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Bruna Argolo AIDS PROPRIEDADES BIOLÓGICAS GERAIS: • O HIV-1 mostrou-se distinto dos vírus T-linfotrópicos humanos tipo 1 (HTLV-1) e tipo 2 (HTLV-2) de forma biológica estrutural e genética. • É mais semelhante aos membros da subfamília lentivírus dos retrovírus. - O vírus HIV é um retrovírus, só que essa família é mais semelhante aos membros da subfamília lentivírus, que é diferente desse outro retrovírus bem conhecido, o HTLV. • O HIV que circula no Brasil é basicamente o HIV-1 - teve pouquíssimos casos descritos de HIV-2 no Brasil. • O HIV é diferente do HTLV. Sobre o HTLV: - Este é um vírus também linfotrópico e ele também infecta CD4; s[ - Só que é um vírus com um tempo de maturação muito maior que o HIV, ele se replica muito menos; - O HTLV está associado a célula e produz uma baixa viremia, o que é bem diferente do HIV. • Já o HIV penetra nas células e faz as células ficarem extremamente produtivas, produzindo quantidades absurdas - em média um indivíduo produz 10 bilhões de partículas virais por dia do HIV. • Todos os vírus possuem uma fita ou de DNA ou de RNA, mas o HIV é vírus diferente porque cada vírus contém duas fitas separadas de RNA, e além de ele ter duas fitas de RNA dentro de cada vírus, ele tem também uma transcriptase reversa que está associada a ele dentro do nucleocapsídeo. - A transcriptase reversa é uma enzima que transforma o RNA em DNA para que ele incorpore na célula hospedeira e depois esse DNA vai fazer a reprodução de vários RNAs, que serão os RNAs infectantes. • A proteína matriz p17 vai estar envolvendo o nucleocapsideo. • A célula produz RNA e ela é infectada pelo vírus RNA, mas diferentemente de outros vírus de RNA que não vão para o núcleo (ficam no citoplasma e se multiplicam ali através da RNA polimerase), o vírus da AIDS passa por outro processo: - Por ser um vírus de RNA, ele não teria por que ir para o núcleo e se incorporar a ele – deveria, assim como os outros vírus de RNA, manter-se no citoplasma, mas ele tem a transcriptase reversa; - A transcriptase reversa é uma enzima que irá fazer um tampão, para que do RNA, ele crie um tampão intermediário e depois consiga fazer com que uma dessas fitas comece a complementar a outra como DNA e a outra fita complementar é abandonada no próprio citoplasma e aí, com isso, a transcriptase reversa consegue fazer com que esse vírus de RNA se transforme, dentro do citoplasma, em um vírus de DNA; - Esse vírus de DNA então vai para o núcleo e aí ele se incorpora; - No núcleo, ele vai produzir os famosos RNAm, RNAt e aí essas informações vão descer para o citoplasma e no citoplasma vai haver a produção de fitas de polimerase, e aí começa a produção de RNA no citoplasma; - O que acontece é que esse DNA incorporado no núcleo da célula vai comandar a célula para que ela comece a virar uma célula fábrica de RNA e ele faz isso de forma muito eficaz; - A célula então produz uma quantidade gigantesca de RNA, esses RNA vão saindo pela célula, essas células vão se esgotando, ou seja, viram células somente produtoras de RNA e essas células ou morrerão por apoptose ou serão destruídas pelo CD8. - OBS: Um vírus de DNA puro, como o da Hepatite B, infecta e penetra no citoplasma como DNA, e depois se incorpora no núcleo também como DNA. O vírus HIV consegue incorporar ao núcleo apenas após a ação da transcriptase reversa, que “transforma” o RNA em DNA. • O vírus HIV infecta as células CD4 e depois então essas CD4 precisam ser destruídas pelo CD8 e essa é a única forma de destruir o vírus: destruir as células que estão produzindo, então com isso há uma perda progressiva de CD4, que são os CD4 infectados pelo HIV e que por tanto não tem mais função. - As células CD4 são destruídas pelo CD8 e é por isso que haverá uma CD4-penia significativa. • Ainda na estrutura do vírus, há uma cápsula proteica que irá fechar o nucleocapsídeo, essa cápsula é muito importante e é chamada de cápsula protéica p24. - Temos inclusive como dosar p24 circulante (antigamente era um dos marcadores que tínhamos além dos anticorpos – esse marcador dava uma ideia do HIV circulante no sangue do indivíduo). • Quando o vírus saí da célula, ele usa a bicamada lipídica da célula para se revestir com esse envelope lipídico, mas acrescenta suas proteínas virais, que ficam nessa superfície glicolipidica, como a proteína p24 e gp120. • Em roxo (imagem) são essas proteínas que ficam na superfície glicolipidica, que vão ser fundamentais para a penetração do HIV nas células. - A glicoproteína 120 é fundamental, pois se liga com o receptor CD4 da célula humana; - Outra proteína desse envelope é o gp41, vai ser fundamental junto com o