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Bioética e humanização em saúde

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Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você vai:
1. conhecer os fundamentos da ética;
2. diferenciar os conceitos entre ética e moral 
3. saber sobre a responsabilidade social na saúde;
4. reconhecer problemas e dilemas éticos no cotidiano dos profissionais da saúde;
5. refletir sobre a Política Nacional de Humanização;
6. aprender sobre problemas e dilemas éticos no cotidiano dos profissionais da saúde;
7. detalhar a visão multidimensional da bioética.
Introdução
O que leva profissionais da área da saúde buscar conhecimentos e nortear sua prática na bioética e humanização? Poderíamos levantar várias reflexões sobre essa indagação, não é mesmo, caro estudante? Vou explanar alguns pontos que acredito ser essencial para que possamos adentrar sobre esse tema tão importante nos dias atuais.
Podemos começar lembrando que o ser humano é um ser sociável e, por isso, necessita de relações sociais para se conhecer e ainda ser reconhecido como o único animal ético. Ele é formado a partir da relação com outras pessoas, influenciado em suas condutas pelos valores morais e culturais da sua época e, por outro lado, não podemos esquecer que é único e incompleto. Sua relação com o meio em que vive não é passiva, uma vez que interage ativamente buscando respostas e significado a tudo que vivencia, formando sua identidade social e, como resultado, transforma sua cultura e o meio em que está inserido.
Essa reflexão, quando colocada no contexto do usuário dos serviços de saúde, abre uma série de expectativas e cuidados relativas às relações interpessoais dos envolvidos assim como o ambiente em que essa relação acontece.
Atualmente a crescente expectativa de vida e sobrevida da população, que mesmo acometida por doenças crônicas e/ou degenerativas se beneficiam pelo avanço da medicina e da tecnologia observado nas últimas décadas, faz com que a bioética seja muito discutida nas questões de humanização e bem-estar total nas relações interpessoais e de cuidado da população. Doenças que antes eram tidas como letais hoje são passíveis de tratamentos e intervenções que prolongam, de maneira significativa, a vida dos indivíduos diagnosticados com tais doenças, fomentando a discussão e reflexão sobre a legitimidade e, até mesmo, sobre o custo desse prolongamento da vida. Faz-se necessário aos profissionais de saúde uma maior compreensão sobre os cuidados com a vida e as dimensões do sofrimento da dor e todos os outros aspectos nos quais se baseia a prática dos profissionais da saúde e seus pacientes.
Humanização na Saúde
Caro estudante, o que você entende por humanização na saúde? Por que se incentiva a discussão entre os profissionais da saúde sobre esse tema? E ainda, como é possível transformar um ambiente de trabalho dentro das diretrizes de ética e humanização? Todos esses questionamentos devem ser debatidos e, para tanto, faz-se necessário um conhecimento adequado sobre o tema. Muitos autores debatem sobre o assunto; referências existem para que todos os profissionais da saúde possam se aprofundar.
Quando se pensa o que a população em geral e os trabalhadores dos serviços de saúde compreendem sobre humanização, tem-se como resposta que a humanização é uma forma de atenção à saúde que trata os usuários do sistema de saúde como seres humanos, considerando seus sentimentos, sua diferença cultural, seus valores e escolhas com empatia e afetividade. Muitas vezes, ouvimos dizer que é importante colocar-se no lugar do outro. E os profissionais de saúde com certeza dirão que, para um ambiente humanizado, deve se considerar as condições e a organização do trabalho, além do reconhecimento dos trabalhadores, principalmente nos serviços públicos de saúde.
Em relação aos locais de trabalho na saúde, temos de lembrar que são organizações profissionais portanto complexas, considerando a autonomia dos profissionais dada pela especificidade de seu saber. Nesse contexto, onde a participação dos profissionais nas decisões é característica, o ajustamento mútuo é o mecanismo de coordenação preferencial do trabalho para compreender melhor o entendimento tanto dos profissionais quanto dos usuários sobre humanização.
ARTIGConvido você a acompanhar a leitura do seguinte artigo Discursos sobre Humanização: Profissionais e Usuários em uma Instituição Complexa de Saúde:
FERREIRA, L. R.; ARTMANN, E. Discursos sobre humanização: profissionais e usuários em uma instituição complexa de saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 5, maio 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232018235.14162016>. Acesso em: 27 ago. 2019. 
Por meio deste artigo, você terá um vasto conhecimento sobre o tema.
