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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais Texto do Filme “Beasts of no Nation” Beasts of no Nation, é o primeiro longa de ficção produzido pela empresa Netflix a ser lançado comercialmente nos cinemas norte-americanos. O filme narra a história de Agu, uma criança de um país africano, que passa por inúmeras transformações psicológicas, físicas e sociais ao enxergar o seu cotidiano alterado por um golpe militar que leva a uma eventual guerra civil. Como consequência, a maioria da população foi violentada por muitos militares e as cidades completamente destruídas. O filme não se trata de um país específico da África e também não determina o conflito, o que leva o telespectador não se prender a fatos históricos específicos e transmitir a mensagem que inúmeras situações como essa ocorrem em diversas partes do continente. A narrativa é pesada e triste por mostrar a perda da infância e inocência de uma criança para o estado de crueldade a que chegam os seres humanos quando submetidos a uma situação de violência e guerra. O que mais emociona do decorrer das cenas são os pensamentos e o ponto de vista do menino, que conversa com Deus, com sua mãe, com o mundo, tentando entender como é que chegou até ali e o que significa toda a violência. No início do filme, Agu diverte-se e brinca com outras crianças, tenta vender a moldura de uma televisão, em que diz ser uma “TV da imaginação”, recebe o carinho da mãe, uma bronca do pai, brinca com o irmão mais velho, vai à igreja com a família, enfim vive a sua infância. Entretanto, a guerra chega em seu vilarejo e os seus habitantes são brutalmente caçados e executados. Agu consegue fugir para a selva e passa a fazer parte de um grupo de resistência local sob o comando de um guerrilheiro mercenário. A partir desse momento, ele passa por muitas transformações até ser um jovem guerrilheiro que perde seus sonhos, sua inocência e a esperança de uma vida melhor. Agu passa a ser uma criança-soldado. Criança-soldado é qualquer criança, menor de 18 anos recrutada de forma compulsória, forçada ou voluntária ou de algum modo usada em hostilidades por forças armadas, paramilitares, unidades de defesa civil ou outros grupos armados. No filme, essas crianças são usadas como combatentes e para fins sexuais também. As lições do pai na escola são substituídas por um treinamento de guerrilha na mata; o convívio com o irmão mais velho dá lugar à relação de estranhamento inicial com outros soldados; as conversas ao redor da mesa de jantar e as brincadeiras inofensivas na rua deixam de existir, com seu espaço sendo preenchido pelo uso coletivo de drogas psicotrópicas para anestesiar todos os momentos de horror que os cercam. O filme explora ao máximo a violência e a brutalidade, e revela a necessidade de amadurecimento forçado do menino durante o conflito da trama. O Comandante é um homem cruel e impiedoso, em uma cena, ele força Agu à matar um homem com um cutelo. Projeto “Cinema e ensino de história” Disciplina: História Turma: 3º ano Administração Aluno(a): Ana Flávia Norberto Umbelino Data de Entrega: 29/06/2020 Professora: Luciane Silva de Almeida flavi Retângulo flavi Retângulo No meio de tanta violência e maus-tratos, Agu faz amizade com Strika, uma criança que vira seu companheiro nos momentos de dor. Vidas passam a não valer absolutamente nada, e as atrocidades são movidas para garantir interesses políticos e econômicos. No aspecto da transformação interna de Agu, sua reação à violência possui diferentes formas de enxergar, partindo da aversão à entrega, mas preserva sempre alguma humanidade, mesmo que pela reação física de vomitar após cada novo assassinato. No entanto, no final do filme, o batalhão sofre pesadas perdas, ataques aéreos e escassez de suprimentos matam muitos dos soldados. O restante membros do batalhão se refugiam em uma mina de ouro por vários meses, a munição se esgota, deixando o grupo sem nenhuma maneira de se defender das forças inimigas que invadem. Agu e os guerrilheiros partem do local, deixando o Comandante furioso e sozinho. Pouco tempo depois, eles são detidos pelas tropas da ONU. Os membros mais jovens do batalhão são enviados para uma escola missionária em uma parte segura do país. Agu fica longe das outras crianças, que jogam jogos e desfrutar do conforto e segurança da escola. Agu é atormentado pelo que aconteceu, e tem pesadelos sobre ele. Segundo as Nações Unidas, milhares de meninos e meninas são combatentes em mais de 20 países. No Afeganistão, as crianças são recrutadas por forças nacionais e em casos extremos, usadas como homens-bomba. Em alguns territórios da Síria e do Iraque controlados pelo Isil, crianças de pelo menos 12 anos passam por treinamento militar e também são utilizadas para carregar bombas em ataques suicidas. Na República Centro- Africana, onde a violência sectária continua sendo um problema, meninos e meninas de oito anos de idade são recrutados para o combate por todos os lados em conflito. Já na República Democrática do Congo, os meninos são enviados para o campo de batalha, enquanto as meninas são usadas como escravas sexuais. No Sudão do Sul, foram alistadas milhares de crianças-soldado. A narrativa apenas retrata a situação em que muitas crianças estão vivenciando nos dias atuais. No continente africano há muitas crianças que no lugar de serem alfabetizadas no âmbito escolar, passam por treinamento militar, violência e uso de armas. Ao invés de estudarem, os jovens ficam à mercê de grupos envolvidos em um conflito nacional, que recrutam menores de idade. Seja de forma voluntária ou à força. A convocação é proibida, mas isso importa pouco em uma região onde impera a lei da violência. Atualmente, muitas instituições humanitárias trabalham para resgatar a infância perdida, enquanto tentam fazer valer o básico dos direitos humanos. As crianças que sobrevivem a essas dolorosas experiências carregam danos emocionais e físicos, que na maioria das vezes são irreparáveis.
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