Buscar

DOENÇAS INFECCIOSAS EM RUMINANTES E EQUINOS

Prévia do material em texto

DESVENDANDO AS DOENÇAS INFECCIOSAS DE EQUINOS E RUMINANTES 
EXTENSÃO 
RAIVA EM RUMINANTES E EQUINOS 
Doença extremamente importante do ponto de 
vista zoonótico. 
É uma doença aguda do sistema nervoso central, 
podendo acometer todos os mamíferos, inclusive 
seres humanos. É caracterizada por uma 
encefalomielite fatal, causada por vírus do gênero 
lyssavirus. 
Zoonose de grande importância em saúde 
publica 
• Evolução drástica e letal 
• Elevado custo social e econômico 
Raiva na América Latina 
• Prejuízos Anuais de centenas de milhões 
de dólares 
• Morte de Milhares de cabeças 
• Vacinação dos Animais 
• Tratamento pós exposição 
 
Apesar de não possuir mais tantos animais de 
companhia acometidos pela doença com tanta 
frequência, nos casos de animais de grande porte, 
isso é diferente, ainda existe um bom número de 
animais que acabam tendo a doença. É o mesmo 
vírus para todos os mamíferos, porém possui 
algumas variantes que possuam mais predileção 
por determinadas raças, mesmo assim, é capaz 
de ocorrer a transmissão cruzada. 
HISTÓRICO 
Primeiro Diagnóstico 
Carini 1911 – Santa Catarina 
• Bovinos mortos por doença misteriosa 
• Identificação de corpúsculos de Negri no 
cérebro de bovinos – “corpúsculos de 
inclusão viral” que são visualizados 
histologicamente e é característico do vírus 
da raiva. 
• Colonos – Morcegos sugadores de sangue 
• Artigo publicado no Annales de L’Institut 
Pasteur de Paris por Carini 
o Fantasia Tropical 
 
 
 
1916 – Haupt e Rehaag 
• Identificação do vírus da raiva no cérebro 
de morcegos hematófagos 
o Louis Pateur afirma que “parece ser 
raiva, havia a necessidade do 
envolvimento de um cão raivoso”. 
1931-1932 – Médicos, Hurst e Pawan 
• Raiva em bovinos e humanos transmitida 
por morcegos hematófagos 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 
ETIOLOGIA 
Vírus da Família Rhabdoviridae 
• Gênero Lyssavirus 
o RNA de fita simples (ssRNA), não 
segmentado 
o Envelopado, formato de bala de 
revolver 
• Dividido em sete genótipos 
• Virus neurotrópico 
Sensível 
• Agentes químicos 
o Eter, clorofórmio, ácidos e sol. 
Lipídicos 
• Agentes Físicos 
o Calor, luz ultravioleta 
• A putrefação destrói o vírus lentamente, 
em cerca de 14 dias 
 
 
 
DESVENDANDO AS DOENÇAS INFECCIOSAS DE EQUINOS E RUMINANTES 
EXTENSÃO 
Variantes Isoladas no Brasil 
 
TRANSMISSÃO 
Países onde a raiva canina é controlada e não 
existem morcegos hematófagos, ainda assim 
existe raiva, porém ela é transmitida através de 
outros animais silvestres como lobos, guaxinins, 
gambás, raposas, dentre outros. 
• Morcegos são classificados de acordo com 
seus hábitos alimentares 
• Insetívoros 
• Nectarívoros 
• Frugívoros 
• Carnívoros 
• Hematófagos 
Morcegos Hematófagos 
Norte do México até a região central da argentina 
e Chile 
 
Existem aproximadamente 
1.070 espécies de morcegos 
e apenas 3 delas são 
Hematófagas, são eles: 
 
 
Desmodus Rotundus – possui a variante 3, e se 
alimenta de sangue de mamíferos, por isso é mais 
ativo na transmissão da doença. 
Diaemus Youngi – se alimentam de sangue de 
aves que não se contaminam pela raiva pois não 
são mamíferos, porém a raça também pode 
desenvolver raiva. 
Dyphila Ecaudata – também se alimentam do 
sangue de aves. Também podem desenvolver 
raiva. 
 
 
Características do morcego hematófago 
• Lábio inferior sulcado 
• Dentes incisivos superiores afiados 
• Apêndice nasal em forma de ferradura 
• Não possui causa 
• Uropatágio é reduzido – membrana entre 
as patas traseiras. 
 
Todos os mamíferos são susceptíveis ao 
vírus da raiva 
Inoculação do vírus presente na saliva e 
secreções do animal infectado 
• Mordedura e lambedura 
• Via respiratória – aerossóis (4 casos) 
o Pessoas que entraram em 
cavernas altamente povoadas por 
morcegos infectados 
o Laboratório 
• Transplante de Órgãos 
o Córnea – 8 casos 
o Outros órgãos – 7 casos 
• Raiva em herbívoros 
o Transmissão predominantemente 
por morcegos hematófagos – 
Desmodus Rotundus 
 
Ciclo epidemiológico de transmissão da 
raiva 
OBS: A mordida em bovinos e ruminantes, 
geralmente ocorre na cervical do animal, região de 
dorso, deixando uma mancha de sangue. 
 
 
 
 
 
DESVENDANDO AS DOENÇAS INFECCIOSAS DE EQUINOS E RUMINANTES 
EXTENSÃO 
 
Periodo de Incubação 
Caraga viral do inóculo, ponto de inoculação 
(quanto mais proximo do SNC, menor será o 
periodo de incubação), inervação da area, 
profundidade e numero de inoculação, idade, 
imunocompetencia do animal, entre outros. 
 
