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Resumo sobre Hanseníase - com links de referência -

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@meajudajo 
 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
Agente etiológico 
 
 
 
 
 Descrição 
 
 Doença crônica, infectocontagiosa, causada por um 
bacilo capaz de infectar grande número de indivíduos 
(alta infectividade), embora poucos adoeçam (baixa 
patogenicidade). 
 Essas propriedades não 
ocorrem em função apenas das características 
intrínsecas do agente etiológico, mas dependem, 
sobretudo, 
da relação com o hospedeiro e o grau de 
endemicidade do meio, entre outros aspectos. 
 A hanseníase parece ser uma das mais antigas 
doenças que acomete o homem. 
 Outrora motivo de 
estigma e exclusão, há mais de 20 anos, a doença tem 
tratamento capaz de curar a totalidade dos casos. 
 
 
 AGENTE ETIOLÓGICO 
 O Mycobacterium leprae é um parasita intracelular 
bacilo álcool-ácido resistente. 
 É a única espécie de 
micobactéria que infecta nervos periféricos, 
especificamente as células de Schwann. 
 Este bacilo não cresce 
em meios de cultura artificiais, ou seja, não é 
cultivável in vitro. 
 O alto potencial incapacitante da hanseníase está 
diretamente relacionado ao poder imunogênico do 
M. leprae. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESERVATÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 O homem é reconhecido como a única fonte de 
infecção, embora tenham sido identificados animais 
naturalmente infectados – tatu, macaco mangabei e 
chimpanzé. 
 Os doentes com muitos bacilos (multibacilares– MB) 
sem tratamento – hanseníase virchowiana e 
hanseníase dimorfa – são capazes de eliminar grande 
quantidade de bacilos para o meio exterior (carga 
bacilar de cerca de 10 milhões de bacilos presentes 
na mucosa nasal). 
MODO DE TRANSMISSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
A transmissão se dá pela via respiratória, com a 
eliminação de bacilos por um indivíduo doente (com a 
forma multibacilar), por intermédio das secreções 
respiratórias. 
 Estima-se que 90% 
da população tenha defesa natural que confere 
imunidade contra o M. leprae, e sabe-se que a 
suscetibilidade ao 
bacilo tem influência genética. Assim, familiares de 
pessoas com hanseníase possuem chances maiores de 
adoecer. 
 
 A principal via de eliminação do bacilo pelo doente 
e a mais provável via de entrada deste no organismo 
Mycobacterium 
Leprae 
Hanseníase 
@meajudajo 
 
são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e 
orofaringe), por meio de contato próximo e 
prolongado, 
muito frequente na convivência domiciliar. 
 
 Por isso, o domicílio é apontado como importante 
espaço de 
transmissão da doença. 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
 
Dura em média de 2 a 7 anos, não obstante haja 
referências a períodos mais curtos, de 7 meses, como 
também mais longos, de 10 anos. 
 
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE 
 Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) 
– não são considerados importantes como fonte 
de transmissão da doença devido à baixa carga 
bacilar. 
 As pessoas doentes com a forma MULTIBACILAR 
permanecem como fonte de infecção enquanto o 
tratamento específico não for iniciado. 
SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE 
 Há uma forma de alta resistência à infecção pelo 
bacilo – a hanseníase tuberculoide –, na qual há 
manifestações em relação à exacerbação da resposta 
imunocelular, com limitação de lesões, formação de 
granuloma bem definido e destruição completa dos 
bacilos. 
 Também pode ocorrer a forma de alta suscetibilidade 
– hanseníase virchowiana –, na qual há uma 
deficiência da resposta imunocelular, com excessiva 
multiplicação de bacilos e disseminação da doença 
para o tecido nervoso e vísceras. 
 Entre essas duas 
formas polares, está a forma instável da doença – 
hanseníase dimorfa –, a qual pode permanecer como 
dimorfa ou apresentar características das formas 
clínicas tuberculoide ou virchowiana. 
 Na hanseníase virchowiana, além da deficiência 
imunológica celular, observa-se a exacerbação e 
especificidade da resposta humoral. 
 Pacientes com a forma virchowiana e dimorfa 
apresentam, no curso 
da evolução da doença, altas concentrações de 
anticorpos específicos ao M. leprae no soro, como o 
anti 
PGL-1, associados à depressão da imunidade celular. 
 A eficácia da resposta imune é feita por células 
capazes de fagocitar a bactéria e destruí-la, 
representada apenas por sua fração antigênica – 
macrófagos, por meio do complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC). 
 Devido ao longo período de incubação, a hanseníase 
é menos frequente em menores de 15 anos de 
idade; contudo, em áreas de maior prevalência ou 
detecção da doença em focos domiciliares, aumenta 
a 
incidência de casos nessa faixa etária. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS 
 
 Áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas 
(hipocrômicas), acastanhadas ou 
avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao 
calor e/ou dolorosa, e/ou 
ao tato; 
 Formigamentos, choques e câimbras nos braços e 
pernas, que evoluem para 
dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem 
perceber; 
 Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), 
normalmente sem sintomas; 
 Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, 
especialmente nas sobrancelhas (madarose); 
 Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou 
ausência de suor no local. 
 
