Buscar

AULA 2 - FONTES DO DIREITO PROCESSUAL BRASILEIRO, HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO PROCESSO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teoria Geral do Processo – Aula 1 
AULA 2: FONTES DO DIREITO 
PROCESSUAL BRASILEIRO. 
COMPARAÇÃO VERTICAL E 
HORIZONTAL NO DIREITO 
PROCESSUAL. HISTÓRIA E 
EVOLUÇÃO DO PROCESSO: 
JUÍZES, PEGISLADORES E 
PROFESSORES 
 
Ideia-chave: Processo é cultura e 
cultura é poder, ideologia e sociedade. 
 
NORMA JURÍDICA PROCESSUAL 
A norma jurídica processual é aquela de 
cuja incidência resulta um fato jurídico 
processual; seu consequente normativo se 
direciona a estruturar um procedimento, 
atual ou futuro, ou algum de seus atos ou, 
ainda, a criar, alterar ou extinguir 
situações jurídicas processuais (Fredie 
Didier jr.) 
De acordo com o artigo 22, inciso I da 
Constituição Federal de 1988, compete 
privativamente à União legislar sobre o 
Direito Processual. Isso revolucionou o 
Direito Processual brasileiro, uma vez que, 
no passado, cada Estado poderia criar suas 
próprias normas processuais. 
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL 
CONCEITO 
 
Por conta da aplicação dinâmica do Direito 
Processual aos casos concretos, existem 
diversas lacunas deixadas por ausência de 
previsão expressa de situações práticas no 
Código de Processo Civil. Por isso existem 
várias fontes de direito processual; para 
que seja possível suprir essas lacunas e 
aplicar o Direito Processual de forma 
adequada. 
São elas: 
 
 Constituição Federal: Estabelecerá 
as principais disposições a respeito 
de princípios e regras gerais que 
deverão ser seguidos nas relações 
processuais. Fornece regramentos 
para reger o direito probatório, a 
previsão dos princípios processuais, 
tutelas alternativas de direitos 
As fontes do Direito são os meios de produção 
ou expressão da norma. Dessa forma, as 
fontes do Direito Processual Civil informam as 
bases pelas quais as normas de Processo 
Civil são formuladas e auxiliam não apenas 
nas interpretações das normas formais, mas 
também nas hipóteses de lacunas da lei. 
Teoria Geral do Processo – Aula 1 
fundamentais, assistência jurídica, 
entre outros. 
 Tratados internacionais: São 
incorporados ao direito interno após 
sua aprovação por decreto 
legislativo no Congresso Nacional e 
promulgação por decreto do Poder 
Executivo, tendo força de Lei 
Ordinária. Vários deles dispõem 
sobre Direito Processual, por 
exemplo, em matérias de garantias 
fundamentais e suas respectivas 
tutelas, procedimento em relação a 
sentenças estrangeiras e cartas 
rogatórias. 
 Lei Complementar: A Constituição 
Federal prevê os casos que deverão 
ser regulamentados por Lei 
Complementar, sendo três os 
referentes à matéria processual: o 
Estatuto da Magistratura, 
organização e competência da 
Justiça Eleitoral e as normas sobre 
o direito processual do Código 
Tributário Nacional. 
 Lei Ordinária: É a grande fonte 
formal do Direito Processual. O 
próprio Código de Processo Civil se 
encaixa nessa espécie legislativa. 
 Leis de organização judiciária, 
resoluções e regimentos internos 
dos tribunais: Nessa espécie de 
fonte de direito processual, o objeto 
principal é a competência. A 
competência, conforme será 
estudado, refere-se ao conjunto de 
regras que organiza a distribuição 
dos processos entre os diversos 
órgãos jurisdicionais. 
 Convenções Processuais: As 
partes podem convencionar 
previamente acerca do método de 
resolução de um conflito que possa 
vir a surgir no decorrer de 
determinada relação estabelecida 
entre elas. As convenções 
processuais caracterizam 
instrumento de gestão do processo e 
disposição de direito processual ou 
procedimental, antes ou após o 
surgimento do litígio. 
 Equidade 
 Precedentes: O precedente é uma 
decisão judicial tomada que poderá 
servir como diretriz para o 
julgamento de casos concretos 
posteriores. 
 
