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Farmacologia do Sistema Cardiovascular III 🫀 Aula 17 19.04.2021 Vasodilatadores de Ação Direta Os alvos sobre os quais estes fármacos agem para relaxar a musculatura lisa vascular incluem os canais de cálcio dependentes de voltagem na membrana plasmática, os canais do retículo sarcoplasmático (liberação ou recaptação de Ca2+) e as enzimas que determinam a sensibilidade das proteínas contráteis ao Ca2+. 💊 Ativadores de canais de potássio 💊 Vasodilatador de mecanismo incerto 💊 Inibidores da fosfodiesterase 💊 Nitratos Fármacos que Ativam Canais de Potássio Alguns fármacos (p. ex., minoxidil e diazóxido) relaxam a musculatura lisa por indução à abertura de canais KATP. Essa ação hiperpolariza as células e “desliga” os canais de cálcio dependentes de voltagem. Os ativadores dos canais de potássio trabalham pela ação antagonizante da ATP intracelular nesses canais. O minoxidil (atuando por meio de um metabólito ativo de sulfato) é um vasodilatador especialmente potente (relaxa a musculatura lisa vascular) e com duração de ação prolongada, usado como fármaco de último recurso no tratamento de hipertensão grave não responsiva a outros fármacos. Causa hirsutismo (de fato, o metabólito ativo é usado como creme tópico para tratar calvície; acentuada retenção de sal e água, por isso geralmente é prescrito em combinação com um diurético de alça; e taquicardia reflexa, a qual pode ser prevenida com o uso de um antagonista β-adrenérgico. O nicorandil, usado na angina refratária, combina ativação de canais KATP com atividade doadora de NO. O minoxidil aumenta mais o fluxo sanguíneo para a pele, o músculo esquelético, o trato gastrintestinal e o coração do que para o SNC. O aumento desproporcional do fluxo sanguíneo para o coração pode ter uma base metabólica, visto que a administração de minoxidil está associada a um aumento reflexo na contratilidade do miocárdio e no débito cardíaco. O débito cardíaco pode aumentar acentuadamente, de até 3-4 vezes. O principal determinante da elevação do débito consiste na ação do minoxidil sobre a resistência vascular periférica, intensificando o retomo venoso ao coração. Com base em estudos realizados com outros fármacos, o aumento do retomo venoso provavelmente resulta do aumento do fluxo nos leitos vasculares regionais, com constante de tempo rápida para o retomo venoso ao coração. O aumento da contratilidade miocárdica adrenergicamente mediado contribui para o aumento do débito cardíaco, mas não constitui o fator causal predominante. A retenção de sal e de água resulta do aumento da reabsorção tubular renal proximal que, por sua vez, é secundário à redução da pressão de perfusão renal e estimulação reflexa dos receptores alfa-adrenérgicos dos túbulos renais. Podem ser observados efeitos antinatriuréticos semelhantes com os outros dilatadores arteriolares (p. ex., diazóxido e hidralazina). Apesar de o minoxidil causar aumento da secreção de renina e de aldosterona, não se trata de um mecanismo importante para a retenção de sal e de água, nesse caso. Em geral, a retenção hídrica pode ser controlada pela administração de um diurético. Entretanto, as tiazidas podem não ser eficazes o suficiente, e pode ser necessário utilizar um diurético de alça, particularmente se o paciente tiver qualquer grau de disfunção renal. A retenção de sal e de água em pacientes em uso de minoxidil pode ser profunda, exigindo grandes doses de diuréticos de alça para impedir a formação de edema. Efeitos adversos As consequências cardíacas da ativação do sistema nervoso simpático mediada por barorreceptores durante a terapia com minoxidil assemelham-se àquelas observadas com a hidralazina; ocorre aumento da frequência cardíaca, da contratilidade miocárdica e do consumo de 0 2 pelo miocárdio. Por conseguinte, o minoxidil pode induzir isquemia miocárdica em pacientes com coronariopatia. As respostas simpáticas cardíacas são atenuadas pela administração concomitante de um bloqueador