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RESUMO LEISHIMANIOSE LTA LV

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LEISHIMANIOSE 
 
 
 TAYANE SANSCHRI 2021.2 
 
 
As leishimanioses são 
doenças infecto-parasitárias que 
acometem o homem, causadas por 
várias espécies de protozoários do 
gênero Leishimania, com um ciclo 
de vida digenético (heteroxênico), 
vivendo alternadamente em 
hospedeiros vertebrados e insetos 
vetores, estes últimos sendo 
responsáveis pela transmissão dos 
parasitas de um mamífero a outro. 
A doença pode apresentar 
diferentes formas clínicas, 
dependendo da espécie de 
Leishimania envolvida e da relação 
do parasita com seu hospedeiro. 
Nos hospedeiros mamíferos, 
representados na natureza por 
várias ordens e espécies, os 
parasitas assumem a forma 
amastigota, arredondada e imóvel, 
que se multiplica, obrigatoriamente, 
dentro de células do sistema 
monocítico fagocitário. À medida 
que as formas amastigotas vão se 
multiplicando, os macrófagos se 
 
 
 
rompem liberando parasitas que são 
fagocitados por outros macrófagos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todas as espécies do gênero 
são transmitidas pela picada de 
fêmeas infectadas de dípteros da 
subfamília Phlebotominae, 
pertencentes aos gêneros 
Lutzomyia – no Novo Mundo, e 
Phlebotomus – no Velho Mundo. 
Nos flebotomíneos as leishimânias 
vivem no meio extracelular, na luz 
do trato digestivo. Ali, as formas 
amastigotas, ingeridas durante o 
repasto sanguíneo, se diferenciam 
em formas flageladas, morfológica e 
bioquimicamente distintas das 
amastigotas, sendo posteriormente 
inoculadas na pele dos mamíferos 
durante a picada. 
 
 
 
 LEISHIMANIOSE 
 
 
 TAYANE SANSCHRI 2021.2 
LEISHIMANIOSE TEGUMENTAR 
AMERICANA 
 
A Leishmaniose Tegumentar 
Americana (LTA) trata-se de uma 
doença causada pelos protozoários 
do gênero Leishimania, transmitida 
ao homem pela picada de 
mosquitos flebotomíneos (Ordem 
Diptera; Família Psychodidae; Sub-
Família Phlebotominae). Essa 
doença acompanha o homem desde 
tempos remotos tem apresentado, 
nos últimos anos um aumento do 
número de casos e ampliação de 
sua ocorrência geográfica, sendo 
encontrada atualmente em todos 
os Estados brasileiros, sob 
diferentes perfis epidemiológicos, 
sendo a sua maior parte nas regiões 
Nordeste e Norte do Brasil. 
A LTA é uma doença não 
contagiosa, de evolução crônica, 
que acomete as estruturas da pele e 
cartilaginosas da nasofaringe, de 
forma localizada ou difusa, causada 
por várias espécies de protozoários 
digenéticos.Causam primariamente 
infecções de caráter zoonótico, 
 
 
acometendo o homem e seus 
animais domesticados de maneira 
secundária. 
A Leishimaniose tegumentar 
é classificada de acordo com a suaa 
espécia: 
- Leishimaniose mucosa (L. 
brasiliensis), 
- Leishimania cutânea (l. 
brasiliensis, amazonenses e 
guyanensis), 
- Leishimaniose cutânea 
difusa (L. amazonenses). 
 
