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SÍNDROME PSICÓTICA PSICOSE • Ruptura com a realidade, o paciente não consegue diferenciar o real do irreal/imaginário. Ex: Alucinações auditivas, vem como um pensamento, mas ele ouve. Não ocorre queda do nível da consciência, e não apresenta causas orgânicas identificáveis. • Sintomas: o Delírios o Alucinações o Desorganização/desagregação do pensamento e do comportamento o Prejuízo sócio-ocupacional • Pode ter evolução aguda ou crônica Quadros psicóticos relacionados a causas externas (drogas, medicações, doenças médicas): mais agudos e duração dependente do tratamento adequado e da retirada da causa de base • Transtornos psicóticos: DSM-5 o Esquizofrenia o Transtorno psicótico breve o Transtorno Esquizofreniforme o Transtorno delirante persistente o Transtorno esquizoafetivo o Transtorno psicótico induzido por substância o Transtorno psicotivo devido a outra condição médica ESQUIZOFRENIA • Transtorno psicótico mais comum – 1% da população • Grave, heterogêneo, causa desconhecida • Evolução crônica, persistente por toda a vida • Caracterizado por distúrbios do pensamento, senso percepção e afeto • Consciência clara e capacidade intelectual estão normalmente mantidas, embora possa ocorrer déficit cognitivo com a evolução – “demência precoce” • Maior que 1 mês os sintomas • Só interna paciente se ele apresentar riscos para ele mesmo, ou para terceiros. EPIDEMIOLOGIA • Prevalência: homens = mulheres • HOMENS: o Idade de início mais precoce (10-25a) o Maior probabilidade de sintomas negativos • MULHERES: o Idade de início entre 25-30a) o Segundo pico na meia idade • Início antes dos 10 anos ou após os 60 anos é extremamente raro • Início após os 45 anos: Esquizofrenia de início tardio ETIOLOGIA: Modelo de estresse-diátese (vulnerabilidade biológica específica, que vem de alterações genéticas, junto com ela um estresse que desencadeia o aparecimento dos sintomas) • Fatores genéticos: o Estudo com gêmeos, filhos adotivos e de incidência familiar sugerem influência genética • Fatores neurobiológicos: o Atividade dopaminérgica exacerbada o Interação de sistemas múltiplos de neurotransmissores • Fatores psicossociais: o Diversas teorias (duplo vínculo, cisões e famílias assimétricas, etc.) o Significado simbólico dos sintomas o Trauma emocional, uso de drogas e separações MANIFESTACOES CLÍNICAS: • Sinais e sintomas pré-morbidos (antes da fase prodrômica): o Personalidade esquizoide ou esquizotipica, caracterizados como quietos, passivos e introvertidos; na infância, tinham poucos amigos. o Adolescentes pré-esquizofrenicos podem não ter amigos próximos, nem interesses românticos, e também evitar esportes de equipe • Sinais e sintomas prodrômicos: antes da doença se manifestar o Sintomas somáticos, interesse por ideias abstratas, filosofia e por questões ocultas ou religiosas, comportamento acentuadamente excêntrico, afeto anormal, discurso incomum, ideias bizarras e experiências perceptuais estranhas, ansiedade, angústia • Sintomas positivos: (produção de sintomas) o Delírios o Alucinações o Distorções ou exageros da linguagem e da comunicação o Discurso desorganizado o Comportamento desorganizado o Comportamento catatônico o Agitação • Sintomas negativos: (perda das funções psíquicas) o Embotamento do afeto o Retraimento emocional o Passividade o Retraimento social apático o Dificuldade no pensamento abstrato o Falta de espontaneidade o Pensamento estereotipado o Alogia: restrições na fluência e na produtividade do pensamento e da fala o Avolicao: restrições na iniciação de comportamento dirigido para metas o Anedonia: ausência de prazer o Apragmatismo o Prejuízo na atenção DIAGNOSTICO: • Clínico – fenomenológico • Alucinações ou delírios não são necessários para um diagnostico • Sintomas positivos e negativos podem estar presentes em outros transtornos • Bleuler – sintomas fundamentais (os 4 As: associação das ideias não está organizada, alteração do afeto, há um autismo -retraimento social- e ambivalência afetiva) e acessórios (delírios, alucinações e outros) • Kurt Schneider: hierarquia dos sintomas • DSM-5 • CID-10 • Não há exame laboratorial – exames complementares existem para excluir outras causas SUBTIPOS: • DSM-5 abandonou a classificação em subtipos (pouca importância na prática clínica) • CID-10: 1) Esquizofrenia paranoide: delírios e alucinações 2) Esquizofrenia hebefrenica: desorganização e o retraimento afetivo 3) Esquizofrenia