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A doença de Von Willebrand é uma patologia congênita, genética, passada como caráter autossômico, mais comum em cães. É caracterizada como distúrbio hemostático hereditário, com disfunção da agregação plaquetária Sua causa é resultado qualitativo e/ou quantitativamente da deficiência do fator de Von Willebrand (FvW), podendo ser dividida em tipo I, II, III. O tipo I é caracterizado por concentrações baixas do FvW, mas sua estrutura se apresenta como normal. O tipo II é caracterizado pela estrutura multimétrica anormal e baixa concentração do FvW. E o tipo III, é caracterizado pela inexistência do FvW. Esta doença pode ser secundária às doenças malignas, às autoimunes, às adquiridas, entre outras. É uma doença hemorrágica, de caráter hereditário, que afeta baixas porcentagens de indivíduos. É mais comum em caninos, podendo acometer mais de cinquenta raças, mas é encontrada principalmente nas raças Dobermann, Terrier Escossês e Old English Sheepdog. Sua incidência é muito pouco conhecida, já que as apresentações mais leves da doença podem passar despercebidas. A doença de Von Willebrand acontece quando há uma mutação do cromossomo 12. O fator de Von Willbrand é uma glicoproteína importante para a realização da adesão e agregação plaquetária. Na deficiência, ocorre homeostasia primária defeituosa com disfunção plaquetária, prejudicando a formação do fator de Von Willebrand e, também, causando níveis baixos da concentração do fator VIII. É uma patologia de traço autossômico. O tipo I se apresenta de modo autossômico dominante, com penetrância incompleta, porém devido seu caráter heterogêneo, existem muitas exceções de acordo com a raça afetada. O tipo II, apesar de ainda não estar bem resolvido seu padrão genético, diversos autores o colocam como dominante. O tipo III pode ser considerado recessivo, com distúrbios hemostáticos e indetectáveis concentrações do fator de Von Willebrand. Enquanto isso, os heterozigotos possuem pequenas concentrações e não possuem sinais clínicos. Os sinais clínicos variam bastante em relação à severidade, podendo ocorrer melena, epistaxe, hematúria, hemorragia intracraniana, gengivorragia, claudicação, sangramento excessivo no estro, má @naaramedvet INTRODUÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA E CARACTERÍSTICAS cicatrização de feridas, sufusões e, raramente, petéquias. Dependendo do resultado apresentado sobre o FvW, os animais serão classificados em portadores, sadios e suspeitos. A I, tipo mais comum, apresenta-se como deficiência parcial quantitativa, com baixa concentração plasmática e estrutura multimérica normal, podendo existir sangramentos. A II apresenta aglutinação plaquetária in vitro e perda das formas multiméricas, com intensos sangramentos. A III é bem incomum e apresenta deficiência quantitativa grave (sendo menor que 0,1% do FvW) e presença de hemorragias intensas. Os altos níveis de FvW podem estar associados a exercícios extremos, doença hepática, endotoxemia, parto e azotemia. No hemograma, nota-se anemia regenerativa enquanto que o TCT, TCA, TP, fibrinogênio e TTPA estão normais. Há trabalhos em que indicam que é esperado que o TTPA esteja prolongado, ou levemente prolongado, em casos de animais com Doença de Von Willebrand. Os antígenos do FvW são menores que 50% na I e II (sendo diferenciados na estrutura e função do FvW) e ausente na III. No tipo II, a ligação apresenta deficiência relativa e função proteica com proporção menor que 2:1, enquanto que na I ela mostra-se proporcional. No western blot, a tipo II tem peso molecular maior. O ELISA pode ser utilizado para mensurar o FvW. Se pode fazer análise multimérica, tempo de sangramento, métodos de aglutinação funcional plaquetária, métodos de agregação plaquetária e testes genéticos como formas alternativas de diagnóstico. O tratamento realizado para a doença de Von Willebrand é paliativo. É feito uma terapia de suporte devido as hemorragias, porém o tratamento não é específico. Com a transfusão sanguínea, é possível obter controle sobre a hemorragia. A infusão de plasma fresco, crioprecipitado ou plasma fresco congelado e sangue total, somente serão indicados quando a anemia for por perda sanguínea. O crioprecipitado é considerado tratamento de escolha para esta doença. Também, pode-se utilizar 1-deamino-8- D-arginina subcutânea ou intravenosa em cães. Referências Bibliográficas BUDDE, U. SCHNEPPENHEIM, R. Von Willebrand Factor and von Willebrand Disease. Rev Clin Exp Hematol 5(4): 335-368, 2001. BROOKS, M. Management of canine von Willebrand's disease. Probl Vet Med 4(4): 636-46, 1992. DALMOLIN, M. L. Distúrbios da Hemostasia em Cães e Gatos. 2010. 80 f. Monografia (Especialização) - Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Ufrgs, Porto Alegre, 2010. DIAGNÓSTICO TRATAMENTO
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