LEISHIMANIA VISCERAL 
 
Era uma zoonose 
caracterizada como doença de 
caráter eminentemente rural, mas, 
ela se expandiu para as áreas 
urbanas de médio e grande porte e 
se tornou crescente problema de 
saúde pública no país e em outras 
áreas do continente americano, 
sendo uma endemia em grande 
expansão geográfica. 
A Leishimaniose visceral (LV) 
é uma doença sistêmica, 
caracterizada por febre de longa 
 
 
 LEISHIMANIOSE 
 
 
 TAYANE SANSCHRI 2021.2 
 
duração, perda de peso, astenia, 
adinamia e anemia, dentre outras 
manifestações. Quando não tratada, 
pode evoluir para óbito em mais de 
90% dos casos. A LV é causada por 
um protozoário da espécie 
Leishimania infantum. O ciclo 
evolutivo apresenta duas formas: 
amastigota, que é obrigatoriamente 
parasita intracelular em mamíferos e 
promastigota, presente no tubo 
digestivo do inseto transmissor. É 
conhecida como calazar, 
esplenomegalia tropical e febre 
dundun. 
Os sinais e sintomas 
comumente apresentados pelos 
pacientes apresentam anemia, 
leucopenia, hipergamaglobulemia, 
hepatomegalia, hemorragias, 
linfadenopatia, emagrecimento, 
cansaço. 
A LV é prevalente em nosso 
meio, inclusive, na Bahia, que 
ocorre em adultos e 
especificamente em crianças, tendo 
um diagnóstico diferencial e muito 
importante para pancitopenias 
(diminuição das 3 linhagens de 
 
células sanguíneas, manifestando-
se com sintomas resultantes de 
anemia, leucopenia e 
tromboccitopenia). 
 
AGENTE ETIOLÓGICO 
 
Causada por um protozoário 
eucariótico unicelular e intracelular 
obrigatório do gênero Leishimania, 
com duas formas principais: uma 
flagelada ou promastigota, 
encontrada no tubo digestivo do 
inseto vetor, e outra aflagelada ou 
amastigota, observada nos tecidos 
dos hospedeiros vertebrados. 
Sendo o tecido alvo o sistema 
retículo endotelial (tecido do sistema 
imune: lifonodos, baço e fígado) 
 
RESERVATÓRIOS 
 
Cães, raposas e marsupiais, 
com destaque para raposas e cães 
que é os animais que o mosquito 
costuma picar e se contaminar com 
a fase promastigota do protozoário. 
 
TRANSMISSÂO 
 
 
 LEISHIMANIOSE 
 
 
 TAYANE SANSCHRI 2021.2 
 
O protozoário é transmitido 
pelo vetor Flebotomínio/Lutzymia, o 
nosso meio é mais o Lutzymia, 
especificamente, pelo mosquito 
palito. Divide-se em 2 fases: 
 
- A fase extracelular que é o 
promastigota flagelado, que é o que 
está no vetor. 
- A fase intracelular que é o 
amastigota não flagelado, que é o o 
que está na célula humana. 
 
RELAÇÃO HOSPEDEIRO - 
PARASITA 
 
Na infecção por Leishmania a 
multiplicação dos parasitos dentro 
dos macrófagos depende de 
mecanismos imune regulatórios, 
como a capacidade da célula de 
prevenir a apoptose, estimular o 
complexo maior de 
histocompatibilidade classe II, 
modular a expressão de citocinas 
do próprio macrófago e sua ação 
sobre os linfócitos T. 
Assim, na modulação da 
resposta imune, os macrófagos 
 
parasitados e outras células 
apresentadoras de antígeno 
apresentam antígenos de 
Leishimania aos linfócitos T do tipo 
CD4+. Estes linfócitos são 
estimulados a produzir interleucinas 
e dependendo do perfil estimulado, 
ocorre o desenvolvimento de duas 
subpopulações de linfócito TH (T 
helper): Th1 secreta grande 
quantidade de TNF-y (Fator de 
necrose Tumoral gama) associado a 
produção de citocinas pró-
inflamatórias, enquanto que o Th2 
produz grande quantidade de IL-4 
associada às citocinas promotoras 
da produção de anticorpos 
produzidos por linfócitos B. 
− A leishmaniose visceral é 
caracterizada pela incapacidade do 
macrófago em destruir as 
amastigotas. Nos doentes, tem sido 
observada, nos estudos, que há a 
produção de níveis elevados de IL-
10 que em sinergismo com IL-4 é 
fundamental para a progressão da 
doença, desde que ambas sejam 
capazes de inibir: 
 