gp120, para se ligar e penetrar na célula. - Existe ainda a matriz proteica p17, e ela faz como se fosse um fechamento do nucleocapsídeo. Bruna Argolo - Tudo isso tudo difere o HIV de outros vírus. Todas essas estruturas. • As principais proteínas estruturais do núcleo são: - A proteína de capsídeo p24: envolve o capsídeo – fecha o nucleocapsídeo; - A proteína da matriz p17: envolve a matriz proteica. • Envolvendo as estruturas proteicas do núcleo viral, encontra-se um envelope lipídico de duas camadas, que é derivado da membrana limitante externa da célula hospedeira quando o vírus brota na superfície da célula durante sua replicação. As glicoproteínas de envelope gp41 ancoram a gp120. Essas duas proteínas cobrem a membrana viral externa, são codificadas por genes virais específicos e são responsáveis pela fusão e penetração na célula CD4 humana. CICLO DO VÍRUS HIV: • O HIV tem tropismo pelas seguintes células: - Linfócitos TCD4; - Macrófagos; - Células dendríticas (Langehans): essas células possuem o CD4 como receptor de membrana. • Os linfócitos TCD4 são os principais, são eles que são as células mais infectadas, o alvo principal e é nele que se concentra toda a fisiopatogenia da doença - está tudo ligado a infecção dessas células, depleção dessas células, e isso gera a chamada CD4-penia, isto é, a redução do número de células CD4. • Ao infectar macrófagos, a grande questão é que o HIV consegue se adaptar e ele consegue ficar no macrófago durante períodos prolongados sem matar o macrófago, que acaba sendo um reservatório. • O HIV também infecta as células intestinais, principalmente, as células intestinais do sistema imune, onde ele consegue fazer infecção e ficar de forma latente no núcleo da célula, o vírus não detona a célula, com isso ela também vira um reservatório; • Por isso que é tão difícil eliminar o vírus porque com o tratamento se consegue eliminar os vírus altamente replicativos, que estão nas células replicando imensamente principalmente nos CD4, mas só que não conseguimos eliminar desses reservatórios, principalmente nos macrófagos e das células do sistema imune em todo o perímetro do intestino, e isso faz com que haja dificuldade na eliminação, na cura virológica - se consegue um controle virológico, mas não a cura virológica. • Co-receptores CCR5 e CXCR4: O HIV precisa desses co-receptores, porque o gp120 e o gp41 que ancoram vão se ligar no CD4, mas fundamentalmente a ligação a esses co-receptores facilita a entrada do vírus. • Então, para a entrada do vírus o que se tem é: o vírus se ligando ao CD4, mas ele precisa do co-receptor CCR5 ou do CXCR4. • Existem drogas antirretrovirais, inclusive, que são inibidoras, e que agem inibindo a ligação ao CCR5, só que essas drogas não são totalmente eficazes porque elas não impedem a entrada do vírus pelo receptor CXCR4. HIV-2: • O HIV-2 é 40 a 50% similiar ao HIV-1 na homologia da sequência global de nucleotídeos. • Existem duas diferenças principais na organização do genoma: - O gene vpu do HIV-1 não está presente no HIV-2, sendo exclusivo do HIV-1. - O HIV-2 contém um gene adicional, o vpx, que está na sua região central, e não está no HIV-1.EPIDEMIOLOGIA: • As estimativas globais em 2018 são de 38 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo. • 1,7 milhões de novas infecções por HIV ocorreram em 2018. • Houve ainda, em 2018, 770 mil mortes relacionadas a AIDS em 2018. • Há 5 mil novas infecções, tanto em adultos quanto em crianças, por dia. • 61% desses dados estão na África Subsaariana. Bruna Argolo • Em torno de 500 novos casos de infecções são crianças abaixo de 15 anos e 4400 são acima de 15 anos. • 47% são mulheres. • A partir do ano de 2000 houve uma lentificação no número de pessoas vivendo com HIV, com relação a década anterior, de 1990 a 2000. • A gente pode observar também que entre 1990 e quase chegando em 2000, houve um crescimento contínuo de novas infecções por ano. • No ano de 1990 houve quase 2 milhões de pessoas infectadas, chegando próximo a 3 milhões de pessoas infectadas no ano de 1997. • O número de pessoas infectadas por ano começa a cair a partir de 2000. • Com relação as mortes relacionadas a AIDS, vemos que de 1990 até um pouco depois de 2000, o número de mortes se mantém aumentando, até que próximo a 2005 esses números começam a cair. • Essa queda na morte tem a ver com a questão do tratamento, o tratamento que é sim eficiente em reduzir a mortalidade. Ele foi fundamental na queda do número de mortes e é chamado de Terapia Anti- retroviral (TARV). • Essa terapia combinada começou a ser supereficiente no ano de 1996 e a partir deste ano a TARV começou a incluir 3 drogas altamente ativas no tratamento para