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e.BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS 
 
 
 
Curso: RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
 
 
Organizador(es): Aline Tereza Borghi Leite; Giovanni Hideki Chinaglia Okado; Pedro 
Araújo Pietrafesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
COMPONENTE ESPECÍFICO 
QUESTÃO Nº 03 - DISCURSIVA 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
QUESTÃO Nº 04 – DISCURSIVA 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 05 – DISCURSIVA 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 09 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 10 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 11 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 12 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
QUESTÃO Nº 13 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 14 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 15 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
QUESTÃO Nº 16 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
QUESTÃO Nº 17 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
QUESTÃO Nº 18 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 19 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 20 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
QUESTÃO Nº 21 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 22 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
QUESTÃO Nº 23 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 24 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 25 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 26 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 27 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 28 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 29 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 30 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
QUESTÃO Nº 31 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 32 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 33 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
QUESTÃO Nº 34 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
QUESTÃO Nº 35 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
 
QUESTÃO Nº 03 
The Brazilian government is to give aid to two states in the north-west that have seen 
a recent increase in the number of Haitian migrants. This week, the ministry for social 
development announced it was to give around US$520,000 to the states of Acre and 
Amazonas. The first tranche of funds is expected to become available over the next 
month. The continued hardship in Haiti after the devastating earthquake in January 
2010 has forced thousands of people to flee to other Latin American countries in 
search of a better life. The bulk of the money – around $300,000 – will support 
programs in Amazonas, which has recorded more than 4,600 Haitians in the state. 
Acre has around 1,400 migrants. The government had already granted the state 
$750,000 to support its overloaded health service. The new money will be used to 
implement a series of programs through local government bodies. These will provide 
food and accommodation to Haitians, as well as access to a special health service that 
will work independently from the national system, to meet the specific needs of the 
https://www.theguardian.com/world/haiti
migrants. 
Brazil was historically built as a country of many different migration processes. Once 
again, we are the destination of new different nations: Haiti, Bolivia, Angola, 
Democratic Republic of Congo, among others. Compose a text in Portuguese about 
the Haitian migrants and do as required. 
 
a) Explain the historical turning point that encouraged the Haitian population to 
migrate to other countries, including one domestic motivation and how it is 
different from other contemporary migratory populations. 
b) Select and describe one reason why Haitian people have chosen Brazil as one 
of the first options to migrate in Latin America 
 
 
 
Gabarito: questão discursiva 
 
Tipo de questão: Difícil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de conjuntura e Política Internacional 
 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
 
Comentário: 
 
A questão busca avaliar o conhecimento instrumental da língua inglesa, 
concentrando-se especificamente no conteúdo Análise de Conjuntura e Política 
Internacional: coalizões internacionais. 
Para responder à questão a, o estudante deve redigir um texto, contextualizando o 
cenário que levou milhares de haitianos a emigrarem para outros países latino-
americanos. Em razão do terremoto de 2010, um desastre ambiental de grandes 
proporções, que resultou ou agravou alguns problemas internos, tais como epidemias, 
falta de emprego, baixo desenvolvimento econômico e instabilidade no governo, a 
população precisou sair de seu país e buscar alternativas de sobrevivência em outros 
países. Este contingente de pessoas é denominado de deslocados ambientais. É 
importante ressaltar que a situação de deslocados ambientais é diferente daquela de 
refugiados e perseguidos políticos. 
 b) Item anulado. 
 
Referências: 
 
ZEFERINO, Marco Aurélio Pieri; AGUADO, Juventino de Castro. Os Deslocamentos 
Ambientais de Haitianos para o Brasil. Revista SJRJ. Rio de Janeiro-RJ, v. 19, n. 
25, p. 213-230, dez 2012. 
 
 
QUESTÃO Nº 4 
 
 
 
Gabarito: questão discursiva 
 
Tipo de questão: Difícil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: 
 
O examinador que elaborou a questão esperava que os estudantes tivessem 
pelo menos o conhecimento em uma diferencia fundamental das políticas externas 
dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva, qual seja: o 
primeiro adotou o princípio de inserção internacional da autonomia pela participação. 
Enquanto o segundo, a autonomia pela diversificação. 
A política externa baseada na autonomia pela participação significa, segundo 
Vigevani, Oliveira e Cintra (2003), que o Brasil estava se estabilizando política e 
economicamente, resolvendo seus problemas internos pela participação nas 
discussões e tomadas de decisões das normas e agendas da ordem mundial. 
Já a política externa fundamentada na autonomia pela diversificação enfatiza, 
de acordo com Vigevani e Cepaluni (2007), a cooperação Sul-Sul, para 
contrabalancear as relações econômicas e políticas com os países do hemisfério 
Norte, bem como a busca por maior protagonismo do Brasil no sistema internacional. 
Desta forma, na letra “a” o (a) aluno (a) deveria dividir a sua resposta em dois 
momentos. Um para FHC e outro para Lula. No que se refere a Fernando Henrique 
Cardoso, focar nas negociações da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) 
que iniciou durante seu governo, a quebra das patentes e a Organização Mundial do 
Comércio (OMC) como instância multilateral que permitiria uma melhor condição para 
o Brasil negociar a agenda comercial de seu interesse. 
O segundo momento da resposta do item “a” consistiria no debate sobre o 
governo Lula. Além de caracterizar a estratégia de política externa do presidente, 
autonomia pela diversificação, as iniciativas dos BRICS, formação do G-20 no âmbito 
a OMC e cooperação sul-sul também tinham que ser abordadas pelos discentes 
como comparação ao governo Cardoso. 
No item “b”, cabe ressaltar que tanto FHC quanto Lula realizaram ações de 
cooperação Sul-Sul. No caso de Fernando Henrique Cardoso, parte da estrutura 
institucional do bloco foi organizada durante seu governo. A Iniciativa para a 
Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana foi proposta no segundo ano do 
segundo mandato de FHC, visando a criação de infraestrutura mais apropriada para a 
cooperação entre os países da América do Sul (VIGEVANI, OLIVEIRA E CINTRA, 
2003). No que se refere ao governo Lula, a Unasul, Brics, Ibas, e aproximação com a 
África fizeram parte da ampliação da cooperação brasileira com o eixo Sul-Sul 
(VIGEVANI E CEPALUNI, 2007). 
 
Referências: 
 
VIGEVANI, Tullo; OLIVEIRA, Marcelo F. de and CINTRA, Rodrigo. Política externa 
no período FHC: a busca de autonomia pela integração. Tempo soc. [online]. 2003, 
vol.15,n.2 [cited 2018-06-26], pp.31-61 
VIGEVANI, Tullo; CEPALUNI, Gabriel. A política externa de Lula da Silva: a 
estratégia da autonomia pela diversificação. Contexto int. [online]. 2007, vol.29, n.2 
[cited 2018-06-26], pp.273-335 
 
QUESTÃO Nº 05 
O Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) é o principal regime para o controle do 
desenvolvimento do arsenal nuclear. A despeito de ter aproximadamente 190 países 
signatários, o TNP é, ainda hoje, cercado de polêmicas entre os países possuidores 
de tecnologia nuclear e os Estados Unidos que desejam ter acesso a esse 
conhecimento. Recentemente, o Irã e as grandes potências (China, Estados Unidos, 
França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha) assinaram, após seis anos de intensas 
negociações, um acordo histórico sobre a adoção de medidas para limitar o programa 
nuclear iraniano. Colocou-se, assim, um fim à enorme celeuma internacional em torno 
dos propósitos do programa nuclear de Teerã. Esse pacto faz parte de um esforço 
internacional para evitar a proliferação de armas de destruição em massa. 
 
Considerando o assunto tratado nesse texto, faça o que se pede nos itens a seguir: 
a) Aponte os princípios que sustentam o TNP (valor: 5,0 pontos). 
b) Apresente dois argumentos favoráveis e dois contrários ao regime do TNP, 
defendidos pelos países envolvidos nas controvérsias a respeito do programa 
nuclear iraniano (valor: 5,0 pontos). 
 
 
Gabarito: questão discursiva 
 
Tipo de questão: Difícil 
 
Conteúdo avaliado: Segurança internacional: conflitos internacionais 
 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário: 
 
As respostas para ambos os itens são complementares nesta questão, e os próprios 
princípios que sustentam o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) são 
controversos em sua aplicação: ao mesmo tempo em que contribuem para o regime 
de controle do desenvolvimento de arsenais nucleares, também deixam lacunas que 
fragilizam esse regime. No que diz respeito ao item a), os três princípios que 
sustentam o TNP são: a) a não proliferação nuclear, na medida em que os Estados 
que não detinha armas nucleares no final dos anos 1960 renunciariam, 
definitivamente, à ambição de desenvolvê-las; b) o desarmamento nuclear, sob 
princípio da boa fé, de modo que os Estados detentores de tais armamentos se 
comprometeriam com a redução de seus respectivos arsenais; e c) o uso da energia 
nuclear apenas para fins pacíficos, com a possibilidade de que os Estados detentores 
de tecnologia nuclear poderiam transferir essa tecnologia para Estados não 
detentores. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi designada para 
supervisionar esses princípios e as atividades nucleares no âmbito dos países 
signatários do TNP. No que diz respeito ao item b), o acordo assinado entre o Irã e as 
grandes potências (ou P-5 + 1) é o Plano de Ação Conjunto de Genebra, no qual 
podem ser observados dois argumentos favoráveis e dois contrários ao regime 
instituído pelo TNP. Em se tratando dos argumentos favoráveis, por meio deste plano 
de ação, o Irã havia se comprometido a não enriquecer urânio acima de 5% nos 
próximos seis meses e a congelar temporariamente o seu programa de 
enriquecimento de urânio. Dessa forma, dois princípios do TNP passam a ser 
implementados no plano de ação, quais sejam: a não proliferação nuclear e a garantia 
do uso da energia nuclear para fins pacíficos, cujas medidas seriam supervisionadas 
pela AIEA, garantindo que o Irã não venha a desenvolver armamento nuclear. Em se 
tratando dos argumentos contrários, duas críticas ao plano de ação refletem uma 
crítica mais sistemática ao TNP: basicamente, o regime de controle nuclear é 
restritivo e garante a manutenção do status quo dos Estados detentores de 
armamento e tecnologia nucleares, inibindo quaisquer ambições iranianas em alterar 
esse status quo. Em primeiro lugar, o desenvolvimento de um programa nuclear por 
parte do Irã rendeu-lhe sanções econômicas nos últimos anos, as quais seriam 
gradualmente retiradas mediante o cumprimento das disposições do acordo. Em 
segundo, o país aceitou a redução pela metade o recebimento do urânio enriquecido 
a 20% que viria do exterior, mesmo tendo condições para proceder com o 
enriquecimento por conta própria e estando sujeito à supervisão da AIEA. 
 
