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DIREITO ADMINISTRATIVO (Licitação, Contrato Adm , RDC e PPP)

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LICITAÇÃO
na Constituição Federal de 88
→ art. 37, XXI: “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações.” esse dispositivo admite a possibilidade de a
legislação estabelecer hipóteses excepcionais de celebração de contratos
administrativos sem a realização de licitação, a chamada “contratação direta”.
→ igualdade de condições aos concorrentes (licitantes)
→ mantidas as condições efetivas da proposta: equilíbrio das condições da proposta no
curso do contrato (equilíbrio contratual)
→ o poder público deve analisar as condições dos licitantes que estão participando daquela
disputa, de modo a só poder estabelecer exigências que sejam indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações
obs.: PL 6.814/2017 - Relator João Arruda MDB - PR (origem: PLS 559/2013). Modifica a
Lei de Licitações.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
→ art. 22 da CF, XXVII: da União, no que diz respeito às normas gerais de contratação e
licitação. competência privativa da União; trata-se de competência para editar normas de
caráter nacional, obrigando todos os entes federados. o inciso XXVII apenas restringe à
União as normas de caráter geral aplicáveis às licitações e aos contratos administrativos,
ou seja, não se aplica a essa hipótese o parágrafo único do mesmo artigo 22, ou seja, não
cabe falar em necessidade de autorização em lei complementar para que os estados
legislem sobre questões específicas relacionadas a licitações públicas e contratos
administrativos. assim, os estados, o DF e os municípios têm competência para legislar
sobre questões específicas acerca de licitações públicas e contratos administrativos, desde
que não contrariem as normas gerais.
→ art. 22 da CF, XXVII - Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de
licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o
disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art. 173, § 1°, III; → a CF passou a determinar, por meio da EC 19/1998, que o
legislador estabeleça “o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercializacão de bens ou de prestacão de serviços” e, consoante o inciso III deste
dispositivo, o “estatuto jurídico” em questão deve dispor sobre “licitação e contratação de
obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da adm pública”. o alcance
é limitado às empresas públicas e sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
atuam no domínio econômico em sentido estrito.
Quem deve licitar?
→ Lei 8.666/93 (LCC), art. 1°, parágrafo único: Subordinam-se ao regime desta Lei, além
dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
obs.: empresas públicas e sociedades de economia mista subordinam-se à lei das estatais
(13.303/2016), que não distingue estatais exploradoras de atividade econômica e estatais
prestadoras de serviços públicos, ao contrário da doutrina anterior à sua vigência (na época
da LCC, ainda se falava, em seu texto, em empresa pública de economia mista, pois não
tinha a lei das estatais, recente; a LCC não se aplica mais a essas empresas, contudo).
incidência dos princípios da licitação aos que manejam recursos públicos - exemplo:
entidades qualificadas como organizações sociais ou que celebram parcerias voluntárias.
Finalidades da licitação
muito embora o inciso XXI do art. 37 da CF exija que seja assegurada, nas licitações, a
“igualdade de condições a todos os concorrentes”, o legislador ordinário, por meio da Lei
12.349/2010, conferiu interpretação bastante elástica a essa noção de igualdade,
possibilitando que sejam concedidas grandes vantagens competitivas a empresas
produtoras de bens manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais,
que atendam as normas técnicas brasileiras. tais vantagens competitivas (ou “margem
de preferência”) alteraram a noção de igualdade aplicável ao procedimento licitatório,
fazendo com que o legislador devesse modificar o caput do art. 3° da Lei 8666, para
acrescentar a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, de modo a dar evidência
para o favorecimento do mercado local de bens e serviços, fortalecer os setores de
pesquisa e inovação tecnológica nacionais, etc. assim:
→ Lei 8.666, art. 3° (1a parte): “A licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável (...)”.
→ finalidades
a) isonomia nas contratações
a licitação não pode privilegiar/direcionar/proteger determinados particulares em detrimento
de outros.
obs.: tratamento favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte (princípio
constitucional). regras de licitação mais favoráveis
b) seleção da proposta mais vantajosa
coincidência com o princípio da economicidade; favorecimento à proposta de menor valor
(que não necessariamente será o que é, de fato, mais vantajoso para a licitação).
c) desenvolvimento nacional sustentável
preferência nas aquisições para os bens produzidos no país e que atendam a critérios de
sustentabilidade - aspectos social, econômico e ambiental.
a lei 13.146 acrescentou, ainda, à lei 8666, regras destinadas a proporcionar vantagens
competitivas a determinados licitantes, que comprovem o cumprimento de reserva de
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdência social
e que atenda às regras de acessibilidade previstas na legislação.
→ Lei 8.666, art. 3° (2a parte): “(...) e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”
→ princípios gerais e específicos
a) legalidade
b) impessoalidade
c) moralidade
d) igualdade (igualdade como um princípio e isonomia como finalidade) → isonomia é
não apenas tratar igualmente os semelhantes, mas também diferenciar o tratamento
conferido aos desiguais.
a observância da igualdade entre os participantes no procedimento licitatório possui dupla
vertente: devem ser tratados isonomicamente todos os que participam da disputa, o que
significa a vedação a discriminações injustificadas no julgamento das propostas, e deve ser
dada oportunidade de participação nas licitações em geral a quaisquer interessados que
tenham condições de assegurar o futuro cumprimento do contrato a ser celebrado.
não configura violação ao princípio da isonomia o estabelecimento de requisitos mínimos de
habilitação dos licitantes cuja finalidade seja exclusivamente garantir a adequada execução
do futuro contrato.
§1°, I, do art. 3° → proíbe que os agentes públicos estabeleçam ou admitam, nos atos de
convocação, cláusulas ou condições que comprometam o caráter competitivo da licitação
ou que estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou
domicílio dos licitantes
§1°, II, do art. 3° → veda que os agentes públicos estabeleçam tratamento diferenciado de
natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas
estrangeiras e brasileiras
§2°, art. 3° da lei 8666 → “em igualdade de condições, como critério desempate,será
assegurada preferência, sucessivamente…”
art. 3°, § 12 → nas contratações destinadas à implantação, à manutenção e ao
aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados
estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e
serviços com tecnologia desenvolvida no país e produzidos de acordo com o processo
produtivo básico previsto na legislação pertinente
e) publicidade (a restrição à publicidade, em procedimento licitatório, é raro, bastante
excepcional) → art. 3, § 3°, consoante o qual “a licitação não será sigilosa, sendo
públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.
O objetivo evidente da imposição de observância do princípio da publicidade nas licitações
é permitir o acompanhamento e a fiscalização do procedimento, não só pelos licitantes,
como também pelos diversos órgãos de controle interno e externo e pelos administrados em
geral. Estes podem sustar ou impugnar quaisquer atos lesivos à moralidade administrativa
ou ao patrimônio público, representar contra ilegalidades ou desvios de poder, apresentar
denúncias ao Ministério Público, aos tribunais de contas etc
princípios essencialmente vinculados à licitação: vinculação ao instrumento
convocatório e julgamento objetivo.
a doutrina costuma mencionar, ainda, os seguintes princípios implícitos específicos:
competitividade, procedimento formal, sigilo das propostas e adjudicação compulsória.
ademais, embora o princípio do formalismo não se encontre expresso no caput do art. 3°, é
incluído por Hely Lopes Meirelles como princípio cardeal das licitações e está enunciado no
art. 4°, parágrafo único, da lei 8666.