beta-adrenérgico. O aumento da secreção de renina, que é induzido acrenergicamente, também pode ser melhorado por um antagonista do beta-receptor ou por um inibidor da ECA, com aumento do controle da pressão arterial. O aumento do DC produzido pelo minoxidil tem consequências particularmente adversas em pacientes hipertensos que apresentam hipertrofia ventricular esquerda e disfunção diastólica. Esses ventróiculos com complacência deficiente respondem de forma subótima a aumentos na carga de volume, com consequente elevação da pressão arterial pulmonar observada com a terapia com minoxidil em pacientes hipertensos, sendo esse quadro complicado pela retensão de sal e água causada pelo minoxidil. Nesses pacientes, a terapia com minoxidil pode resultar ICC; o potencial dessa complicação pode ser reduzida, mas não evitada, plea terapia diurética eficaz. Atua hiperpolarizando a membrana celular por meio da ativação (abertura) dos canais de K+ ATP. Essa ação hiperpolariza as células e “desliga” os canais de cálcio dependentes de voltagem. Fármacos Vasodilatadores de Mecanismo Incerto A hidralazina atua principalmente relaxando as artérias e arteríolas, causando queda de pressão arterial acompanhada por taquicardia reflexa e aumento do débito cardíaco. Diminuição da pós-carga. Interfere na ação do trifosfato de inositol sobre a liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático. Seu uso clínico original foi na hipertensão e ainda é usada para tratamento a curto prazo de hipertensão grave na gravidez, mas pode causar um distúrbio imunológico que se assemelha ao lúpus eritematoso sistêmico (LES), de modo que, na atualidade, dá-se preferência a outros agentes para o tratamento a longo prazo da hipertensão. Tem lugar no tratamento de insuficiência cardíaca em pacientes de origem africana, em combinação com um nitrato orgânico de ação prolongada. por reflexo barorreceptor. Após administração parenteral a pacientes com coronariopatia, a isquemia miocárdica pode ser grave e prolongada o suficiente para causar IM franco. Efeitos Adversos Ocorrem dois tipos de efeitos adversos após o uso da hidra1azina. O primeiro tipo, que consiste em extensões dos efeitos farmacológicos, inclui cefaleia, náuseas, rubor, hipotensão, palpitações, taquicardia, tontura e angina de peito. Pode ocorrer isquemia miocárdica, devido à demanda aumentada de 0 2 provocada pela estimulação do sistema nervoso simpático,induzida O segundo tipo de efeitos adversos é causado por reações imunológicas, das quais a síndrome do lúpus induzido por fármacos é a mais comum. A hidralazina pode ter alguma utilidade no tratamento de alguns pacientes com hipertensão grave, pode constituir parte da terapia baseada em evidências em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (em associação com nitratos para os que não conseguem tolerar inibidores da ECA ou antagonistas dos receptores A T1) e pode ser útil no tratamento de emergências hipertensivas em mulheres grávidas (particularmente pré-eclâmpsia). Ela deve ser utilizada com extrema cautela em pacientes idosos e em hipertensos com coronariopatia, por causa da possibilidade de precipitar isque- mia miocárdica, devido à taquicardia reflexa. Fármacos Inibidores da Fofosdiesterase Os inibidores de fosfodiesterase tipo III (que é o subtipo específico do coração), enzima responsável pela degradação intracelular do AMPc, aumentam a contratilidade do miocárdio. Consequentemente, assim como ocorre com os agonistas β-adrenérgicos, aumentam o AMPc intracelular, mas causam arritmias pela mesma razão. Inibidores da Fosfodiesterase 3 - milrinona Apresenta efeito inotrópico positivo, mas, apesar da melhora hemodinâmica a curto prazo, aumentam a mortalidade na insuficiência cardíaca, possivelmente por causar arritmias. O dipiridamol, além de aumentar as ações da adenosina, causa também vasodilatação por inibição de PDE. 💊 Utilizado em via parenteralem situações de ICC muito grave (UTI) 💊 Aumento de AMPc - não é catecolinergico 💊 Depois de 24-48h pode causar arritmias - focos de despolarização Inibidores de Fosfodiesterase 5 - Sildenafila O efeito final é a redução da pré-carga (redução da pressão de enchimento, a pressão venosa central) e pós- carga (redução da resistência vascular, a pressão arterial) cardíaca, reduzindo assim, o trabalho cardíaco. 💊 Indicação inicial: hipertensão pulmonar (dificuldade de perfusão no tecido pulmonar pode ser uma das causas da destruição vascular. 💊 Indicação secundária: disfunção erétil. 💊 Efeitos adversos: hipotensão, rubor e cefaleia. Tem efeito imediato em queda de pré e pós carga, frequentemente causa hipotensão arterial. Em paciente cardiopatas, pode descompensar a ICC. Surgiu para tratar hipertensão pulmonar, pois nas células pulmonares existe uma grande quantidade de fosfodiesterase 5 que ao inibir permite que haja vasodilatação pulmonar grande, sendo fundamental para o tratamento da hipertensão pulmonar. Azulzinho Como age a sildenafila na disfunção erétil? A sildenafila e a tadalafila são inibidores da fosfodiesterase tipo V que são usados no tratamento da disfunção erétil, porque potencializam as ações do NO no corpo cavernoso do pênis por este mecanismo. Aumento de maneira indireta a quantidade de óxido nítrico, aumenta a vasodilatação, regurgitação de semente (ereção). Qual o efeito da associação sildenafila com nitratos? DESASTROSO A sildenafila inibe a isoforma da fosfodiesterase 5 que inativa o GMPc; consequentemente, ela potencializa os nitratos orgânicos, que ativam a guanilil ciclase, e pode causar hipotensão grave em pacientes que usam esses fármacos. Nitratos Principais fármacos: 💊 Mononitrato de isossorbida 💊 Propatinilnitrato 💊 Nitroglicerina 💊 Nitroprussiato de sódio ⚠ Os nitratos orgânicos são pró-fármacos que servem como fonte de óxido nítrico (NO). O NO ativa a isoforma solúvel da guanililciclase, aumentando, assim, os níveis intracelulares de GMP cíclico. Por sua vez, esse processo promove a desfosforilação da cadeia leve de miosina e a redução do Ca2+ cistólico, levando ao relaxamento das células musculares lisas em uma ampla variedade de tecidos. O relaxamento do músculo liso vascular dependente de NO resulta em vasodilatação; a ativação da guanililciclase, mediada pelo NO, inibe a agregação plaquetária e relaxa o músculo liso nos brônquios e no trato GI. Eles relaxam veias, causam venodilatação importante, com consequente diminuição da pressão venosa central (redução da pré-carga) muito intensa e importante. Tal efeito proporciona sua principal indicação terapêutica: diminuição da pré-carga (diminuição do retorno venoso e consequente diminuição do trabalho cardíaco). O consumo de oxigênio pelo miocárdio se reduz em razão da redução da pré e pós-carga cardíacas. Também reduz a pressão central (aórtica) e a pós-carga cardíaca, mas esse efeito é secundário. O efeito dilatador direto sobre as artérias coronárias opõe- se ao espasmo coronariano na angina. Relaxamento do músculo cardíaco na diástole. Dilatação de vasos colaterais -> podem causar cefaleia intensa, náuseas e rubor nas faces. Nitroprussiato: Efeito dilatador tanto em arteríolas quanto em vênulas. Utilizado para diminuir sintomas de angina e esofagite Mecanismo de ação: DOADORES DE NO Os nitratos orgânicos são metabolizados com liberação de NO. O óxido nítrico ativa a guanilil ciclase solúvel, aumentando a formação de GMPc, que ativa a proteína quinase G e leva a uma cascata de efeitos na musculatura lisa: 💊 culminando em desfosforilação das cadeias leves da miosina 💊 sequestro de Ca2+ intracelular 💊 e consequente relaxamento. Diminuição da agregação plaquetária (fraco) Em resumo: A ação antianginosa dos nitratos envolve: 💊 redução do trabalho cardíaco, pela redução da pré-carga (venodilatação) e da póscarga (redução da onda reflexa arterial), levando à redução da necessidade de oxigênio pelo miocárdio; 💊 redistribuição do fluxo coronariano em direção a áreas isquêmicas através de colaterais; 💊 alívio do espasmo coronariano. Rapidamente