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Epidemiologia: O pênfigo foliáceo é menos comum que o pênfigo vulgar no mundo. Excetua-se a isso o Brasil, em que o pênfigo foliáceo possui uma forma endêmica conhecida como fogo selvagem, predominando sobre os estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, mas tendo focos também em Tocantins, Paraná e Mato Grosso do Sul. Há prevalência maior de pênfigo foliáceo entre moradores ou trabalhadores de zona rural, que comumente é uma área endêmica. Fisiopatologia: Acredita-se que os pênfigos ocorram em indivíduos geneticamente predispostos e que foram expostos a algum antígeno que possua mimetismo molecular com as suas moléculas de desmogleína. Entre os fatores ambientais apontados como possíveis desencadeadores da resposta autoimune causadora do pênfigo foliáceo se encontram: exposição a mercúrio ou a poeiras minerais, uso de drogas contendo o radical sulfidrila (como penicilamina e captopril) e picada do mosquito Simulium nigrimanum, popularmente conhecido como borrachudo e que habita nas regiões citadas. A reação exacerbada do organismo leva a produção de autoanticorpos. Com a destruição dos desmossomos, as pontes são rompidas, gerando a acantólise, ou seja, os queratinócitos se desconectam o que gera a bolha. Clínica: Por serem tão superficiais, as bolhas do pênfigo foliáceo se rompem facilmente, levando a erosões e a crostas, que acometem principalmente as áreas seborreicas (face, couro cabeludo, dorso e região esternal). As lesões se iniciam na região cefálica e progridem em sentido craniocaudal, causando dor em queimação quando expostas ao calor ou ao sol. Se deve a isso o fato de ser conhecida como “fogo selvagem”. As lesões do Foliáceo poupam as mucosas, assim a apresentação cutânea se faz de duas forma: - Eritrodérmica: Forma em que a pele fica com aspecto eritematoso e descamativo e toda a superfície corpórea é afetada. - Frustra: Forma em que as lesões eritematosas e crostosas acometem apenas áreas fotoexpostas. Semiologicamente, as lesões do pênfigo foliáceo, quando em atividade, costumam apresentar sinais bem característicos: • Nikolsky – Sinal constatado quando, ao se tracionar a pele aparentemente sã ao redor da bolha, a mesma também se descola, demonstrando que também está acometida. • Asboe-Hansen – Sinal em que, ao se aplicar pressão sobre a bolha, observa-se a progressão da mesma, demonstrando que a pele ao redor também está acometida. Diagnóstico: O diagnóstico é feito por meio das características clínicas associadas ao citológico de Tzanck e à biópsia, em que a pele da bolha é direcionada à histopatologia e à pele ao redor da imunofluorescência direta. Tratamento: O tratamento é a base de corticóide sendo a Prednisona a melhor opção na dose de mg/Kg/dia via oral, até que as lesões cicatrizam e não surgem novas. Antes de iniciar o corticoide oral é fundamental que seja feita a profilaxia de estrongiloidíase com Ivermectina (200mcg/Kg, via oral, em dose única) ou Albendazol (400 mg/dia, via oral, por 3 dias). Quando as lesões forem em regiões fotoexpostas ou tiverem fotossensibilidade, a Cloroquina poderá ser usada na dose 250 mg/dia, via oral, desde que seja solicitado previamente um exame oftalmológico, pelo risco de maculopatia.
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