Referências: 
 
ELBARADEI, Mohamed. A era da ilusão: a diplomacia nuclear em tempos 
traiçoeiros. São Paulo: Leya, 2011. 
 
ROCHA, A. J. R. da; PEREIRA, P. M. de S. S. de. A. Iran talks: das palavras aos atos. 
A Declaração de Teerã e o Plano de Ação Conjunto de Genebra em perspectiva. 
Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 36, n. 2, jul./dez. 2014, p. 655-682. 
 
QUESTÃO Nº 9 
Dada a ampliação da influência dos países emergentes no processo decisório, tem 
havido dificuldades para se chegar à conclusão das negociações comerciais 
multilaterais no âmbito da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio 
(OMC), de 2001 até os dias atuais. Em face desse cenário, os países desenvolvidos, 
em especial os Estados Unidos da América (EUA), têm buscado outros caminhos 
para favorecer seus interesses e a normatização de regras comerciais. 
 
Considerando a referida dinâmica das negociações que caracteriza a Rodada Doha e 
as consequências do maior equilíbrio de poder no âmbito da OMC, avalie as 
afirmações a seguir. 
 
I. Brasil e Índia assumiram papel central nas negociações da OMC, a partir de 
2003, com a formação da coalizão G-20 agrícola e a participação ativa no 
Órgão de Solução de Controvérsias. 
II. Enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial divulgam 
o endividamento dos países, a OMC reflete as transformações no equilíbrio de 
poder internacional, visto que a China, a Índia e o Brasil são, hoje, atores com 
reconhecida capacidade de influenciar os rumos do processo decisório da 
Rodada Doha. 
III. Levando-se em consideração a distribuição do equilíbrio de poder nas 
relações internacionais contemporâneas, verifica-se que houve ajustes no 
processo de eleição do Diretor-Geral da OMC, do Diretor-Gerente do FMI e do 
Presidente do Banco Mundial. 
IV. Diante da dificuldade em avançar suas preferências na Rodada Doha, os EUA 
têm buscado acordos paralelos às negociações da OMC, como a Parceria 
Transpacífica e o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e 
Investimento. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
A) I e IV. 
B) II e III. 
C) III e IV. 
D) I, II e III. 
E) I, II e IV. 
 
 
Gabarito: A 
 
Tipo de questão: fácil 
 
Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional 
 
Autor(a): Rafael Henrique Dias Manzi e Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário: 
 
A alternativa correta é a letra A. A afirmação I está correta. Índia e Brasil assumiram 
maior protagonismo nas negociações multilaterais da OMC a partir da criação do G20 
comercial e dentro do Órgão de Solução de Controvérsias. A afirmação II está 
incorreta porque a atribuição dada ao FMI e ao Banco Mundial está errada. Ambas as 
organizações foram criadas após a Segunda Guerra Mundial, mas tinham objetivos 
distintos. Ao Banco Mundial, coube inicialmente, financiar projetos econômicos nos 
países afetados pela Segunda Guerra Mundial. A partir de meados da década de 
1950, o principal objetivo da organização foi financiar projetos econômicos nas 
economias em desenvolvimento ou do Terceiro Mundo no contexto da Guerra Fria. Já 
no caso do FMI, a organização ficou responsável por financiar países que possuíam 
desequilíbrios no balanço de pagamento e também por ser o fórum para a discussão 
de temas relacionados com a cooperação monetária internacional. A afirmação III 
está incorreta. O acordo informal realizado pelos Estados Unidos e aliados pressupõe 
que o presidente do Banco Mundial deverá ser sempre um cidadão norte-americano e 
o cargo de diretor-geral do FMI, um cidadão europeu. Esse acordo continua em vigor 
até hoje. A afirmação IV está correta. Diante dos insucessos para a finalização da 
Rodada Doha, que teve início em 2001,os Estados Unidos passaram a buscar 
alternativas na assinatura de tratados de livre-comércio com outros países. As 
iniciativas mais importantes são representadas pela Parceria Transatlântica e 
Transpacífica. Ressalta-se, no entanto, que as informações contidas nesse quarto 
item precisam ser atualizadas, pois diziam respeito ao ano de 2015. A Parceria 
Transatlântica entre Estados Unidos e União Europeia ainda não foi consolidada, e os 
Estados Unidos retiraram-se da Parceria Transpacífica assim que Donald Trump 
assumiu a presidência do país, no início de 2017. 
 
Referências: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
QUESTÃO Nº 10 
Ao refletir sobre a origem e a dinâmica da ascensão chinesa, Giovanni Arrighi 
levantou questões e promoveu algumas reflexões sobre a temática. Nas palavras do 
autor: 
 
“Mas como a China se tornou tão importante? A que combinação de ações e de 
circunstâncias podemos atribuir essa transformação econômica extraordinária, 
‘provavelmente a mais notável [...] da História’, segundo Stiglitz? [...] Na busca de 
respostas a essas perguntas, começaremos descartando o mito de que é possível 
atribuir a ascensão chinesa à sua suposta adesão ao credo neoliberal.” 
 
ARRIGHI, G. Adam Smith em Pequim: origens e fundamentos do século XXI. São Paulo: Boitempo, 
2008 (adaptado). 
 
Para descartar a alternativa de adesão ao credo neoliberal pela China, Giovanni 
Arrighi defende que os resultados chineses são devidos 
 
A) à desregulamentação plena, de modo que a produção é equilibrada pela lei da 
oferta e da demanda, e à liberdade de atuação no mercado interno sem 
concorrência. 
B) às privatizações das empresas estatais chinesas e aos investimentos 
realizados em educação e em projetos de infraestrutura. 
C) à ruptura com a dependência do capital chinês ultramarino, de Hong Kong 
especialmente, e à abertura, sem restrições, aos capitais japonês, norte-
americano e europeu. 
D) ao gradualismo das reformas, que contrariam as terapias de choques 
defendidas pelo Consenso de Washington, e à desregulamentação seletiva, 
sem redução do controle do Estado sobre a economia. 
E) à reserva de mão de obra barata e com baixa qualificação, que tensionou os 
níveis de desemprego, e à aliança entre governos, com ênfase na suspensão 
de direitos trabalhistas. 
 
 
Gabarito: D 
 
Tipo de questão: intermediária 
 
Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional 
 
Autor(a): Rafael Henrique Dias Manzi e Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário: 
 
A alternativa correta é a letra D. O item I está incorreto pelo fato de que a 
desregulamentação da economia da China, a partir do fim da década de 1970, não ter 
ocorrido de modo indiscriminado ou pleno. Apesar da maior importância dos 
“mercados”, a economia chinesa continua ainda a ser fortemente regulada pelo poder 
público. O item II está incorreto e fora do contexto da afirmação feita por Arrighi. 
Mesmo que tenham ocorrido privatizações, o estado chinês continua ainda a ser o 
principal investidor no setor de infraestrutura. A alternativa III está incorreta. A partir 
da abertura econômica, uma significativa parte do capital internacional que passou a 
ser investido na China veio do território ultramarino de Hong Kong. Além disso, 
mesmo que tenha ocorrido uma abertura econômica, ainda persistem restrições à 
entrada de capitais internacionais de longo prazo na China. A alternativa IV está 
correta e dentro do contexto da afirmação feita por Arrighi. Ao contrário da Rússia, 
que optou por profundas reformas econômicas que desmantelaram a economia 
socialista em um curto período de tempo, a China adotou o gradualismo nas reformas 
econômicas a partir do fim da década de 1970, em contraposição com as medidas 
estabelecidas pelo Consenso de Washington. Esse gradualismo que explica porque, 
após mais de 30 anos, o estado chinês continua a ser um ator importante para a 
economia chinesa. A alternativa V está incorreta e fora do contexto da afirmação de 
Arrighi. A China, na época da abertura econômica, possuía mão de obra abundante e 
com baixa qualificação. Contudo, foi à existência dessas características e a estratégia 
de atrair capitais internacionais de longo prazo que permitiram a China reduzir as 
taxas de desemprego e acelerar o processo de industrialização econômica. 
 