catatônica: paralisação, imobilidade, rigidez 4) Esquizofrenia indiferenciada: não consegue diferenciar sintomas 5) Esquizofrenia residual – sintomas mais crônicos, paciente de longa data 6) Esquizofrenia simples – sintomas mais leves 7) Depressão pós-esquizofrenica – após surto psicótico, quadro de depressão DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: • Outros transtornos psicóticos • Transtornos de personalidade (esquizoide, esquizotipico, paranoide, borderline) • Transtorno do humor (mania ou depressão com psicose) • Retardo mental • Quadros orgânicos: sífilis, tumores, SNC, epilepsia do quadro temporal, LES, intoxicações exógenas, corticoides, delirium CURSO E PROGNOSTICO: • Crônico com exacerbações e remissões • A cada recaída segue-se uma deterioração adicional ao funcionamento básico • Ao longo do quadro os sintomas positivos tendem a diminuir de intensidade e os negativos podem ser tornar mais graves • Esse fracasso em retornar ao nível anterior de funcionamento é a principal distinção entre a esquizofrenia e os transtornos de humor • Vulnerabilidade ao estresse costuma se manter por toda a vida • A maioria tem vidas caracterizadas por falta de objetivos, inatividade; hospitalizações frequentes e, no contexto urbano, falta de moradia e pobreza TRATAMENTO: • Antipsicóticos (APs) + estratégias psicossociais • APs típicos e atípicos • Podem demorar de 3-8 semanas para produzir algum efeito • Episódio psicótico agudo: injetáveis (IM) até que a medicação VO faca efeito • APs de deposito aumentam a adesão ao tratamento (1x por mês) • Internação: quando houver indicação, de curta duração, para proteção (e não exclusão) do paciente • Estratégias psicossociais: o Psicoterapia o Treinamento de habilidade sociais o Terapia ocupacional o Comunicação interpessoal OBJETIVO: capacitar indivíduos com doença grave a desenvolver habilidades sociais e vocacionais para uma vida independente CAPS, hospital-dia, residências terapêuticas, ambulatórios TRANSTORNO PSICOTICO BREVE • Duração: maior que um dia e menor que um mês • Frequentemente os sintomas se resolvem de forma rápida e espontânea • Descartar causas orgânicas TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME • Sintomas idênticos ao da esquizofrenia, mas com duração de >1 mês e < 6 meses com retorno ao funcionamento normal • Quando os sintomas persistem por mais de 6 meses: Esquizofrenia • Costuma haver resposta rápida aos antipsicóticos TRANSTORNO DELIRANTE PERSISTENTE: • Delírios por 1 mês ou mais • Difere da EZQ: ausência de alucinações proeminentes e ausência de embotamento afetivo • Personalidade intacta ou com comprometimento mínimo • São desconfiados e hipervigilantes • Idade média de início 40 anos • Crônico e sem remissões • Difícil tratamento – antipsicóticos mais indicado: Pimozida TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO: • Sintomas afetivos e esquizofrênicos são igualmente proeminentes – critérios para episódios maníaco ou depressivo e critérios para esquizofrenia • Tratamento: antidepressivos, estabilizados do humor e antipsicóticos TRANSTORNO PSICOTICO INDUZIDO POR SUBSTÂNCIA • Delírios ou alucinações se desenvolveram durante ou logo após intoxicação por uma substância • A substância/medicamento envolvida é capaz de produzir delírio ou alucinação • A perturbação não é mais bem explicada porum transtorno psicótico não induzido por substância/medicamento • A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium • A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social • TT: tira a substância (cocaína, maconha, corticoide) e antipsicótico TRANSTORNO PSICOTIVO DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA • Alucinações ou delírios proeminentes • Há evidencias da história, do exame físico ou de achados laboratoriais de que a perturbação é a consequência fisiopatológica direta de outra condição medica • A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental • A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium • A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do individuo • Ex: transtorno psicótico devido a neoplasia pulmonar maligna; transtorno psicótico devida doença de Alzheimer CONCLUSÕES: • Existem diversos tipos de transtornos psicoticos • Delírio/alucinações não é = Esquizofrenia e sim psicose. • Esquizofrenia não é = delírio/alucinação • Diagnostico é fenomenológico • Tratamento com antipsicóticos
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