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Resumo de Raiva Humana

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Agente etiológico: 
Vírus Rábico pertence ao gênero Lissavirus, da família 
Rhabdoviridae. Possui aspecto de um projétil e seu 
genoma é constituído por RNA. 
Reservatório: 
 No Brasil, caninos e felinos constituem as principais 
fontes de infecção nas áreas urbanas. Os quirópteros 
(morcegos) são os responsáveis pela manutenção da 
cadeia silvestre, entretanto, outros mamíferos, como 
canídeos silvestres (raposas e cachorro do mato), felídeos 
silvestres (gatos do mato), outros carnívoros silvestres 
(jaritatacas, mão pelada), marsupiais (gambás e saruês) 
e primatas (saguis), também apresentam importância 
epidemiológica nos ciclos enzoóticos da raiva. Na zona 
rural, a doença afeta animais de produção, como bovinos, 
equinos e outros. 
Epidemiologia: 
 No período de 2010 a 2017, foram registrados 25 
casos de raiva humana, sendo que em 2014, não 
houveram casos. 
 Desses casos, nove tiveram o cão como animal 
agressor, oito por morcegos, quatro por primatas 
não humanos, três por felinos e em um deles não 
foi possível identificar o animal agressor. 
 
Modo de transmissão: 
 Se dá pela penetração do vírus contido na saliva 
do animal infectado, principalmente pela 
mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e 
lambedura de mucosas. 
 Via aérea, por meio de inalação do ar de cavernas 
densamente povoada por morcegos. 
 
História Natural da Doença: 
Penetração do vírus contido na saliva do animal 
infectado, principalmente pela mordedura e, mais 
raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. O 
vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de 
inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, 
posteriormente, o sistema nervoso central. A partir daí, 
dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, 
onde também se replica, sendo eliminado pela saliva das 
pessoas ou animais enfermos. 
Período de incubação: 
 É extremamente variável, desde dias até anos, com uma 
média de 45 dias no homem. Em crianças, o período de 
incubação tende a ser menor que no indivíduo adulto. Está 
diretamente relacionado à localização, extensão e 
profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou 
contato com a saliva de animais infectados; distância 
entre o local do ferimento, do cérebro e troncos nervosos; 
concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral. 
Período de transmissibilidade: 
 Nos cães e gatos, a eliminação do vírus pela 
saliva se dá de 2 a 5 dias antes do aparecimento 
dos sinais clínicos até a morte. 
 A morte do animal ocorre, em média, entre 5 a 7 
dias após a apresentação dos sintomas. 
Suscetibilidade e imunidade: 
 Todos os mamíferos são suscetíveis. A imunidade 
é conferida por meio de vacinação, acompanhada 
ou não por soro. Dessa maneira, pessoas que se 
expuseram a animais suspeitos de raiva devem 
receber o esquema profilático, inclusive indivíduos 
com profissões que favorecem a exposição. 
Características do Ferimento: 
Os acidentes causados por animais devem ser avaliados 
quanto ao: 
Local do acidente: acidentes que ocorrem em regiões 
próximas ao SNC (cabeça, face ou pescoço) ou em locais 
 
Raiva Humana 
muito enervados (mãos, polpas digitais e planta dos pés) 
são graves porque facilitam a condução viral até o SNC. 
Profundidade do acidente: os acidentes devem ser 
classificados como superficiais (sem presença de 
sangramento) ou profundos (apresentam sangramento). 
Extensão e número de lesões: deve-se observar a extensão 
da lesão e se ocorrem uma única lesão ou múltiplas. 
As exposições podem ser classificadas em: 
Acidentes leves: Ferimentos superficiais pouco extensos, 
geralmente únicos, em tronco e membros (exceto mãos, 
polpas digitais e planta dos pés). Podem acontecer em 
decorrência de mordeduras ou arranhaduras, causadas 
por unha ou dente, lambedura de pele com lesões 
superficiais. 
Acidentes graves: Ferimentos na cabeça, face, pescoço, 
mão, polpa digital e/ou planta do pé. Ferimentos 
profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do 
corpo. Lambedura de mucosas. Lambedura de pele onde já 
existe lesão grave. Ferimento profundo causado por unha 
de animal. 
 
Diagnóstico laboratorial: 
 A confirmação laboratorial em vida, dos casos de 
raiva humana, pode ser realizada pelo método de 
imunofluorescência direta, em impressão de 
córnea, raspado de mucosa lingual ou por biópsia 
de pele da região cervical (tecido bulbar de 
folículos pilosos). 
 A sensibilidade dessas provas é limitada e, 
quando negativas, não se pode excluir a 
possibilidade de infecção. 
 
A evolução da raiva: 
 Após o período de incubação, surgem os sinais e 
sintomas clínicos inespecíficos (pródromos), que 
duram em média de 2 a 10 dias. 
 Nesse período o paciente apresenta mal�estar 
geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, 
cefaleia, náuseas, dor de garganta, 
entorpecimento, irritabilidade, inquietude e 
sensação de angústia. Podem ocorrer 
linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no 
trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da 
mordedura, e alterações de comportamento. 
 
 A infecção progride, surgindo manifestações de 
ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, 
delírios, espasmos musculares involuntários, 
generalizados, e/ou convulsões. Espasmos dos 
músculos da laringe, faringe e língua ocorrem 
quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, 
apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”). 
Os espasmos musculares evoluem para um quadro 
de paralisia, levando a alterações 
cardiorrespiratórias, retenção urinária e 
obstipação intestinal. 
 Observa-se, ainda, a presença de disfagia, 
aerofobia, hiperacusia, fotofobia. 
 O paciente se mantém consciente, com período de 
alucinações, até a instalação de quadro comatoso 
e a evolução para óbito. O período de evolução do 
quadro clínico, depois de instalados os sinais e 
sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias. 
Anamnese: 
Antecedentes epidemiológicos e vacinais. 
Exame físico: Observar 
- Hiperacusia; 
- Fotofobia; 
- Aerofobia; 
- Hidrofobia e alterações de comportamento. 
Tratamento: 
 Deve ser mantido em precaução, em quarto com 
pouca luminosidade, sem ruídos, evitando 
formação de correntes de ar. 
 As equipes de serviço devem estar devidamente 
capacitadas para lidar com o paciente e seu 
ambiente. 
 Usar EPIs. 
 Tratamento de suporte: dieta por SNG, hidratação 
venosa, SVD, controlar febre e vômito, sedação. 
 Uma vez manifestado os primeiros sintomas da 
doença, o prognóstico reservado. 
 A imunidade é conferida através da vacinação pré 
e pós-exposição. 
Diagnósticos de enfermagem – Nanda 1 
(2018-2020) 
 Risco de infecção. 
 Risco de aspiração. 
 Interação social prejudicada. 
 Mobilidade física prejudicada. 
 Risco de lesão por pressão evidenciado por déficit 
no autocuidado; redução na mobilidade. 
 Risco de perfusão tissular cerebral ineficaz. 
 Deglutição prejudicada. 
 Dor aguda relacionada a agente biológico lesivo 
evidenciado por espasmo muscular que minimiza 
o movimento da área afetada. 
Problemas do 
Paciente 
Cuidados de 
Enfermagem 
 
 
Mudanças na consciência, 
resposta motora e verbal. 
 Pesquisar se 
movimenta ou não 
os membros. 
 Desejável aplicar-
se a escala de 
coma de Glasgow. 
 Monitorar com 
escala de sedação. 
 
 
 
 
 
 
 
Aumento da pressão 
intracraniana. 
 Monitorar PIC e 
acompanhar o valor 
ideal. 
 Evitar manobras 
que interfiram com 
a drenagem venosa. 
 Cuidado com a 
Tríade de Cushing 
(bradicardia, 
hipertensão e 
alteração no padrão 
respiratório0. 
 Manter cabeceira 
elevada em 30 
graus com cabeça 
centralizada em 
relação ao tronco. 
 Administrar 
diurético osmótico 
quando indicado e 
garantir o BH 
rigoroso. 
 Não aspirar por 
tempo acima do 
permitido. 
 
 
 
 
 
Alterações no Padrão 
Respiratório 
 Anotar os 
principais 
parâmetros 
ventilatórios. 
 Controlar a 
saturação de 
oxigênio. 
 Evitar os espasmos 
de tosse, as 
aspirações 
prolongadas e sem 
controle de tempo. 
 Manter tubo fixo 
somente naface ou 
com cadarço acima 
do nível da orelha. 
 
 
 
 
 
 
Alterações no equilíbrio 
hormonal e hidroeletrolítico. 
 Instalar diurese 
horária, caso seja 
menor de 30 ml/h, 
checar o volume de 
líquidos infundido. 
Se persistir o 
problema além de 
três horas, 
comunicar ao 
médico. 
 Anotar vômitos e se 
são em jato ou não. 
 Monitorar a glicose 
sanguínea. 
 Sinais de 
desidratação: 
Turgor da pele, ver 
a mucosa labial e 
língua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alterações nutricionais 
 Sempre lembrar de 
marcar a posição do 
cateter nasoentérico 
e ver se deslocou-
se. 
 Paciente com tubo 
traqueal pode ter a 
sonda pela boca. 
 Manter sempre 
durante a infusão 
da dieta a cabeceira 
elevada. 
 Se tiver diarréia 
não suspender de 
vez a dieta, 
orientar-se pelo 
protocolo da 
unidade. 
 Não dar o banho 
com cabeceira baixa 
e infundindo dieta. 
Sempre que precisar 
abaixar a cabeceira, 
suspender a dieta 
30 min antes para 
evitar a bronco 
aspiração; 
 Preservar sempre a 
dieta, pois ajuda no 
controle das úlceras 
de decúbito. 
 
 
 
 
 
Alterações na integridade 
cutânea 
 Mobilizar o paciente 
dentro dos limites 
possíveis, evitando 
as lesões por 
pressão. 
 Manter alinhamento 
corporal no leito. 
 Proteger a córnea 
contra agentes 
irritantes e/ ou de 
ressecar. 
 
 
 
Alterações nas eliminações 
 Realizar cateterismo 
vesical para 
prevenir a retenção 
urinária. 
 Anotar sempre as 
evacuações 
(prevenir o íleo 
paralítico). 
 
 
 
 
 
Alterações no suporte 
hemodinâmico 
 Vigiar a PAM 
pressão arterial 
média (PAM) 
≥80mmHg; em 
ventilação 
mecânica). 
 Vigiar o 
surgimento dos 
sinais de Curshing. 
 Combater a 
hipertermia. 
 Dosagem sérica de 
sódio sérico (Na+) 
duas vezes ao dia. 
 
Protocolo de Tratamento da Raiva Humana no 
Brasil: 
 Está recomendado para todo paciente com suspeita 
clínica de raiva humana, que tenha vínculo 
epidemiológico e profilaxia anti rábica 
inadequada. 
 É necessário que seja aplicado um termo de 
consentimento livre e esclarecido para sua 
utilização. 
Condutas antes de o diagnóstico confirmado: 
 Paciente deve ficar em UTI 
 Colocar o paciente em precaução de contato 
 Providenciar acesso venoso central, SVD e SNE 
 Dieta hipercalórica e hiperprotéica. 
 Manter paciente normovolêmico. 
 Intubação traqueal e suporte ventilatório 
 Sedar o paciente: midazolan + fentanil ou 
Ketamina 
 Administrar: nimodipina, vitamina C, heparina, 
ranitidina. 
 Profilaxia de lesão por pressão. 
Conduta após confirmação laboratorial 
Administrar: 
Amantadina, biopterina e sedação (midazolan + 
ketamina). 
Objetivos terapêuticos a serem seguidos para reduzir 
lesão neurológica secundária: 
 Cabeceira elevada 30º; 
 PAM> ou= 80mmHg; ◦ PVC= 8-12mmHg (10-
14mmHg em pacientes em VM); 
 Sat. O2 >ou= 94%; 
 Hemoglobina >ou = 10g%; 
 Natremia (Na+) = 140-150 mEq/l 
 Glicemia = 70-110mg% ◦ Manter diurese > 0,5 
ml/kg/h.

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