Referências: 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
QUESTÃO Nº 11 
O final da década de 1990 foi marcado pela elevação dos preços do petróleo nos 
mercados internacionais. Essa alta de preços estimulou o desenvolvimento de 
fontes energéticas alternativas, como o gás de xisto, e também a exploração de 
novas áreas em águas profundas, como o pré-sal. Contudo, a Organização dos 
Países Exportadores de Petróleo (OPEP), em especial a Arábia Saudita, ainda 
mantém um controle considerável sobre o mercado petroleiro. Assim, a formação 
dos preços de petróleo sofre influência direta da geopolítica desses países. A partir 
de meados de 2005, o movimento de elevação dos preços do petróleo se acentuou, 
tendência interrompida apenas momentaneamente pela crise financeira de 2008. A 
expectativa era de que o patamar de preços da commodity ficasse em torno de US$ 
80 a US$ 100 por barril. Mas, no final de 2014, o mercado foi surpreendido por uma 
inesperada e brusca queda, que jogou o preço do petróleo para menos de US$ 50. 
 
Considerando as informações apresentadas nesse texto, avalie as afirmações a 
seguir, em relação às hipóteses que explicam a referida queda de preços do 
petróleo. 
 
I. A Arábia Saudita sentiu-se ameaçada pelo avanço do desenvolvimento de 
gás e óleo de xisto nos Estados Unidos da América (EUA) e diminuiu os 
preços do petróleo, de modo a tornar não rentável a produção dos derivados 
de xisto pelos EUA. 
II. Com o avanço das negociações internacionais sobre o clima, os países 
desenvolvidos buscaram fontes de energia alternativas, reduzindo 
substancialmente a demanda e, consequentemente, o preço do petróleo. 
III. A Arábia Saudita iniciou uma política externa mais independente dos EUA e, 
para afirmar-se como potência regional, disputa com o Irã e se opõe à 
influência da Rússia na Síria. Sendo assim, o agravamento da situação 
econômica no Irã e na Rússia, causado pela queda dos preços do petróleo, é 
de interesse da Arábia Saudita. 
 
É correto o que se afirma em 
 
A) I, apenas. 
B) II, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) I, II e III. 
 
 
Gabarito: C 
 
Tipo de questão: difícil 
 
Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional 
 
Autor(a): Rafael Henrique Dias Manzi e Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário: 
 
A alternativa correta é a letra C. A afirmação I está correta. Os formuladores de 
política na Arábia Saudita optaram por aumentar a produção de petróleo mesmo que 
isso tenha implicado em uma queda dos preços do petróleo nos mercados 
internacionais. A racionalidade dessa decisão foi baseada em reduzir a rentabilidade 
financeira das empresas que exploram o xisto nos Estados Unidos e inviabilizá-las no 
curto e médio prazos. A afirmação II está incorreta. De fato, houve um crescimento 
importante dos investimentos na geração de fontes alternativas de energia na década 
de 2000. Esse aumento foi impulsionado pelos próprios preços do petróleo, que 
ficaram acima da média na década de 2000, o que propiciou o investimento em fontes 
alternativas de energia. Contudo, esses novos investimentos e exploração de fontes 
alternativas de energia foram, no máximo, moderados e não resultaram em uma 
significativa redução no consumo de petróleo nos países desenvolvidos. O principal 
fator que explica a queda dos preços do petróleo a partir de 2014 é o aumento da 
oferta, e não da demanda, nos mercados internacionais. A afirmação III está correta. 
Com a nova política de inundar os mercados internacionais com petróleo,a Arábia 
Saudita alcançou também objetivos geopolíticos. O Irã é um tradicional rival 
geopolítico da Arábia Saudita no Oriente Médio, e a queda dos preços do petróleo 
teve impactos negativos para a economia iraniana. O Irã e Arábia Saudita, 
atualmente, estão travando uma guerra por procuração no Iêmen, na medida em que 
ambos os países apoiam, respectivamente, forças rebeldes e governamentais 
iemenitas, as quais também lutam em prol de interesses iranianos e sauditas. Além 
disso, a redução dos preços do petróleo afetou diretamente a Rússia, que tem sido 
objeto de preocupação por parte de Riad, em virtude do crescente ativismo russo em 
questões geopolíticas no Oriente Médio. 
 
 
Referências: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
QUESTÃO Nº 12 
Desde a sua formação, em 1991, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) teve como um 
de seus principais objetivos ampliar o poder de barganha dos países-membros nas 
negociações comerciais internacionais. A partir de 1994, com o Protocolo de Ouro 
Preto e a instituição da união aduaneira, o bloco passou a condicionar a política 
comercial dos seus membros, situação que permanece até hoje. 
 
Em relação à agenda de negociações comerciais internacionais do Mercosul, avalie 
as afirmações a seguir. 
 
I. As negociações, bem como as propostas dos Estados Unidos da América 
(EUA) nas quatro reuniões de Cúpulas das Américas em que o Mercosul 
atuou em conjunto, foram um importante elemento exógeno de coesão 
para esse bloco. 
II. A partir de 1995, paralelamente às suas negociações no âmbito da Área de 
Livre Comércio das Américas (ALCA), o Mercosul iniciou tratativas com a 
União Europeia, que, ao contrário do que se negociou com a ALCA, 
permanecem na agenda comercial, havendo expectativas de que sejam 
concluídas em 2016. 
III. No século XXI, o relacionamento que os países do Mercosul estabelecem com 
a China mantém um padrão de atuação conjunta em temas comerciais, de 
modo que se evitem acordos bilaterais que enfraqueçam ou causem 
desvios de comércio no bloco. Nas relações estabelecidas tanto com a 
China quanto com os EUA, no que se refere à ALCA, os países do bloco 
adotam a mesma abordagem. 
 
É correto o que se afirma em: 
A) I, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e II, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) I, II e III. 
 
 
Gabarito: C 
 
Tipo de questão: intermediária 
 
Conteúdo avaliado: Instituições internacionais: regimes internacionais 
 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
 
Comentário: 
 
A questão trata do regime comercial regional com ênfase para a integração 
econômica no Mercosul, abordando as relações econômicas entre os países do 
Mercosul e do bloco com outros atores. Está correta a alternativa C. Apenas as 
afirmações I e II estão corretas. Quanto à agenda de negociações comerciais 
internacionais do Mercosul, pode-se dizer que a afirmação I é verdadeira, já que o 
papel dos Estados Unidos nas reuniões de Cúpula das Américas – criada em 1994 
para discutir a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) - foi bastante relevante e 
contribuiu para tornar este bloco econômico coeso. A afirmação II também está 
correta. As negociações do Mercosul com a EU estavam presentes ainda na agenda 
comercial, diferentemente do que ocorreu com a ALCA, que se trata de um projeto de 
bloco econômico que reuniria países da América (do Norte, do Sul e Central), mas o 
bloco não foi efetivamente criado e as negociações foram finalizadas. A afirmação III 
está incorreta. A China se relaciona com o bloco Mercosul e também em acordos 
bilaterais com os países membros. A ALCA foi uma ideia lançada pelos EUA em 1994 
durante a realização da Cúpula das Américas, em que foram assinados a Declaração 
de Princípios e o Plano de Ação, com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias 
entre os 34 países americanos, com exceção de Cuba, e com isso, formar a ALCA 
até 2005. Os planos não foram concretizados e os interesses do bloco do Mercosul e 
da ALCA foram irreconciliáveis. 
 
 
Referências: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
 
QUESTÃO Nº 13 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: Intermediário 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Conjuntura e Política Internacional 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: 
A questão pergunta sobre o imaginário que se construiu desde o século XIX entre as 
lideranças políticas dos Estados Unidos de que o país tem o direito de intervenção em 
outros países, caso isso represente eliminar ameaças não só a segurança nacional, 
mas também ao conceito americano de democracia e estilo de vida. 
 
Na questão são apresentadas duas afirmações e se pede para verificar se ambas são 
verdadeiras e ainda se há relação entre a afirmação 1 e 2. As duas asserções estão 
corretas, mas a segunda não justifica a primeira. O motivo da não justificativa é que 
na primeira afirmação o examinador se refere a política externa dos Estados Unidos e 
as consequências negativas desta política junto a grupos fundamentalistas islâmicos. 
A segunda afirmação trata das fragilidades do sistema de segurança coletiva da ONU, 
ou seja, não faz referência a estratégia de inserção internacional dos Estados Unidos. 
 
Referências: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área 
de Relações Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
 
QUESTÃO Nº 14 
Pode-se ilustrar a perspectiva construtivista acerca da cultura de anarquia nas 
relações internacionais da seguinte forma: quinhentas armas nucleares britânicas são 
menos ameaçadoras aos Estados Unidos da América (EUA) do que cinco armas 
nucleares norte-coreanas, porque os britânicos são amigos e os norte-coreanos, não. 
 
WENDT, A. Social theory of International Politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1999 
(adaptado). 
 
Considerando a perspectiva construtivista de Alexander Wendt, avalie as afirmações 
a seguir. 
 
I. O poder e o interesse são fatores construídos a partir das identidades que 
definem o significado das ideias e ações dos EUA em suas relações com a 
Coreia do Norte e com o Reino Unido. 
II. O dilema da segurança em que os Estados se encontram configura uma 
estrutura social composta de percepções intersubjetivas em que os EUA têm 
tanta desconfiança, que assumem os piores pressupostos sobre a intenção de 
quem ele considera inimigo. 
III. A ação dos EUA em uma estrutura anárquica deve ser pensada em termos 
materiais, ou seja, o número de ogivas nucleares da Coreia do Norte e do 
Reino Unido, pois são esses que, em última instância, afetam a identidade e 
os interesses dos Estados. 
 