Além dos sinais e sintomas mencionados, pode-se 
observar: 
 
 Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos; 
 Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos 
nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e 
pés; 
 Diminuição e/ou perda de força nos músculos 
inervados por estes nervos, 
principalmente nos membros superiores e inferiores e, 
por vezes, pálpebras; 
 Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento dos 
dedos) e ressecamento 
da pele; 
 Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de 
aparecimento súbito; 
 Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor 
nos nervos dos cotovelos (ulnares), joelhos (fibulares 
comuns) e tornozelos (tibiais posteriores); 
@meajudajo 
 
 Entupimento, feridas e ressecamento do nariz; 
 Ressecamento e sensação de areia nos olhos. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 
As manifestações clínicas da doença estão diretamente 
relacionadas ao tipo de resposta ao M. leprae: 
Hanseníase Indeterminada 
 
Manchas brancas lisas, mal delimitadas, que não coçam, 
não ardem, não queimam, não doem, não desaparecem, 
“não pegam poeira” por não suar na respectiva área, e 
tem diminuição de sensibilidade. Não há comprometi 
mento de troncos nervosos nem grau de incapacidade. 
 
 
Hanseníase Tuberculoide (paucibacilar) 
 
Forma mais benigna e localizada que aparece em pessoas 
com alta 
resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de 
limites bem definidos e pouco elevados, 
e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorre 
comprometimento simétrico de troncos 
nervosos, podendo causar dor, fraqueza e atrofia 
muscular. Próximos às lesões em placa, podem 
ser encontrados filetes nervosos espessados. 
Hanseníase Dimorfa 
(borderline/multibacilar) 
 
 Caracteriza-se, geralmente, por mostrar várias 
manchas de pele avermelhadas ou 
esbranquiçadas, com bordas elevadas, mal 
delimitadas na periferia, ou por múltiplas 
lesões bem delimitadas semelhantes à lesão 
tuberculóide, porém a borda externa é esmaecida 
(pouco definida). 
 
 Há perda parcial a total da sensibilidade, com 
diminuição de 
funções autonômicas (sudorese e vasorreflexia à 
histamina). 
 
 
 
 
@meajudajo 
 
Hanseníase virchowiana 
(Ou lepromatosa) 
 
 É a forma mais contagiosa da doença. 
 O paciente virchowiano não apresenta 
manchas visíveis; a pele apresenta-se avermelhada, 
seca, infiltrada, cujos poros apresentam-se dilatados 
(aspecto de “casca de laranja”), poupando 
geralmente couro cabeludo, axilas e o meio da coluna 
lombar (áreas quentes). 
 Na evolução da doença, é comum aparecerem caroços 
(pápulas e nódulos) escuros, endurecidos e 
assintomáticos (hansenomas). 
 Quando a doença encontra-se em 
estágio mais avançado, pode haver perda parcial a 
total das sobrancelhas (madarose) e 
tambémdos cílios, além de outros pelos, exceto os do 
couro cabeludo. A face costuma 
ser lisa (sem rugas) devido a infiltração, o nariz é 
congesto, os pés e mãos arroxeados 
e edemaciados, a pele e os olhos secos. O suor está 
diminuído ou ausente de forma 
generalizada, porém é mais intenso nas áreas ainda 
poupadas pela doença, como o 
couro cabeludo e as axilas. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, 
realizado por meio da análise da história e 
condições de vida do paciente, além do exame 
dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de 
pele 
com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de 
nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ 
ou motoras e/ou autonômicas. 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
 Exame baciloscópico: a baciloscopia de pele 
(esfregaço intradérmico), quando disponível, deve 
ser utilizada como exame complementar para a 
classificação dos casos em PB ou MB. 
 
