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MARCADORES HEPÁTICOS ▪ ALBUMINA Por estar relacionada com o aporte proteico e à produção exclusiva do fígado, é usada como parâmetro para avaliação do estado nutricional e como marcador da função de síntese hepática. Também é usada na avaliação dos casos de perda proteica por via renal ou intestinal. A amostra utilizada é o soro e existem alguns fatores que podem interferir de forma a aumentar sua dosagem, como por exemplo gravidez, dieta, exercícios e uso de álcool. Dentre as doenças principais que aumentam a dosagem destaca-se insuficiência cardíaca, desidratação, hemólise, lipemia e icterícia. Já os fatores que diminuem a dosagem são a obesidade, drogas como a heroína e administração de líquidos intravenosos (hemodiluição). Os valores de referência para pessoas com idade igual ou acima de 3 anos são de 3 a 5 g/dL. ▪ PROTEÍNAS TOTAIS A medida das proteínas totais reflete o estado nutricional e também pode ser usada na triagem e no diagnóstico de doenças renais, doenças hepáticas e muitos outros distúrbios. Quando o resultado é anormal, outros exames devem ser realizados para identificar as proteínas alteradas e para pesquisar a causa. Para fazer este teste, a medição é feita no soro que é retirado da amostra de sangue, e normalmente são necessárias entre 3 a 8 horas de jejum antes de fazer a recolha. Os valores de referência para pessoas com idade igual ou acima de 3 anos é de 6 a 8 g/dL e da globulina é entre 2 e 4 g/dL. A alteração dos valores dos níveis de proteína podem ser indicadores de várias doenças, dependendo muito da proteína que está alterada. As possíveis causas que levam à diminuição das proteínas no sangue são o alcoolismo crônico, doenças renais, devido à perda de proteínas na urina, gravidez, excesso de hidratação, cirrose, hipertireoidismo, deficiência em cálcio e vitamina D, insuficiência cardíaca, síndrome de má absorção. Enquanto que as causas para o aumento das proteínas totais são o aumento da produção de anticorpos em algumas doenças infecciosas, câncer, doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, desidratação, porque o plasma sanguíneo fica mais concentrado entre outras. ▪ ALANINA TRANSAMINASE (ALT) – TGP É uma enzima de natureza citoplasmática, sua atividade aumenta quando ocorre doença hepática, mas não necessariamente o aumento indica um dano. As causas agudas do seu aumento resultam em hepatites virais (aumento de 10 a 100x mais), hepatite autoimune, isquemia, drogas, coledocolitíase etc. Tem uma especificidade maior para dano hepático se comparada com a AST. Seu valor de referência está entre 0-55 U/I, as amostras biológicas são o soro ou plasma e os interferentes são a hemólise, lipemia e bilirrubina. ▪ ASPARTATO TRANSAMINASE (AST) - TGO É uma enzima citoplasmática e mitocondrial, pode ser liberada frente a dano hepatocelular e pode ser marcador de infarto quando presente no músculo cardíaco. Há casos em que ocorre o aumento de forma crônica devido a fatores como drogas, etanol, hemocromatose, hepatite crônica, Wilson etc. Normalmente são utilizadas as amostras de soro ou plasma e os principais interferentes são a hemólise, lipemia e bilirrubina. Seu valor de referência é 5-34 U/I ▪ FOSFATASE ALCALINA (FAL OU ALP) E FRAÇÕES Ela está presente no fígado (ductos biliares e próximo a membrana biliar dos hepatócitos), ossos (faz a desmineralização) e intestino. É um marcador importante para a disfunção hepática, sempre que ocorre alguma lesão seus níveis aumentam e é importante descobrir se seu aumento está relacionado a questão do osso ou a questão do fígado. As principais causas fisiológicas de aumento estão relacionadas ao 3º trimestre de gestação, adolescência e menopausa. Nas causas fisiológicas hepáticas ela está relacionada a obstrução biliar, doença infiltrativa (biópsia hepática) e fase inicial da doença colestática. O seu aumento devido a causas não-hepáticas está relacionado a fraturas e hiperparatireoidismo. O diagnóstico diferencial da fosfatase alcalina hepática ou óssea é realizado através da medida da determinação de GGT (mais específico) /5’ nucleotidase. Caso essas dosagens não consigam dar o diagnóstico, outros procedimentos podem ser realizados. Os valores de referência são modificados de acordo com a idade do paciente. < 2 anos: 85 - 235 U/L 2 a 8 anos: 65 - 210 U/L 9 a 15 anos: 60 - 300 U/L 16 a 21 anos: 30 - 200 U/L Adultos: 46 a 120 U/L ▪ BILIRRUBINA TOTAL (TBIL) E FRAÇÕES A bilirrubina é uma substância alaranjada produzida quando o fígado decompõe glóbulos vermelhos velhos. A bilirrubina é então removida do corpo através das fezes e uma pequena porção na urina. A dosagem de bilirrubina no sangue serve, portanto, para avaliar o funcionamento do fígado. Se há um excesso dessa substância no sangue, é sinal de que ela não está sendo corretamente filtrada a descartada pelo fígado. A Bilirrubina circula na corrente sanguínea em