→ art. 3°, §3° da Lei 8.666: “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao
público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura.” → publicidade garante competitividade.
f) probidade administrativa
g) vinculação ao instrumento convocatório → princípio específico. “o edital é a lei
da licitação”.
o edital (ou a carta convite, em quantidade menor) é o instrumento utilizado para a
convocação. é ele que vai regular a licitação.
art. 41 da lei 8666.
direito, de qualquer cidadão, de impugnar o edital de licitação por motivo de ilegalidade →
art. 41, §1°
h) julgamento objetivo → princípio específico.
art. 45 da Lei 8.666: “o julgamento das propostas será objetivo, devendo a
Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores
exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos
licitantes e pelos órgãos de controle.”
fase de julgamento em que a Comissão tem que se utilizar da objetividade, de acordo com
os tipos de licitação da Lei 8.666 (menor preço, maior lance e oferta, melhor técnica, etc.).
permite-se, contudo, uma certa subjetividade: exemplo da licitação na modalidade concurso,
feita pela PCR, para divulgar uma poesia nos ônibus da cidade. a Prefeitura vai nomear
uma Comissão, responsável por designar essa melhor poesia, composta por professores,
especialistas em literatura. Nesse caso, não há como dizer que existe uma objetividade
absoluta, pelo caráter subjetivo inserido na escolha. (o segundo exemplo é o de uma
escultura, para ser colocada em uma praça). além disso, os critérios “melhor técnica” ou
“técnica e preço” inexoravelmente implicarão certa dose de valoração subjetiva na escolha
da proposta vencedora.
margens de preferência - ressalvas: art. 3°, §§ 5° ao 15, da Lei 8.666:
→ “margem de preferência” trata-se de instrumento de diferenciação entre os licitantes que
tem o maior potencial para gerar distorções, desequilíbrios, redução de competitividade nos
certames, aumento desmesurado de custos para a administração pública e outros efeitos
colaterais deletérios, exatamente na contramão da garantia à promoção do
desenvolvimento nacional sustentável. a utilização de margem de preferência é facultada,
seguindo os parâmetros da lei.
art. 3°, §5° → “nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem
de preferência para I) produtos manufaturados e serviços nacionais que
atendam as normas técnicas brasileiras e II) para produtos
manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e
inovação tecnológica realizados no País” (a soma não pode ultrapassar
25%)
art. 3, §10° → a margem de preferência do §5° pode ser estendida, total ou
parciamente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do
Mercosul
art. 3°, §7° → para os produtos manufaturados e serviços nacionais
resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País,
poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista
no § 5°.
- a partir de janeiro de 2016, também se aplica a margem de preferência para bens e
serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem o cumprimento de reserva
de cargos prevista em lei para pessoas com deficiência ou para reabilitado da Previdência
Social e que atendam às regras de acessibilidade da legislação.
Contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas
de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder
Executivo Federal.
antes da lei 12.349, a proposta vencedora, dentre as classificadas em uma licitação do tipo
menor preço, nunca poderia apresentar um preço final superior ao oferecido em qualquer
das outras propostas. pois bem, é isso, exatamente, o que pode acontecer quando se
estabelecem margens de preferência em um certame. hoje é possível, por exemplo, ser
prevista, em uma licitação do tipo menor preço para aquisição de determinados produtos
industrializados, margem de preferência, digamos, de vinte por cento para o produto
nacional. nesse caso, poderá ocorrer que uma proposta de fornecimento de bens de origem
estrangeira apresente o preço unitário de dez mil reais e outra proposta, de bens nacionais,
tenha o preço unitário de onze mil e novecentos reais. nesse certame hipotético, a proposta
vencedora seria a do produto nacional.
art. 3°, §8° → a soma das margens de preferência por produto, serviço,
grupo de produtos ou grupo de serviços não pode ultrapassar o montante
de vinte e cinco por cento (25%) sobre o preço dos produtos
manufaturados estrangeiros ou serviços estrangeiros.
as margens de preferência serão definidas pelo poder executivo federal por decreto, para
reduzir a discricionariedade dos diferentes órgãos e entidades que pretendam promover
licitações, uma vez que não caberá a cada um deles, caso a caso, fixar as margens de
preferência aplicáveis.
art. 3°, §9° → impossibilidade de se usar das margens de preferência em determinados
casos
art. 3°, §13° → divulgação das empresas favorecidas por margens de preferência
art. 3°, §14 →Tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de
pequeno porte na forma da lei → art. 5°-A da lei 8666; LC n° 123/2006, com alterações da
LC n° 147/2014. a LC 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte) determina, em seu art. 47, que todos os órgãos e entidades da adm pública
brasileira, em suas contratações, concedam “tratamento diferenciado e simplificado para as
microempresas e empresas de pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvimento
econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas
públicas e o incentivo à inovação tecnológica”. a lei 13.303 também traz disposições nesse
sentido.
Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar,
a administração pública:I - deverá realizar processo licitatório destinado
exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno
porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta
mil reais);II - poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à
aquisição de obras e serviços,exigir dos licitantes a subcontratação de
microempresa ou empresa de pequeno porte;III - deverá estabelecer, em
certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25%
(vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e
empresas de pequeno porte.
Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate,
preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno
porte. § 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as
propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno
porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta
mais bem classificada. § 2o Na modalidade de pregão, o intervalo
percentual estabelecido no § 1o deste artigo será de até 5% (cinco por
cento) superior ao melhor preço.
De acordo com o art. 45, ainda, cria-se para as ME e EPP uma situação privilegiada, em
comparação com as das outras empresas, não chegando ao ponto de prever a contratação
da administração pública por um preço superior ao da proposta de preço mais baixo. essas
regras instituem, em verdade, uma espécie de repescagem das ME e EPP, de modo que
estas, que apresentaram valor um pouco superior, possam reformular sua proposta de
modo que o preço passe a ser menor do que aquele oferecido pelo licitante que fora
inicialmente mais bem classificado.
→ art. 3°, §1°, I, da Lei 8.666: É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou
tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou
frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no
8.248, de 23 de outubro de 1991;
→ tudo que possa afrontar a liberdade dos licitantes é vedado.
Tipos de licitação
→ critérios de escolha do vencedor, critérios de julgamento, satisfeitas todas as condições
do edital: (art. 45, §1°)
a) menor preço
o tipo menor preço deve ser a regra geral nas licitações para contratação de obras,
serviços, compras, locações e fornecimento.
b) melhor técnica
c) técnica e preço
estabelece a lei que os tipos de licitação "melhor técnica" e "técnica e preço" serão
utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual (art.
46). contudo, há uma exceção a essa regra, quanto ao tipo "técnica e preço": a contratação
de bens e serviços de informática, em que a administração adotará, obrigatoriamente, o tipo
de licitação "técnica e preço", mas é permitido outro tipo, desde que em casos especificados
em decreto é contraditório, pois a modalidade pregão, que sempre adota o tipo menor
preço, pode licitar esse tipo de produto, desde que estes se enquadrem como bens e
serviços comuns.
d) maior lance ou oferta (nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real
de uso)
art. 45, §2° → se permanecerem empatadas duas ou mais propostas depois de terem sido
utilizados os critérios de desempate previstos na própria lei, a classificação será feita,
obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão
convocados, vedado qualquer outro processo.
art. 46 → Art. 46. Os tipos de licitação melhor técnica, técnica e preço serão
utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente
intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,
supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em
particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos
básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4 o do artigo anterior.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1 o Nas licitações do tipo melhor técnica, será adotado o seguinte
procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual
fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas
exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita então a
avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios
pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e
objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e
a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta,
compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos
materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes
técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura
das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização
mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das
condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos
orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e
tendo como referência o limite representado pela proposta de menor preço
entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;
III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será
adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de
classificação, até a consecução de acordo para a contratação;
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não
forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização
mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente
ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente
explicitado no instrumento convocatório:
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de
acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento
convocatório;
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média
ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo
com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão
ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa
circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante
do ato convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou
prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de
tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por
autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o
objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução,
com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade,
rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem
ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios
objetivamente fixados no ato convocatório.