ACESSAR
ARTIGO
O Sistema Único de Saúde traz o conceito de humanização de base filosófica hegeliano-marxista. Para aprofundar sobre o assunto, você pode consultar artigo O Cuidado, Os Modos de Ser (do) Humano e As Práticas de Saúde de Ayres (2005). O autor pontua que as pessoas são constituídas sócio-historicamente e, por isso, influenciam e são influenciadas pelo meio em que vivem. Segue a referência do artigo junto com o link de acesso para a leitura:
AYRES, J. R. de C. M. O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Saude soc., [S.I.], v.13, n. 3, p.16-29, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902004000300003&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 27 ago. 2019.
ACESSAR
Conforme essa concepção, os sujeitos são frequentemente contraditórios, uma vez que não se conhecem completamente e, dessa forma, buscam se reconhecer no que realizam e ser reconhecidos socialmente. E ainda necessitam de vínculos sociais e afetivos, pois sua autonomia está associada a suas relações afetivas e sociais. Essa concepção influencia comportamentos que fortalecem os princípios do SUS e faz parte de movimentos de humanização no SUS anteriores à criação da Política Nacional de Humanização.
Atualmente o foco principal dos projetos de humanização nos serviços de saúde, de acordo com a PNH, deve ser norteado pelas mudanças no modelo de gestão e de atenção à saúde, voltadas para a ética da responsabilidade, visando a integralidade da assistência
SITE
Caro estudante, para se ter um conhecimento ampliado sobre os princípios da PNH, acesse o site do Ministério da Saúde neste link: <http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/humanizasus/diretrizes>. Acesso em: 27 ago. 2019. Com o acesso às informações dessa leitura, você terá dados importantes para seus estudos e entenderá melhor a implantação dessa política pública de saúde assim como seus princípios. 
A partir da leitura dessas referências pontuadas neste roteiro de estudo, você terá adquirido conhecimentos para concluir que o Humaniza SUS tem como princípios a inseparabilidade entre atenção e gestão em saúde, o estímulo à autonomia, o protagonismo de todos os atores envolvidos, ou seja, os gestores, os trabalhadores e os usuários e a transversalidade em todas as ações em saúde. Para tanto, é preciso implantar dispositivos que permitam a problematização dos processos de trabalho, dos modelos de atenção e gestão e que operem mudanças nas práticas de forma coletiva. Você também pode encontrar na referência Ministério da Saúde (on-line) informações importantes sobre o Humaniza SUS e os princípios que norteiam a Política Nacional de Humanização.
MINISTÉRIO da Saúde. Política Nacional de Humanização - HumanizaSUS. Portal do Governo Brasileiro. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/projeto-lean-nas-emergencias/693-acoes-e-programas/40038-humanizasus>. Acesso em: 27 jul. 2019.
VÍDEO
Humaniza SUS
Canal: Ministério da Saúde
‍Comentário: Neste vídeo, você poderá conhecer relatos de experiência desses princípios em diversos serviços pelo Brasil, mostrando toda a diversidade do nosso país e os desafios dentro dessa diversidade para colocar na prática esses princípios.
Ética e Moral
Você saberia definir ética? Saberia relacionar esse conceito em um ambiente de trabalho? São reflexões importantes, e, para responder a tais indagações, precisamos entender oconceito de ética e como ele deve ser colocado na prática de um ambiente da saúde.
O termo ética significa “caminho” e “comportamento”, origina-se do grego ethos, que, em sua origem, significa o “lugar onde se enraízam as plantas”, ou “o ninho que abriga os animais”, ou ainda “a morada do homem”.
Para Chauí (2000), ética é a forma como as pessoas vivem e se posicionam ao fazer escolhas. Uma vez que não podem ter tudo ao mesmo tempo, os seres humanos precisam lidar com as perdas, e escolher implica necessariamente preferir algo, seguir determinado caminho e perder o que não foi escolhido. Nas referências deste roteiro de estudo, você encontrará a obra de Chauí (2000) para que possa consultar e ampliar seus conhecimentos.
Chauí (2000) distingue a ética da moral frisando que a moral refere-se a regras de conduta já estabelecidas de acordo com valores e costumes de um grupo social específico na época em que se encontram, relacionando-se com o que se deve ou não fazer. Já a ética motiva o indivíduo a tomar parte na elaboração das regras de suas condutas, isto é, a ter autonomia em seus atos, conferir a si mesmo o poder de escolher. A ética relaciona-se com a liberdade do sujeito.
