). 
[...] E é por essa vertente que há uma trajetória ao longo dos anos acerca 
de mobilizações regionais e nacionais, visando à consolidação das políticas 
de segurança pública no âmbito municipal, bem como com intuito de 
legitimar as ações das Guardas Municipais na função preventiva na 
Segurança Pública na contemporaneidade (COSTA, 2019, p. 37). 
Talvez, você esteja se perguntando, mas por que isso é importante? Simples, 
graças a esse entendimento, de que os municípios precisam desenvolver políticas 
públicas mais efetivas, é que foi instituída em junho de 2018, o Sistema Único de 
Segurança Pública pela lei 13.675/2018, o qual reconhece as guardas municipais 
como instituições diretamente ligadas à segurança pública local. O autor deixa clara 
a necessidade de consolidação dessas políticas públicas regionalizadas, conforme 
citado acima, é necessário legitimar as ações preventivas realizavas pelas guardas 
municipais. 
O Sistema Único de Segurança Pública prevê: 
Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que tem 
como órgão central o Ministério Extraordinário da Segurança Pública e é 
integrado pelos órgãos de que trata o art. 144 da Constituição Federal, 
pelos agentes penitenciários, pelas guardas municipais e pelos demais 
integrantes estratégicos e operacionais, que atuarão nos limites de suas 
competências, de forma cooperativa, sistêmica e harmônica.§ 1º São 
integrantes estratégicos do Susp: VII - guardas municipais (BRASIL, 2018, 
p. online). 
Desta maneira, conforme o aumento das cidades e aumento populacional 
ocorre também o aumento gradativo destas instituições, demandando assim, um 
olhar mais direto por parte da União em desenvolver meios de subsidiar de forma a 
complementar as demandas dos municípios. É o que se verifica conforme Torres 
35 
 
(2012, p. 54) “[...] A Senasp, através do Fundo Nacional de Segurança Pública, 
instituído em junho de 2000, contribui financeiramente para a manutenção e a 
criação das guardas municipais [...]”. Conforme citado acima, é importante a 
cooperação entre os entesfederados na manutenção da segurança pública 
municipal, uma vez que, delimitando o problema, a consequência é de uma resposta 
mais efetiva por parte das instituições. 
Pode-se dizer que, somente com a soma de esforços e planejamento 
conjunto entre os entes da federação, é que podemos minimizar os problemas na 
segurança pública local. Neste contexto, para Torres fica claro que, a ajuda por parte 
da união é de suma importância na implantação dessas metas, por exemplo, muito 
município não tem recursos para se implantar uma guarda municipal. Como bem 
assegura Gonçalves (2018, p. 19) "A sustentabilidade dos mecanismos de captação 
de recursos junto ao Governo Federal está intimamente relacionada com a 
estruturação de uma equipe engajada que esteja focada nas liberações dos 
programas propostos no sistema SICONV [...]" o mais preocupante, contudo, é 
constatar que, muitos municípios que possuem guardas municipais, não conseguem 
captar esses recursos devido à complexidade na elaboração de projetos no sistema 
SICONV. 
Desta forma, é de suma importância investir em capacitação dos servidores 
públicos, para que estejam aptos a desenvolver projetos, como forma de captar 
recursos e assim aplicar diretamente na segurança dos munícipes: 
Para estarem aptos a pleitear as transferências voluntárias, os governos 
municipais devem possuir equipes técnicas capazes de elaborar bons 
projetos; acompanhar a tramitação do pleito no Sistema de Convênios do 
Ministério do Planejamento (SICONV), contratar assessorias especializadas 
e capazes para apoiar e capacitar a equipe da prefeitura no 
desenvolvimento e apresentação de bons projetos; e manter bom 
relacionamento com as equipes técnicas dos Ministérios, e também com os 
bancos oficiais (MACHADO, 2019, p. 16). 
Ora, em tese, as guardas municipais desempenham papel direto na 
segurança pública local. Caso contrário, não haveria necessidade de ser 
reconhecida conforme lei 13.022/2014 e lei 13.675/2018. É importante considerar 
que, os municípios que possuem guardas municipais, os índices de criminalidade 
são reduzidos, seja porque estas instituições atuam diuturnamente para somar 
esforços em proporcionar melhor segurança às pessoas, seja nesse caso, 
devidamente reconhecida como tal. Julgo pertinente trazer à baila que, mesmo com 
as dificuldades enfrentadas por estas instituições, bem como os chefes do poder 
36 
 
