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SISTEMA DIGESTÓRIO DOS EQUINOS O sistema digestório possui a função de ingestão, digestão, absorção e excreção. Boca Tem a presença dos lábios que possuem função de apreensão, os dentes de mastigação, língua como órgão auxiliar e as glândulas salivares para umectação. Os machos podem possuir de 40 a 44 dentes e as fêmeas de 36 a 44 dentes a variação se dá por conta da ausência ou presença dos dentes caninos. Orofaringe Chamado também de faringe, sendo uma estrutura tubular, comum ao sistema digestório e respiratório e tem como função unir a boca ao esôfago. Esôfago É uma estrutura tubular de musculatura lisa que se situa ventralmente ao lado esquerdo do pescoço e possui como função o transporte dos alimentos para o estômago através da cárdia. ↪ A sondagem nasogástrica que possui passagem nesse órgão proporciona formação de ondas peristálticas. ↪ A sonda deve variar de acordo com o tamanho do animal. ↪ Caso a sonda for parar no pulmão o animal irá tossir e não apresentará o cheiro específico. Estômago Está localizado junto ao diafragma (cavidade abdominal) portando volume de 8 a 15 litros e tem dois esfíncteres: a cárdia e o piloro e é revestido por duas camadas (porção esofágica aglandular, porção pilórica glandular e o margo plicatus). ↪ Os equinos não vomitam devido sua cárdia que é extremamente rígida. ↪ Cólicas por sobrecarga gástrica normalmente ocorre após 3 horas da refeição. Intestino Delgado Possui até 20 metros com capacidade de 50 litros. Nele é realizada a digestão química através do suco entérico, pancreático e bile. Ceco Possui cerca de 1 metro e capacidade de até 30 litros, sendo considerado uma cuba de fermentação pois nele existe uma população microbiana que se assemelha ao rúmen e nele ocorre a decomposição bacteriana fornecendo nutrientes essenciais aos equinos. Intestino Grosso Possui capacidade de 90 litros e realiza o desdobramento dos nutrientes e absorção de líquido. ↪ Cólon maior apresenta a maior taxa de cólica por compactação. Reto Defecação é um ato fisiologicamente reflexo desencadeado principalmente pela repleção da ampola retal. Identificação do Animal Nome ↪ Animais segurados que venham a óbito e realizar fotografias. Idade ↪ Neonatos - retenção de mecônio - deve se realizar uma lavagem com enema e os sintomas são levantar de rabo e querer deitar. ↪ Potros - úlceras gástricas – ocorre por serem mais brincalhões possuindo maiores chances de lesões, mudança de manejo, estresse e uso de anti- inflamatórios. ↪ Adultos - neoplasias – lipoma pedunculado ocorre em animais idosos (+20). ↪ Sexo - machos (hérnia inguinal/hérnia íguino @vettstudy.g escrotal – no qual deve realizar o castramento do animal e “devolver” a víscera para o lugar) e fêmeas (torção uterina). Anamnese Deve ser feita durante o atendimento. ↪ Controle parasitário ↪ Início do processo de dor ↪ Características da crise ↪ Manifestações de episódios anteriores ↪ Tratamentos anteriores ↪ Amitraz - proibido para equinos pois gera parada no cólon maior. ↪ AINEs que mascaram a dor. ↪ Uso de diuréticos pois se a ocorrência for de cólica o animal estará extremamente desidratado e com agravo da síndrome cólica pois quando está ocorrendo a cólica toda água corporal vai para o local da compactação, não permitindo a micção. ↪ Ingestão hídrica ↪ Beber água X brincar com a água ↪ Prenhez Exame Físico Observação geral do animal. ↪ Escavar o chão ↪ Bater com a pata no chão ↪ Olhar para o flanco ↪ Mexer na água com o focinho ↪ Morder o flanco ↪ Escoicear o abdômen ↪ Rolar ↪ Sentar ↪ Sudorese intensa ↪ Hiperexcitabilidade/depressão Classificação do Grau da Dor A dor pode ser contínua que não passa (normalmente caso cirúrgico de cólica) ou intermitente quando a dor passa mais volta ou quando a mesma consegue ser responsiva a analgésicos (normalmente caso clínico). ↪ Leve: sem alterações circulatórias e manifestações discretas com taxa de mortalidade de 23%. ↪ Moderada: aumento moderado da frequência cardíaca, cavar, deitar e rolar com taxa de mortalidade de 50%. ↪ Grave: sudorese intensa, aumento da frequência cardíaca, alterações circulatórias, aumento de temperatura corporal e mucosas congestas, cianóticas ou vermelho tijolo possuindo taxa de mortalidade de 90%. ↪ Dor contínua: compactação de cólon (inicial e/ou leve), distensão intestinal moderada, isquemia regional, obstrução dos ramos da artéria mesentérica cranial, início de comprometimento vascular com estrangulamento, grandes distensões, tensões e trações do mesentério, hiperexcitabilidade, descontrole sobre o animal e depressão. ↪ Dor intermitente: obstruções parciais, sem estrangulamento, indigestão sobrecarga, espasmo, obstruções intraluminais simples, sem estrangulamento. A dor pode gerar alterações neurogênicas a ponto de levar a morte do animal como sudorese abundante, se atirar ao solo, rolagem violenta e impaciência. ↪ Temperatura retal : no animal jovem deve estar entre 37,2 a 38,9 e nos adultos 37,5 a 38,5. Caso o animal esteja com hipotermia é