RELAÇÃO ENTRE DIREITO MATERIAL 
E DIREITO PROCESSUAL 
 
Teoria Geral do Processo – Aula 1 
DIREITO MATERIAL: São os bens jurídicos 
que são tutelados por uma pessoa. 
DIREITO PROCESSUAL: Um conjunto de 
normas e princípios que regulamentam a 
melhor forma para a aplicação do direito 
material. 
Todo processo traz a afirmação de ao 
menos uma situação jurídica carecedora 
de tutela jurisdicional. Essa situação 
jurídica afirmada pode ser chamada de 
direito material processualizado ou 
simplesmente de direito material. 
Nesse sentido, o processo deve ser 
compreendido, estudado e estruturado 
tendo em vista a situação jurídica material 
para a qual serve de instrumento de tutela. 
É uma abordagem instrumentalista do 
processo, cuja principal virtude é 
estabelecer a ponte entre o direito 
processual e o direito material, em uma 
relação circular. 
 
 A NORMA PROCESSUAL NO TEMPO 
 
Esse artigo ressalta que a aplicação 
imediata da norma processual nos 
processos em curso, mas deve respeitar 
os atos processuais praticados e as 
situações jurídicas consolidadas sob a 
vigência da norma revogada. Cada ato 
jurídico do processo é um ato protegido 
pelo ordenamento jurídico. 
Lei nova não pode atingir o ato jurídico 
perfeito. Isso se encaixa no princípio 
tempus regit actum. 
 
 A NORMA PROCESSUAL NO ESPAÇO 
O princípio da territorialidade define que a 
lei processual brasileira apenas se aplica 
nos processos realizados no espaço 
O processo serve ao direito material, mas 
para que lhe sirva é necessário que seja 
servido por ele. Essa premissa é a principal 
formulada pela Teoria Circula dos Planos. Ao 
processo cabe a realização dos projetos do 
direito material, em uma relação de 
complementaridade que se assemelha 
àquelas que se estabelece entre o engenheiro 
e o arquiteto. 
Art. 14, CPC: A norma processual não 
retroagirá e será aplicável imediatamente 
aos processos em curso, respeitados os atos 
processuais praticados e as situações 
jurídicas consolidadas sob a vigência da 
norma revogada. 
Teoria Geral do Processo – Aula 1 
territorial do Brasil, conforme o artigo 
abaixo: 
 
O princípio também estabelece que a 
Jurisdição e o Poder Soberano do Estado 
não podem ser regulados por lei 
estrangeira, o que exclui a possibilidade de 
aplicação das normas processuais 
estrangeiras diretamente pelo juiz 
nacional. 
Observe esse outro dispositivo do 
CPC/2015: 
 
 
 PROCESSO E CULTURA 
O Processo como Fenômeno 
Cultural 
Se no processo se faz sentir à vontade o 
pensamento do grupo, expressos em 
hábitos e normas de comportamento, então 
não se pode recusar a esta atividade 
variada e multiforme o caráter de fato 
cultura. 
No processo se reflete toda uma cultura, 
considerada como o conjunto de vivências 
de ordem espiritual e material, que 
singularizam determinada época de uma 
sociedade. Costumes religiosos, princípios 
éticos, hábitos sociais e políticos, grau de 
evolução científica, expressão do indivíduo 
na comunidade, tudo isto, enfim, que define 
a cultura e a civilização de um povo, há de 
retratar-se no processo, em formas, ritos 
e juízos correspondentes. 
O CPC/2015 é considerado uma virada 
cultural. Há a intenção de modificar um 
sistema caótico que privilegia a litigância 
frívola e a litigância processual pelo 
processo para um sistema que busque ser 
mais organizado, mais ordenado e que 
estimule a autocomposição e o sistema de 
precedentes normativos formalmente 
vinculantes. 
 