o vírus HIV, o chamado coquetel. • E essas três drogas são bem eficientes, tem grande potencial de inibição do HIV, e isso impactou muito na mortalidade, mas perceba que a curva não diminui logo, isso se deve ao fato de que a repercussão não é imediata, foi uma repercussão mais tardia, porém teve uma resposta positiva, reduzindo o número de mortes. Bruna Argolo EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL: • No ano de 2017 foram notificados 37.791 casos de AIDS. A taxa de detecção (podemos chamar de incidência cumulativa) foi de 18,3 casos para 100.000 habitantes, sendo que, desde o ano 2012, a taxa de detecção sofreu uma redução de 15,7%. • Esse valor manteve-se estável desde o ano de 2009. • A maior concentração dos casos de AIDS, no Brasil, em 2017, foi observada em indivíduos entre 25 e 39 anos, em ambos os sexos. - OBS: o normal das células CD4 é ser de 500 par mais, e quando elas vão caindo progressivamente e atingem valores abaixo de 500, principalmente quando elas estão na faixa próxima a 200, o indivíduo começa a ter os sintomas da imunodeficiência severa, e é quando ele pode ser diagnosticado com AIDS, mas isso pode levar de 2 a 15 anos (em média de 8 a 10 anos). Então se o período mais frequente de observação é entre 25 e 39 anos, as taxas de infecção provavelmente começam, em média, aos 17 anos. • Quando comparado os anos de 2007 e 2017, observa-se reduções nas taxas de detecção entre os indivíduos com até 14 anos, em ambos os sexos. • Ao longo do tempo a razão entre os sexos vem diminuindo de forma progressiva e em 1985, havia 15 casos da doença em homens para um caso em mulher, hoje a relação é 1,5 para 1. • A queda da mortalidade por AIDS no Brasil a partir de 1996 e a desaceleração de sua tendência de crescimento nos últimos 3 anos, pode-se atribuir às ações governamentais e não governamentais, como: - O Brasil é um dos poucos países do mundo que faz uma distribuição universal de terapia antirretroviral para todas as pessoas que têm o vírus HIV, é gratuita e universal. - Prevenção e tratamento precoce das doenças oportunistas. - Aumento da rede de serviços para diagnóstico do HIV. - Intensificação das estratégias de adesão à prevenção e ao tratamento da doença. TRANSMISSÃO: • Contato sexual: - Existe um gradiente maior entre o homem que faz sexo com a mulher (falando em relação heterossexual) do que a mulher para o homem. - Na relação heterossexual é mais fácil o homem contaminado transmitir para a mulher do que a mulher transmitir para o homem, mas isso não quer dizer que a mulher não transmite, isso só quer dizer que a intensidade é diferente. - No entanto, entre casais homossexuais masculinos essa transmissão é muito intensa e ela é obviamente idêntica porque é homem-homem. E a transmissão é muito intensa, hoje se estima que 10% de todos os homossexuais masculinos brasileiros são soropositivos. - 5% de mulheres trabalhadoras do sexo no brasil são positivas ao vírus HIV. - Na população heterossexual geral, a estimativa de prevalência varia de 0,4 a 0,7% e isso mostra que existe um comportamento de risco, que favorece esse adoecimento. - Quando se pensa que as trabalhadoras de sexo têm prevalência de 5% enquanto a prevalência na população é de 0,5%, estamos falando que essas trabalhadoras do sexo têm 10 vezes mais prevalência para o HIV do que a população em geral. - Ao falar em homossexuais masculinos, eles têm 20 vezes essa prevalência em relação a população em geral. - Basicamente a transmissão é pelo contato pênis – vagina e pênis – ânus. Essa é a principal via, mas o sexo oral pode também transmitir, apesar de ser muito mais difícil. • Sangue e hemoderivados: - Hoje, no Brasil, esse tipo de transmissão é nula, atingiu o 0, devido ao controle elevado dos bancos de sangue. • Ocupacional: - Relacionada aos perfuro cortantes. - Sobre essa transmissão ocupacional, sabemos que todo profissional de saúde que tem um acidente com perfuro cortante ele faz uso do TARV, e fazendo esse uso nas primeiras 72 horas, ele consegue se proteger em 100%. - Em casos de acidente na unidade de saúde (espetou a mão com agulha por exemplo e teve contato com o sangue de algum paciente), pede-se uma autorização para fazer um teste rápido no paciente, e em casos positivos, imediatamente deve-se procurar o ICON, então se toma o coquetel durante um mês e se tomar nas primeiras 72 horas do acidente, é certeza absoluta que não haverá nenhuma chance de se contaminação. • Materno-fetal/ao lactente: - Muito reduzida, devido a realização de TARV na gestante e ao uso do xarope diacetil durante 6 semanas pelo bebê. Bruna Argolo • Usuários de drogas injetáveis (UDI): - Praticamente não acontece mais, porque