executivo municipal, em investir recursos próprios, ou ainda, captar recursos via 
convênio mediante projetos, as ações permanecem. 
Conforme explicado acima é necessário por parte do administrador investir 
em treinamento e capacitação dos servidores, o autor deixa claro, a dificuldade na 
elaboração de projetos e, consequentemente, a captação desses recursos 
disponíveis para implantação de políticas de segurança pública eficazes, 
principalmente naqueles municípios onde não possuem guardas municipais, 
e naqueles com maior dificuldade de manter estas instituições. Outro sim, superadas 
as dificuldades orçamentarias pelos municípios, em criar e manter suas guardas 
municipais, podemos então contar com mais uma força policial que, supostamente, 
passa uma imagem repressiva, mas, na verdade, prioriza como princípio 
fundamental, a dignidade da pessoa humana. 
 
 4.3. DIREITOS HUMANOS E AS GUARDAS MUNICIPAIS 
 
Pode-se dizer que, as garantias fundamentais da pessoa humana devem 
estar em harmonia com o direito à segurança pública e as ações policiais de forma 
que uma não ultrapasse a outra. “[...] são princípios mínimos de atuação da Guarda 
Municipal a proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania 
e das liberdades públicas; a preservação da vida [...]" (FERREIRA, 2020, p. 609). 
Como bem nos assegura Gerhard (2014), pode-se dizer que, a atuação das 
forças de segurança devem observar os pressupostos concernentes aos direitos da 
pessoa humana. Neste contexto, fica claro que as forças de segurança como 
instituições garantidoras das liberdades fundamentais, são por natureza, 
solucionadores e mediadores de conflitos. O mais preocupante, contudo, é constatar 
que nem sempre as instituições dispõem de ferramentas que melhor propiciem uma 
atuação mais humana e proporcional. 
Conforme explicado acima, podemos tomar como exemplo a Patrulha Maria 
da Penha, uma atuação tanto das polícias militares quanto de algumas guardas 
municipais no Brasil. Importante constatar, que essas ações vão de encontro com o 
disposto na legislação, em preservar dignidade da pessoa humana e o exercício 
das liberdades individuais, que aqui no caso é da mulher. Segundo a secretária de 
segurança urbana de São Paulo-SP, o programa Guardiã Maria da Penha, teve 
37 
 
início em junho de 2014 no período compreendido entre 2014 à fevereiro de 2019 
foi realizado 48.071 visitas a mulheres e 1437 casos atendidos até março de 2019. 
Desde 2011 a guarda municipal é responsável por levar a vítima até o 
Centro de Atenção Integral a Saúde da Mulher, depois à delegacia, de lá ao 
Instituto Médico Legal (IML) e, ao final do fluxo, conduzi-la até a sua casa. 
[...] a qual uma GCM do sexo feminino deve ser acionada para prestar o 
atendimento em conjunto quando a vítima é do sexo feminino. Uma agente 
relatou que em um dos atendimentos a mulher estava assustada e reticente, 
até que ela chegou, tirou o quepe e soltou os cabelos. A vítima 
imediatamente a abraçou e começou a chorar (LIMA, BAPTISTA e DE 
FIGUEIREDO, 2014, p. 192). 
Sendo assim, as forças de segurança, em especial as guardas municipais, 
têm se empenhado para garantir os direitos fundamentais da pessoa humana, em 
especial as mulheres. Podemos perceber, conforme citado acima, que esse quadro 
reflete nos números de atendimentos realizados pelos agentes, que tem por objetivo 
trazer mais segurança às vítimas de violência doméstica. Não é exagero afirmar que, 
este tema é um dos mais importantes nos dias atuais, pois correspondem a duas 
grandes garantias fundamentais expressos na nossa Constituição Federal, quais 
sejam, dignidade humana e segurança pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Este trabalho teve como finalidade demonstrar que as guardas municipais no 
Brasil desempenham papel de uma instituição policial, bem como, busca 
compreender quais são os fatores que sustentam esta teoria. A intenção da 
pesquisa é comprovar que, embora estas instituições não se utilizem da 
nomenclatura polícia, as atividades por elas desempenhadas, configura uma 
instituição policial, isto porque, as guardas municipais têm seu papel definido em 
legislação própria, a saber, lei 13.022/2014 que veio a regulamentar o § 8º do artigo 
144 da Constituição Federal, que trata da segurança pública, assim como a lei 
13.675/2018, que institui o Sistema Único de Segurança Pública, reforçando o 
entendimento de que as guardas municipais estão diretamente ligadas à segurança 
pública. 
Possibilitou ainda, analisar o papel das instituições guarda municipal, 
correlacionando-as com as legislações na área de segurança pública sob a ótica dos 
municípios, além disso, permitiu dar nova visão quanto a sua identidade e um 
modelo diferenciado de se pensar segurança pública. De modo geral, a maioria dos 
autores reconhecem a importância das ações dos municípios por meio das guardas 
municipais, mas ainda há resistência no reconhecimento destas instituições como 
uma força policial, talvez pela identidade institucional, guarda municipal e não polícia 
municipal, sendo que, as legislações que tratam das competências dadas à elas nos 
direciona a reconhecê-las como força policial. 
Pode-se dizer que, quanto a proposta em conhecer a área de atuação das 
guardas municipais, a pesquisa demonstrou como atuação dessas corporações 
predominantemente preventiva e centralizada no município. Ficou claro quanto a 
esse objetivo específico segundo os autores, que o foco principal,conforme texto 
constitucional é a proteção dos próprios públicos, sem que se abstenham de atuar 
quando necessário, por exemplo, em uma situação de flagrante delito em 
decorrência da atuação principal. 
Vale destacar que, quando uma equipe de agentes está realizando rondas 
preventivas em determinado local público, podendo ser uma praça, local de lazer e 
de práticas esportivas, ocorrendo algum ilícito durante a ronda, devem assim intervir 
os agentes, realizando a detenção do infrator, por este motivo, foi instituída a lei 
39 
 