 
 
 LEISHIMANIOSE 
 
 
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- a ativação de macrófagos 
pelo INF-y produzido pelas células 
TCD4+; 
- a transcrição do TNF-a; 
- a produção de peróxido de 
hidrogênio.DIAGNÓSTICO: FASES DA 
DOENÇA 
 
1. Fase inicial – 
apresenta febre associada a 
esplenomegalia 
Febre < 4 semanas, o 
indivíduo apresentando palidez 
cutaneomucosa e 
hepatoesplenomegalia, 
principalmente a esplenomegalia 
Exames: 
-Anemia (hemoglobina em 
torno de 9) 
-Leucócitos e plaquetas com 
pouca alteração ou alteração 
discreta 
-VHS (velocidade de 
sedimentação das hemácias) acima 
de 50 
 
 
-Proteínas totais podem 
apresentar-se alterada 
Sorologias 
imunoflorescência ou ELISA 
reativas, mas o teste de Montenegro 
(TM) negativo, pois é um teste 
utilizado para o diagnóstico de 
leishmaniose tegumentar 
(mucocutânea). 
Biópsia da Médula Óssea e 
do baço apresentam a forma 
amastigotas (são vista), 
considerado como o teste padrão 
ouro para diagnóstico de 
leishmaniose, pois se enxerga o 
parasito. 
2. Fase de estado - pode-
se dizer que a doença está se 
“cronificando”, na verdade quando 
não se trata, a doença vai 
evoluindo. 
Período de febre irregular 
A criança começa a 
apresentar perda de peso 
progressiva (desnutrida), palidez 
mais evidente, aumento da 
hepatoesplenomegalia 
 
 
 
 
 LEISHIMANIOSE 
 
 
 TAYANE SANSCHRI 2021.2 
 
Quadro mais arrastado, de 
cerca 2 meses, com 
comprometimento. 
No histórico da doença a mãe 
vai relatar que a criança está mais 
cansada, indisposta, mais pálida e 
desnutrida. 
Nesse momento, no exame 
de análise bioquímica vai 
apresentar anemia, leucopenia além 
de trombosetopenia - a tríade da 
pancetopenia, é um dos 
diagnósticos diferencias, pois 
geralmente a criança acometida por 
leishmaniose apresenta este quadro 
nesta fase de estado. 
Ocorre, também, aumento do 
TGO, TGP, bilirrubinas 
E sorologias da fase inicial: a 
imunoflorescência ou ELISA 
reativas, mas o teste de Montenegro 
(TM) negativo e as biópsias da 
Médula Óssea e do baço que se 
encontra o parasito. 
 
3. Fase terminal - É a 
fase da febre contínua 
 
 
 
Comprometimento do estado 
geral; 
Desnutrição; 
Edema; 
Hemorragia; 
Icterícia 
Ascite 
A criança apresenta um 
quadro de insuficiência hepática, 
podemos dizer que um quadro de 
hepatite evoluindo para cirrose. E, 
tende a se complicar, ainda mais, 
por conta das doenças oportunistas 
como: otite média, pneumonia, ITU 
(infecção do trato urinário), 
piodermites, porque o paciente está 
tendo uma leucopenia importante, 
agora, e uma trombosetopenia 
importante que se reflete em 
hemorragias, como a hemorragia 
digestiva, gengivorragias que é a 
mais comum de ocorrer, como a 
epistaxe (sangramento nasal). 
É obvio que para confirmação 
da doença deve-se lançar de 
exames para a confirmação 
diagnóstica, mas, numa área muito 
endêmica é preconizado, inclusive 
 
 
 
 LEISHIMANIOSE 
 
 
 TAYANE SANSCHRI 2021.2 
 
na Bahia, que uma criança com 
febre associada a esplenomegalia 
deve-se considerar como 
leishmaniose até que seja 
confirmado ou descartado essa 
suspeita. Nessa situação é 
considerado caso suspeito. 
O caso é confirmado requer o 
diagnóstico laboratorial associado a 
clínica, nesse caso, encontra-se, 
como mencionado, os parasitas nos 
exames de biópsia (MO e baço) a 
titulação de Montenegro vai dar 
positivo (1:80), e os testes rápidos 
como: imunoflorescência ou teste 
de ELISA vão dar reagentes; sendo 
casos confirmados que requer a 
notificação compulsória. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Diagnóstico direto 
 