todos os atos do procedimento licitatório devem ser motivados; especialmente porque a
administração está sujeita à controle.
modalidades de licitação
art. 22 da Lei 8.666: são modalidades de licitação
I - concorrência
II - tomada de preços
III - convite
IV - concurso
V - leilão
pregão → regulado pela lei 10520. destina-se a aquisição de bens e serviços comuns, para
qualquer valor de contrato.
concorrência, tomada de preços e convite: modalidades comuns. as três primeiras
modalidades (concorrência, tomada de preços e convite) são hierarquizadas com base na
complexidade de seus procedimentos e no vulto dos contratos a serem celebrados,
especialmente no que se refere aos valores envolvidos. a existência de uma hierarquia
entre essas três modalidades decorre da letra do §4° do art. 23, segundo o qual “nos casos
que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer
caso, a concorrência”
concurso e leilão: modalidades especiais
o valor estimado para a contratação é também o critério para saber qual a modalidade
que será utilizada.
em determinados casos, contudo, a própria lei diz que a licitação deve ser feita por
concorrência, por ser a modalidademais completa (“base” da pirâmide).
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu
objeto.
a concorrência é também a modalidade em que se verifica, regra geral, a maior
competitividade.
especificamente na concorrência prévia à celebração de contratos de parcerias
público-privadas e na concorrência prévia à celebração de contratos de concessão de
serviços públicos, é admitida a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento,
hipótese em que esta ocorrerá antes daquela.
tomada de preços é a modalidade de licitação entre os interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem todas as condições para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas. é um requisito limitador (competitividade mais
restrita) que, contudo, não é um impeditivo muito grande, pois praticamente todas as
empresas hoje em dia tem esse registro de cadastro.
na tomada de preços, a habilitação, que corresponde ao cadastramento, é prévia à
abertura do procedimento → inversão de fases. entretanto, a fim de atender ao princípio
da competitividade, os interessados não previamente cadastrados têm garantida a
possibilidade de se inscreverem até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, contanto que satisfaçam as condições de qualificação exigidas.
o julgamento, assim como na concorrência, é realizado por uma comissão integrada por três
membros.
a tomada de preços é admitida nas licitações internacionais, desde que a) o órgão ou
entidade disponha de cadastro internacional de fornecedores e b) o contrato a ser celebrado
esteja dentro dos limites de valor para a tomada de preços.
convite é, como o próprio nome, um convite. é a modalidade de licitação por meio do qual a
administração convida quem ela quiser. gera questionamentos, pois sempre existirão
aquelas empresas em que normalmente sempre serão as convidadas. não há restrição
quanto ao cadastramento, mas, via de regra, a administração sempre chama empresas
cadastradas, pela facilidade de já ter os dados em mão e etc. devem ser convidados no
mínimo 3 empresas do ramo pertinente a o que vai ser licitado, fixando-se tais convites
no quadro de avisos do site da instituição/painel de licitações. é discricionário, mas a
administração estende, automaticamente, o convite aos demais interessados cadastrados
na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até
24h da apresentação das propostas.
as Cortes de Contas defendem que é preciso ter 3 propostas válidas para haver
competitividade, então orienta-se que os gestores convidem mais de 3 empresas, para que
isso seja cumprido em caso de alguma dessas instituições não mandar proposta.
§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três)
possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico
ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um
interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas
licitações.
no caso do parágrafo 6, a cada novo convite para a licitação do mesmo objeto, deve-se
convidar, no mínimo, um interessado novo. por exemplo, no caso de convite para A, B e C,
caso a administração vá convidá-los novamente, para licitação do mesmo objeto ou
assemelhado, deve convidar, também, uma nova pessoa, nesse caso, D.
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes
exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser
devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
o parágrafo 7 vai um pouco ao contrário do entendimento das Cortes de Contas. quando as
circunstâncias de limitações do mercado ou desinteresse existirem e estiverem
devidamente fundamentadas, a licitação pode continuar, ainda que tenha uma quantidade
de propostas menor que o mínimo para caracterizar competitividade.
§ 8° → É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a
combinação das referidas neste artigo.
embora o convite seja modalidade de baixa complexidade, é possível, respeitados os limites
de valor de contratação a ela aplicáveis, a sua utilização em licitações internacionais,
quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil.
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior
serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da
contratação:
I - para obras e serviços de engenharia (memorizar!!!!!!!!!):
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
obs.: nada impede que, estando a administração autorizada a utilizar uma modalidade de
valor menor, ela o faça
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).
no caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro desses valores, quando formados por
até três entes da Federação, e o triplo, quando formados por maior número.
ps.: valores atualizados por força do decreto n° 9.412/2018. ver as notas de rodapé do vade
mecum.
Contratação direta
→ situações em que a licitação é dispensada, ou seja, a administração pode contratar
diretamente a empresa desejada. ainda assim, exige-se procedimento administrativo,
demonstrando a justificativa da não realização de licitação e observando-se as cautelas
legais, em especial as do art. 26.
lei 8.666 arts. 17 (licitação dispensada), 24 (licitação dispensável) e 25 (inexigibilidade de
licitação).
Há dispensa de licitação quando esta é possível, ou seja, há possibilidade de competição,
mas a lei dispensa ou permite que seja dispensada a licitação.
- Quando a lei, diretamente, dispensa a licitação, temos a chamada licitação
dispensada.
- Quando a lei autoriza a administração a, discricionariamente, deixar de realizar a
licitação, temos a denominada licitação dispensável. Portanto, na licitação
dispensável, a competição é possível, mas a administração poderá, ou não, realizar
a licitação, conforme seus critérios de conveniência e oportunidade
Há inexigibilidade quando a licitação é juridicamente impossível. A impossibilidade jurídica
de licitar decorre da impossibilidade de competição, em razão da inexistência de pluralidade
de potenciais proponentes.
obs.: Em qualquer caso, é obrigatória a motivação do ato administrativo que decida
sobre a dispensa ou a inexigibilidade de licitação
obs.2: sempre que a administração deixar de licitar, alegando estar configurada situação de
inexigibilidade ou de dispensa, se for comprovado superfaturamento, responderão
solidariamente pelo dano causado à fazenda pública o fornecedor ou o prestador de
serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis
→ licitação dispensável
art. 24, rol taxativo (mais de 20 hipóteses).
nesse caso, há uma competição possível, mas, diante de algumas circunstâncias, o
administrador pode afastar essa competição e contratar diretamente. nesse sentido, se a
administração, mesmo assim, quiser fazer a licitação, pode fazê-lo.
contratação direta com base no art. 24 - só há dispensa quando a lei assim determina; não
se pode fazer analogia. hipóteses mais comuns:
a) em razão do valor estimado da contratação (até 10% do valor do convite: em caso
de obras e serviços de engenharia, até R$ 33.000,00 e, no caso de compras e
serviços, até R$ 17.600,00). Exceção: as empresas estatais, as agências executivas
e consórcios públicos têm valores de dispensa ampliados.
b) guerra e grave perturbação da ordem;
c) urgência (contratações emergenciais - ligadas à situação deurgência e sem
ultrapassar 180 dias). comentário da professora: muito frequentemente o poder
público vem deixando de fazer licitações e utilizando, com base para a contratação
direta, a urgência.
d) licitação deserta - quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa não
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração (art. 24, V) - não aparece
ninguém. não confundir com licitação fracassada (nesta, todos os licitantes são
inabilitados ou desclassificados e à Administração confere prazo para readequação -
se ainda assim persistir o problema, é feita nova licitação; no caso em que mesmo
com a nova chance os preços ficarem manifestamente superiores aos praticados no
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não
superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços).
