Buscar

Análise do Mito da Caverna

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O Mito da Caverna de Platão 
 
Análise: O Mito da Caverna de Platão 
 
O “Mito da Caverna” relatado por Platão de forma magistral no Livro VII da “República” nos 
descreve uma parábola milenar de vasta e profunda significação, onde homens e mulheres 
vivem, desde que nasceram, no interior de uma caverna, sem nunca terem visto a luz do dia. 
Envolvidos pelas sombras e ecos do interior da caverna, pensam que esta é a única realidade. 
 
Trazendo a Alegoria da Caverna para o nosso tempo, podemos dizer que o ser humano tem 
regredido constantemente, a ponto de estar, cada vez mais, vivendo como um prisioneiro da 
caverna, apesar de toda a informação e todo o conhecimento que temos a nossa disposição. As 
pessoas têm preguiça de pensar. A apatia tornou-se um elemento comum em nossa sociedade, 
estimulada pela facilidade que as tecnologias nos proporcionam. A preguiça intelectual tem 
sido, talvez, a mais forte característica de nosso tempo. A dúvida socrática, o questionamento, 
a não aceitação das afirmações sem antes analisá-las são hoje desprezados, uma nova espécie 
de escravidão é instalada, á tecnológica, que aprisiona não o corpo mais a mente de seus 
cativos, ao invés de negar a informação e deixá-los no escuro ele faz o oposto, o ilumina com 
a luz brilhante da informação constante, o resultado é o mesmo, a cegueira, pois a luz apesar 
de libertadora também cega, assim como a escuridão e com isso, abre espaço para aqueles que 
controlam as figuras refletidas nas paredes continuassem a ditar a sua visão de mundo assim, 
pois como descrito no livro escrito George Orwell, 1984, 
 “Porque se lazer e segurança fossem desfrutados por todos igualmente, a 
grande massa de seres humanos que costuma ser embrutecida pela pobreza se 
alfabetizaria e aprenderia a pensar por si; e depois que isso acontecesse, mais 
cedo ou mais tarde essa massa se daria conta de que a minoria privilegiada 
não tinha função nenhuma e acabaria com ela.” (ORWELL,1949) 
Puxando para a nossa realidade tem um filme que traduz muito bem essa premissa que é o 
Show de Truman: Um homem tem sua vida inteira filmada e transmitida ao vivo pela TV, 24 
horas por dia via satélite para todo o mundo, desde o seu nascimento. A entrevistar Christof, o 
produtor do programa á feita a seguinte pergunta: por que Truman nunca pensou até agora em 
questionar a natureza do mundo em que vive? Christof reponde dizendo que “aceitamos a 
realidade do mundo tal qual ela nos é apresentada, Truman pode ir embora quando quiser. Se 
tivesse algo mais que uma mínima ambição, se estivesse absolutamente decidido a descobrir a 
verdade, não poderíamos impedi-lo. Truman prefere a sua cela.” O Show de Truman é uma 
variação muito interessante do Mito da Caverna de Platão, mas difere da alegoria de Platão em 
que apenas um prisioneiro se liberta para abandonar as sombras da caverna e conhecer o mundo 
real, no filme há apenas um prisioneiro, e os demais atores que entram e saem dela. 
 
Referências: 
 
- PLATÃO. A Republica VII. 9º ed. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. 1949, p. 203-
205. Acesso em: 05 abr.2021. 
- ORWELL, George. 1984. Rio de Janeiro: Grupo Companhia das Letras, 1949. 328 p. 
Tradução de: Heloisa Jahn e Alexandre Hubner. 
- O SHOW DE TRUMAN. Direção: Peter Weir. Produção de Scott Rudin. Estados Unidos: 
Paramount Films, 1998.

Outros materiais