É visto as formas 
amaastigotas 
- Cultura 
- Citologia 
- Histologia 
 
 
Moleculares 
 
- PCR 
- Real Time PCR – permite 
quantificar a quantidade de 
parasitas 
 
Diagnóstico Indireto 
 
-DTH –reação de Montenegro 
(hipersensibilidade tardia do tipo 4, 
incoluação intradérmica – 
observação em 48h, usada L. 
 
cutânea e resposta imune celular 
ativa) 
- ELISA 
- RIFI 
-Imunosoistoquimica 
-Imucromatografia 
Quanto o diagnóstico 
imunológico, já citados, não se 
encontra o parasita, apenas a 
positividade as sorologias para 
leishmaniose, no caso de 
imunofluorescência Indireta (IFI); 
ensaio imunoenzimático (ELISA). 
E o diagnóstico 
Parasitológico consegue-se vê o 
 
 
 LEISHIMANIOSE 
 
 
 TAYANE SANSCHRI 2021.2 
 
parasita, como os: pulsão 
Espiratória Esplénica; Biópsia da 
Médula Óssea e Hepática; 
Aspiração de Lifonodos. 
 
TRATAMENTO 
 
No Brasil, o tratamento é com 
o antimônio pentovalente 
(antiomiato de meglumina) que 
pode ser administrado 
ambulatorialmente, mas pode ser 
usado intrahospitalar e o 
stibogluconato de sódio e o 
antimoniato-N-metil. 
Como alternativa tem-se o 
anfotericina B que é uma droga 
mais potente para o tratamento, 
tendo: dexocicolato de Anfotericina 
B e Anfotericina B lipossomal (para 
gestantes, > 50 anos, pacientes 
com insuficiência renal, cardíaca e 
hepática, transplantados, 
contraindicações, toxidades ou 
refratariedade, casos graves ou 
acima de 20 lesões), mas são 
caros, desta forma, não são 
amplamente disponíveis, são 
usados após contra indicações, 
 
falhas ou efeitos adversos do 
antimônio pentavalente, 
principalmente em contraindicações. 
Nesse sentido, há todo um 
protocolo para ser disponibilizado 
pelo SUS para o paciente usá-lo. 
A administração do antimônio 
pentavalente deve ser de 20mg de 
5b, intravenoso ou intramuscular, 
com de no mínimo 20 dias e no 
máximo 40 dias. A partir do 20º dia 
melhora clínica pode ser indicativo 
de alta e suspensão da medicação, 
levando em conta a remissão da 
hepatoesplenomegalia, por 
exemplo, que não se resolve rápido, 
mas desaparece febre há remissão 
do tamanho do fígado e baço que 
são parâmetros de respostas do 
tratamento, porém em estados 
avançados não se observa 
respostas em 20 dias, estendendo-
se nesses casos para 30 dias, que é 
a média de tratamento. 
Miltefosina foi inicialmente 
escolhida para casos de L. visceral 
canina, em alguns estudos de 
grupos específicos, causados para 
algumas espécies de leishimania, 
 
 
 LEISHIMANIOSE 
 
 
 TAYANE SANSCHRI 2021.2 
 
porém crianças com menos de 30 
kg pode usar, por via oral, contudo, 
ainda não há estudos que traga 
esse uso de fato. 
 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO 
 
- Evitar exposições durante o 
crepúsculo; 
- Uso de inseticidas, 
repelentes. 
-Uso de telas; 
 
-Manejos ambientais; 
-Atividades de educação em 
saúde. 
Além disso, essas medidas 
devem ser feitas com os cães como 
uso de inseticidas, coleiras, telas de 
proteção.

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