Periodo de transmissibilidade 
• Cão e gato – 3 a 5 dias antes das 
manifestações clinicas 
• Bovinos – 1 a 2 dias antes das 
manifestações clinicas 
• Morcegos – Indeterminado 
 
PATOGENIA 
Quando um animal sofre uma mordedura da raiva, 
ocorre a inoculação do virus primeiramente local e 
depois ocorre a replicação viral até chegar nos 
nervos perifericos, evoluindo pra um fluxo axonal 
retrógrado, significa que ele vai subir até a medula, 
onde o virus “viaja no corpo” de 100 a 400mm/dia, 
até chegar no SNC. Isso, visto de fora, 
macroscopicamente, faz parte do periodo de 
incubação e o tempo que demora para apresentar 
os sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vias de eliminação do vírus 
 
SINAIS CLINICOS 
A doença apresenta duas formas, são elas: 
Furiosa 
O animal ataca outros animais – é a forma de sinal 
clínico mais comum em cães e gatos que 
apresentem a variante 2 do vírus. 
Paralisia 
O animal apresenta paralisia – é a forma de sinal 
clínico mais comum em herbívoros e é associada 
a variante 3 do vírus que é repassada através de 
morcegos hematófagos. 
É vista em herbívoros, ruminantes, como bovinos, 
caprinos, ovinos, e não ruminantes como equinos 
e não foram observadas diferenças acentuadas 
entre as manifestações clínicas. 
DESVENDANDO AS DOENÇAS INFECCIOSAS DE EQUINOS E RUMINANTES 
EXTENSÃO 
 Primeiros sinais clínicos da doença em 
ruminantes 
• Apatia 
• Isolamento 
• Inapetência 
Em seguida, ainda que não seja uma regra e 
ocorra em todos os casos, os animais acometidos 
pela raiva também podem apresentar sinais como: 
• Aumento da sensibilidade e prurido na 
região da mordedura 
• Mugido constante 
• Tenesmo 
• Hiperexcitabilidade 
• Salivação abundante e viscosa 
• Dificuldade para engolir 
Sinais clínicos da doença em fase 
avançada: 
• Movimentos desordenados da cabeça 
• Tremores 
• Ranger de dentes 
• Midríase com ausência de reflexo pupilar 
• Incoordenação motora 
• Andar cambaleante 
• Contrações musculares involuntárias 
Sinais clínicos na fase terminal da doença: 
• Decúbito – após entrar em decúbito o 
animal não consegue mais se levantar 
• Movimentos de pedalagem 
• Dificuldades respiratórias 
• Opistótono 
• Asfixia 
• Morte 
A morte destes animais ocorre geralmente entre 3 
e 6 dias após o início dos sinais, podendo 
prolongar-se em alguns casos, por até 10 dias. 
 
DIAGNÓSTICO 
Diagnóstico Clínico 
• Observação dos sinais clínicos 
• Não são específicos da doença, podendo 
ser comparado a sinais clínicos de outras 
doenças. 
 
Diagnóstico Post-mortem 
• Diagnóstico definitivo 
• Exclusivamente laboratorial 
COLHEITA DE MATERIAL 
• Exclusivos do médico veterinário 
• Vacinado e com sorologia 
• Equipamentos de proteção individual 
• Embalagem tríplice 
• Devidamente etiquetado 
• Preencher formulário requisição 
 
Espécie animal e fragmento de eleição do SNC 
para diagnóstico da raiva: 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
• Teste de imunofluorescencia direta – 
Recomendado pela Organização Mundial 
Da Saude (OMS) e pela Organização 
Mundial de Saúde Animal (OIE) 
• Isolamento Viral 
• Teste de Inoculação em Camundongo 
• Teste em cultura celular 
• Histopatológico 
DESVENDANDO AS DOENÇAS INFECCIOSAS DE EQUINOS E RUMINANTES 
EXTENSÃO 
Doençade Notificação OBRIGATÓRIA 
HISTOPATOLÓGICO 
• Inclusões de Negri – Patognomônicas para 
a raiva 
• Sua ausência não invalida o diagnóstico da 
raiva 
• Casos com evolução rápida, curto período 
de incubação e óbito precoce – Sem tempo 
suficiente para o aparecimento 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
TRATAMENTO 
Não há tratamento para os animais e a doença é 
invariavelmente fatal, uma vez iniciados os sinais 
clínicos. 
 
PREVENÇÃO 
• Vacinação estratégica de rebanho – aão 
vacinados os animais que vivem em região 
de Foco/Perifoco e em regiões de risco 
• A aplicação é feita com 2ml/SC, havendo 
um reforço após 30 dias 
• Revacinação anual 
 
CONTROLE 
Programa Nascional de Controle da Raiva em 
Herbivoros emitido pelo MAPA. 
• Controle da população de morcegos D. 
Rotundus – consiste no cadastramento e 
monitoramento de abrigos 
• Captura de morcegos hematófagos – 
Através de uma pasta “vampiricida” que é 
um anticoagulante. 
• 
 
Ainda assim, apenas orgãos oficiais estão autorizados a 
fazer o controle de morcegos por região. Morcego é um 
animal silvestre e protegido, extremamente essencial 
para a natureza. 
SITUAÇÃO DA RAIVA NO BRASIL 
• Em Herbívoros – Considerada endemica com 
diferentes graus de acordo com a região 
Fatores que contribuem para a disseminação da raiva 
no Brasil 
1. Aumento da oferta de alimento devido ao 
crescimento dos rebanhos 
2. Ocupação desordenada e desmatamento que 
alteram o ambiente que os morcegos vivem 
3. Abrigos artificiais, representados pelas 
construções, como tuneis, casas abandonadas, 
bueiros e outros 
4. Atuação insatisfatória, em alguns estados 
brasileiros, na execução do Programa 
Estadural de Controle da Raiva dos Herbívoros.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes