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Pneumonia adquirida na comunidade Introdução É aquela que acomete o individuo fora do ambiente hospitalar ou nas primeiras 48 horas após a internação, pois o agente ate 48h foi adquirido na comunidade e não no ambiente hospitalar. Ocorre por Infecção dos alvéolos e bronquíolos, podendo ser causada por bactérias, vírus e fungos. A PAC constitui a principal causa de morte no mundo, com significativo impacto nas taxas de morbidade. Quadro de pneumonia para prova de residência Clinica típica (tosse, febre) + exame físico com estertor creptantes e quadro de derrame pleural + “Mancha no pulmão” (raio x com consolidação troca de ar alveolar por liquido/material inflamatório). Epidemiologia Estima-se 2.100.000 casos por ano, sendo a 3° causa de óbito mais prevalente, com maior mortalidade nos extremos de idade, como idosos e crianças, ainda mais em portadores de comorbidades, com redução no decorrer dos anos. Exames Radiografia de tórax: em associação a anamnese e exame físico, faz parte da tríade propedêutica clássica da PAC, sendo recomendada de rotina nas incidências posteroanterior e perfil. Além do diagnostico, a radiografia de torax permite avaliar a extensão das lesões, detectar complicações e auxiliar o diagnóstico. Ultrassonografia do tórax: Apresenta maior sensibilidade e maior acurácia do que a radiografia para identificar alterações parenquimatosas, como consolidações, padrão intersticial focal, lesões subpleurais e anormalidades na linha pleural. TC de tórax: Método mais sensível na identificação de acometimento infeccioso do parênquima pulmonar, mas tem alto custo e alta exposição a radiação. Saturação Periférica: SpO2 deve ser observada em rotina, antes do uso eventual de oxigênio. Já no caso da gasometria arterial deve ser realizada na presença de SpO2 < 90% em ar ambiente e me casos de pneumonia considerada grave. A presença de hipoxemia indica o uso de oxigênio suplementar e admissão hospitalar. Investigação etiológica da PAC ambulatorial e em internados Os agentes infecciosos penetram nas vias aéreas inferiores por aspiração das vias aéreas superiores, inalação de aerossóis e via hematogênica, de modo que a presença desses patógenos levam a uma disbiose. Vias de acesso dos micro-organismos ao parênquima pulmonar - Angulação da via aérea atua como barreira - Cílios do epitélio pulmonar – processo do clearence muco-ciliar - Tosse - Surfactante - Macrófagos - Mediadores vasoativos Defeitos no mecanismo de defesa Idade – doenças de base, clearence mucociliar deficiente, tosse menos efetiva, alterações na imunidade celular e humoral. Defeitos congênitos – fibrose cística, síndrome dos cílios imóveis, de kartagener, bronquiectasias, anemia falciforme – pneumonias de repetição. Imunossupressão – AIDS, hipogamaglobulinemia, câncer, drogas imunossupressoras. Tabagismo, etilismo. Principais agentes etiológicos Strept. pneumoniae – pneumoccco 16% a 60% Haemophilus influenzae Outros gram – klebsiella pneumoniae Sthaphylococcus aureus Legionella pneumophila Germes atípicos Mycoplasma pneumoniae Clamydophila pneumoniae Vírus 10%-30% Influenza A e B Adenovírus tipos 3, 4 e 7 Parainfluenza Vírus sincicial respiratório. Pneumonia em pacientes com AIDS Etiologia depende do grau de imunodeficiência · Cd4 > 200 – semelhante a imunocompetente · Cd4 < 200 pneumocistose, maior incidência S. aureus e P. aerugionsa · Cd4 < 100 criptococose · Cd4 < citomegalovírus, micobacterias atípicas A identificação do germe causador é mais condizente com casos de PAC grave, não responsivos a Antibiótico (tratados por terapia empírica) e aos internados na UTI. Mesmo com a identificação, apenas 40% dos casos são bem-sucedidos na identificação do germe. A suspeita deve ser baseada na epidemiologia e jamais deve-se atrasar o tratamento para esperar resultados de exames. Diagnóstico microbiológico · hemocultura · gram + · cultura do escarro · Pesquisar antígeno urinário – urina I, principalmente para identificar pneumococo e legionella. · Broncoscopia com coleta de Lavdado Bronco Alveolar (LBA) ou aspirado endotraqueal · Toracocentese – derrame pleural · Sorologia · Pcr · Biopsia pulmonar Anaeróbios Dentes em mal estado de conservação Fator de risco para broncoaspiração Expectoração volumosa e fétida Raio x - Abscessos pulmonar - Pulmão direito e segmentos posteriores de lobos superiores e inferiores. Pseudomonas aerugionsa - pneumopatia estrutural (broncoectasia e DPOC) - Uso crônico de corticoides - Uso crônico de antibióticos Pneumonia atípica - Quadro insidioso e tosse seca, febrícula · Mycoplasma pneumoniae · Clamydophyla pneumoniae · Legionella pneumoplila Diagnostico Critérios diagnósticos – quadro radiológico compatível + critério maior ou 2 menores Critérios maiores Tosse Expectoração Febre (T> 37,8°C) Critérios menores Dor torácica Dispneia Ausculta pulmonar alterada Confusão mental Leucocitose >12.000/mm3 Pneumonia em idosos Tosse, febre, dispneia – menos prevalentes Confusão mental, diminuição