É correto o que se afirma em 
 
A) I, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e II, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) I, II e III. 
 
Gabarito: C 
 
Tipo de questão: fácil 
 
Conteúdo avaliado: Teorias Clássicas e Contemporâneas das Relações 
Internacionais. 
 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário: 
 
A alternativa C está correta. O item I está correto. O construtivismo de Wendt (1999) 
trata de aspectos materiais e ideacionais na definição do poder, das ideias, dos 
interesses e das identidades. Esses dois aspectos interagem-se de maneira mútua e 
contínua, de modo que qualquer análise da política internacional deve compreender 
em que medida as ideias e as identidades tanto conferem significado para a ação 
política (exercício do poder e realização dos interesses), quanto resultam dessa ação. 
Em meio a essa interação, forma-se uma estrutura socialmente compartilhada pelos 
atores que estão se relacionando – no caso, Estados Unidos, Coreia do Norte e Reino 
Unido –, denominada cultura anárquica por Wendt (1999), que explicaria a forma com 
que esses relacionamentos ocorrem, como a preocupação ou não com armas 
nucleares. O item II está correto. Antes de demonstrar o acerto desse item, e 
relacionado com o item anterior, é preciso recordarque, na perspectiva construtivista 
wendtiana, há três culturas anárquicas nas relações internacionais: a hobbesiana, a 
lockiana e a kantiana. A primeira cultura é marcada por uma situação permanente de 
desconfiança, em que os estados se reconhecem como inimigos e contam apenas 
com si próprio para manter a segurança e a sobrevivência. A segunda cultura é 
caracterizada por uma situação de competição, em que os estados se reconhecem 
como rivais, havendo tanto possibilidades para o conflito quanto incentivos para a 
cooperação. A terceira cultura é marcada por uma lógica cooperativa, em que os 
estados se reconhecem como amigos e procuram resolver as suas divergências de 
maneira pacífica. O dilema da segurança diz respeito a uma situação de jogo de 
soma zero, em que o ganho de uma ou mais partes representa a perda de outrem, 
haja vista que todos os esforços para aumentar a própria segurança resultarão no 
aumento da insegurança alheia. Com efeito, as partes que sentirem inseguras 
aumentarão a própria segurança e tornarão insegura a ou as partes que inicialmente 
elevaram a segurança, recaindo-se em um ciclo vicioso. O dilema da segurança 
retrata, portanto, a primeira cultura descrita – a hobbesiana – e explica a preocupação 
dos Estados Unidos com as armas nucleares norte-coreanas. O item III está incorreto 
e, em grande medida, a explicação do erro está contemplada nas considerações 
acerca do primeiro item. Esse erro é afirmar que a estrutura anárquica é apenas 
pensada em termos materiais, os quais afetam as identidades e os interesses dos 
atores. A estrutura anárquica também tem seu aspecto ideacional, e as identidades e 
os interesses também afetam os termos materiais. 
 
 
Referências: 
 
WENDT, A. Anarchy is what States Make of it: The Social Construction of Power 
Politics. International Organization, v. 46, n. 2, p. 391-425, 1992. 
 
WENDT, A. Social theory of International Politics. Cambridge: Cambridge 
University Press, 1999. 
 
 
QUESTÃO Nº 15 
 
Os Membros originais das Nações Unidas serão os Estados que, tendo participado da 
Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional, realizada em São 
Francisco, ou, tendo assinado previamente a Declaração das Nações Unidas, de 1º 
de janeiro de 1942, assinarem a presente Carta, e a ratificarem, de acordo com o 
artigo 110. 
 
Carta das Nações Unidas. Disponível em: www.onu.org.br. Acesso em: 25 jun. 2012. 
 
A partir do exposto no artigo, avalie as seguintes afirmações e a relação proposta 
entre elas. 
 
I. A soberania, entendida como a autoridade suprema de uma autoridade 
política, relaciona-se, desde o Tratado de Vestefália, ao conceito de 
Estado. 
PORQUE 
II. A característica do Estado como legítima autoridade soberana constitui a 
essência ordenadora do sistema internacional, conforme expresso na 
Carta das Nações Unidas. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta 
 
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa 
correta da I. 
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I. 
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
E) As asserções I e II são proposições falsas. 
 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: intermediária 
 
Conteúdo avaliado: História das Relações Internacionais e Instituições Internacionais 
 
http://www.onu.org.br/
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
 
Comentário: 
 
Esta questão de asserção-razão propõe uma análise da relação entre as afirmações I 
e II. O aluno deve não apenas avaliar se as afirmações I e II são verdadeiras ou 
falsas, mas também julgar a relação estabelecida entre elas. A questão trata da 
História das Relações Internacionais, abordando desde o conteúdo de formação do 
sistema de Estados-nacionais, com o Congresso de Westfalia até as relações 
internacionais contemporâneas. Abordando os Estados como membros originais das 
Nações Unidas, a questão apresenta duas afirmações: a primeira afirmação é 
verdadeira, já que a partir do Congresso de Westfalia de 1648, o princípio da 
soberania westfaliana implica que cada estado é soberano em seu território, 
confirmando o Estado Moderno como protagonista nas relações internacionais. A 
afirmação II também está verdadeira. Como está presente na Carta das Nações 
Unidas, assinada em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, “A Organização é 
baseada no princípio da igualdade soberana de todos os seus Membros”: “Nós, os 
povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo 
da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos 
indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na 
dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das 
mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições 
sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras 
fontes do direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social 
e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla”. (ONU, 1945). Embora 
as duas proposições sejam verdadeiras, a proposição II não se refere a uma 
justificativa correta da proposição I. 
 
 
Referências: 
 
Carta das Nações Unidas. Disponível em: www.onu.org.br. Acesso em: 25 maio. 2018. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
QUESTÃO Nº 16 
No artigo “The promise of institutionalist theory”, é avaliada a importância das 
instituições internacionais para a mudança de comportamento dos Estados: 
 
“When states can jointly benefit from cooperation, we expect governments to attempt 
to construct such institutions. Institutions can provide information, reduce transaction 
costs, make commitments more credible, establish focal points for coordination, and in 
general facilitate the operation of reciprocity” 
 
KEOHANE, R.O. and MARTIN, L.L. The promise of institutionalist theory. International 
Security, v. 20, n. 1, Summer, 1995 (adaptado). 
 
Considerando o exposto neste texto, avalie as afirmações a seguir: 
 
I) A mudança de comportamento dos Estados é contestada pelas vertentes 
realistas, que consideram que os Estados permanecem como atores 
http://www.onu.org.br/
unitários e egoístas, preocupados com os riscos de traição e defecção, 
que podem afetar seus ganhos relativos. 
II) Segundo a matriz institucionalista, a mudança de comportamento dos Estados 
depende da sua avaliação acerca dos ganhos relativos envolvidos, que é 
feita em função de sua participação em regimes e instituições 
internacionais. 
III) Segundo a matriz institucionalista, a mudança de comportamento dos Estados 
é avaliada como positiva porque reforça os compromissos estabelecidos 
em regimes e instituições internacionais e aprofunda a interdependência 
entre eles. 
É correto o que se afirma em: 
 
A) II, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e II, apenas. 
D) I e III, apenas. 
E) I, II e III. 
 
 
Gabarito: D 
 
Tipo de questão: intermediária 
 
Conteúdo avaliado: Teorias Clássicas e Contemporâneas das Relações 
Internacionais; Instituições Internacionais: regimes internacionais. 
 
 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
 
Comentário: 
 
 
A questão concentra-se nas abordagens teóricas sobre instituições internacionais, 
focando na matriz realista e suas vertentes. Trata, a partir do texto de Keohane e 
Martin, da importância das instituições internacionais para a mudança de 
comportamento dos Estados, destacando a abordagem institucionalista dos regimes 
internacionais, definidos com base em conceitos como normas, regras, princípios e 
processos de tomada de decisão. Após o fim da Guerra Fria, as instituições 
internacionais ganharam relevância no cenário mundial. Temas sobre cooperação e a 
preocupação em compreender o papel das instituiçõese qual sua importância no 
comportamento e na orientação dos atores internacionais ganharam destaque. 
 
A afirmação I está correta. A mudança de comportamento dos Estados é contestada 
pelas vertentes realistas, que consideram que os Estados permanecem como atores 
unitários e egoístas. Para os teóricos realistas, os Estados não cooperarão entre si. 
 
A afirmação II está incorreta. A teoria realista e a teoria institucionalista discordam 
sobre o quanto a estabilidade internacional pode ser afetada pelas instituições. Para a 
teoria institucionalista, as instituições procuram influenciar o Estado, alterando seu 
comportamento e promovendo a cooperação. É a teoria realista que prioriza os 
ganhos relativos em contraste com a cooperação. 
 
A afirmação III está correta. Para a teoria institucionalista, a mudança de 
comportamento dos Estados é vista como positiva porque reforça os compromissos 
estabelecidos em regimes e instituições internacionais e aprofunda a 
interdependência entre eles. A teoria institucionalista procura entender as instituições 
como variáveis capazes de explicar como atores diferentes resolvem seus conflitos 
por meio de arranjos cooperativos. 
 
Sendo assim, a alternativa correta é a D: é correto apenas o que se afirma em I e III. 
 
Referências: 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
KEOHANE, R.O. and MARTIN, L.L. The promise of institutionalist theory. International 
Security, v. 20, n. 1, Summer, 1995 
 
QUESTÃO Nº 17 
Syrian children are becoming increasingly vulnerable to water borne illnesses amid peaking 
summer temperatures and dwindling supplies of safe water, the United Nations Children’s 
Fund (UNICEF) warned today. With the crisis now in its fifth year water has become even 
more scarce and unsafe, and poor hygiene conditions especially among the displaced 
communities are putting more children at severe risk. Since the beginning of 2015, said the 
United Nations (UN) agency, Syria has reported 105 886 cases of acute diarrhea while also 
registering a sharp increase of Hepatitis A cases. The humanitarian impact of the crisis is only 
further compounded by funding shortfalls which has seen wholesale cuts to the UN’s delivery 
of humanitarian aid – from food assistance to lifesaving health services. 
Considerando o exposto nesse texto, assinale a alternativa correta. 
 
A) Casos de diarreia aguda e hepatite A começaram a ser registrados em 2015, conforme 
publicado nos relatórios de imprensa do UNICEF. 
B) O aumento do número de crianças vulneráveis e doenças transmitidas pela água é 
causado pelas altas temperaturas do verão. 
C) O deslocamento das comunidades expõe as crianças refugiadas a grave risco de 
contração de doenças transmitidas pela água, pois a higiene dos novos locais não é 
realizada pelos agentes internacionais. 
D) A prestação de ajuda humanitária nos campos de refugiados e a assistência alimentar 
aos doentes terminais têm sofrido bloqueios de financiamento das Nações Unidas, 
agravando o impacto humanitário da crise. 
E) O impacto humanitário da crise é agravado pela escassez de financiamentos, o que 
tem resultado em cortes na prestação de ajuda humanitária pelas Nações Unidas, 
como assistência alimentar e serviços de saúde. 
 
 
Gabarito: E 
 
Tipo de questão: fácil 
 
Conteúdo avaliado: Instituições Internacionais, regimes internacionais, direitos 
humanos 
 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
 
Comentário: A questão é basicamente de leitura e interpretação do texto em inglês. 
Espera-se, nesta questão, que o aluno consiga utilizar o conhecimento instrumental 
da língua inglesa, bem como o conhecimento de base cultural sobre temas 
internacionais, associando também ao entendimento sobre instituições internacionais 
na área humanitária. A alternativa correta é a letra E, que faz referência ao fato de o 
impacto humanitário da crise na Síria ser agravado pela escassez de financiamentos, 
o que se expressa na redução de ajuda humanitária da ONU, desde assistência 
alimentar a serviços de saúde. 
 
 
Referências: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
 
QUESTÃO Nº 18 
Em contraposição à incorporação da visão hobbesiana do estado de natureza pela 
literatura realista norte-americana, autores da Escola Inglesa, como Manning e Bull, 
desenvolvem uma discussão em torno do conceito de sociedade internacional, 
cunhado por Hugo Grotius no século XVII. Tal conceito permite a compreensão da 
formação de normas internacionais tácitas ou explícitas, ou seja, instituições 
internacionais, e traz para o campo das relações internacionais o debate sociológico a 
respeito da origem das normas sociais. Assim, alguns autores enfatizam a formação 
de uma cultura internacional, ao passo que outros buscam detectar a existência de 
interesses comuns das partes atomizadas. 
 
HERZ, M. Teoria das Relações Internacionais no Pós-Guerra Fria. Dados, Rio de 
Janeiro, v. 40, n. 2, 1997 (adaptado). 
 
Em face desse assunto, avalie as afirmações a seguir a respeito dos conceitos da 
Escola Inglesa. 
 
I. Entre os principais pressupostos para uma sociedade internacional, estão a 
defesa da soberania (interna e externa), o poder militar associado e o 
desempenho econômico como emancipação. 
II. O caráter anárquico do sistema internacional e a falta de governo central com 
capacidade de fazer respeitar as leis não impedem a existência da sociedade 
internacional com membros heterogêneos. 
III. O conceito de sociedade internacional pressupõe a existência de um grupo de 
Estados que, conscientes de certos valores e interesses comuns, participam 
de instituições comuns e se consideram ligados por um conjunto de regras que 
regem suas relações. 
IV. A permanente condição de anarquia do sistema internacional e a 
impossibilidade de estabelecer uma sociedade internacional resultam da 
natureza egoísta dos atores envolvidos. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
 
A) I e II. 
B) II e III. 
C) III e IV. 
D) I, II e IV. 
E) I, III e IV. 
 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: fácil 
 
Conteúdo avaliado: Teorias Clássicas e Contemporâneas das Relações 
Internacionais 
 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário: 
 
A alternativa correta é a letra B. O primeiro passo para responder esta questão é ter 
clareza quanto a três conceitos-chave da Escola Inglesa: sistema internacional, 
sociedade internacional e sociedade mundial. O primeiro deles está relacionado a 
interação entre dois ou mais estados, de modo que as decisões tomadas por um 
deles tenham impacto no outro ou nos demais. O segundo conceito refere-se à 
interação entre dois ou mais estados mediada por um conjunto de regras e voltada 
para manter o funcionamento de instituições comuns (por exemplo, a diplomacia). O 
terceiro conceito diz respeito às interações entre todas as partes da comunidade 
humana, envolvendo interesses e valores comuns, por meio dos quais podem ser 
estabelecidas regras e instituições coletivas. O item I está incorreto por duas razões. 
A primeira delas é que os três pressupostos elencados, com exceção do terceiro, não 
se referem ao conceito de sociedade internacional, e sim ao de sistema internacional, 
pois a defesa da soberania (interna e externa) e o poder militar associado podem 
prejudicar a manutenção de instituições comuns. A segunda razão é a Escola Inglesa 
não lida com a relação entre desempenho econômico e emancipação. O item II está 
correto, porque é possível existir uma sociedade internacional mesmo sob condição 
anárquica, o que explica o título da obra de Hedley Bull: “A sociedade anárquica: um 
estudo sobre a ordem na política mundial”. Além disso, essa sociedade internacional 
detém algumas características particulares, sendo uma delas exatamente a 
heterogeneidade. Embora haja poucos membros nessa sociedade, cerca de quase 
duzentos estados,há uma enorme diversidade – cultural, étnica, religiosa, etc. – entre 
e no interior deles. O item III está correto porque apresenta exatamente a definição do 
conceito de sociedade internacional. O item IV está incorreto, tendo em vista que a 
natureza egoísta dos atores não inibe o desenvolvimento de uma sociedade 
internacional. 
 
 
Referências: 
 
BULL, H. A sociedade anárquica: um estudo sobre a ordem na política mundial. 
Brasília: Editora Universidade de Brasília, Instituto de Pesquisa de Relações 
Internacionais; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002. 
 
BUZAN, B. An introduction to the English School of international relations: the 
societal approach. Cambridge: Polity Press,2014. 
 
WIGHT, M. An anatomy of international thought. Review of International Studies, v. 
13, n. 3, p. 221-227, Jul./ 1987. 
 
 
QUESTÃO Nº 21 
 
 
 
 
 
Gabarito: C 
 
Tipo de questão: Difícil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Conjuntura e Política Internacional 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: 
A questão exige o conhecimento sobre cultura, integração regional africana e direito 
internacional. Para responder aos itens, os discentes precisam conhecer sobre as 
diferentes vertentes do islamismo, seus grupos mais radicais e o que eles defendem e 
combatem. O Boko Haram, como um dos principais grupos religiosos extremistas que 
atuam na África atualmente corresponde a um destes segmentos religiosos que os 
alunos precisam ter uma atenção nos seus estudos, devido as violações aos Direitos 
Humanos que foram cometidas no passado recente. Em 2018, o grupo realizou um 
atentado que deixou 86 mortos1. 
O segundo item da questão trata de quem tem a responsabilidade primária em 
proteger os direitos humanos, se os Estados ou as Organizações Internacionais. Os 
estados nacionais são os sujeitos primários de proteção dos seus cidadãos e dos 
estrangeiros que por lá estejam vivendo ou viajando e que os direitos humanos 
básicos aprovados em convenções internacionais não sejam violados. 
O Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos foi criado em 1986, ainda com 
obstáculos de implementação garante que a diversidade cultural do continente não 
seja um empecilho para a consolidação de uma estrutura institucional no interior da 
União Africana (ANDRADE, 1993)2. 
 
Referências: 1 https://g1.globo.com/mundo/noticia/atentado-duplo-do-boko-haram-na-
nigeria-pode-ter-deixado-86-mortos.ghtml 
2 ANDRADE, José H. Fischel. O Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos 
e dos Povos. África, n.16-17, p.23-57, 1993-1994. 
https://g1.globo.com/mundo/noticia/atentado-duplo-do-boko-haram-na-nigeria-pode-ter-deixado-86-mortos.ghtml
https://g1.globo.com/mundo/noticia/atentado-duplo-do-boko-haram-na-nigeria-pode-ter-deixado-86-mortos.ghtml
QUESTÃO Nº 22 
“Refugiados Rohingya abandonados no mar”, “A Itália se prepara para outra onda de 
migrantes”, “Os turistas dizem que os solicitantes de asilo estão estragando suas 
férias na Grécia”, “Cambodia concorda em aceitar refugiados recusados pela 
Austrália”. Nas últimas semanas de julho de 2015, os nossos jornais foram dominados 
por essas manchetes, cada uma delas testemunhando uma crise humanitária com 
dimensões verdadeiramente globais. Segundo as Nações Unidas, o número de 
pessoas desraigadas por perseguições e conflitos armados já ultrapassa 50 milhões, 
o maior número desde o fim da Segunda Guerra Mundial. 
 
Disponível em: http: politique.cartacapital.com.br Acesso em 27 de julho de 2015 (adaptado). 
 
Acerca dos direitos dos refugiados, avalie as afirmações a seguir: 
 
I) O papel do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados 
(ACNUR) é assegurar proteção internacional aos refugiados e auxiliar os 
governos a facilitar o repatriamento voluntário ou a integração dos 
refugiados em novos locais. 
II) O conceito de non-refoulement, basilar da proteção internacional aos 
refugiados, consiste no direito do indivíduo refugiado de não ser forçado a 
retornar, ou não ser expulso, para uma condição em que a sua vida e/ou 
liberdade sejam ameaçadas. 
III) Embora a proteção ao refugiado esteja prevista no ordenamento jurídico 
brasileiro, o país não conseguiu se consolidar como acolhedor de 
refugiados, em razão de sua imagem externa de Estado como extrema 
desigualdade social e econômica. 
É correto o que se afirma em: 
 
A) II, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e II, apenas. 
D) I e III, apenas. 
E) I, II e III. 
 
 
Gabarito: C 
 
Tipo de questão: intermediária 
 
Conteúdo avaliado: Instituições internacionais: regimes internacionais; direitos 
humanos 
 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
 
 
Comentário: 
 
Esta questão exige do aluno uma formação geral e humanística, que possibilite a 
compreensão das questões internacionais no seu contexto político, econômico, 
histórico, geográfico, jurídico, cultural e social. A questão trata da crise humanitária 
dos refugiados, com destaque para as falhas dos posicionamentos dos Estados em 
acolher estas pessoas. Apresenta as manchetes de alguns casos sofridos pelos 
refugiados para abordar os direitos humanos dos refugiados nas relações 
internacionais. 
 
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, “todos têm o direito de 
procurar e de gozar asilo em outros países devido à perseguição”. E de acordo com a 
Convenção dos Refugiados das Nações Unidas, os Estados devem não “expulsar ou 
retornar um refugiado de maneira alguma para as fronteiras dos territórios onde a sua 
vida ou liberdade possam estar ameaçadas”. 
 
A alternativa correta é a letra C. Somente as afirmações I e II estão corretas. 
 
A afirmação I está correta. O papel do ACNUR é assegurar proteção internacional aos 
refugiados e auxiliar os governos a facilitar o repatriamento voluntário ou a integração 
dos refugiados em novos locais. O ACNUR não diz respeito a uma organização 
supranacional e, portanto, não pode substituir a proteção dos países. Seu papel 
principal é garantir que os países estejam conscientes das suas obrigações de dar 
proteção aos refugiados. 
 
A afirmação II também está correta. Segundo o princípio de non refoulement (“não-
devolução”), os países estão proibidos de expulsar uma pessoa para um território 
onde possa estar exposta à perseguição. A Convenção das Nações Unidas relativa 
ao Estatuto dos Refugiados, de 1951, teve como objeto a tutela dos refugiados 
europeus, após a Segunda Guerra Mundial. 
 
A afirmação III está incorreta. O Brasil vem concedendo refúgio. Um exemplo disso é 
que desde o início da crise na Síria, o Brasil vem concedendo refúgio a mais sírios do 
que os principais portos de destino de refugiados na Europa. Segundo dados do 
Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), vinculado ao Ministério da Justiça, 
2.077 sírios receberam status de refugiados do governo brasileiro de 2011 até agosto 
de 2015. 
 
 
Referências: 
 
www.acnur.org 
 
 
 
QUESTÃO Nº 23 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
http://www.acnur.org/
 
 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: Fácil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: Acerca dos dois itens corretos da questão 23, podemos dizer que a 
Unasul foi a último processo de integração regional criado na América do Sul que tem 
como objetivo uma associação ampliada entre todos os países do continente1. O 
processo integracionista está estruturado na participação dos Chefes de Estado e 
Governo em 12 conselhos, para tratar de temas específicos. Esta dinâmica é diferente 
de outras experiências de integração regional, pois uma estrutura em que os 
tomadores de decisões centrais dos países se debrucem por temas específicos que 
afligem a região. No Mercosul, por exemplo, as câmaras setoriais estão sob 
responsabilidade de representantes nacionais do nível técnico. 
O objetivo da Unasul mencionado na assertiva IV foi retirado do artigo 2 do Tratado 
Constitutivo da Unasul2. 
 
Referências:1 http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/integracao-regional/688-uniao-de-nacoes-sul-almericanas 
2http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_integracao/docs_UNASUL/TRAT_CONST_PO
RT.pdf 
 
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/integracao-regional/688-uniao-de-nacoes-sul-almericanas
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/integracao-regional/688-uniao-de-nacoes-sul-almericanas
 
QUESTÃO Nº 24 
Apesar de não ser um fenômeno moderno, o terrorismo ganhou relevância na agenda 
internacional no século XXI, principalmente após os atentados de 11 de setembro de 
2001. 
 
A recorrência de atos terroristas, como os atentados em Madri em 2004, de Londres 
em 2005, de Bombaim em 2008, de Boston em 2013 e, mais recentemente, o 
assassinato de 12 jornalistas na sede do periódico satírico francês Charlie Hebdo, em 
janeiro de 2015, geraram uma enorme comoção internacional e colocaram a temática 
do terrorismo em voga. 
 
A partir do exposto nesse texto, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. A Escola de Copenhague rompe com a visão tradicional de segurança, até 
mesmo em relação ao terrorismo, pois amplia o escopo das ameaças ao 
Estado, adicionando questões relativas a política, sociedade, economia e meio 
ambiente como problemas de segurança. 
II. Os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos foram uma clara 
demonstração do desafio do terrorismo internacional e os eventos posteriores 
aumentaram a preocupação com a proliferação de armas de destruição em 
massa e com os perigos de outras armas não convencionais. 
III. A comunidade internacional, por considerar o terrorismo uma ameaça global, 
forjou, no âmbito da Assembleia-Geral das Organizações das Nações Unidas, 
um consenso a respeito da definição do termo terrorismo. 
 
É correto o que se afirma em 
 
A) II, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e II, apenas. 
D) I e III, apenas. 
E) I, II e IIII. 
 
 
Gabarito: C 
 
Tipo de questão: Intermediária 
 
Conteúdo avaliado: Segurança Internacional 
 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário: 
 
A alternativa correta é a letra C. O item I pode ser considerado correto, com uma 
observação. A Escola de Copenhague não chega a romper, necessariamente, com a 
visão tradicional de segurança. Na verdade, a escola procura ampliar o conceito de 
segurança, de modo que este possa tanto contemplar a visão tradicional quanto uma 
visão mais abrangente. Dessa forma, uma das principais contribuições da Escola de 
Copenhague é apresentar uma perspectiva multissetorial para estudar a segurança 
internacional, lidando com os setores mencionados no item (política, sociedade, 
economia e meio ambiente) e, também, o militar (da visão tradicional). O item II está 
correto. Os atentados de 11 de setembro demonstraram a capacidade de atores não 
estatais – no caso, grupos terroristas, com ênfase na Al Qaeda – infligir danos ao 
Estado e seus cidadãos. Um dos principais temas após esses atentados foi a 
possibilidade de que grupos terroristas pudessem ter acesso a armas nucleares ou a 
armas não convencionais – biológicas, químicas, radiológicas, etc. –, o que elevou a 
preocupação de governos com a proliferação dessas armas, bem como com o 
terrorismo nuclear ou não convencional. O item III está incorreto porque não existe 
uma definição consensual acerca o termo terrorismo. No âmbito das Nações Unidas, 
o mais próximo que se chegou a tal definição foi a adoção da Resolução 49/60, em 
1994, intitulada “Declaração sobre Medidas para Eliminar o Terrorismo Internacional”, 
a qual definiu atos terroristas como: “Atos criminosos pretendidos ou calculados para 
provocar um estado de terror no público em geral, num grupo de pessoas ou em 
indivíduos para fins políticos são injustificáveis em qualquer circunstância, 
independentemente das considerações de ordem política, filosófica, ideológica, racial, 
étnica, religiosa ou de qualquer outra natureza que possam ser invocadas para 
justificá-los.” 
 
Referências: 
 
BUZAN, B.; WAEVER, O.; WILDE, J. de. Security: a new framework for analysis. 
Boulder: Lynne Rienner, 1998. 
 
DINIZ, E. “Terrorismo catastrófico: inimigo real ou imaginário?”. In: JOBIM, N. A.; 
ETCHEGOYEN, S. W.; ALSINA JR., J. P. Segurança internacional: perspectivas 
brasileiras. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2010, p. 205-221. 
 
SOUZA, A. de M.; NASSER, R. M.; MORAES, R. F. de (org.). Do 11 de setembro de 
2001 à guerra ao terror: reflexões sobre o terrorismo no século XXI. Brasília: Ipea, 
2014. 
 