todos foram afetados pelo HIV e a imensa maioria morreu, então hoje se tem poucos UDI, mas é uma transmissão extremamente intensa quando acontece. • Outras: Existem outras situações que são questionáveis, como tatuagens (pode acontecer se não houver controle – se o tatuador não fizer a prática adequada), piercing, injeções, inseminação artificial etc. • A estupida maioria é por contato sexual: sexo sem camisinha. CICLO CELULAR: • O HIV é um vírus de RNA. • O gp120 vai se ligar ao receptor CD4 da célula. • O CCR5, que é um co-receptor, vai ser fundamental nesse processo. • O vírus se liga no CCR5 porque só a ligação com o CD4 não é suficiente - precisa haver essa aproximação com o CCR5 para que haja uma mudança na conformação e favoreça o desnudamento e a penetração. • Então a transcriptase reversa vai transformar o vírus de RNA para DNA, e esse DNA então vai se integrar no núcleo da célula. • Ele vai fazer sua transcrição, vai formar uma série de RNA mensageiros e transportadores, vai exportar RNA polimerase que vai passar a fazer a tradução para que haja a produção de diversas proteínas como a VPU e diversas outras, para então haver a montagem do RNA com as proteínas estruturais. • O que vai ocorrer em seguida é o brotamento, onde a gp41 e a gp120 vão se dirigir para a membrana celular da célula do hospedeiro e quando esse material do RNA junto com o nucleocapsídeo se aproximar vai ocorrer o brotamento do vírus. • Ele vai infectar basicamente as células CD4, essas são as células principais, no entanto as células dendríticas podem ser infectadas assim como o macrófago.Bruna Argolo VIREMIA: • Os anticorpos anti-HIV que são produzidos e que iremos medir vão ser importantes para o diagnóstico, mas esses anticorpos têm pouca ação do ponto de vista de controle da replicação viral, eles vão ter um controle muito parcial, eles não conseguem anular a produção viral. • O controle é feito, principalmente, através das células CTL e CD8 que são células que vão identificar as células infectadas com HIV e vão destruir essas células contaminadas. • MECANISMO DE PERDA DE CÉLULAS CD4: - Os CD4 são infectados pelo HIV, existe a replicação viral nas células CD4 infectadas, então o HIV vai transformar as CD4 em verdadeiras fabricas de HIV, e essas células vão acabar morrendo por efeito citopático do próprio vírus que vai destruindo-a completamente; - Também ocorre a ativação de células CD4 infectadas por esses vírus, o que leva a morte induzida por ativação dessas próprias células levando a apoptose; - E principalmente através das células CD8, que são chamadas de células citotóxicas, elas identificam o vírus HIV na superfície das células CD4 e aí elas destroem essas CD4 infectadas; - Então tudo isso vai levar a perda progressiva de CD4 e é isso que vai gerar a doença (a doença vai ser gerada por esse CD4 cada vez em menor quantidade). DIAGNÓSTICO: • Basicamente, se trabalha com a detecção de anticorpos (ELISA, WB, Imunoblot(IB)). - No HIV, diferente do COVID por exemplo, os anticorpos são extremamente sensíveis, então a detecção de anticorpos hoje no HIV é suficiente para dar o diagnóstico; - O teste rápido de HIV dá o diagnóstico de soropositividade; - Ele é chamado de teste rápido de 4ª geração e ele tem praticamente 100% de sensibilidade e 100% de especificidade. - Tem também o ELISA que é também praticamente 100% sensível e específico - detecta simultaneamente o antígeno p24 e anticorpos específicos anti-HIV. - Em caso de teste rápido positivo, pode-se pedir também um ELISA, como meio de confirmação, apesar da segurança que se tem hoje com o teste rápido. - Se teste rápido positivo já deve solicitar tratamento e solicitar também carga viral para poder estratificar o doente. • Amplificação do genoma viral: - Hoje não se faz mais para diagnóstico, se faz basicamente amplificação para calcular carga viral. - Pede-se tambem CD4 e CD8, para ver o grau de CD4penia. MARCADORES DE INFECÇÃO: • Os marcadores de infecção na corrente sanguínea: - O indivíduo teve uma relação e se infectou à ele começa a ter vírus RNA geralmente a partir do 10º dia (é por isso que nos 3 primeiros dias, em caso de exposição de risco, pode utilizar o coquetel como preventivo – inclusive, em casos de violência sexual, há uma lei que obriga a dar o coquetel para a pessoa – e em demais situações de risco o indivíduo pode recorrer a unidade de saúde, que é obrigada a dar o coquetel também); - OBS: Até uma semana após a exposição de risco pode ser feito o uso do coquetel, com possível prevenção da contaminação, mas para uma maior segurança o uso deve ser feito nos primeiros 3 dias; Bruna Argolo - Então lá pelo 8º ao 10º dia vai começar a ter RNA se