duas formas: a) Bilirrubina indireta (ou não conjugada): essa forma não se dissolve em água e é a bilirrubina que viaja na corrente sanguínea para o fígado, onde é transformada em uma substância solúvel; b) Bilirrubina direta (ou conjugada): quando a bilirrubina indireta chega ao fígado é excretada na forma de bile, constituindo um dos pigmentos biliares. Essa substância então retorna à corrente sanguínea para ser excretada nas fezes. Por ser solúvel em água, a bilirrubina conjugada é encontrada em pequenas quantidades na urina. Bilirrubina total e os níveis de bilirrubina direta são medidos no sangue, enquanto que os níveis de bilirrubina indireta são derivados a partir das medições de bilirrubina total e direta. Seus valores podem sofrer alteração pra mais em hemólise, deficiências congênitas ou adquiridas de glucuronização (BI), doenças hepatocelulares e doenças biliares (BD). Sobre valores de referência: Em adultos: Direta: 0,00 a 0,30 mg/dL Indireta: 0,20 a 0,80 mg/dL Total: 0,20 a 1,10 mg/dL. Bilirrubina total em recém-nascido prematuro: 1 dia: 1,00 a 8,00 mg/dL 2 dias: 6,00 a 12,00 mg/dL 3 a 5 dias: 10,00 a 14,00 mg/dL. ▪ GAMA GLUTAMIL TRANSPEPTIDASE OU GAMA-GT (GGT) Está presente no fígado (epitélio biliar e hepatócitos), pâncreas e rins. Apesar de ser muito sensível para doença hepatobiliar, ela é pouco específica. Alguns medicamentos como barbitúricos, difenil-hidantoína e antidepressivos tricíclicos podem induzir aumento nesses níveis de gama-gt circulantes. Além desses, a obstrução biliar intra ou pós-hepática (5 a 30x), alcoolismo, esteatose hepática (2 a 5x), cirrose hepática, hepatite infecciosa (2 a 5x), câncer de próstata etc. Valores de referência: 7-50 ui/l, os principais interferentes são os triglicerídeos e bilirrubina e é necessário amostra de soro ou plasma para verificar sua quantidade no sangue. ▪ 5' NUCLEOTIDASE (5'NTD) É uma enzima da membrana plasmática que catalisa a hidrólise da maioria dos ribonucleotídeos 5’monofosfatos para ortofosfatos. Sua atividade é aumentada de 2-5 vezes nas doenças hepáticas obstrutivas. Sua avaliação serve como diagnóstico diferencial entre tumor hepático e ósseo, uma vez que seus níveis raramente estão aumentados no câncer ósseo. Seu valor de referência é de 2 a 17 U/L. Os interferentes para um aumento dessa enzima são o alcoolismo, cirrose, disfunção hepática, obstrução extra-hepática e quando está menor que o valor de referência, a causa maior é a hepatite. ▪ LACTATO DESIDROGENASE (LDH) A LD está presente no citoplasma de todas as células do organismo. Sendo rica no miocárdio, fígado, músculo esquelético, rim e eritrócitos. Os níveis teciduais de LD são, aproximadamente, 500 vezes maiores do que os encontrados no soro e lesões naqueles tecidos provocam elevações plasmáticas significantes desta enzima. Devido a presença da lactato desidrogenase em vários tecidos, aumentos dos teores séricos da mesma é um achado inespecífico.É possível obter informações de maior significado clínico pela separação da LD em suas cinco frações isoenzimáticas. O aumento da LD está relacionado a doenças como: Infarto agudo do miocárdio (a LD no soro aumenta 8 a 12 horas após o infarto do miocárdio, atingindo o pico máximo entre 24-48 horas; estes valores permanecem aumentados por 7 a 12 dias), insuficiência cardíaca congestiva, miocardite, choque ou insuficiência circulatória (a LD eleva mais do que 5 vezes os valores de referência), anemia megaloblástica entre outros. Elevações da atividade da LD na urina de três a seis vezes os valores de referência estão associa - das com glomerulonefrite crônica, lupus eritema - toso sistêmico, nefroesclerose diabética e câncer de bexiga e rim. A determinação da LD na urina é afetada pela presença de inibidores como a ureia e pequenos peptídios e de possíveis inativações da enzima sob condições de pH adversos na urina. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ▪ FERNANDES, Ana Angélica Henrique. PROCEDIMENTOS PARA DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS. ROTEIRO PARA AULAS PRÁTICAS. 2019. Disponível em: https://www.ibb.unesp.br/Home/ensino/departamentos/quimicaebioqui mica/roteiros- de-aulas-praticas---bioquimica-prof.-ana-angelica.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021. ▪ MARCADORES LABORATORIAIS DA FUNÇÃO HEPÁTICA. Realização de Prof. Dr. Emerson Lima. [S.L]: Bioquímica Clínica Fácil, 2020. (58 min.), son., color. Disponível em: https://youtu.be/SSBghX-APd0. Acesso em: 22 abr. 2021. ▪ HELP de Exames. 2020. Disponível em: http://www.labhpardini.com.br/scripts/mgwms32.dll?MGWLPN=HPHOSTB S&App=HELPE&EXAME=S%7C%7CPAL. Acesso em: 23 abr. 2021. ▪ MOTTA, Valter T.. Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações: enzimas. Disponível em: file:///C:/Users/Carlo/Downloads/Bioquimica_Clinica_Principios_e_Interpr e.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021
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