13.022/2014, a fim de dar amparo jurídico e ampliar as ações em decorrência da 
função principal das guardas municipais no âmbito dos municípios. 
Neste sentido, de acordo com a legislação constitucional, bem como as 
legislações complementares, permitem sim reconhecer as guardas municipais como 
uma nova instituição policial, resultado do avanço das normas concernente à 
segurança pública. Vale destacar, que as guardas municipais, por exemplo, está 
inserida no capítulo da segurança pública na Constituição Federal, tamanha 
importância dada pelo legislador a essas instituições municipais quanto ao tema. Por 
este motivo, a União juntamente com os municípios tem realizado cooperações 
através de projetos a fim de desenvolver políticas públicas centralizadas nos 
municípios. 
Pode-se dizer que, quanto ao objetivo específico em analisar a forma de 
como essas instituições executam seus trabalhos, ficou claro, que essas 
instituições se revestem de poder de polícia, sendo este, delegado por meio das 
legislações especificas. Ficou ainda, demonstrado a prerrogativa do uso progressivo 
da força, empregado diante de uma possível resistência por parte de terceiro 
infrator, por exemplo, numa situação em que haja flagrante delito, os agentes, deve, 
mediante resistência do infrator, impor o uso progressivo ou equiparado da força, 
proporcionalmente a resistência do infrator para que execute a detenção. Trata-se, 
da prerrogativa legal que legitima as ações dos profissionais de segurança pública 
no desempenho das suas atribuições, fazendo cumprir os direitos e deveres 
constitucionais e institucionais. 
Devido a problemática na área de segurança pública e a dificuldade em 
atender todas as demandas da sociedade por parte das instituições estaduais, as 
guardas municipais, por exemplo, ganharam notoriedade nos últimos anos, 
realizando diversas ações na segurança pública, mais diretamente no âmbito 
municipal. Diante disto, é possível afirmar que, embora haja várias legislações que 
dão identidade policial as guardas municipais, o que ocorre na prática, no dia-a-dia, 
é o desconhecimento destas legislações. 
A situação piora quando se trata do poder executivo municipal, que, embora 
possua guarda municipal, limita seus agentes somente na proteção das instalações 
públicas, além da carência de profissionais qualificados que possam auxiliar quanto 
à captação de recursos para investimento na segurança local. A perspectiva é que 
essas instituições avancem cada vez mais na sua área de atuação, uma vez que 
40 
 
estas legislações são recentes e carecem de um estudo mais profundo para sua 
completa aplicabilidade, mas que no futuro essas deficiências podem e devem 
ser eliminadas. 
Portanto, ficou claro de como essas instituições são criadas e como 
desempenham suas competências, bem como, nas áreas de atuação delegadas por 
legislação infraconstitucional que, nos apresenta uma nova identidade às guardas 
municipais. A pesquisa possibilitou compreender, o embasamento legal para 
atuações das guardas municipais nos dias atuais, e como o Estado distribuiu as 
competências entre os entes da federação, a qual definiu o papel de cada 
instituição. Dada à importância do tema, torna-se necessário um estudo mais 
profundo que venha a demonstrar a importância da segurança pública pensada sob 
a ótica municipal, comparando municípios que possuem guardas municipais com 
aqueles não possuem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
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