 
QUESTÃO Nº 25 
Segurança é um movimento que trata a política para além das regras do jogo 
estabelecidas e enquadra a questão como um tipo particular de política ou como algo 
que a transcende. Securitização pode então ser vista como uma versão extrema da 
politização. Em tese, qualquer temática pública pode ser localizada no espectro entre 
a não politização (o que significa que o Estado não lida com o tema e não é um tema 
de debate público ou de decisão do Estado), a politização (que significa que o tema é 
parte da política pública que requer decisão do governo ou alocação de recursos) e a 
securitização (significa que o tema é apresentado como uma ameaça existencial que 
requer medidas de emergência e justifica ações de emergência fora dos canais 
usuais da política). Assim, a definição exata e o critério da securitização é constituído 
pelo estabelecimento intersubjetivo de uma ameaça existencial com saliência 
suficiente para ter efeitos políticos. 
 
BUZAN, B.; WAEVER, O.; WILDE, J. de. Security: a new framework for analysis. Boulder: Lynne 
Rienner, 1998 (adaptado). 
 
Com base no texto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. 
 
I. Migração, tráfico de drogas, meio ambiente e terrorismo podem tornar-se 
questões percebidas como temas de segurança internacional. 
 
PORQUE 
 
II. A definição de segurança, a partir de uma perspectiva social e interativa, 
envolve a dimensão intersubjetiva de uma ameaça. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa 
correta da I. 
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I. 
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
E) As asserções I e II são falsas. 
 
Gabarito: A 
 
Tipo de questão: fácil 
 
Conteúdo avaliado: Segurança Internacional 
 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário 
 
A alternativa correta é a letra A, e esta questão está diretamente ligada com o item I 
da questão 24. Considerando o processo de securitização descrito no excerto do livro 
de Buzan et al. (1998), as questões apresentadas na primeira asserção – migração, 
tráfico de drogas, meio ambiente e terrorismo – podem, de fato, tornar-se temas de 
segurança, e a segunda asserção justifica como ocorre esse processo. A 
securitização reflete um processo de construção social de uma determinada ameaça, 
em que ela não é simplesmente exógena (objetiva) ou endógena (subjetiva) aos 
atores (governo, sociedade, por exemplo), e sim intersubjetiva, decorrente de um 
discurso apresentado por um ator securitizante, que é posteriormente legitimado por 
uma audiência e gera uma prática concreta. Em primeiro lugar, o ator deve apresentar 
um discurso de urgência que demonstre a necessidade de lidar com uma ameaça – 
não necessariamente real ou concreta –, pois, se nada for feito, determinado objeto 
referente – sobre o qual incide a ameaça – irá desaparecer. Em segundo lugar, esse 
discurso deve ser aceito por uma audiência legitimamente constituída. E, finalmente, 
a aceitação do discurso leva a implementação de medidas extraordinárias para 
combater a ameaça. Cumprindo esses requisitos, pode-se afirmar que os quatro 
temas são temas podem ser securitizados. Eles não precisam ser necessariamente 
reais, basta que sejam introduzidos por um discurso de urgência – por exemplo, pelo 
presidente do país–, passando pela aceitação de uma audiência – por exemplo, o 
legislativo –, até o estabelecimento medidas extraordinárias. 
 
Referências: 
 
BUZAN, B.; WAEVER, O.; WILDE, J. de. Security: a new framework for analysis. 
Boulder: Lynne Rienner, 1998. 
 
DUQUE, M. G. O papel de síntese da Escola de Copenhague nos estudos de 
segurança internacional. Contexto Internacional, v. 21, n. 3, p. 459-501, 2009. 
 
TANNO, G. A contribuição da escola de Copenhague aos estudos de segurança 
internacional. Contexto Internacional, v. 25, n.1, p. 47-80, 2003. 
 
 
QUESTÃO Nº 26 
No sistema internacional da década de 2000, principalmente em comparação com o 
decênio de 1990, observou-se o fortalecimento das temáticas relacionadas a 
segurança e defesa, o que gerou consequências para a política externa do Brasil em 
relação a esses temas. 
 
Considerando a política externa e de defesa do Brasil, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. O Brasil assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) em 1998 e 
negou-se a assinar o Protocolo Adicional do TNP. 
II. O estreitamento de relações com os países do Atlântico Sul (principalmente 
após a descoberta de reservas no pré-sal), a reativação da Zona de Paz e 
Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas) e a formação do Conselho de Defesa 
Sul-Americano evidenciam modalidades de conexão da política externa e de 
defesa nacional. 
III. A Estratégia Nacional de Defesa, formulada pelo Ministério da Defesa em 
2008, busca garantir maior autonomia institucional e orçamentária nas 
temáticas de defesa em detrimento das estratégias de inserção internacional 
do Brasil. 
IV. A participação do Brasil em Missões de Paz da ONU é uma forma de ampliar a 
atuação na área de defesa e segurança internacionais. 
 
É correto o que se afirma em 
 
A) I e III. 
B) II e III. 
C) II e IV. 
D) I, II e IV. 
E) I, III e IV. 
 
 
Gabarito: D 
 
Tipo de questão: Intermediária 
 
Conteúdo avaliado: Segurança Internacional 
 
Autor(a): Giovanni Hideki Chinaglia Okado 
 
Comentário: 
 
A alternativa correta é a letra D. Inicialmente, é preciso compreender que a política 
externa e a política de defesa devem estar articuladas, considerando que ambas 
voltam-se, eminentemente, para garantir os interesses nacionais no âmbito 
internacional, seja no nível diplomático, seja no nível estratégico. O item I está 
correto. O Brasil assinou o TNP apenas no ano de 1998 porque já havia criado, no 
início dos anos 1990, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de 
Materiais Nucleares (ABACC), um mecanismo em conjunto com a Argentina e a 
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que estabelecia medidas de 
salvaguardas para o acompanhamento de atividades relativas à área nuclear. Além 
disso, o então presidente Fernando Henrique Cardoso procedeu com a assinatura do 
TNP para melhorar a inserção internacional brasileira. O governo brasileiro não 
assinou o Protocolo Adicional ao TNP porque considera, pelo menos até agora, que 
as medidas de salvaguarda implementadas são suficientes e pressupõe que as 
disposições desse protocolo estão contempladas na ABACC. O item II está correto 
porque as três iniciativas mencionadas (aproximação com os países do Atlântico Sul, 
Zopacas e Conselho de Defesa Sul-Americano) estão alinhadas com objetivos e 
diretrizes da Política de Defesa Nacional de 2005 (PND) e da Estratégia Nacional de 
Defesa de 2008 (END). Ambos os documentos definiram o Atlântico Sul e a América 
do Sul como o entorno estratégico brasileiro, isto é, uma prioridade para a defesa 
nacional. Da mesma forma, a integração sul-americana e a ação diplomática na costa 
ocidental africana representam uma prioridade para a política externa do país. O item 
III está incorreto. As ações previstas na END acerca das temáticas de defesa não 
ocorrem em detrimento das iniciativas voltadas para a inserção internacional do 
Brasil, e sim em conjunto com essas iniciativas. Novamente, recorda-se que as 
políticas externa e de defesa devem ser pensadas de modo articulado. O item IV está 
correto. As missões de paz são importantes para melhorar a inserção internacional do 
Brasil em termos de segurança e defesa, sobretudo, quando se trata das boas 
práticas que o país desenvolveu à frente do comando militar da Missão das Nações 
Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). 
 
 
Referências: 
 
SPEKTOR, M. “Brazil's Nuclear Policy: the Case for Incrementalism”. In: DALTON, T.; 
KASSENOVA, T.; WILLIAMS, L. (org.). Perspectives on the Evolving Nuclear 
Order, 1ed. Washington: Carnegie Endowment for International Peace, 2016, v. 1, p. 
47-54. 
 
HERZ, M. “Segurança internacional na América do Sul”. In: JOBIM, N. A.; ETCHEGOYEN, 
S. W.; ALSINA JR., J. P. Segurança internacional: perspectivas brasileiras. Rio de 
Janeiro: FGV Editora, 2010, p. 331-344. 
 
LIMA, M. R. S. “Diplomacia, defesa e definição política dos objetivos internacionais: o 
caso brasileiro”. In: JOBIM, N. A.; ETCHEGOYEN, S. W.; ALSINA JR., J. P. 
Segurança internacional: perspectivas brasileiras. Rio de Janeiro: FGV Editora, 
2010, p. 401-418. 
 
 
 
QUESTÃO Nº 27 
 
 
 
 
Gabarito: E 
 
Tipo de questão: Difícil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: Uma característica da estratégia de política externa do Brasil é sua 
predisposição a atuação as instâncias multilaterais. Isto não significa que o país só 
utiliza dos mecanismos multilaterais para realizar negociações internacionais. No 
caso da rodada de Doha, e dos obstáculos que potências econômicas colocam no 
comércio dos principais produtos de exportação brasileira, as negociações por meio 
da OMC garante ao país melhores condições de negociar com as economias 
desenvolvidas. 
 