Outra referência que pode ser consultada é do autor Foucault (2010), ele fundamenta a ética como uma constituição subjetiva do sujeito coletivo pelo fato de que o ser humano é um ser social, que necessita viver em sociedade e, ao mesmo tempo, necessita de liberdade para agir no mundo; de autonomia para fazer suas escolhas. Porém há que se ponderar: como conciliar a liberdade dos sujeitos com a vida em sociedade? A resposta, segundo o mesmo autor, está nos indivíduos fazerem uma autocrítica sobre suas condutas.
E você, o que pensa a respeito para fundamentar sua opinião? Faça leituras sobre o assunto, como por exemplo, o seguinte artigo Ética e Prática Profissional em Saúde:
BUB, M. B. C. Ética e prática profissional em saúde. Texto e Contexto Enferm., [S.I.], v. 14, n. 1, p. 65-74, jan./mar. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tce/v14n1/a09v14n1.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2019.
Com esta leitura, você terá acesso a muitos conceitos sobre ética e prática profissional na área da saúde.
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ARTIGO
No artigo A Ética na Formação dos Profissionais da Saúde: Algumas Reflexões, os autores fazem reflexões sobre como os estudantes da área da saúde obtêm conhecimentos nessa área, e, na opinião de muitos pesquisadores, dá-se mais importância na formação desses profissionais, nas técnicas específicas, e não se enfatiza a importância da formação também na ética dos profissionais da saúde. A referência completa deste artigo você encontra no final do roteiro. A leitura irá lançar uma luz sobre a importância do estudo da ética na área da saúde.
Outro ponto importante a ser ponderado neste tópico é a diferença entre ética e moral. Para haver essa diferenciação, sugiro a leitura do seguinte artigo Ética: Origens e Distinção da Moral: 
FIGUEIREDO, A. M. Ética: origens e distinção da moral. Saúde, Ética & Justiça, [S.I.], v. 13, n. 1, p. 1-9, 2008. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/sej/article/view/44359>. Acesso em: 27 ago. 2019.
Depois dessa leitura, você compreenderá que a moral é a matéria-prima da ética. 
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Para complementar o assunto, vou sugerir uma lista de filmes que direta ou indiretamente aborda esses conceitos. Assistí-los levará a reflexões e também ao conhecimento sobre os temas discutidos neste material. Vamos assistir?
· Efeito Borboleta
· O Mundo de Sofia
· O Jardineiro Fiel
Bioética
Os estudos da ética no campo das ciências biológicas e saúde denominam-se bioética, que significa: “ética da vida”. O termo tem origem grega: bios, que significa vida, e ética, que significa costumes, valores de uma determinada sociedade em algum momento histórico. Para tanto, o objetivo geral da bioética é alcançar benefícios e assegurar a integridade dos seres humanos, defendendo o princípio da dignidade humana.
Após sucessivos episódios de desrespeito envolvendo pacientes negros, crianças e idosos em pesquisas científicas, foi criada, em 1974, a National Commission for Protection of Human Subjects of Biomedical and Behavioral Research, com objetivo de realizar estudos para identificar os princípios éticos básicos da biomedicina. Somente quatro anos depois essa comissão concluiu um relatório final conhecido como Belmont Report, que serviu de base para a criação dos três princípios éticos básicos, a chamada trindade bioética, que constitui em primeiro: respeito pelas pessoas, entendido como autonomia; segundo: beneficência, a prática de fazer o bem, de beneficiar, e, por fim, terceiro: a justiça, ou seja, o que é justo.
Com o passar dos anos muitas críticas a esses princípios fizeram com que a bioética fosse, podemos dizer assim, adaptando-se e se aperfeiçoando. A partir disso, a bioética teve grande desenvolvimento nas últimas décadas. As leituras de referências atuais farão com que você, estudante, possa ter o entendimento dessa evolução e de como a bioética está inserida no campo da saúde.
Ou seja, muitas propostas existem para estabelecer quais são os critérios que devem orientar os profissionais da saúde nas tomadas de decisão quando se depararam com situações na vida profissional. Pode-se exemplificar o fundamento ético como a estrutura de um prédio. A fundação do prédio é a estrutura de concreto ou de metal que permite que a construção seja feita e que o prédio permaneça em pé. Se a estrutura não for bem feita, o prédio vem abaixo. O fundamento ético é tão importante quanto a estrutura de um prédio. Se esse fundamento não está bem compreendido, corre-se o risco de não enfrentar de maneira adequada os desafios éticos que a profissão pode trazer. Entretanto, uma vez compreendido esse fundamento, ele não precisa ser lembrado a todo tempo. O fundamento ético será sempre a base para a nossa tomada de decisão. Mas qual é esse fundamento?
LIVRO
As leituras a seguir irão trazer orientação extra para ajudar na resolução e entendimento da nossa situação-problema. Leia atentamente os textos propostos antes de partir para a sua análise!
BARCHIFONTAINE, C. P.; PESSINI, L. Bioética: alguns desafios. São Paulo: Loyola, 2001.
Faça a leitura do capítulo 1.
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ARTIGO
Outra leitura importante é do artigo Qualidade & Finalidade: Características da Bioética Brasileira. Neste artigo, você terá um panorama de como a bioética é discutida e divulgada por meio de estudos científicos:
PORTO, D. Qualidade & finalidade: características da bioética brasileira. Rev. bioét., [S.I.], v. 25, n. 3, p. 443-453, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bioet/v25n3/1983-8042-bioet-25-03-0443.pdf>. Acesso em: 27 ago.2019.
ACESSAR
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E para finalizar este tópico, faz-se necessário uma reflexão sobre como, por meio da bioética, se entende o valor da vida.
A vida é ininterrupta em sua duração, o que a caracteriza como um processo contínuo. O “ato “ de estar vivo pode representar a não interrupção dos sucessivos fenômenos que estão integrados. Caso haja interrupção, obviamente haverá a morte. O DNA do embrião tem a responsabilidade de gerenciar etapas de seu próprio desenvolvimento. O código genético tem como função coordenar atividades moleculares e celulares, conferindo a cada indivíduo uma identidade genética. É também um processo progressivo, já que, como propriedade, a vida apresenta a gradualidade, ou seja, o processo de desenvolvimento leva a uma complexidade cada vez maior da vida em formação.
ARTIGO
Com a leitura do artigo Doenças Negligenciadas e Bioética: Diálogo de um Velho Problema com uma Nova Área do Conhecimento, você poderá ter um conhecimento de como, muitas vezes, dentro da área da saúde, os princípios da bioética são transportados para situações muito críticas.
ANDRADE, B. L. A. de; ROCHA, D. G. Doenças negligenciadas e bioética: diálogo de um velho problema com uma nova área do conhecimento. Revista Bioética, [S.I.], v. 23, n. 1, 2015. Disponível em: <http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/991>.Acesso em: 27 ago. 2019.
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Princípios da Bioética
Vamos, caro estudante, tomar conhecimento desses princípios que devem reger o ambiente de trabalho dos profissionais da saúde.
Primeiro princípio: beneficência/maleficência. Ter como meta fazer o bem ao paciente; sempre que propor um tratamento, olhar o sujeito como um todo em todas as suas esferas psíquicas, sociais e orgânicas; reconhecer sua dignidade, buscando assim o melhor tratamento possível a esse indivíduo, de modo a contemplar todas as suas necessidades. Todos os profissionais da saúde devem ter como princípio buscar o tratamento que melhore e atinja seus objetivos assim como a prevenção das doenças e a promoção da saúde de todos os envolvidos.
Segundo princípio: o da autonomia, partindo do ponto de que todos os seres humanos têm total autonomia sobre sua vida e capacidade de decidir sobre sua vida com liberdade. Autonomia significa tomar decisões sobre sua vida sem que outras pessoas interfiram nessas decisões ou escolhas. Para tanto, é necessário seguir duas premissas, a da liberdade e da informação; informar sobre todos os procedimentos que deverão ser feitos, por exemplo, em um exame, ou, em procedimentos invasivos, dar a oportunidade à pessoa de escolher se quer ser submetida a tal exame, de modo que nunca o profissional deva tomar decisões pelos seus pacientes, pois não cabe ao profissional esse tipo de atitude. Quando o paciente tem sua autonomia limitada quer pela idade, como as crianças, quer por sua condição de tomar as próprias decisões, por exemplo, em casos de confusão no raciocínio, esse indivíduo deve ter um responsável que tomará decisões por ele, e assim mesmo, caro estudante, você percebeu que não é o profissional que tomará decisões por ele, e sim um responsável legal.
O terceiro princípio: o de justiça. Este se refere à igualdade de tratamento e à justa distribuição das verbas do Estado para a saúde e a pesquisa.
Outro conceito que cabe nesse princípio é o da equidade, que representa dar a cada pessoa o que lhe é devido segundo suas necessidades, ou seja, incorpora-se à ideia de que as pessoas são diferentes e que, portanto, também são diferentes as suas necessidades. De acordo com o princípio da justiça, é preciso respeitar com imparcialidade o direito de cada um. Não seria ética uma decisão que levasse um dos personagens envolvidos, quer seja o profissional, quer seja o paciente, a se prejudicar. É também a partir desse princípio que se fundamenta a chamada objeção de consciência, que representa o direito de um profissional de se recusar a realizar um procedimento aceito pelo paciente ou mesmo legalizado.