multiplicando; - O p24 vai começar a aparecer com 15 dias, mais ou menos; - IgM vai aparecer pela 3ª semana; - Pela 4ª semana começa a ter IgG. • Na verdade, para que a gente consiga fazer um teste de anticorpos que identifique, só a partir da 4ª semana aproximadamente. • Na fase inicial, entre a 1ª semana e a 4ª semana, pode fazer a busca do RNA, ou seja, carga viral, é a única possibilidade de detectar o vírus HIV no corpo da pessoa – RNA quantitativo (pega o RNA antes do anticorpo). EXAMES COMPLEMENTARES: • Sempre solicitar a contagem de CD4, de CD8 e carga viral; • Genotipagem pré-tratamento, em algumas situações, • Hemograma completo; • Glicemia de jejum; • Dosagem de lipídios; • Avaliação hepática e renal; • Teste imunológico para sífilis (é muito importante no paciente HIV+ procurar por sífilis, porque muitas vezes se encontra infecção associada); • Rastrear hepatites virais; • IgG para toxoplasmose; • Sorologia para HTLV-1 e Chagas; • Prova tuberculínica (para ver se é um paciente que já teve infecção pelo bacilo da tuberculose); • Radiografia de tórax. • Esses são exames mais gerais, que se pede geralmente na 1ª consulta. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA: • 0 é o momento em que o indivíduo entra em contato com alguém infectado e essa pessoa vai se infectar, essa é a infecção primaria. • Nessa infecção primaria as células T-CD4 estão bem altas, uma faixa entre 1000 e 1200. Bruna Argolo • O valor mínimo normal de uma taxa T-CD4 é de 500, ela então vai geralmente de 500 até 1500, em torno de 1000 é o valor dela. • Mais importante que o valor da taxa de T-CD4 é o valor da taxa de T-CD8, porque CD8 é a célula efetora. • Na ausência de uma infecção como HIV, a taxa de CD8 é sempre menor do que a taxa de CD4. • A relação do valor de CD4/CD8 sempre é maior ou igual a 1,0, geralmente maior que 1,0, mas com o HIV isso vai se inverter. • No momento zero em que começa a ocorrer a infecção primaria o HIV, ele vai estar intensamente atacando CD4; entre a terceira e sexta semana vai acontecer a fase aguda ou infecção retroviral aguda, então a taxa de CD4 vai cair muito, o valor vai cair de 1200 e vai ficar entre 500 e 300, isso ocorre por conta da replicação viral dentro das células. • À medida que o CD4 cai, o CD8 expande, porque é ele que vai estar matando o CD4 infectado, já que uma das formas do corpo controlar a infecção é matar as células infectadas. • Com essa expansão do CD8 e a queda do CD4, ocorre, já nas primeiras semanas da infecção, uma inversão da relação CD4 e CD8. • Nessa fase inicial, a primeira coisa que acontece é essa inversão da relação CD4 CD8: CD4 cai, CD8 sobe. • CD4 não cai até zero, ele cai até um valor entre 500 e 300, depois ele se recupera. • Ele se recupera porque a partir do momento de síndrome retroviral aguda vai ter uma contribuição de produção de anticorpos, a partir de umas 3 a 6 semanas vai ter uma produção razoável de anticorpos, que não vai eliminar o vírus mas ajuda a controlar a doença, além de que tem as células CD8 que estão se expandindo e atacando as células CD4 infectadas e com isso vai ter a possibilidade de haver recuperação dessas células CD4. • Nas próximas semanas, a partir da 6 ou 7, as taxas de CD4 já sobem, mas nunca atingem os valores iniciais, ela sobe para atingir 600, 700. • A partir da 9 – 12 semana, vai começar uma lenta e continua queda das taxas de CD4, que se mantém em queda ao decorrer do tempo. • O CD8 subiu e depois ele expande, e mais ou menos se mantém, e de certa maneira a tendência dele é acompanhar os valores de CD4, então ele tende a cair um pouco, ele flutua, mas ele sempre é maior que CD4. • A carga viral que está representada no gráfico em vermelho, e logo no momento zero, em que o indivíduo se infecta, não tem vírus circulando. • Vai começar a aparecer vírus a partir do 8 a 10 dia, ou seja, começa a aparecer vírus circulando no corpo desse indivíduo, e a partir daí vai subir rapidamente, exponencialmente, então a carga viral sai de um valor quase indetectável e sem copias e no 10 – 14 dia vai subir rapidamente e atingir valores muito altos. • Nada impede essa subida gigantesca nesse momento. • Depois o CD8 vai estar controlando, associado a anticorpos, e ai a carga viral vai cair e vai entrar nesse tipo chamado set point viral. • Esse set point é uma estabilização da carga viral que decorre de toda uma interação imune entra as taxas de CD4 que estão sendo infectadas e ao mesmo tempo os CD4 não infectados estão se expandindo e assumindo um pouco o lugar daqueles que estão morrendo. E os CD8 que eficazmente atacam as células infectadas e seguram a infecção. • Os vários mecanismos imunes vão fazer com que a taxa do CD4caia