e) art. 24, XIII - contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de
instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha
inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos. ex.:
contratação de empresa para fazer concurso público (CEBRASPE, FCC, etc.)
f) contratos firmados pelo Poder Público com as Organizações Sociais para atividades
previstas no contrato de gestão (lembrando que as OSs contratam particulares por
pregão - art. 1°, §5°, Dec. 5504/2005) (art. 24, XXIV)
art. 17 - licitação dispensada para bens móveis e imóveis
Ao lado das situações descritas como de licitação clispensável, a Lei 8.666/1993 relaciona
outras em que a licitação, embora seja juridicamente possível, não será realizada, porque a
própria lei, diretamente, dispensa a sua realização. Portanto, enquanto nas hipóteses de
licitação dispensável o procedimento licitatório poderá, ou não, ocorrer, a critério do
administrador (em face do caso concreto), nas situações descritas como de licitação
dispensada não poderá a administração licitar, uma vez que a lei afasta a possibilidade de
realização do procedimento
Como regra, as situações de licitação dispensada referem-se à alienação de bens e
direitos pela administração.
art. 25 - inexigibilidade de licitação. ocorre sempre que for inviável a competição.
rol exemplificativo, com destaque para:
a) bem singular ou fornecedor exclusivo
b) serviço técnico e especializado de natureza singular (lei específica para a licitação
de serviços de publicidade) → definidos pelo art. 13 (pareceres, laudos, perícias,
patrocínio de causas judiciais, etc.)
A regra geral é que a contratação de serviços técnicos profissionais especializados seja
precedida de licitação na modalidade concurso (art. 13, § 1). Só quando for um serviço
singular, prestado por profissional ou empresa de notória especialização, é que a licitação
será inexigível.
c) artistas consagrados pela crítica especializada ou pela opinião pública (ex.:
aniversário da cidade, carnaval, são joão)
obs.: é vedada a inexigibilidade para serviços de divulgação e publicidade. regras
específicas na lei n° 12.232/2010.
Hely Lopes Meirelles ensina que a impossibilidade jurídica de competição decorre da
natureza específica do negócio ou dos objetivos visados pela administração, não cabendo
pretender a seleção de "melhor proposta" quando só uma pessoa é proprietária do bem
singular de que o Poder Público necessite, ou quando determinada pessoa é a única
reconhecidamente capaz de cumprir adequadamente um contrato cujo objeto seja singular
dispensar ou inexigir licitação, ou deixar de observar as formalidades → crime com
pena superior à 3 anos
a motivação dos atos administrativos que decidam pela dispensa ou pela inexigibilidade é
obrigatória para todos os órgãos e entidades da administração pública, em todas as esferas,
independentemente de previsão explícita em lei. Somente assim um efetivo controle de tais
situações será possível.
Especificamente na Lei 8.666/1993, a justificação só é expressamente exigida nos casos
arrolados no art. 26
Procedimento licitatório
→ arts. 38 e 43
nem todas as modalidades de licitação apresentam todas as fases que serão descritas no
presente tópico. a concorrência é a mais complexa das modalidades de licitação e, por
essa razão, é aquela em que todas as etapas são bem definidas.
FASE INTERNA
1. instauração do procedimento administrativo → autuado, protocolado e numerado
checa-se a compra, a contratação do serviço, etc. parte de algum setor da administração
essa provocação, para que seja instaurado o procedimento licitatório.
2. exposição de motivos e autorização → descrição do objeto e justificativa do
interesse público em sua aquisição/contratação
não se tem rigor absoluto. algumas necessidades se presumem. produtos mais complexos,
com custos mais altos, contudo, precisam de justificativa.
3. dotação orçamentária → não se exige disponibilidade financeira integral no início da
execução do contrato, mas que haja recursos suficientes para o pagamento da
obra/serviço/compra, conforme cronograma ajustado entre as partes, seguindo a lei
orçamentária;
conclui-se da legislação que o que o poder público deve fazer é avaliar se existe a
disponibilidade, dentro do orçamento, para aquela licitação. não quer dizer que o dinheiro já
deva estar integralmente dentro do caixa.
4. designação da comissão, leiloeiro/pregoeiro administrativo ou responsável pelo
convite → nas comissões de licitação, exige-se, no mínimo, 3 membros, sendo pelo
menos 2 servidores públicos (art. 51). no convite, a comissão pode ser formada por
apenas 1 membro, em pequenas unidades administrativas. a comissão pode ter
caráter especial ou permanente (por 1 ano, vedada a recondução de todos os
membros, para que tenha alternância). a responsabilidade pelos atos da
comissão é solidária, salvo se o membro discordante deixar consignado
expressamente, em ata, que foi voto vencido em determinada atuação.
necessidade de determinar quem vai disciplinar essa licitação, com a criação de uma
comissão. algumas espécies de licitação necessitam de uma comissão especial (ex.:
licitação para algo de informática)
obs.: audiência pública → art. 39 da lei 8.666/93. sempre que o valor estimado para uma
licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a
R$ 330 milhões, ou o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma
audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima
de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com
a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios
previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as
informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.
crítica: se há participação efetiva e se essas audiências servem, de fato, para alguma coisa
(a professora não sabe informar)
5. elaboração do edital e aprovação pelo órgão jurídico
o edital é o instrumento por meio do qual a adm torna pública a realização de uma licitação,
sendo utilizado em todas as modalidades, menos na “convite”. art. 21 → publicação de
aviso com resumo do edital.
o edital é a lei interna, fixando as condições de realização da licitação. ele é numerado,
devendo conter o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção, o local, dia e hora para recebimento da
documentação e proposta e para início da abertura dos envelopes.
os prazos estabelecidos na lei são prazos mínimos, nada obstando que a administração
adote lapsos temporais maiores sempre que entender necessário ou conveniente. a
antecedência mínima a ser observada encontra-se no art. 21 da lei 8666 e, no caso do
pregão, no art. 4, V, da lei 10520. a partir da última publicação do edital resumido ou da
expedição do convite, o prazo mínimo a ser observado para o recebimento das propostas
ou a realização do evento seráde:
1) 45 dias para concurso e concorrência (quando o contrato a ser celebrado contemplar
o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo melhor técnica ou
técnica e preço
2) 30 dias para concorrência (subsidiário) e tomada de preços (quando for do tipo
melhor técnica ou técnica e preço)
3) 15 dias para tomada de preço (subsidiário) e leilão
4) 5 dias para convite
5) 8 dias para pregão
art. 38, parágrafo único: as minutas de editais de licitação, bem como as
dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente
examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da administração.
→ a minuta dos editais, ANTES DA PUBLICAÇÃO, ou seja, não é o edital em si!!!
as Cortes de Contas tendem a responsabilizar o advogado que aprovou determinada
minuta de edital de licitação que estivesse irregular à legislação.
qualquer alteração no edital deve ser divulgada (após o edital ser publicado), reabrindo-se o
prazo para apresentação das provas, salvo quando as alterações não afetarem o conteúdo
destas. obs.: no convite, o instrumento convocatório é a carta-convite, que faz as
vezes de edital.
art. 40 → conteúdo do edital de licitação. diz tudo que o edital deve ter.
o edital deve conter, no preâmbulo, a modalidade, o regime de execução e o tipo da
licitação, a menção à disciplina da Lei 8.666/93, o local/dia/hora do recebimento da
documentação e das propostas e da abertura dos envelopes. o art. 40 da LCC enumera
isso.
FASE EXTERNA
divulgação da licitação.