desenvolve-se tolerância à ação dos nitratos, pois os vasos sanguíneos se dessensibilizam à vasodilatação. A tolerância pode ser evitada estabelecendo-se um dia de “intervalo livre de nitrato”, para restabelecer a sensibilidade ao fármaco. Esse intervalo é de 10 a 12 horas, em geral à noite, pois a demanda sobre o coração está diminuída nesse período. O adesivo de nitroglicerina é aplicado por 12 horas e, então, é removido por 12 horas. Entretanto, a angina variante piora no início da manhã, provavelmente pelo aumento circadiano das catecola- minas. Portanto, o intervalo livre de nitrato nesses pacientes deve ocorrer no final da tarde. Efeitos Adversos O efeito adverso mais comum dos nitratos orgânicos é a cefaleia. Doses altas de nitratos também podem causar hipotensão postural, rubor facial e taquicardia. Inibidores da fosfodiesterase tipo 5 como a sildenafila potencializam a ação dos nitratos. Para evitar a perigosa hipotensão que pode ocorrer, essa associação é contraindicada. Tolerância ao uso: Taquifilaxia Efeitos adversos: Hipotensão arterial, Dor de cabeça, flush facial Náuseas, vômitos Taquicardia reflexa Nitroprussiato: cianeto Insuficiência Cardíaca Congestiva Angina Pectoris Cardiotônicos e Cardiopressores 💊 Inibidor da ECA ou Antagonista do receptor da Angiotensina II 💊 Beta Bloqueadores: carvedilol, bisoprolol, metoprolol, nebivolol 💊 Espironolactona 💊 Diuréticos de alça ou tiazídico. 💊 Combinação de Hidralazina com Nitratos 💊 AAS 💊 Antiagregantes plaquetários 💊 Cardiotônicos em uso endovenoso 💊 Digoxina (???) 💊 Beta bloqueadores - diminui a oferta de oxigênio, FC de baixa tolerância. Nesse caso, qualquer um fará o serviço corretamente. 💊 Inibidor da ECA ou Antagonista do receptor da Angiotensina II 💊 AAS 💊 Anti-agregante plaquetário 💊 Ivabradina - até em canais inibições de átrio e no nó atrial, diminuindo a automação, diminui a FC. Bradicardizante no bloqueador do sistema simpático. Pouco usado, pouco efetivo. 💊 Vastatinas - bastante usado diminui colesterol e restabelece função endotelial. 💊 Nitratos 💊 Bloqueador de canais de cálcio: diltiazem e verapamil Principais fármacos: 💊 Digitálicos (digoxina e deslanosídeo) - está sendo retirado do mercado 💊 Simpaticomiméticos (dobutamina, adrenalina, noradrenalina e dopamina) 💊 Vasopressina 💊 Levosimedan 💊 Inibidores da Fosfodiesterase (amrinona e milrinona) Digitálicos Os glicosídeos cardíacos são frequentemente chamados digitálicos ou glicosídeos digitálicos, pois a maioria dos fármacos é proveniente da planta conhecida como digital (dedaleira). Trata-se de um grupo de compostos quimicamente similares que podem aumentar a contratilidade do músculo cardíaco e, em vista disso, são usados no tratamento da IC. Os glicosídeos digitálicos têm baixo índice terapêutico com uma pequena margem entre a dosagem terapêutica e a que é tóxica ou mesmo fatal. O digitálico mais amplamente usado é a digoxina, que é usada raramente devido a sua considerável duração de ação. Mecanismo de Ação 💊 Regulação da concentração de cálcio citosólico: A digoxina reduz a propriedade dos miócitos de bombear Na+ ativamente da célula inibindo a enzima Na+/K+- adenosina trifosfatase (ATPase). Isso diminui o gradiente de concentração de Na+ e, em consequência, do trocador Na+/Ca2+ bombear cálcio para fora da célula. Além disso, o nível celular elevado de Na+ é trocado por Ca2+ extracelular pela bomba Na+/Ca2+, aumentando o Ca2+ intracelular. O aumento de Ca2+ livre é pequeno, mas fisiologicamente importante, e fica disponível para o próximo ciclo de contração do músculo cardíaco, aumentando a contratilidade cardíaca.Quando a Na+/ K+-ATPase é fortemente inibida pela digoxina, o potencial de repouso da membrana pode aumentar (–70 mV em vez de –90 mV), o que torna a membrana mais excitável, aumentando o risco de arritmias (toxicidade). 