Referências: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
 
 
QUESTÃO Nº 28 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: E 
 
Tipo de questão: Difícil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: A questão utiliza um texto de Christopher Hill, referência na área de 
Relações Internacionais nos estudos de Política Externa, para averiguar as 
competências analíticas e teóricas dos discentes no campo científico da Análise de 
Política Externa. Ao ler o artigo de Hill (2003)1, convido os alunos a fazerem o 
mesmo, observamos no debate realizado pelo autor acerca da área de Análise de 
Política Externa que este campo teórico, desde a década de 1950, entende o Estado 
não como um ator unitário, mas um agente composto por uma pluralidade de atores 
que disputam durante o processo de tomada de decisão qual a melhor estratégia de 
política externa que um determinado Estado deve seguir. Nesta perspectiva, antes de 
se tornar uma comunidade acadêmica, e de não adotar a linha pluralista de análise 
estatal, havia uma forte influência realista nos debates sobre política externa que 
argumentavam o distanciamento entre as decisões das autoridades estatais e a 
sociedade civil. 
Ainda de acordo com Hill (2003), durante a Guerra Fria alguns estudiosos verificaram 
a relevância da burocracia nos processos decisórios de política externa, um entre 
estes autores foi Allison (1969)2, que durante a crise dos mísseis em Cuba, constatou 
que sem uma investigação profunda das organizações burocráticas não haveria como 
compreender melhor como operavam as decisões acerca das ações internacionais 
dos países. 
Por último, com as reformas da estrutura do Estado que ocorreram desde o final da 
década de 1970, mas se intensificaram nos anos 1990, ocorreram alterações nas 
formas como autoridades estatais calculam as estratégias para atuação internacional 
de seus países. 
 
Referências: 1 HILL, C. What is to be done? Foreign Policy as a site for political action. 
International Affairs, v.79, n.2, 2003. 
2 ALLISON, Graham. Conceptual models and the Cuban Missile Crisis. The American 
Political ScienceReview, v. 63, n. 3, 1969, p. 689-718. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO Nº 29 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: A 
 
Tipo de questão: Difícil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: As duas afirmações acerca da política externa do Brasil durante a 
década de 1980 são verdadeiras. Os problemas econômicos que eclodiram no país 
nos anos 1980 foram consequências da política econômica adotada pelo Regime 
Militar. Neste período diferentes pacotes governamentais para reequilibrar a 
economia foram lançados. No âmbito internacional na década de 1980 governos 
conservadores foram eleitos nos EUA e em parte da Europa. Estas administrações 
endureceram a abordagem com países em desenvolvimento. No caso do Brasil, uma 
alternativa foi se aproximar da Argentina, os diálogos entre as duas nações latino-
americanas que iniciaram em 1985, culminou posteriormente com a assinatura do 
Tratado de Assunção, 1991, que criou o Mercado Comum do Sul (Mercosul) (CERVO; 
BUENO, 2010)1. 
 
Referências: 
1 CERVO, A.; BUENO, C. História da Política Exterior do Brasil. 3ed. Brasília: Ed. 
UnB, 2010. 
 
 
QUESTÃO Nº 30 
As lições do colapso que envolveu a Europa em uma segunda grande guerra, há vinte 
anos e dois meses do Tratado de Versailles, deverão ser cuidadosamente 
ponderadas. Nenhum período da história recompensará melhor seu estudo, pelos 
artífices da paz do que os “vinte anos de crise” que preencheram o intervalo entre as 
duas grandes guerras. 
CARR. E. H. Vinte anos de crise. Brasília. Ed. UnB, 2001 (adaptado). 
A partir do exposto no texto, avalie as afirmações a seguir, considerando o contexto 
das relações internacionais no período entre as duas Grandes Guerras (1918-1939). 
I. A eliminação da diplomacia secreta em favor de acordos públicos, liberdade 
comercial e de navegação em mares e estreitos e a criação de um sistema de 
segurança coletiva sob os auspícios da Liga das Nações, são alguns dos "14 pontos 
de Wilson", delineados para tornar a paz permanente. 
II. A partir de uma visão de mundo neutra, os "14 pontos de Wilson" foram projetados 
como um conjunto de princípios gerais que poderiam ser aplicados a problemas 
pontuais, com o objetivo de se evitar a ocorrência da guerra e de suas mazelas. 
III. A crítica à utopia wilsoniana marcou o primeiro debate nas relações internacionais 
entre os realistas - que acreditavam na mudança da natureza humana e em sua 
tendência à cooperação - e os idealistas, que ansiavam por transformar o mundo a 
partir de uma visão normativa do que deveria ser a realidade. 
IV. Como instituição internacional responsável pela paz e estabilidade mundial, a Liga 
das Nações tinha como um dos seus princípios a autodeterminação dos povos, ou 
seja, a independência dos povos e o reconhecimento do seu direito ao 
desenvolvimento autônomo. 
É correto apenas o que se afirma em 
A) I e II 
B) I e IV 
C) II e III 
D) I, III e IV 
E) II, III e IV. 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: fácil 
 
Conteúdo avaliado: História das Relações Internacionais 
 
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite 
 
Comentário: 
A questão faz referência ao conteúdo de História das Relações Internacionais: da 
formação do sistema de Estados-nacionais às relações internacionais 
contemporâneas. A alternativa correta é a letra B. Somente as afirmações I e IV estão 
corretas. O presidente Woodrow Wilson refere-se a um personagem central do 
processo de paz e segurança coletiva no contexto logo após a Primeira Guerra 
Mundial, sendo o responsável por redigir o tratado dos 14 pontos que definiu algumas 
diretrizes para a paz e se configurou como o embrião da Liga das Nações, que tinha 
como um de seus princípios a autodeterminação dos povos. As afirmações II e III 
estão incorretas. Os 14 pontos de Wilson não partia de uma visão de mundo neutra, 
mas da perspectiva de um presidente estadunidense. Os realistas não acreditavam 
na mudança da natureza humana e em sua tendência à cooperação. 
Referências: 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ENADE 2015: Relatório Síntese da Área de Relações 
Internacionais. Brasília: INEP, 2018. 
 
QUESTÃO Nº 31 
 
 
 
Gabarito: D 
 
Tipo de questão: Difícil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: 
A dificuldade da questão está na compreensão do conceito de coalizões de geometria 
variável adotado para analisar a política do Brasil. Como argumenta Visentini (2009), 
estudiosos da temática utilizam deste conceito para observar a política externa 
brasileira desde o início do século XXI. Coalizões de geometria variável significam 
alianças que dizem respeito a interesses pontuais e que não, necessariamente, se 
repetem quando temas mais abrangentes são discutidos. A formação do G-3, G-20, 
IBAS e BRICS, por exemplo, demonstra como o Brasil buscou alternativas 
diplomáticas multilaterais com a formação de fóruns formados por países em 
desenvolvimento que tinham a intenção de atuarem de maneira mais proativa no 
sistema internacional (VISENTINI, 2009). 
Desta forma, o erro da primeira afirmação é que a opção de cooperação Sul-Sul pela 
estratégia da geometria variável não é, por essência, conflitiva com a cooperação 
Norte-Sul, pois a primeira se refere a situações específicas como uma negociação no 
âmbito da OMC e a segunda aborda contextos mais abrangentes das interações dos 
países em desenvolvimento. 
A segunda afirmação está correta. A política externa brasileira busca, no século XXI, 
a construção de institucionalidade internacional que reflita a nova configuração de 
poder. 
Referências: VISENTINI, Paulo Fagundes. O G-3 e o G-20: O Brasil e as novas 
coalizões internacionais. NERINT, 2009. 
 
 
QUESTÃO Nº 32 
 
 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: Fácil 
 
Conteúdo avaliado: Análise de Conjuntura e Política Internacional 
 
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa 
 
Comentário: A guerra na Síria iniciou-se em 2011, após uma série de protestos 
violentamente reprimidos que demandavam a renuncia do presidente Bashar al-
Assad, políticas de diminuição do desemprego, corrupção e mais liberdade política. 
Com o aumento da repressão, grupos políticos decidiram iniciar luta armada contra o 
governo. Assad, não possui apoio de países do ocidente, sofrendo sanções e até 
mesmo ataques militares, como o ocorrido em abril de 2018 coordenado pelo Reino 
Unido, França e EUA. O grupo terrorista Estado Islâmico não é o único envolvido na 
guerra civil na Síria1. 
 
Boa parte da população civil atingida pela guerra e que saíram da Síria foram buscar 
abrigo nos países vizinhos. A Turquia recebeu, de acordo com a BBC2, até fevereiro 
de 2018 o número de 3.540.648 sírios refugiados, o Líbano quase 1 milhão, a 
Jordânia 657.628 sírios. Na Europa o país que mais recebeu sírios foi a Alemanha 
com 525.262 pessoas. Ao todo, o Líbano correspondeu ao destino de mais refugiados 
da guerra do que todos os países da Europa juntos. Desta forma, a maioria dos 
refugiados permaneceram na região. 
 
A China não é o principal apoiador internacional de Assad, mas a Rússia1. Os 
desacordos do ocidente são com o presidente russo, Vladimir Putin. 
 
Referências:1 Informações disponíveis em: 
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/14/internacional/1523705790_957994.html 
 
 2 Informações disponíveis em: https://www.bbc.com/news/world-middle-east-
35806229 
 
QUESTÃO Nº 33 
A noção de que há uma teoria monolítica do realismo é amplamente rejeitada tanto 
pelos que são simpáticos à tradição realista quanto por aqueles que são críticos a 
essa tradição. A crença de que não há um realismo, mas muitos, leva logicamente ao 
delineamento de diferentes tipos de realismo. 
 
DUNNE, T.; SCHMIDT, B. C. Realism. In: BAYLIS, J.; SMITH, S.; OWENS, P. The globalization of 
world politics. United Kingdom: Oxford University Press, 2014 (adaptado). 
 
A partir do exposto, avalie as afirmações a seguir,

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