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ANEURISMAS ARTERIAIS Aula teórica – Profº Clóvis O QUE É? É uma dilatação maior de 50% de DIÂMETRO de um vaso arterial (mais comum) ou venoso (raro) de forma localizada e permanente. O tipo mais comum (80%) é na aorta abdominal infrarrenal fusiforme. NOMENCLATURA 1. Ectasia = dilatação <50%. Muito mais comum e se evoluir de tamanho torna- se um aneurismo. 2. Dissecção = criação de uma falsa luz pela separação das camadas do vaso. 3. Aneurisma rôto = é o aneurisma que rompe. 4. Pseudoaneurisma = pós trauma, infecção. Não tem a forma fusiforme. O QUE É UMA DISSECÇÃO DE AORTA? Dissecção aórtica é uma emergência médica em que a camada interna do vaso sanguíneo principal que se ramifica do coração (aorta) rompe. As rupturas da íntima podem ocorrer em qualquer local, no entanto, elas ocorrem mais na aorta ascendente ou na aorta descendente. A aorta tem uma fragilidade constitucional que quando o sangue entra na parede consegue facilmente dissecar ela, como se fosse uma “casca de cebola”. Pode ser excêntrica ou concêntrica. As dissecções são patologias extremamente graves, porque dependendo da localização pode romper para dentro do saco pericárdico, levando a um tamponamento cardíaco agudo, pode ocluir o tronco supra-aórtico, levando a um AVC, dentre outros. Classificação de Bakey: Tipo I – dissecção que inicia na aorta ascendente e progride até a aorta descendente ou abdominal (30%). Tipo II – dissecção limitada na aorta ascendente (20%). Tipo III – dissecção na aorta descendente que pode ou não se estender a porção subdiafragmática da aorta (50%). Classificação de Stanford: Tipo A = corresponde aos tipos I e II de Bakey. Tipo B = corresponde ao tipo III de Bakey. MORFOLOGIA DOS ANEURISMAS O aneurisma fusiforme é o mais comum. O sacular costuma ser pseudoaneurisma, mas eventualmente vemos sacular de origem aterosclerótica também LOCALIZAÇÃO DOS ANEURISMAS Infra-renal Justa-renal Para-renal: quando acomete os óstios das A. renais Supra-renal: quando passa o óstio para cima Tóraco-abdominal De todos, o mais comum é o fusiforme infra-renal. É importante sabermos a localização porque isso irá influenciar no tratamento cirúrgico INCIDÊNCIA: homens >65anos, aterosclerose em MI (claudicação é sinal importante), HF de aneurisma, histórico de aneurisma de poplítea ou femoral (isso aumenta muito a chance de aneurisma de aorta). FATORES DE RISCO Doença aterosclerótica (1,6x), sexo masculino (5x mais chance), idade>65 anos, tabagismo (5x), HAS (1,5x), histórico familiar. Com 50 anos de idade já começa a ter riscos, mas acima de 65 anos a incidência é bem maior. Mulheres tendem a desenvolver aneurisma 10 anos mais tarde do que os homens. CLÍNICA Normalmente o paciente é assintomático, é uma descoberta acidental. Eventualmente o paciente vem sintomático, apresentando compressão de estruturas adjacentes (pouco comum), microembolização distal (quando um pequeno trombo de dentro do aneurisma se desloca até o dedo do pé deixando-o cianosado = síndrome do dedo azul), trombose de aorta (raro), expansão aguda e fissuração. Quando o paciente tem sintomas do aneurisma na maioria dos casos é quando ele rompe – dor abdominal de forte intensidade, hipotensão. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é relativamente fácil de fazer. Podemos lançar mão de vários exames, como RX simples de abdome, US (ecografia), TC, RM, Aortografia. Os melhores são exame físico, US e a angiotomografia. - Em até 80% das vezes pode ser identificado no exame físico. - O aneurisma para ser palpado facilmente tem que ter pelo menos 5 cm de diâmetro, sendo quecsempre superestima o aneurisma. - Aortismo presente em muitas pessoas (pulsação no abdome) é aneurisma em 15-30% dos casos. Pulsações aórticas proeminentes AORTISMO - podem ser encontradas em pacientes magros, lordóticos e hiperdinâmicos (hipertireoidismo e hipertensão). - O aneurisma é uma massa que PULSA e EXPANDE e é POUCO MÓVEL. - Massas tumorais localizadas sobre a aorta (estômago, pâncreas) transmitem as pulsações, porém não apresentam EXPANSIBILIDADE. - Os aneurismas devem ser procurados acima do umbigo (na região do epigástrio). - As CALCIFICAÇÕES na aorta estão presentes em 70% dos casos, é possível visualizar num RX simples de abdome. - O exame que pedimos para identificar um aneurisma é a ECOGRAFIA abdominal. É um exame muito bom porque é barato, inócuo e visualiza bem. - Se forma trombo dentro do aneurisma pelo turbilhonamento dentro do aneurisma. Para formação do trombo leva meses-anos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Neoplasia de estômago, pâncreas, cólon; Cisto/pseudocisto de pâncreas; Linfadenopatia periaórtica; Sarcomas; Aortismo; Aorta tortuosa. APÓS O DIAGNÓSTICO, O QUE FAZER? O DIÂMETRO é o que define a conduta nos casos assintomáticos! Para visualizar o diâmetro necessitamos de um exame de imagem, que pode ser Ecografia, TC ou RM (arteriografia não serve porque só mostra a luz do vaso). INDICAÇÃO DE CORREÇÃO: 1. Diâmetro: mulher > 5cm homem > 5,5cm principal fator de indicação. 2. Aneurisma assintomático/inflamatório 3. Aumento progressivo de mais 0,5cm/ano 4. Presença de complicações: microembolização, compressão adjacente, fistulização, trombose, ruptura. NÃO SE CORRIGE O ANEURISMA: 1. ICC intratável; 2. AVC severo; 3. Coronariopatia com revascularização impossível; 4. Malignidade com expectativa de vida < 2anos; DRC é uma contraindicação relativa! Idade NÃO é uma contraindicação. COMO SE CORRIGE? 1. Substituição da aorta: método aberto (Charles Dubost) com colocação de prótese. Substitui uma parte da aorta. 2. Endoprótese: correção SEM dissecção. O grande problema são os vazamentos (endoleaks), eles são classificados em tipo I, II, III e IV. Como eu escolho? Levar em conta a idade e o risco cirúrgico, ou seja, quanto mais novo e menor risco cirúrgico: técnica de substituição. ROMPIMENTO DO ANEURISMA Quando rompe o aneurisma vira uma urgência médica. A ruptura é uma laceração que produz uma hemorragia interna. A história natural é crescer e romper. Por isso não devemos abandonar o paciente por menor que seja o diâmetro. O que aumenta o índice de rompimento é: HAS, DPOC, tabagismo e ser mulher. RUPTURA: tensão > resistência Tensão = pressão X raio Espessura TRÍADE DA RUPTURA: Dor súbita no local + hipotensão + massa pulsátil expansiva. 90% vão a óbito no local da ruptura, 10% chegam vivo no hospital. Se desses que chegaram vivos ao hospital não forem para a cirurgia, 100% vão a óbito, se forem para cirurgia 50% vão a óbito. De cada 100 pacientes que vão para cirurgia eletiva, 99 sobrevivem.
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