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Fábula Parasitológica

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE CIÊNCIAS E SAÚDE
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
TAINAN DE OLIVEIRA SOUSA
FÁBULA PARASITOLÓGICA
MARACANAÚ - CEARÁ
2020
A Prosa dos Protistas
Autora: Tainan de Oliveira Sousa
Durante uma reunião do comitê dos protozoários, surgiu uma discussão. Alguns
parasitos duvidavam da capacidade parasitária um do outro e isso estava causando muitos
aborrecimentos.
O senhor Trypanosoma cruzi ou para os mais chegados, T. cruzi, exclamou:
- Sou o protozoário mais forte e competente, quando quero infectar um humano eu
posso contar com a ajudinha dos meus amigos insetos, os barbeiros!
- Lá vem ele querendo se exibir. Retrucou a senhora Leishmania.
E continuou:
- Não sei pra quê esse orgulho, você não faz nada sozinho!
-Claro que me orgulho queridinha, com a ajuda dos meus companheiros posso infectar
mais pessoas rapidamente! Eles picam o rosto da pessoa infectada durante o seu soninho da
beleza. Na hora da picadinha, o barbeiro suga a minha forma tripomastigota presente no
sangue.
-Tripo… o quê?! Perguntou o senhor Plasmodium.
O Trypanosoma cruzi respondeu:
-Calminha, calminha… eu explico. Tripomastigota é a minha forma que o barbeiro
elimina em suas fezes quando pica alguém.
-Eca!! Disse o senhor Plasmodium.
-Que nojo! Acho que vou vomitar! Disse a senhora Leishmania.
-Ai...ai… Posso continuar bobinhos?! Disse o T. cruzi.
Nem parecem que são parasitas. Pensou fazendo uma expressão de negação.
-Depois de picar o rosto de alguém ainda não infectado, o barbeiro faz ali mesmo suas
necessidades. A picada faz a pessoa coçar espalhando as fezes contaminadas, isso me ajuda a
entrar na corrente sanguínea e parasitar diversas células do meu querido hospedeiro. Por isso
que meus friends são chamados de barbeiro, por que picam a região do rosto e se o hospedeiro
for homem, na região da barba. Respondeu o T. cruzi todo orgulhoso e sarcástico.
E continuou:
-E ainda digo mais, além da picada do barbeiro, ainda consigo infectar pela transfusão
de sangue e se a pessoa comer um açaí infectado ela se contamina também! Ah, já ia
esquecendo, também posso ser transmitido de mãe para filho. Os humanos chamam isso de
transmissão congênita.
Diante daquela discussão e das declarações nada modestas do senhor T. cruzi sobre
sua performance parasita, eis que um protozoário que estava quietinho se pronunciou. Ou
melhor dizendo uma protozoária. Vamos conhecer ela agora?!
-Bem senhores e senhoras, vamos acalmar os ânimos, nossa reunião está apenas
começando e ainda temos muito o que conversar sobre nossas ações parasitárias. Disse o
senhor Plasmodium, presidente do comitê protista.
E continuou:
-Agora, nossa próxima pauta é…
-Bom dia, gostaria de falar sobre minhas atuações como parasita. Falou a senhora
Giardia duodenalis.
-Sim, apresente-se. Respondeu o senhor Plasmodium.
-Primeiro, peço perdão por interrompê-lo. Meu nome é Giardia duodenalis. Faço parte
do gênero Giardia juntamente com minhas irmãs: Giardia muris e Giardia agilis. Cada uma
de nós temos os nossos hospedeiros. Eu, costumo parasitar os seres humanos, alguns outros
mamíferos, aves e répteis.
-Uauuuu! Suspiraram os outros protozoários surpresos.
-E como a senhorita faz tudo isso?! Perguntou o curioso T. cruzi, já se sentindo
ameaçado por não continuar sendo o mais competente.
-Nós temos duas formas evolutivas, o trofozoíto e o cisto. O trofozoíto provoca as
manifestações clínicas da doença e o cisto, a transmissão. Respondeu a Giardia duodenalis.
E continuou explicando:
-Nosso ciclo biológico inicia quando o hospedeiro ingere água ou alimentos que
estejam contaminados com os cistos. Os cistos, conseguem sobreviver por vários meses em
água fria. No intestino do hospedeiro, cada cisto produz dois trofozoítos, que irão se
multiplicar por fissão binária longitudinal e vão se manter no lúmen do intestino delgado.
Nessa região, eles podem ter vida livre ou ligada a mucosa. Os cistos são bastante encontrados
nas fezes não diarréicas do hospedeiro e podem ser transmitidos para outras pessoas ou
animais.
-Então vocês realizam o ciclo parasitário apenas em um único hospedeiro? Indagou o
T. cruzi.
-Sim, nosso ciclo é realizado apenas em um único hospedeiro, também definido como
monoxeno. Respondeu a Giardia duodenalis.
Parece que você não é o protozoário mais eficiente T. cruzi. Debochou a senhora
Leishmania.
E o T. cruzi ficou desapontado, mas concordou que o ciclo parasitário da Giardia é
mais prático, pois não necessita de vários hospedeiros.
Fim.
Moral da História: Não se ache superior a ninguém. Todos temos nossas qualidades e
limitações, mas isso não significa que somos melhores ou piores que os outros.
REFERÊNCIAS
PANTOJA, L. D. M.; PAIXÃO, G. C.; BRITO, E. H. S. de.; MOURÃO, C. I. Princípios de
Parasitologia. 2. ed. Fortaleza: EdUECE, 2015.

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