lentamente e taxa de replicação viral (carga viral) fica mais ou menos estável. É uma coisa individual do paciente, existem pessoas que estabilizam a carga viral em 1000 copias por mL, tem pessoas que estabilizam a carga viral com 10000 copias, e por aí vai... • Quanto maior a carga viral dessa estabilização, pior vai ser para o CD4, porque isso mostra uma intensa replicação viral e intenso dano. • Indivíduos chamados controladores de elite: A carga viral vai lá para baixo e se mantém baixa. Eles conseguem controlar tão bem a carga viral que ela se torna quase indetectável. O CD4 então, subiria, e poderia chegar perto dos valores iniciais. É uma minoria das pessoas que apresenta esse quadro. Eles têm um quadro que parece que estão fazendo o uso do coquetel. • Nessa fase aguda o indivíduo pode não apresentar sintomas ou apresentar a síndrome retroviral aguda. • Na síndrome retroviral aguda, geralmente o paciente faz um quadro tipo viral, um quadro semelhante a mononucleose: mialgia, fraqueza, febre alta, mal estar, rash cutâneo e aumento dos gânglios (poli linfadenomegalia). Essa síndrome dura 2 semanas, no máximo 3. • Após a síndrome retroviral aguda, o indivíduo entra na fase chamada de latência clínica que pode durar 7 anos, 10 anos, 4 anos... Ela é variável. A duração da latência vai depender do set point viral. • Na latência clínica, o indivíduo não tem sintomas, ele só sabe que HIV positivo se fizer o teste. • Passados os anos de latência, esses indivíduos podem começar a apresentar sintomas. • Os sintomas vão estar relacionados com a quantidade de CD4. • Essa taxa do CD4 começa a cair, e primeiro vai ficar menor que 500 (nível mínimo normal), quando começa a apresentar os sintomas clínicos. Se a taxa de CD4 se aproxima de 200 ou cai abaixo disso, o risco de ter infecções oportunistas e neoplasias começa a ser muito elevado. Bruna Argolo • Sobre o CD8, ele também vai caindo, porque apesar de não estar sendo infectado, ele está sendo demandado, e consequentemente vai sendo esgotado. Lembrando que, apesar disso, ele sempre vai estar acima do CD4. SÍNDROME RETROVIRAL AGUDA: • Resposta inicial ou primária de um adulto imunocompetente contra o HIV. • Alto nível de produção viral, viremia e proliferação nos tecidos linfoides. • 40 a 90% dos indivíduos adquirem uma infecção primária desenvolvem uma síndrome viral 3 a 6 semanas após a infecção. • Termina espontaneamente em 2 a 4 semanas. • Sintomas não específicos: dor de garganta, mialgias, febre, exantema, perda de peso e fadiga - semelhante à uma gripe ou uma virose. • As vezes temos um quadro mais clássico: rash cutâneo (semelhante ao dá rubéola), dor de cabeça, febre alta, e gânglios aumentados pelo corpo. • Lembrando que nem todos os pacientes com HIV fazem a síndrome retroviral aguda. FASE CRÔNICA INTERMEDIÁRIA: • Vírus relativamente contido. • Não está sendo totalmente contido porque ele é um vírus que está sempre replicando. • Período de latência clínica: CD4 ainda não atingiu um nível crítico, abaixo de 500. • Sistema imune relativamente intacto, mas há replicação contínua do vírus, predominantemente nos tecidos linfóides. • Pode durar vários anos. • Paciente pode permanecer assintomático ou linfadenopatia generalizada persistente. • Muitos pacientes têm infecções oportunistas - candidíase oral e herpes-zóster. • A maioria dos pacientes com infecção pelo HIV, progride para a AIDS após uma fase crônica de 7 a 10 anos. • Taxa de replicação viral superior a capacidade da resposta imune celular: Aids. • Síndrome definida por: desenvolvimento de infecções oportunistas e neoplasias resultantes de progressiva imunodeficiência induzida pelo HIV. TAXAS DE CD4: • > 500: sintomas zero (fase de latência). • Entre 350 e 200: - Possibilidade de tuberculose. Aqui o CD4 ainda tem uma resposta razoável, está fraca, mas ainda consegue atuar. A apresentação da tuberculose é uma apresentação típica, com cavitação e na porção superior do pulmão; - Herpes zoster normal, não é necessariamente um disseminado; - Pneumonias bacterianas de repetição; - Dermatite seborreica; - Doenças periodontais. • Menor ou igual a 200: - Critério definidor de AIDS – imunossupressão severa; - Pneumonia clássica: pneumocistose – quadro de infiltrado intersticial, paciente apresenta febre com duração de 1 semana, falta de ar, tosse seca e ele vai caminhando para a hipoxemia, dessaturação; Bruna Argolo - Candidíase oral e esofagiana; - Tuberculose disseminada, tuberculose miliar; - Criptococose; - Histoplasmose disseminada; - Sarcoma de Kaposi. MANIFESTAÇÕES PULMONARES: • Aumento da pneumonia bacteriana de repetição em pacientes com CD4+ maior do que 200/mm3; • Aumento pneumonia por