 Exame histopatológico: indicado como apoio na 
elucidação diagnóstica e em pesquisas. 
COMPLICAÇÕES 
As complicações da hanseníase, muitas vezes, confundem-
se com a evolução do próprio quadro 
clínico da doença. Muitas delas dependem da resposta 
imune dos indivíduos acometidos, outras estão 
relacionadas à presença do M. leprae nos tecidos e 
algumas decorrem das lesões neurais características da 
hanseníase. 
Complicações diretas: 
 Rinite. 
 Lesões orais: nódulos e úlceras no palato duro e mole, 
úvula e língua. 
 Triquíase. 
Complicações decorrentes das lesões neurais: 
 Mão em garra. 
 Garra dos artelhos. 
 Úlceras plantares. 
 Alteração da marcha: pé caído. 
 Lagoftalmo. 
 Principais nervos acometidos na hanseníase 
@meajudajo 
 
 
TRATAMENTO 
Tratamento poliquimioterápico (PQT) 
 O tratamento da hanseníase é eminentemente 
ambulatorial, utiliza os esquemas terapêuticos 
padronizados (PQT) e está disponível nas unidades 
públicas de saúde definidas pelos municípios para o 
tratamento 
do doente com hanseníase. 
 A PQT é uma associação de rifampcina, dapsona e 
clofazimina, na apresentação 
de blíster que mata o bacilo e evita a evolução da 
doença, levando à cura. 
 O bacilo morto é incapaz de infectar outras pessoas, 
rompendo a cadeia epidemiológica da doença. Logo 
no início do tratamento, a transmissão da doença é 
interrompida e, se o tratamento é realizado de forma 
completa e correta, a cura é garantida. 
 A informação sobre a classificação operacional é 
fundamental para selecionar o esquema de 
tratamento adequado. Para crianças com hanseníase, 
a dose dos medicamentos do esquema padrão (PQT) é 
ajustada de acordo com a idade e o peso. 
 Já no caso de pessoas com intolerância a um dos 
medicamentos do esquema padrão, são indicados 
esquemas substitutivos. A alta por cura é dada após 
a administração do 
número de doses preconizado pelo esquema 
terapêutico, dentro do prazo recomendado. 
MEDIDAS PREVENTIVAS 
FATORES DE RISCO 
 Precariedade de condições de vida. 
 Aglomeração domiciliar. 
 Convivência com um caso multibacilar. 
 Suscetibilidade genética. 
 No Brasil, mais frequente em negros e pardos. 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 OBJETIVO: 
 Detectar e tratar precocemente os casos novos, para 
interromper a cadeia de transmissão e prevenir as 
incapacidades físicas. 
 Examinar e orientar contatos de casos novos de 
hanseníase, com enfoque na detecção em fase inicial 
da doença e redução das fontes de transmissão. 
 Examinar e orientar os indivíduos que residem em 
áreas de elevada endemicidade (áreas territoriais de 
maior risco), com enfoque na detecção precoce e 
redução das fontes de transmissão. 
 A vigilância epidemiológica deve ser organizada em 
todos os níveis de complexidade da Rede de 
Atenção à Saúde, de modo a garantir informações 
sobre a distribuição, a magnitude e a carga da 
doença, 
nas diversas áreas geográficas. 
 A descoberta do caso de hanseníase é feita por meio 
da detecção ativa (investigação epidemiológica de 
contatos e exame de coletividade, como inquéritos e 
campanhas) e passiva (demanda espontânea e 
encaminhamento). 
DEFINIÇÃO DE CASO 
Considera-se um caso de hanseníase a pessoa que 
apresenta um ou mais dos seguintes sinais cardinais: 
 Lesão (ões) e/ou área (s) da pele com alteração da 
sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil; ou 
 comprometimento do nervo periférico, geralmente 
espessamento, associado a alterações sensitivas 
e/ou motoras e/ou autonômicas; ou 
 Presença de bacilos M. leprae, confirmada na 
baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biopsia 
de pele. 
NOTIFIFAÇÃO 
 A hanseníase é uma doença de notificação 
compulsória em todo o território nacional e 
investigação obrigatória. 
 Cada caso diagnosticado deve ser notificado na 
semana epidemiológica de ocorrência do 
diagnóstico, utilizando-se a Ficha de 
Notificação/Investigação da Hanseníase do Sistema 
de Informação 
de Agravos de Notificação (Sinan), que deve ser 
@meajudajo 
 
preenchida por profissional de saúde, no local em que 
o 
paciente foi diagnosticado. 
 A notificação deve seguir o fluxo do Sinan 
estabelecido para cada unidade de 
saúde, permanecendo uma cópia no prontuário. 
 
 
REFERENCIAS 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hansenias
e.pdf 
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novemb
ro/22/Guia-Pratico-de-Hanseniase-WEB.pdf 
 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novembro/22/Guia-Pratico-de-Hanseniase-WEB.pdf
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novembro/22/Guia-Pratico-de-Hanseniase-WEB.pdf

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