ART 1O, CPC: O processo civil será ordenado, 
disciplinado e interpretado conforme os 
valores e as normas fundamentais 
estabelecidos na Constituição da República 
Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
ART 1.211, CPC: Este Código regerá o processo 
civil em todo o território brasileiro. Ao entrar 
em vigor, suas disposições aplicar-se-ão 
desde logo aos processos pendentes. 
Teoria Geral do Processo – Aula 1 
 CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO 
PROCESSO CIVIL 
 
O direito constitucional regula a formação 
das normas e é dele que todas as normas 
adquirem a sua juridicidade. Também 
regula as posiçõesdas pessoas individuais 
e as posições coletivas decorrentes das 
relações dos grupos sociais e dos Poderes 
Públicos com indivíduos e sociedade. 
Com o processo de constitucionalização, a 
Constituição passou a ser entendida como 
um direito superior, vinculativo inclusive 
para o legislador. 
 
 O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DO 
ESPÍRITO SANTO 
Durante um pequeno período de tempo 
permitiu-se aos Estados legislar sobre 
matéria processual, fato que propiciou a 
edificação de algumas legislações 
processuais codificadas de cunho estadual. 
O CPC do Espírito Santo é marcado por 
situação peculiar, pois a pesquisa sobre o 
assunto revela a existência de pelo menos 
três corpos legislativos distintos. 
 O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 
1939 
Após a Constituição de 1934 reservou-se 
apenas ao legislador federal a competência 
para legislar sobre direito processual, 
postura ratificada pela Constituição 
seguinte. Por isso, por meio de decreto, foi 
instituído o primeiro CPC no Brasil, 
uniformizando a legislação processual. 
 
 O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 
1973 
Durante a primeira metade do Regime 
Militar foi promulgado um novo Código de 
Processo Civil, substituindo a codificação 
anterior. 
Em sua redação original, o Código está 
arraigado dos princípios do liberalismo, 
preso a uma concepção pouco social, não 
mostrando preocupação de calibre com o 
acesso à justiça e, com raras exceções, 
opta por uma trilha em que o formalismo é 
colocado como farol de iluminação. 
Assim, ainda que com méritos técnicos e de 
qualidade superior ao texto anterior, o 
Código de 73 não foi capaz de oferecer à 
sociedade em plenitude os instrumentos de 
Teoria Geral do Processo – Aula 1 
acesso à justiça. Em verdade, a ausência de 
preocupação social percebida na 
codificação impediu que o avanço da 
doutrina e da jurisprudência ocorresse 
naquele momento de forma mais rápida em 
relação às práticas ligadas ao que se 
denomina “as novas tendências no 
processo civil”. 
 
 O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 
2015 
A principal crítica que traduz o CPC/1973 é 
a falta de celeridade e por baixa eficiência, 
seja por questões burocráticas, seja por 
excesso de recursos. Por isso, na tentativa 
de desafogar o judiciário, ocorreram 
alterações processuais durante a 
formação do Novo CPC. 
Algumas inovações foram inseridas: 
 
1. Audiências de conciliação e 
mediação passam a ter um destaque 
maior, no sentido de tentar resolver 
conflitos mais rápidos, por meio da 
criação de um corpo de 
conciliadores e mediadores sem a 
necessidade do juiz. 
2. Processos passam a correr por 
ordem cronológica, na medida em 
que forem chegando à vara ou 
tribunal; 
3. Reduz a possibilidade de recursos; 
4. Juízes e tribunais deverão seguir 
decisões já pacificadas pelo plenário 
do STF em matéria constitucional e 
da Corte Especial e seções do STJ, 
todavia, caso ainda não houver 
decisão dos Tribunais Superiores, a 
primeira instância necessariamente 
deverá acompanhar as decisões já 
pacificadas pelos Tribunais de 
segunda instância. 
 
Teoria Geral do Processo – Aula 1 
 REFERÊNCIAS 
Processo e Ideologia – Ovídio Araújo 
Baptista da Silva 
Breve história do direito processual 
civil brasileiro: das Ordenações até a 
derrocada do CPC de 1973 – Rodrigo 
Mazzei 
O Estado da Questão: o Histórico 
Constitucional do Processo Civil 
Basileiro e a Conformação do Processo 
Civil Atual – Mauro Cappelleti 
Apontamento sobre a ciência 
processual civil – Miguel Teixeira de 
Sousa 
Curso de Direito Processual Civil – 
Fredie Didier Jr.

Outros materiais