Pneumocystis jiroveci em pacientes com CD4+ menor do que 200/mm3; • Tuberculose pulmonar em ambos os espectros de CD4+ - Se maior do que 200/mm3 apresentam tuberculose mais próxima do paciente imunocompetente, com apresentação em 1/3 superior, cavitária; • Se menor do 200/mm3 apresentam tuberculose sem cavitação, em bases pulmonares, como infiltrados inespecíficos multisegmentares, e frequentemente bilaterais. INFECÇÕES: • O herpes simples pode fazer uma pneumonia grave, com CD4 geralmente abaixo de 50. • O vírus da varicela muito comum no paciente com CD4 abaixo de 200, faz o herpes zoster agora disseminado. • O linfoma não-Hodgkin e o Sarcoma de Kaposi são suas importantes representações de imunodeficiência severa. Bruna Argolo MANIFESTAÇÕES RENAIS E ELETROLÍTICAS: MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS E REUMATOLÓGICAS: MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS: • A candidíase é a mais frequente. • Principais motivos: 1. Odinofagia 2. Disfagia 3. Diarréia 4. Dor abdominal 5. Sangramento intestinal. • Esôfago: 1/3. Candidíase esofágica é principal causa de disfagia, também ocorre odinofagia. Essa candidíase esofágica é mais comum em pacientes com CD4 abaixo de 200. • Esofagite por vírus herpes simples: suspeita sem melhora dos sintomas. • Diagnóstico: EDA mostra úlceras erosivas superficiais pequenas e coalescentes. • Ocorre em doença avançada. • Diarreia: Muito frequente no paciente. - > 5 dias solicitar parasitológico de fezes, coproculturas e hemocultura. - Resultados negativos pede-se endoscopia com aspirado duodenal e retossigmoidoscopia (na presença de sangue nas fezes). - Diarreia crônica pensar em Isospora e Criptosporidiose – são os que estão mais relacionados a imunossupressão. O CMV também relaciona-se a imunossupressão, com CD4 menor que 50. • IRA. • Infecções Oportunistas do parênquima renal. • Glomerulonefrite. • Nefropatia associada ao HIV – evolução rápida, as vezes para uma insuficiência renal. • Existem infecções oportinustas que tambem podem afetar o parenquima renal, mas a nefropatia é associada diretamente a infecção do vírus HIV. • Cutâneas: - Herpes Zoster: geralmente o Herpes Zoster 1 vai ser no paciente com CD4 maior que 200; Herpes Zoster disseminado vai ser no paciente menor que 200; - Escabiose; Angiomatose Bacilar: infecção por bartonela, ocorre nos pacientes severamente imunossuprimidos, com CD4 menor que 200; - Sarcoma de Kaposi; Foliculite eosinofílica: lesões puriginosas (que lembram escabiose) de cunho imunomediado, aparece em pacientes com o CD4 baixo, entre 350 e 200, e mais intensamente abaixo de 200. • Reumatológicas: - São manifestações mais raras; - Artralgias; - Miopatias; - Síndrome de Reiter; - Síndrome de Sjogren; - Artropatia associada ao HIV. • ANEMIA: da doença crônica; ferropriva; por infiltração da medula óssea; medicamentosa; por deficiência de vitB12 ou ácido fólico; aplasia pura de células vermelhas; por hemólise mediada por anticorpos. • TROMBOCITOPENIAS: Ocorrem em cerca de 10% dos pacientes infectados. • Muito frequentes nos pacientes; CD4 menor que350 (principalmente naqueles menores que 200). MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS: Bruna Argolo MANIFESTAÇÕES PANCREÁTICAS: MANIFESTAÇÕES HEPÁTICAS E BILIARES: AS INFECÇÕES OPORTUNISTAS EM UM ESTUDO DE COORTE ENTRE OS ANOS DE 2000 E 2010: • Existem aquelas que estão relacionados ao próprio vírus HIV, relacionadas a replicação viral no indivíduo. • E existem também as oportunistas, que estão mais relacionadas com a queda progressiva do CD4. • A infecção do HIV no SNC leva a uma encefalopatia destrutiva progressiva, que leva a demência. Esse qudro era muito visto, mas hoje é raro devido ao coquetel. • Não é mais frequente como era antigamente. • Causas: - Medicamentos lesivos ao pâncreas; - Infecções oportunistas; - Abuso do álcool; - Toxicidade direta às céls acinares pelo vírus. • Outras causas: cálculos biliares; hipertrigliceridemia; hipercalcemia; trauma e pós-operatório. • Quadro clínico: dor abdominal, náusea, vômito, febre, diarreia, anemia, leucopenia e hipoalbuminemia. • HIV+ INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA +HEPATITE OU HEPATOPATIAS CRÔNICAS = POSSIBILIDADE DE COINFECÇÃO COM HEPATITES B E C. • HCV+ HIV= progressão rápida da doença hepática e evolução para cirrose. • Os pacientes com HIV que tem infecção com o vírus C tem um prognostico muito ruim porque ele acelera a doença hepática, e o vírus C acelera a queda de CD4. • Em relação ao vírus B, apenas 5% dos pacientes sem HIV que são infectados se tornam crônicos, mas entre os pacientes com HIV, 23% da HVB se tornar crônica. • A partir de 2004 começa a cair as infecções oportunistas. - A partir de 1996 que consegue se ter um esquema retroviral bastante importante: isso começa a percutir em 2004; - 1996 marca o começo de um esquema retroviral importante com três drogas independentes – anteriormente eram apenas 2; - Começa em 1987 com uma droga = AZT; - 1992 começa a combinar drogas; - Candidíase esofagiana cai a partir de 2004; - MAC começa a cair; • No Brasil o esquema antirretroviral é gratuito, o que não é o caso de alguns outros países. • Hoje, o paciente com HIV que usa medicações é extremamente bem controlado. - Esse paciente que faz o esquema antirretroviral praticamente não desenvolve infecções oportunistas. POR QUE AS PESSOAS APRESENTAM UMA EVOLUÇÕES DIFERENTE DA DOENÇA? • Em 1996 foi descoberta uma mutação no co-receptor CCR5 -> Variante Delta-32 -> Produção de moléculas não- funcionais de co-recertores CCR5. • Lembre-se que o CCR5 é fundamental para o vírus entrar! • Pessoas com cópias normais do CCR5 -> predominam na população e são susceptíveis a infecção pelo HIV. • Homozigotas para o Delta-32 -> não tem co-receptores funcionais de CCR5 e são resistentes para a infecção do HIV. MANIFESTAÇÕES NEUROLOGICAS: Bruna Argolo • Heterozigotos para o Delta-32 -> podem ser infectados porém, apresentam uma evolução significativamente retardada da doença do HIV (podem ser os controladores de elite). TRATAMENTO: • Tratamento atual: O tratamento do HIV e da AIDS pode ser organizado em três áreas principais: 1. Terapia antirretroviral; 2. Profilaxia para doenças oportunistas; 3. Tratamento das complicações relacionadas ao HIV. • Terapia antirretroviral - TARV: - A terapia antirretroviral (TARV) é um regime de tratamento normalmente composto por uma combinação de três ou mais medicamentos antirretrovirais. - Uma pedra angular da TARV é a co- administração de diferentes drogas que inibem a replicação viral por vários mecanismos, de modo que a propagação de um vírus com resistência a um único agente seja inibida pela ação dos outros dois agentes. - Estudos demonstraram que a experiência do profissional médico no tratamento antiretroviral se correlaciona positivamente com a melhora dos resultados clínicos do paciente. - Para o tratamento do HIV, existem mais de 25 medicamentos diferentes em seis classes diferentes. - O padrão de tratamento para a maioria dos pacientes sem tratamento prévio é uma combinação de dois inibidores da transcriptase reversa de nucleosídeos/nucleotídeos (normalmente tenofovir-lamivudina) mais um inibidor da integrase. Classes alternativas ou medicamentos diferentes dentro de cada classe podem ser recomendados quando os pacientes têm intolerâncias, alergias ou resistência. - Todos os pacientes HIV devem fazer a TARV. • Objetivos da TARV: - Reduzir a morbidade e mortalidade (AIDS e causas não associadas à AIDS); - Melhorar a qualidade de vida; - Reduzir a carga de RNA viral plasmático; - Prevenir a transmissão a outras pessoas (parceiros sexuais, pessoas compartilhando agulhas, mãe para filho); - Prevenir a resistência aos medicamentos; - Melhorar a função imunológica – após um tempo de uso do TARV, o CD4 volta a ser maior que o CD8, mas esse tempo é variável de paciente para paciente. OBS: Quando a carga viral fica indetectável, é porque a replicação viral está muito baixa, então o indivíduo deixa de ter secreções contaminantes. Um indivíduo que faz uso de antirretroviral, que usa o esquema de forma contínua, e que fica por pelo menos 6 meses com essa carga viral indetectável, ele não contamina mais. Por isso, que hoje é possível fazer com que casais não concordantes (um tem HIV e outro não) tenham uma vida sexual normal, sem preservativos, sem que aja contaminação, após esse período de 6 meses com carga indetectável, e sempre permanecendo com o uso regular e correto da medicação. PREVENÇÃO: • Prevenção pela transmissão sexual: - Abstinência; - Relação monogâmica com triagem sorológica a intervalos regulares; - Relação com preservativo de látex (vaginal, oral e anal) – mais indicado; - Hoje, tem também a profilaxia pré exposição (PREP) – faz-se uso de medicações antes de se expor aos riscos. • Prevenção de usuários de substâncias intravenosas: - Evitar uso de drogas injetáveis; - Não compartilhar seringas e agulhas. • Prevenção dos profissionais de saúde: - Todos os líquidos corporais devem ser considerados perigosos e infectados; - Devem-se usar luvas, quando há possibilidade de contato com líquidos corporais; - Os instrumentos afiados devem ser manipulados com muito cuidado; - Agulhas nunca devem ser manipuladas; - Os profissionais de saúde com lesões abertas devem evitar contato direto com paciente.
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