Todos esses princípios devem ser considerados na ordem em que foram apresentados, pois existe uma hierarquia entre eles. Isso significa que, diante de um processo de decisão, devemos primeiro nos lembrar do nosso fundamento que é o reconhecimento do valor da pessoa, em seguida, devemos buscar fazer o bem para aquela pessoa e depois devemos respeitar suas escolhas e, por fim, devemos ser justos.
ARTIGO
Para fundamentar esses princípios, faz-se necessário um aprofundamento que você poderá ter com leituras de artigos os quais disponibilizarei por meio do seguinte link:
LEPARGNEUR, H. Força e fraqueza dos princípios da bioética. Revista Bioética, [S.I.], v. 4, n. 2, [2018?]. Disponível em: <http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/407/370>. Acesso em: 27 ago. 2019.
Neste link, você terá acesso a um texto completo que trata desses princípios, principalmente enfocando o primeiro princípio, que é o da autonomia. A leitura trará um amplo conhecimento.
ACESSAR
Postura Profissional nas Relações com o Paciente, a Família e a Equipe de Saúde
A área da saúde, nos últimos anos, se fortaleceu pelos novos conhecimentos científicos, porém isso provoca uma diminuição na relação interpessoal dos protagonistas envolvidos, quer seja entre paciente e profissional, quer seja entre profissionais entre si, de modo que se tem muito mais confiança nas tecnologias do que na relação interpessoal entre os envolvidos. Um exemplo de como isso pode ser observado: muitas vezes, o paciente de sente inseguro quando o médico faz um exame físico e, por meio dele, já estabelece um diagnóstico e um tratamento. Frequentemente o paciente quer um exemplo em imagem e acaba não confiando apenas no exame físico desse profissional. Portanto faz-se necessário ressaltar abordagens que são tão importantes nessas relações para que não se perca essa relação mais pessoal entre os envolvidos.
Outro ponto a ser refletido na área da saúde do ponto de visto ético é a postura profissional perante os pacientes que, muitas vezes, é refletida quando um profissional, por deter conhecimentos específicos, sente-se superior ao seu paciente ou mesmo a outros profissionais da área, prejudicando muito a relação interpessoal no tratamento, porque o paciente se sente inferior a esse profissional, ficando, por exemplo, com receio de fazer perguntas que possam esclarecer e até mesmo diminuir angústias que estão gerando o estado da doença.
Para que se rompa essa relação, é necessário que todos os profissionais da área da saúde não permitam que o distanciamento aconteça, quer seja pelas novas tecnologias, quer seja por se achar em posição muito superior perante seu paciente que não mereça um atendimento voltado para as suas necessidades, levando-se em conta sua condição de entendimento, por exemplo. E nunca trocar um bom exame sem aprender a escutar queixas; levar isso em consideração, em vez de simplesmente solicitar um exame e olhar apenas para aquele laudo sem levar em consideração o ser humano que o buscou. Será que é assim que gostaríamos de ser tratados quando precisássemos de um profissional da área da saúde? Provavelmente nossa resposta será: não.
E todos os profissionais devem estar envolvidos nesse processo; não apenas o médico, e sim toda a equipe, desde o acolhimento até a maneira como se deve fazer as orientações. Quando for preciso fazer um agendamento, se toda a equipe estiver envolvida nesse processo, enxergando o paciente como um ser na sua totalidade, com suas potencialidades e também fraquezas, estaremos cumprindo com o nosso papel de humanizar um serviço de saúde.
LIVROS
Para um melhor entendimento deste tópico, você poderá fazer as seguintes leituras:
VALADAO, P. A. de S.; LINS, L.; CARVALHO, F. M. Problemas bioéticos no cotidiano do trabalho de profissionais de equipes de saúde da família. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p. 725-744, set./dez. 2017.
FREIRE, L. A. M. et al. O acolhimento sob a ótica de profissionais da equipe de saúde da família. Rev. Min. Enferm., [S.I.], v. 12, n. 2, p. 271-277, abr./jun., 2008.
Conclusão
Caro estudante, podemos concluir que a bioética e a humanização na saúde é um tema antigo que sempre estará em pauta e, muitas vezes, precisamos pensar se realmente estamos colocando em prática esses princípios na atividade profissional que exercemos. Não é objetivo encerrar nosso conhecimento, e sim fomentar uma motivação de buscar sempre mais para que possamos transitar da teoria à prática, visando o bem-estar de nossos pacientes.

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