💊 Aumento da contratilidade do músculo cardíaco: A digoxina aumenta a força de contração cardíaca, causando um débito cardíaco mais próximo ao do coração normal. O tônus vagal também aumenta, de modo que a frequência cardíaca e a demanda de oxigênio pelo miocárdio diminuem. A digoxina diminui a velocidade de condução através do nó AV, fazendo-o útil para fibrilação atrial. (Nota: no coração normal, o efeito inotrópico positivo dos glicosídeos digitálicos é compen- sado pelos reflexos autônomos.) 💊 Inibição neuro-hormonal: Embora o mecanismo exato desse efeito não esteja esclarecido, baixas dosagens de digoxina inibem a ativação simpática com efeitos mínimos na contratilidade. Esse efeito é a razão de usar uma concentração sérica menor na ICFEr. Usos terapêuticos: O tratamento com digoxina é indicado em pacientes com ICFEr grave depois de iniciar o IECA, o β- bloqueador e o diurético. Uma concentração sérica baixa de digoxina (0,5-0,8 ng/ mL) é benéfica na ICFEr. Nessa concentração, os pacientes podem ter redução nas internações por IC junto com melhora na sobrevida. Efeitos adversos: Em concentrações séricas baixas, a digoxina é bem tolerada. Contudo, ela tem um índice terapêutico muito estreito, e sua toxicidade é uma das mais comuns reações adversas de fármacos que levam à hospitalização. Anorexia, náusea e êmese podem ser indicadores iniciais de toxicidade. Os pacientes também podem apresentar visão turva, visão amarelada (xantopsia) e várias arritmias cardíacas. Normalmente, a toxicidade pode ser controlada descontinuando a digoxina, determinando a concentração sérica de potássio e, se indicado, repondo o potássio. Concentração de potássio baixa (hipopotassemia) predispõe o paciente à toxicidade pela digoxina, pois ela normalmente compete com o potássio pelo mesmo local de ligação na bomba Na+/K+-ATPase. (Nota: os pacientes que recebem diuréticos tiazídicos ou de alça são propensos à hipopotassemia.) A intoxicação grave, que pode resultar em taquicardia ventricular, necessita da administração de antiarrítmicos e do uso de anticorpos à digoxina (digoxina imuno Fab), que se ligam e inativam o fármaco. Com uso de concentrações séricas baixas na ICFEr, os níveis tóxicos são infrequentes. A digoxina é substrato da gpP, e inibidores da gpP, como claritromicina, verapamil e amiodarona, podem aumentar significativamente a concentração de digoxina, obrigando à redução da sua dosagem. A digoxina também deve ser usada com cautela com outros fármacos que diminuem a condução AV, como β-bloqueadores, verapamil e diltiazem. Com concentrações mais altas, as internações são evitadas, mas a mortalidade provavelmente aumenta. A digoxina não é indicada para pacientes com IC diastólica ou sediada no lado direito, a menos que o paciente tenha fibrilação atrial ou flutter concomitante. Pacientes com IC leve ou moderada respondem a IECAs, β-bloqueadores, antagonistas da aldosterona, vaso e venodilatadores diretos e diuréticos; eles não precisam de digoxina. Aumenta a força de contração miocárdio Aumenta a velocidade de encurtamento do sarcômero. Aumenta o volume de sangue ejetado. Diminui a FC por ação no NSA Efeitos adversos: 💊 Como a troca de Na+/K+ é eletrogênica, a inibição da bomba pelos glicosídeos causa despolarização, predispondo a distúrbios do ritmo cardíaco. => fibrilação ventricular. 💊 Bloqueios de condução elétrica. 💊 Toxicidade: visão colorida laranja- amarela, bloqueio 💊 Excreção renal 💊 Meia vida de 36 horas Indicações terapêuticas – RELATIVAS e BEM RESTRITAS 💊 FA 💊 ICC Cuidados: 💊 Alta sensibilidade a distúrbios eletrólíticos: K, Ca e Mg 💊 Interação com beta- bloqueadores e bloq. de canal de cálcio 💊 Diuréticos Simpatomiméticos Ativação dos receptores Simpáticos ou aumento do SNA simpático 💊 Alfa: norepinefrina > epinefrina 💊 β: epinefrina > norepinefrina A distinção entre receptores β1 e β2 adrenérgicos é importante, pois os receptores β1 são encontrados principalmente no coração, no qual são responsáveis pelos efeitos inotrópicos e cronotrópicos das catecolaminas. Por outro lado, os receptores β2 são responsáveis pelo relaxamento da musculatura lisa em vários órgãos. Dobutamina Adrenalina