indicativo de choque e a hipertermia está relacionada a causas infecciosas (duodeno-jejunite proximal e peritonite). ↪ Frequência respiratória (FR): deve estar 8 a 16 movimentos/minuto. Normalmente animais com síndrome cólica apresentam aumento na frequência respiratória devido a dor e acidose metabólica (compensação respiratória). ↪ Frequência cardíaca (FC) e pulso: o normal é entre 28 a 40 batimentos/minuto. Pode estar aumentada devido a dor (liberação de catecolaminas), hipovolemia e endotoxemia. O pulso pode ser fraco, forte, filiforme ou ausente, o pulso forte está associado ao aumento da frequência cardíaca e está relacionado a dor e o pulso filiforme fraco estão relacionados a condições @vettstudy.g extremas de choque hipovolêmico, endotoxêmico e ou neurogênico. ↪ Coloração das mucosas e tempo de preenchimento capilar (TPC): são avaliações indiretas sobre perfusão sanguínea e deve-se avaliar a mucosa oral, ocular e vaginal. O halo cianótico ou halo endotoxêmico é um forte indicador de liberação de lipossacarideos (LPS) pela morte das bactérias gram negativas. Ausculta Abdominal Deve ser realizada nos quatro quadrantes abdominais. +++ = hipermotilidade ++ = normal + = hipomotilidade - = atonia intestinal (íleo paralítico ou íleus) ↪ Pode estar aumentada: timpanismo intestinal obstrução simples. ↪ Pode estar diminuída: após o esgotamento das fibras musculares devido a perda de eletrólitos e hipóxia. ↪ Pode estar ausente: “ileus” ou íleo adinâmico, ocorre após inflamação da camada muscular das alças (duodeno-jejunite proximal), peritonite e ou excessiva manipulação das alças intestinais. Sondagem Nasogástrica Provoca uma analgesia da dor devido à descompressão gástrica e o diagnóstico deve ser realizado através da avaliação do conteúdo gástrico (verde - estômago, amarelo/laranja - intestino) e se o refluxo é espontâneo ou não e o tratamento é a administração de medicamentos. ↪ Avaliação do conteúdo gástrico: característica do conteúdo (sólido, líquido, gases), odor, quantidade e pH (< 7 - estomago, > 7 intestino). Palpação Transretal É utilizada para dar diagnóstico e encaminhamento cirúrgico. O animal deve estar contido adequadamente no tronco ou cachimbo, caso a propriedade não possui realizar a sedação para o melhor diagnóstico e deve utilizar luva de palpação transretal do lado avesso devido as emendas que podem machucar o animal e deve ser realizada uma boa lubrificação (mucilagem, sabão de coco, óleo mineral, etc.). As estruturas avaliadas são: ↪ Lado direito: aderência do ceco à parede abdominal, tênia ventral e medial do ceco. ↪ Lado esquerdo: rim, baço, ligamento nefroesplênico,cólon dorsal esquerdo. ↪ Ventral: cólon menor, anéis inguinais, flexura pélvica, bexiga. ↪ Dorsal: aorta, raiz do mesentério Apenas um terço da cavidade abdominal é palpada. Avaliação Clínica da Hidratação ↪ Leve - 5%: TPC normal e turgor de pele 2 segundos. ↪ Moderada - 8 a 10%: TPC de 3 a 4 segundos e turgor de pele entre 3 a 4 e mucosas secas. ↪ Severa - acima de 12%: TPC maior que 5 segundos, as extremidades ficam frias, pregueamento da pele, retração do globo ocular e depressão. Exames Complementares Abdominocentese, hemograma completo, endoscopia, ultrassonografia, laparoscopia. Abdominocentese/Paracentese É a avaliação físico-química e citológica do líquido peritoneal, utilizada para diferenciar peritonites sépticas de peritonites assépticas, a endotoxemia apresenta alterações no líquido peritoneal. Paracentese é a forma de avaliação indireta das alças intestinais ↪ Ex: hipóxia das alças intestinais promovem a passagem de células e proteínas para o líquido peritoneal. Para realizar um paracentese e análise do líquido peritoneal é necessário: cânula mamária ou agulha, lâmina de bisturi, tubos com EDTA para armazenar o líquido peritoneal, tricótomo, luvas e PVPI tópico. A incisão de ser realizada na linha branca, caudal ao processo xifoide no ponto mais ventral do abdômen @vettstudy.g - preparo cirúrgico. ↪ Laranja/Avermelhado: aumento do número de hemácias, lesão vascular, sofrimento das alças e punção de baço. ↪ Verde: rupturas recentes de estômago ou intestinos, artrocentese e é necessário repetir a punção. ↪ Marrom: intensa necrose tecidual, torções, vólvulos, encarceramentos e peritonite bacteriana. Endoscopia É possível avaliar presença de úlceras esofágicas, gastrite e úlceras gástricas. USS Abdominal Possível de avaliar espessamento de alças intestinais, diagnosticar intussuscepção e encarceramento nefro esplênico. Indicações de Laparotomia No Abdômen Agudo dos Equinos ↪ Dor severa e incontrolável, que não passa com analgésico. ↪ Refluxo gástrico: com mais de 4 litros e pH aumentado. ↪ Exame retal - distensão de alças, presença de CE e deslocamento de segmentos. ↪ Auscultação intestinal - ausência de borborigmos. ↪ Líquido peritoneal - presença de hemácias, leucócitos acima de 3000/mm³, proteína >2,5% e aspecto turvo. ↪ Frequência cardíaca de 60 a 70BPM de forma contínua. @vettstudy.g
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