da capacidade funcional Descompensa a doença de base 2/3 dos casos com taquicardia e taquipneia Síndrome da condensação Inclui os achados de frêmito toracovocal aumentado, macicez e estertores creptantas Broncograma aéreo – linhas pretas, sugestivas de pneumonia em TC – ar em meio da consolidação. A confirmação radiológica é obrigatória, pois além do diagnóstico é possível identificar a gravidade, pois é possível identificar se ocorre bilateralmente, se é lobar ou não. Além disso, pode-se identificar complicações, como derrame pleural, alteração que seja um abscesso. Analisa-se a evolução com base nos sintomas de febre e repete a radiografia após 3 ou 4 dias, para ver se houve alteração. Em paciente de baixo risco é o único exame realizado e jamais postergar o início do ATB. Pneumonia lobar – um lobo inteiro Broncopneumonia: vias aéreas distais e alvéolos. Imagens de pneumonia: Consolidação em lobo superior HM consolidação em lobo médio Consolidação grande Broncopneumonia – Multilobar -caso grave Diagnostico radiográfico Radiografia de tórax - Resolução completa das alterações radiológicas ocorre em 2 semanas após a apresentação inicial, na metade dos casos e em 6 semanas, em dois terços dos casos. - Idade avançada; DPOC, imunossupressão, alcoolismo, diabetes e pneumonia multilobar associam-se com resolução mais lenta. - ate 10% dos raio-x em PNM são normais Tomografia e USG de tórax Maior sensibilidade e maior acurácia do que a radiografia, principalmente em consolidações grandes. São realizadas em casos de duvida se está presente ou não infiltrado radiológico. Na detecção de complicações, tais como derrame pleural loculado e abscesso. Broncograma aéreo Janela de mediastino consolidação com áreas de necrose Pneumonia em lobo médio Recomendações para uso de biomarcadores no manejo da PAC exames complementares PCR – inespecífica pois eleva em quadro inflamatório. Serve para acompanhar evolução e preditora de mau prognostico, principalmente pela lentificação para decair, ou seja, se mantiver níveis altos ou demorar para decair sugere complicações e um pior prognostico. Procalcitonina – mais especifica para infecção bacteriana – não se eleva em infecção viral. Ureia: valor acima de > 65mg/dL constitui forte indicador de gravidade. Dosagens de glicemia, de eletrólitos e de transaminases não têm valor diagnóstico, mas podem influenciar na decisão da hospitalização, devido à identificação de doenças associadas; Pneumonia Adquirida na comunidade grave A PAC grave é definida como aquela em que há uma probabilidade maior de deterioração do quadro clinico ou alto risco de morte. A indicação para Unidade tratamento intensivo é mandatória para o manejo desses pacientes. Critérios absolutos para admissão à UTI 1. Choque séptico 2. Necessidade de ventilação mecânica A presença de 2 critérios menores e 1 critério maior indica a necessidade de tratamentoem UTI: Tratamento CURB – 65 – auxilia na decisão do local de tratamento. · Confusão mental · Ureia acima de 50mg/dl · Respiração FR> 30 irp · Blood pressure – PAS<90mmHg e/ou <60mmHg) · 65 – Idade maior que 65 anos A escolha do local de tratamento considera o CURB-65, as condições psicossociais e econômicas devem ser consideradas. Ainda, os pacientes tratados em sua residência devem ter assegurada a possibilidade de reavaliação do tratamento. Escolha do ATB · Tratamento empírico inicial – tratar o mais comum, pneumococo e haemophilus. · Baseado no patógeno provável. · Tempo antibiótico inicial <4-8 horas. · Ajustar após identificar o agente. Ambulatorial Paciente previamente sadio e sem uso de ATB nos últimos 3 meses · Amoxicilina ou · Amoxicilina + ac. Clavulânico ou · macrolideos: azitromicina ou claritromicina Já paceitnes com fatores de risco, doença mais grave, uso recente de antibióticos B-lactamico + macrolideo Usa-se quinolonas apenas em casos de alergias anteriores Tratamento sempre de 5 a 7 dias Enfermaria Cefalosporinas de 3° geração – ceftriaxona ou cefotaxima ou ampicilina/sulbactam + um macrolideo (azitromicina ou claritromicina). Amoxicilina + acido clavulanico Lavofloxacino ou moxifloxacino ou gemifloxacino Tramento de 7 a 10 dias. UTI Sempre 2 antibióticos Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou ampicilina/sulbactam + macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) + quinolona respiratória Tratamento de 7 a 10 dias Falha terapêutica Ausência de melhora ou piora do quadro clinico e radiológico após 48 a 72h Todos os casos deverão ser avaliados para falha terapêutica. Prevenção Gripe diminui a incidência de pneumonia em idosos, reduz ainda a incidência e limita a gravidade da doença. Em maiores de 60 anos, institucionalizados, portadores de IRC, ICC, DPOC, imunossuprimidos trabalhadores da saúde. Pneumocóccica (23 valente) ou Prevenar13 Essa vacina diminui a incidência e gravidade da doença, principalmente em maiores de 65 anos, esplenectomizados, imunossuprimidos, doenças crônicas.
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