Agonista β1-adrenérgico seletivo; é usada por via intravenosa exclusiva quando se necessita de uma resposta rápida em curto prazo. Inotropismo e dromotropismo positivo. Porém não causa taquicardia. Indicações: situações que necessitam aumento da contratilidade cardíaca: ICC, Choque cardiogênico, Choque séptico, pós operatório de cirurgia cardíaca, pós-IAM, situações de bloqueio de condução. Meia-vida: 2 min Efeitos adversos: arritmia, aumento do consumo de oxigênio cardíaco. Receptores adrenérgicos centrais e periféricos. Via administração: venosa e sub-cutânea. Ino, Crono, Dromotropismo positivo via receptor beta-1. Vasoconstricção periférica. Estímulo elétrico cardíaco generalizado. Dilatação brônquios e bronquíolos. Uso terapêuticos: emergenciais: Parada Cárdio Respiratória, ICC, Broncoespasmo severo, choque anafilático. Elevação da PA. Coadjuvante no anestesia local. Efeitos adversos: arritmias, taquicardia, vasoconstricção periférica importante, picos hipertensivos, convulsões. A perfusão tecidual periférica pode ficar muito comprometida. Hiperglicemia. Libera HAD diminuindo a diurese. Noradrenalina Receptores adrenérgicos centrais e periféricos. Via administração: venosa. Ino, Crono, Dromotropismo positivo. Estímulo elétrico cardíaco generalizado. Dilatação brônquios e bronquíolos. Redistribuição de fluxo sanguíneo para órgãos vitais via receptor beta-2. Uso terapêuticos: emergenciais: alvo cardíaco e recirculação visceral, choque cardiogênico, choque séptico, pós-PCR. Elevação da PA mantendo perfusão tecidual. Efeito adverso: vasoconstricção periférica, necrose de extremidades, arritmias cardíacas. Arritmias e taquicardia. Delírio hiperativo. Hiperglicemia. Libera HAD diminuindo a diurese. Dopamina Vasopressina Dopamina, precursor metabólico da norepinefrina e epinefrina, e também transmissor/neuromodulador no sistema nervoso central. Uso controverso. Restabelecer perfusão tecidual. Dopamina em baixas doses é definida como a dose que produz, preferencialmente, efeitos dopaminérgicos e β-adrenérgicos (< 5 μg/kg/min), por essa razão causa vasodilatação renal e esplâncnica. Foi muito utilizada para prevenir IRA em pacientes em choque cardiogênico e séptico. Hoje não mais tem esta utilização, sem eficácia. A vasopressina é um hormônio com efeito antidiurético e vasoconstrictor. Também possui ação hemostática, efeitos na termorregulação e é um secretagogo do hormônio adrenocorticotrópico. É liberado pelo hipotálamo em resposta a elevação da osmolaridade plasmática, hipovolemia grave e/ou hipotensão Provoca vasoconstricção pela interação com receptores V1 presentes na musculatura lisa vascular, e exerce efeito antidiurético pela ativação de receptores V2 presentes nos ductos coletores renais. Em baixas concentrações plasmáticas, promove vasodilatação coronariana, cerebral e na circulação pulmonar. Melhora o fluxo sanguíneo de órgão vitais. Uso: emergencial endovenoso, nos casos onde a noradrenalina e dobutamina não são suficientes. Choque séptico, choque hipovolêmico ou cardiogênico. Pós PCR Efeitos adversos: insuficiência renal, arritmias, vasoconstrição de extremidades, hipercoagulabilidade. Levosimedan Através da ação sensibilizadora da troponina C ao cálcio, o levosimendan tem o potencial de melhorar a contratilidade cardíaca na sístole sem prejudicar o relaxamento na diástole. Além disso, teria ação vasodilatadora, o queresultaria em melhora do débito cardíaco sem aumentar a demanda miocárdica de oxigênio. Não há aumento importante do influxo celular de cálcio, mas sim a sensibilização da troponina ao cálcio, ocorre aumento da contratilidade com menor dispêndio energético e sem aumento da ocorrência de arritmias. Uso terapêutico: inotropismo positivo. Usada na ICC refratária ao uso de dobutamina. Meia vida de 1 hora. Eliminação renal e hepática. Limitações: tem ação apenas na primeiras 24 a 48 horas de uso. Hipotensão arterial. Pacientes em choque cardiogênico. Referências
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