1. publicação do edital → em diário oficial e nos sites institucionais (art. 21 da Lei
8.666, com alteração da MP 896 de 6 de setembro de 2019, que dispensou a
publicação em jornais de grande circulação). na aquisição da íntegra do edital, o
licitante deve apenas custear a cópia, a administração não pode lucrar. se o edital
estiver disponível na internet, não há custo para as partes.
impugnação ao edital → feita por qualquer cidadão, até o 5° dia útil antes da abertura dos
envelopes de habilitação (art. 41, §1°); o licitante tem o prazo de até o 2° dia útil anterior à
abertura dos envelopes de habilitação (art. 41, §2°) → distinção entre o licitante e o cidadão
comum.
em ambos os casos, a administração deve decidir em 3 dias úteis (complicado para o caso
do licitante em 2 dias úteis. cabe, então, suspensão de prazo, com reagendamento da
abertura dos envelopes, para dar tempo de a administração resolver a impugnação),
podendo alterar ou anular o edital, devendo, naquele caso, republicá-lo e, se couber, reabrir
o prazo de apresentação das propostas. a administração pode, também, caso ache
necessário, revogar essa licitação.
art. 41 da lei 8.666. não exclui o direito de recurso ao judiciário ou de representar ao
Tribunal de Contas.
exemplo → licitação de mil garrafinhas de água mineral de 500ml. a impugnação ocorreria
porque seria mais econômico comprar garrafas de 20L? (ou empresas que não se
encaixassem no edital impugnariam por motivos diversos, como uma exigibilidade que não
deveria ser necessária).
exemplo 2 → laranjas de empresas que já estavam prestando serviço, para impugnar a
licitação da nova empresa e continuar prestando o serviço em caráter emergencial.
2. habilitação → análise da documentação dos licitantes.
a habilitação tem por finalidade garantir que o licitante, na hipótese de ser o vencedor do
certame, tenha condições técnicas, financeiras e idoneidade para adequadamente cumprir o
contrato objeto da licitação.
art. 27 da Lei 8.666. compreende:
a. habilitação jurídica; (identidade, registro comercial, ato constitutivo, inscrição
do ato constitutivo e decreto de autorização de funcionamento)
b. qualificação técnica; (registro ou inscrição na entidade profissional
competente, comprovação de aptidão para desempenho de atividade
pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o
objeto da licitação, comprovação de que recebeu os documentos e que
tomou conhecimento de todas as condições locais para o cumprimento das
obrigações objeto da licitação e prova de atendimento de requisito previsto
em lei especial)
art. 30 → documentação relativa à qualificação técnica:
● registro ou inscrição na entidade profissional competente
● comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para
a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos
membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
● comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos e,
quando exigido, de que tomou conheicmento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
● prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial (utilização de
substâncias perigosas com certo nível de segurança, etc.), quando for o caso;
§1° → comprovação de aptidão por meio de atestados
I → capacitação técnico-profissional
§8° → exigências a mais em obras de grande complexidade
c. qualificação econômico-financeira; (balanço patrimonial e demonstrações
contábeis do último exercício social, certidão negativa de falência ou
recuperação judicial e garantia de 1% do valor estimado do objeto da
contratação)
art. 31 → qualificação econômico-financeira (a lei estabelece qual a documentação que
pode ser exigida para que a administração faça essa análise de qualificação econômica):
● balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social
● certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da
PJ, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
● garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no “caput” e §1° do art. 56
desta lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação;
§1° → exigência dos índices para demonstrar capacidade financeira
§2° → possibilidade de exigência de capital mínimo
d. regularidade fiscal (exceção para as MEs e EPPs: se vencedoras, terão o
prazo de 5 dias úteis para fazer o saneamento do débito - quitação ou
inexigibilidade) e trabalhista (inexistência de débitos inadimplidos perante a
JT, mediante a apresentação de certidão); (CNPJ, prova de inscrição no
cadastro de contribuintes estadual ou municipal, prova de regularidade para
com a fazenda federal, estadual e municipal, prova de regularidade relativa à
seguridade social e ao FGTS, prova de inexistência de débitos inadimplidos
perante a JT)
art. 29 → a empresa deve demonstrar que está regular com as 3 fazendas (federal,
estadual e municipal). há quem defenda que isso não deveria ser exigido para alguns
tributos (iptu, iss)
inciso V → certidão negativa da JT
as obrigações de habilitação devem persistir no curso de todo o procedimento licitatório.
e. declaração de não exploração do trabalho infantil (art. 7°, XXXIII, CF);
os documentos necessários à habilitação poderão ser substituídos por registro cadastral
emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido
feito em obediência ao disposto na lei 8666.
a documentação relativa à habilitação jurídica, à comprovação de regularidade fiscal
e trabalhista e às qualificações técnica e econômico-financeira poderá ser
dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, fornecimento de bens para
pronta entrega e leilão (art. 32, §1°). essa mesma documentação também poderá ser
dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a contratação de
produtos para pesquisa e desenvolvimento, desde que até o valor de oitenta mil reais ou
para pronta entrega (art. 32, §7°).
no caso de concorrência, o art. 114 da lei 8666 prevê a possibilidade de ser adotado
um procedimento chamado pré-qualificação de licitantes, que seria determinada
mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior,
quando o objeto da licitação recomendar uma análise mais detida da qualificaçãotécnica dos interessados.
recurso → não serve para apresentar documentos obrigatórios, apenas para discutir o
acerto da decisão de habilitação/inabilitação, com efeito suspensivo; a licitação vai ser
suspensa para que o recurso seja analisado. prazo de 5 dias úteis para interposição do
recurso, a partir da lavratura da ata, nos casos de a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas; c) anulação ou revogação da licitação; d) indeferimento do
pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; e) rescisão
unilateral do contrato; f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de
multa. se todos os licitantes forem inabilitados, a administração pode-deve conceder prazo
de 8 dias úteis para todos se adequarem ao edital (art. 48, §3°, da Lei 8.666)
o efeito suspensivo do recurso serve bastante para aquela empresa que, inadequada ao
edital, recorre para que seja habilitada e ela possa reingressar ao certame e competir com
as demais.
outra fundamentação é a empresa inabilitada com débito na JT mas que, com certidão
positiva com efeitos negativos, pois o débito foi parcelado, deve ingressar na disputa.
também pode funcionar para empresa que queira inabilitar outra empresa indevidamente
habilitada, porque violando alguma das disposições.
após a fase de habilitação, não cabe mais desclassificá-los por motivo relacionado à
habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes (art. 43, §5°). o licitante não poderá
mais desistir da proposta apresentada também, salvo por motivo justo decorrente de fato
superveniente e aceito pela comissão (art. 43, §6°).
Apresentado o recurso, será comunicada a sua interposição aos demais licitantes, que
poderão impugná-lo, no prazo de cinco dias úteis. Se a modalidade da licitação for o
convite, o prazo para essa impugnação será de dois dias úteis. O recurso será dirigido à
autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá
reconsiderar sua decisão, no prazo de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo
subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo
de cinco dias úteis, contados do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
Como se ve, o recurso de que estamos cuidando é um recurso hierárquico, isto é, sua
decisão compete à autoridade imediatamente superior àquela que praticou o ato recorrido
Cabe pedido de reconsideração em face da decisão que declare a inidoneidade para licitar
ou contratar com a administração pública, proferida por Ministro de Estado, secretário
estadual ou secretário municipal. O prazo para a apresentação do pedido de
reconsideração é de dez dias úteis, contados da intimação da decisão. Cabe representação
no caso de decisões relacionadas com o objeto da licitação, ou do contrato, contra as quais
não caiba recurso hierárquico. O prazo para a apresentação da representação é de cinco
dias úteis, contados da intimação da decisão. Caso a modalidade da licitação seja o convite,
esse prazo será de dois dias úteis.
licitação efetuada na modalidade convite → prazo de interposição do recurso de 2 dias úteis
importante, ainda, frisar que a LC 123/2006 estabeleceu regras especiais, mais favoráveis,
quanto à exigência de comprovação de regularidade fiscal para microempresas e empresas
de pequeno porte que participem de procedimentos licitatórios.
art. 42 → a comprovação de regularidade fiscal das ME e EPP somente será exigida para
efeito de assinatura do contrato. isso significa que, mesmo que ela(s) tenha(m) débitos
tributários exigíveis, ela poderá participar da licitação e, no caso de sagrar-se vitoriosa, terá
que regularizar sua situação previamente à assinatura do contrato.
art. 43, §1°
se a ME ou EPP que apresentou documentação com restrições e venceu a licitação não
providenciar a regularização, ocorrerá a decadência do seu direito à contratação. ela estará,
ainda, sujeita às sanções legais que a lei 8666 comina para as hipóteses em que se
caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida.
3. julgamento e classificação → os envelopes são abertos e há a aplicação dos
critérios de julgamento definidos no edital
duas etapas de julgamento:
a) a comissão verifica a conformidade de cada proposta com os requisitos do edital,
desclassificando as que estiverem desconformes
b) as propostas classificadas são postas em ordem
art. 45, §2°, Lei 8.666 → em caso de empate entre duas ou mais propostas, a classificação
se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão
convocados.
a lei também prevê um recurso na fase de julgamento, com efeito suspensivo. → prazo de 5
dias úteis.
se todos os licitantes forem desclassificados, a Administração pode-deve conceder prazo de
8 dias úteis para todos se adequarem ao edital (art. 48, §3°, Lei 8.666). (no caso de convite
esse prazo se reduz para três dias úteis)
critérios de desempate sucessivos → art. 3°, §2°, da lei 8666
critério especial: arts. 42 a 49 da LC 123/2006 → numa licitação com ME ou EPP
considera-se empate se a proposta da ME ou EPP for até 10% maior do que as demais
licitantes (concurso, tomada de preço e convite) ou 5% maior (pregão), e tem
preferência no desempate, pois, antes de se analisarem os critérios do art. 3, §2°, as
ME e EPPs podem reduzir o valor de sua proposta para um preço menor do que os
das outras empresas.
4. homologação → feita pela autoridade do órgão, que vai proceder à verificação e
chancela da licitação; é exercido um controle de legalidade do procedimento
licitatório. em havendo vício no procedimento, deve ser anulado. em não mais
havendo interesse público na contratação (por razões supervenientes), o
procedimento deve ser revogado. em ambos os casos, o ato precisa ser
devidamente motivado.
obs.: há controvérsia sobre qual fase vem primeiro, se a homologação ou a adjudicação
(vide arts. 38, VII e 43, VI da Lei 8.666)
recurso: nos casos de anulação ou revogação, deve-se abrir prazo para recurso de 5 dias
úteis, sem efeito suspensivo
5. adjudicação → confere-se o objeto da licitação ao vencedor. vincula o poder
público parcialmente, porque não obriga a contratar, mas, se for contratar,
deve fazê-lo com o vencedor (princípio da adjudicação compulsória) que fica
obrigado a assinar o contrato se a convocação for até 60 dias desde a abertura da
proposta. se o vencedor se negar (após o prazo de 60 dias ele pode negar sem
sofrer sanções, alegando que a proposta não seria mais interessante!!!!), sofrerá
sanções, e a administração chamará o segundo colocado, mas contratando com
base na proposta do primeiro colocado (abrindo o procedimento a negociações, já
que o segundo colocado não é obrigado a cobrir a proposta do primeiro).
a adjudicação não é um ato declaratório, apenas garante ao vencedor que, quando a
administração for celebrar o contrato relativo ao objeto da licitação, ela o fará com o
vencedor. é possível, contudo, que ocorra de o contrato não chegar a ser celebrado, em
face de motivos como a anulação do procedimento, ou a revogação.
larissa defende que a adjudicação deveria ser o último ato do processo licitatório - e é esse
o entendimento de alexandrino.
art. 50 da lei 8666
Registro de preços
art. 15 da Lei 8.666 → as compras, sempre que possível, deverão (...) II - ser processadas
através de sistema de registro de preços.
o sistema de registro de preços é um meio apto a viabilizar diversas contratações de
compras, concomitantes ou sucessivas, por órgãos e entidades da administração pública,
sem a realização de um específico procedimento licitatório previamente a cada uma dessas
compras.
é utilizado por órgãos e entidades que realizam compras frequentes de determinado bem ou
serviço, ou quando não é previamente conhecida a quantidade que será necessário
contratar. tem como vantagens, entre outras coisas, tornar ágeis as contratações e evitar a
necessidade de formação de estoques pelos órgãos e entidades públicos, além de
proporcionar transparência quanto aos preços pagospela administração pelos bens e
serviços que adquire frequentemente (o §6° do art. 15 da lei 8666 permite que os cidadãos
impugnem o preço constante no quadro geral de preços, se houver incompatibilidade entre
esse e o preço vigente no mercado)
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto,
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:
I - seleção feita mediante concorrência;
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços
registrados;
III - validade do registro não superior a um ano.
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar
as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização
de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo
assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de
condições.
Decreto n° 7.892/2013 (substituiu o decreto 3.931/2001) → regulamenta o Sistema de
Registro de Preços que é o “conjunto de procedimentos para registro formal de preços
relativos à prestação de serviços e à aquisição de bens, para contratação futura”. esse
decreto prevê a existência de um “órgão gerenciador”, cuja incumbência é realizar todos os
atos de controle e administração do sistema de registro de preços e efetuar a licitação com
o intuito de elaborar a assim chamada “ata de registro de preços”, documento “vinculativo,
obrigacional, com características de compromisso para futura contratação, em que se
registram os preços, fornecedores, órgãos participantes (órgãos da administração pública) e
condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento
convocatório e propostas apresentadas”.
faz-se uma licitação para o registro de preços e esta pode gerar diversas e futuras
contratações. “na licitação para registro de preços não é necessário indicar a dotação
orçamentária, que somente será exigida para a formalização do contrato ou outro
instrumento hábil”. a modalidade licitatória utilizada é a concorrência ou o pregão.
art. 9° do decreto 7892 →
o edital poderá admitir, como critério de julgamento, o menor preço aferido pela oferta de
desconto sobre a tabela de preços praticados no mercado, desde que tecnicamente
justificado.
poder-se-á dividir a quantidade total do item em lotes, para possibilitar maior
competitividade (art. 8°)
Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quantidade total do item em
lotes, quando técnica e economicamente viável, para possibilitar maior
competitividade, observada a quantidade mínima, o prazo e o local de
entrega ou de prestação dos serviços
após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão reduzir seus preços ao
valor da proposta do licitante mais bem classificado (art. 10), mas o primeiro colocado
continuará sendo aquele que originalmente fez a melhor proposta. esse registro tem por
objetivo a formação do cadastro de reserva, no caso de impossibilidade de atendimento
pelo primeiro colocado da ata.
art. 13 → Art. 13. Homologado o resultado da licitação, o fornecedor mais
bem classificado será convocado para assinar a ata de registro de preços,
no prazo e nas condições estabelecidos no instrumento convocatório,
podendo o prazo ser prorrogado uma vez, por igual período, quando
solicitado pelo fornecedor e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
administração
Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes
hipóteses: I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver
necessidade de contratações frequentes; II - quando for conveniente a
aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de
serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa; III -
quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços
para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de
governo; ou IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir
previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração -
→ Figuras: órgão gerenciador, órgão participante, órgão não participante (este último é
chamado de carona). Exemplo do TRE: registro de preços para notebooks. o TRT, que não
participou dessa licitação, pode pegar carona nesse registro de preços, entrando em
contato com a empresa que forneceu os notebooks ao TRE e formalizando um contrato com
ela, sem precisar fazer uma nova licitação. No decreto de 2001, as caronas eram ilimitadas;
agora, o órgão que adere deve justificar porque quer aderir. → art. 22. caberá ao fornecedor
beneficiário da ata de registro de preços optar pela aceitação ou não do fornecimento
decorrente da adesão, desde que não prejudique as obrigações presentes e futuras
decorrentes da ata, assumidas com o órgão gerenciador e os órgãos participantes.
as aquisições ou contratações adicionais decorrentes da adesão não poderão exceder, por
órgão ou entidade carona, a 100% dos quantitativos dos itens estipulados no instrumento
convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e os
órgãos participantes
Além disso, o instrumento convocatório deve prever que o quantitativo decorrente das
adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na totalidade, ao quíntuplo do
quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e
os órgãos participantes, independente do número de órgãos e entidades não participantes
("caronas") que aderirem.
→ validade da ata de registro de preços: 1 ano
o prazo de validade da ata de registro de preços não será superior a doze meses, incluídas
eventuais prorrogações. os contratos decorrentes do sistema de registro de preços devem
ser assinados dentro do prazo de validade da ata e terão sua vigência definida nos
instrumentos convocatórios.
a ata obriga os fornecedores, mas não a administração. a existência de preços registrados
não obriga a administração a contratar, facultando-se a realização de licitação específica
para a aquisição pretendida, assegurada preferência ao fornecedor registrado em igualdade
de condições, caso o preço seja igual ou mais vantajoso para a administração (art. 15, §4°
da lei 8666)
→ vedação: órgãos e entidades da administração pública federal não podem aderir à
ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou
estadual.
Limitações para o carona: art. 22. Controvérsias existentes.
Diferentemente, é facultada aos órgãos ou entidades municipais, distritais ou estaduais a
adesão a ata de registro de preços da administração pública federal (art. 22, § 9.º)
Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata de registro de
preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou
entidade da administração pública federal que não tenha participado do
certame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador. § 1º Os órgãos
e entidades que não participaram do registro de preços, quando desejarem
fazer uso da ata de registro de preços, deverão consultar o órgão
gerenciador da ata para manifestação sobre a possibilidade de adesão. §
1º-A A manifestação do órgão gerenciador de que trata o § 1º fica
condicionada à realização de estudo, pelos órgãos e pelas entidades que
não participaram do registro de preços, que demonstre o ganho de
eficiência, a viabilidade e a economicidade para a administração pública
federal da utilização da ata de registro de preços, conforme estabelecido
em ato do Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão
§ 1º-B O estudo de que trata o § 1º-A, após aprovação pelo órgão
gerenciador, será divulgado no Portal de Compras do Governo federal
§ 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de registro de preços,
observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não
do fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique as
obrigações presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com o órgão
gerenciador e órgãos participantes
§ 3º As aquisições ou as contratações adicionais de que trata este artigo
não poderão exceder, porórgão ou entidade, a cinquenta por cento dos
quantitativos dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata de
registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes
§ 4º O instrumento convocatório preverá que o quantitativo decorrente das
adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na totalidade, ao
dobro do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços
para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes,
independentemente do número de órgãos não participantes que aderirem
§ 4º-A Na hipótese de compra nacional: (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de
2018) (Vigência) I - as aquisições ou as contratações adicionais não
excederão, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos dos
itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de preços
para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes; e (Incluído pelo
Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência) II - o instrumento convocatório da
compra nacional preverá que o quantitativo decorrente das adesões à ata
de registro de preços não excederá, na totalidade, ao quíntuplo do
quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o
órgão gerenciador e para os órgãos participantes, independentemente do
número de órgãos não participantes que aderirem. (Incluído pelo Decreto nº
9.488, de 2018) (Vigência)§ 6º Após a autorização do órgão gerenciador, o
órgão não participante deverá efetivar a aquisição ou contratação solicitada
em até noventa dias, observado o prazo de vigência da ata. § 7º Compete
ao órgão não participante os atos relativos à cobrança do cumprimento pelo
fornecedor das obrigações contratualmente assumidas e a aplicação,
observada a ampla defesa e o contraditório, de eventuais penalidades
decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais, em relação às
suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão
gerenciador. § 8º É vedada aos órgãos e entidades da administração
pública federal a adesão a ata de registro de preços gerenciada por órgão
ou entidade municipal, distrital ou estadual. § 9º É facultada aos órgãos ou
entidades municipais, distritais ou estaduais a adesão a ata de registro de
preços da Administração Pública Federal. § 9º-A Sem prejuízo da
observância ao disposto no § 3º , à hipótese prevista no § 9º não se aplica
o disposto nos § 1º-A e § 1º-B no caso de órgãos e entidades de outros
entes federativos. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência) § 10.
É vedada a contratação de serviços de tecnologia da informação e
comunicação por meio de adesão a ata de registro de preços que não seja:
(Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência) I - gerenciada pelo
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; ou (Incluído pelo
Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência) II - gerenciada por outro órgão ou
entidade e previamente aprovada pela Secretaria de Tecnologia da
Informação e Comunicação do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018)
(Vigência) § 11. O disposto no § 10 não se aplica às hipóteses em que a
contratação de serviços esteja vinculada ao fornecimento de bens de
tecnologia da informação e comunicação constante da mesma ata de
registro de preços. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
também é vedado qualquer acréscimo nos quantitativos fixados pela ata de registro de
preços.
art. 20 → cancelamento do registro do fornecedor
Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado quando: I - descumprir as
condições da ata de registro de preços; II - não retirar a nota de empenho
ou instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Administração, sem
justificativa aceitável; III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, na
hipótese deste se tornar superior àqueles praticados no mercado; ou IV -
sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do art. 87 da Lei nº
8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002. Parágrafo único. O
cancelamento de registros nas hipóteses previstas nos incisos I, II e IV do
caput será formalizado por despacho do órgão gerenciador, assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
art. 21 → cancelamento do registro de preços por fato superveniente, caso fortuito ou força
maior. pode ser feita de ofício, por razão de interesse público ou a pedido do fornecedor.
Sanções administrativas e tutela judicial na lei de licitações
(Cap. IV da Lei 8666)
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com
os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação
sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios,
sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados,
sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções
penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que
exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função
ou emprego
Controle das licitações
Controle interno – ocorre desde a elaboração do instrumento convocatório, que precisa ser
aprovado pelo órgão jurídico da Administração
Controle externo – destaque para o controle judicial e para o controle exercido pelo Tribunal
de Contas
- Lei nº 8.666/93:
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas
competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos
interessados da Administração responsáveis pela demonstração da
legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da
Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá
representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de
controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins
do disposto neste artigo.
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle
interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente
anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de
licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da
Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que,
em função desse exame, lhes forem determinadas.
- - Controle também se faz através de dados disponibilizados nos sites institucionais -
Vide Portal de Compras do Governo Federal (compras governamentais) instituído
para facilitar as compras junto ao governo federal, e um Painel de compras, com os
dados das compras governamentais (percentuais de dispensa e inexigibilidade,
compras sustentáveis, compras por órgão de governo, etc). Há um Sistema de
Gestão responsável pelo desenvolvimento, proposição e implementação de
modelos, mecanismos, processos e procedimentos para aquisição, contratação,
alienação e gestão centralizadas de bens e serviços de uso em comum pelos órgãos
e pelas entidades do Poder Executivo Federal, com disciplinamento antigo.
Pregão
→ modalidade especial de licitação
→ instituído pela Lei n° 10.520/2002,
na verdade, o pregão é instituído pela MP 2026/2000 somente ao âmbito da União, e
estendido, pela lei 10520, à todas as esferas da Federação.
→ Decreto n° 3.555/2000: regulamenta o pregão. O decreto que regulamenta o pregão é
anterior à Lei supramencionada porque, na verdade, regulamentava a MP que instituiu o
pregão (MP 2.2026-3/2000).
→ Decreto n° 5.450/2005 - regulamenta o pregão na forma eletrônica.
→ Decreto n° 5.504/2005 - estabelece a exigência da utilização do pregão,
preferencialmente na forma eletrônica, para entes público e privados, nas contratações de
bens e serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências voluntárias de
recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumento congêneres ou
consórcios públicos
Características
→ aplica-se a bens e serviços comuns. a lei define o que são bense serviços comuns no
parágrafo único do art. 1°.
Informativo de Licitações e Contratos do TCU n° 227 (9 e 10 de dez de 2014): a
modalidade pregão não é aplicável à contratação de obras de engenharia, locações
imobiliárias e alienações, sendo permitida a sua adoção nas contratações de serviços
comuns de engenharia.
→ sua utilização independe do valor estimado da contratação;
o que define a possibilidade de utilização da modalidade pregão é a natureza do
objeto da contratação - aquisição de bens e serviços comuns -, e não o valor do contrato.
→ a licitação é conduzida por um pregoeiro (servidor público) auxiliado por uma equipe de
apoio, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou da entidade
promotora do evento;
→ há inversão das fases de habilitação e de julgamento;
primeiro vem a fase de julgamento e depois vem a fase de habilitação.
o legislador abriu mão da exigência de habilitações prévias e garantias, optando por
cominar rigorosas sanções àqueles que, vencendo a licitação, deixem de adimplir o contrato
ou o executem inadequadamente. a lei prevê sanções como a imposição de multas e o
impedimento de licitar e contratar com o ente federado licitante pelo prazo de até 5 anos.
encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do
invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor
proposta, para verificação das condições fixadas no edital.
→ há conjugação de propostas escritas com lances verbais (no pregão eletrônico as
propostas são encaminhadas por meio eletrônico e os lances se fazem virtualmente);
apresenta-se a proposta escrita, propondo um preço X, mas também poderá participar de
uma fase, de lances verbais, em que se farão lances verbais;
de acordo com alexandrino, algumas das importantes características do pregão, que têm
permitido a redução do preço das contratações, com sensível vantagem para o erário, são a
possibilidade de redução do preço das propostas iniciais por meio de lances verbais dos
participantes e a não exigência de habilitação prévia ou de garantias, com o consequente
aumento do número de concorrentes e da competitividade.
o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superiores a ela
poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor, sempre
pelo critério do menor preço. não havendo pelo menos três ofertas com diferença de até
10% em relação à mais baixa, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo
de 3, efetuar novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos.
→ o critério de julgamento é sempre o menor preço;
→ há concentração da fase recursal ao final do procedimento, quando declarado o
vencedor.
→ no pregão, a fase recursal, única, é no final do julgamento.
Procedimento do pregão
FASE PREPARATÓRIA
→ justificativa da necessidade de contratação, definição do objeto do certame, das
exigências de habilitação, elaboração do termo de referência, elaboração do edital,
designação do pregoeiro, etc.
art. 3° da lei 10520
FASE EXTERNA
art. 4°
→ convocação dos interessados, com a publicação dos avisos
→ sessão pública para recebimento das propostas
→ sessão pública para apreciação das propostas (precedida da declaração dos licitantes
que cumprem os requisitos de habilitação) e classificação preliminar ou primeira
classificação (ordenam-se as propostas de acordo com os critérios de julgamento). o autor
da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços de até 10% superiores àquela
poderão fazer novos lances verbais e sucessivos até a declaração do vencedor (fase de
lances - segunda classificação). o pregoeiro examina a proposta classificada em primeiro
lugar e decide motivadamente a respeito da aceitabilidade. art. 4°, Lei 10.520/2002
→ abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou
a melhor proposta e verificação do atendimento das condições fixadas no edital
→ declaração do vencedor.
obs.: se a oferta classificada em primeiro lugar não for aceitável ou se o licitante desatender
os requisitos de habilitação, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a qualificação
dos licitantes, na ordem de classificação.
com a declaração do vencedor, qualquer licitante poderá manifestar a intenção de recorrer,
quando lhe será concedido o prazo de 3 dias para apresentar as razões de recurso, ficando
os demais licitantes desde logo intimados para apresentar as contrarrazões em igual
número de dias (a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importa em
decadência do direito de recurso).
decididos os recursos, a autoridade competente fará adjudicação do objeto da licitação ao
licitante vencedor.
homologação da licitação e convocação do adjudicatário
homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário deverá assinar o
contrato no prazo definido em edital. caso o licitante vencedor, convocado dentro do prazo
de validade de sua proposta (60 dias se não tiver fixado no edital) não celebre o contrato,
este será celebrado com o colocado seguinte que atenda às exigências de habilitação.
no caso do pregão, existe direito subjetivo do adjudicatário à celebração do contrato,
diferente de nas outras modalidades, em que a celebração do contrato é majoritariamente
considerada uma decisão discricionária da administração pública.
→ art. 5°: vedações de se exigir garantia de proposta, aquisição do edital pelos licitantes e
pagamento de taxas e emolumentos
→ ar. 7°: infrações em que podem incorrer os licitantes e o contratado. aquele que se
enquadrar em qualquer uma dessas hipóteses ficará impedido de licitar e contratar com a
União, estados, DF ou municípios, a depender do ente que aplique a penalidade, e será
descredenciado no SICAF ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores semelhantes
mantidos por estados, DF ou municípios, pelo prazo de até 5 anos, sem prejuízo das multas
previstas em edital e no contrato.
→ aplicam-se subsidiariamente ao pregão as disposições constantes da lei 8666
Pregão eletrônico
→ adm pública federal
Regulado pelo Decreto nº 5.450/2005 que se aplica apenas à Administração Pública
Federal (no Estado de Pernambuco há legislação específica: Lei Estadual nº 12.986/2006;
Decreto Estadual nº 32.539/2008 – Pregão Eletrônico; Decreto Estadual nº 32.541/2008 –
Pregão Presencial, modificado pelo Decreto nº 34.198/2009);
Art. 2o O pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação do tipo
menor preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento de bens ou
serviços comuns for feita à distância em sessão pública, por meio de
sistema que promova a comunicação pela internet. (...)
§ 3o O sistema referido no caput será dotado de recursos de criptografia e
de autenticação que garantam condições de segurança em todas as etapas
do certame.
§ 4o O pregão, na forma eletrônica ,será conduzido pelo órgão ou entidade
promotora da licitação, com apoio técnico e operacional da Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, que atuará como provedor do sistema eletrônico para
os órgãos integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG
→ procedimento do pregão eletrônico
Fase preparatória:
- preparação do termo de referência (indicação do objeto com suas especificações)
com sua aprovação pela autoridade superior, elaboração do edital, definição das
exigências de habilitação, designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.
Fase interna:
- Convocação dos interessados, com a publicação do aviso e a disponibilização da
íntegra do edital em meio eletrônico, no portal de compras do governo (no caso do
governo federal: www.comprasgovernamentais.gov.br)
- Possibilidade de impugnação do edital até 2 dias antes da data fixada para abertura
da sessão pública por qualquer pessoa. Cabe ao pregoeiro, auxiliado pelo setor
responsável pela elaboração do edital, decidir sobre a impugnação no prazo de
24 h.
- Possibilidade de pedidos de esclarecimentos até 3 dias anteriores

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