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AULA ATOS PROCESSUAIS

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Atos processuais 
(arts. 188 a 293)
CONCEITO
Ato processual é espécie do gênero ato jurídico. Este tem por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, ou seja, tem efeito sobre a relação jurídica de direito material. Aquele tem por fim instaurar, desenvolver, modificar ou extinguir a relação jurídicoprocessual. Em outras palavras, ato processual é toda ação humana que produz efeito jurídico em relação ao
processo.
Ato processual é modalidade de fato processual. Fato processual é todo acontecimento com influência sobre o processo. O ato processual também tem influência sobre o processo, com uma diferença: decorre da manifestação da pessoa humana. 
São exemplos de fato processual: a morte da parte, a perda da capacidade processual e o decurso do tempo, porquanto independem da vontade humana e têm influência sobre o processo. A petição inicial, o interrogatório e a sentença são exemplos de atos processuais.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
O nosso novo Código divide os atos processuais em:
1. atos da parte (arts. 200 a 202);
2. pronunciamentos ou atos do juiz (arts. 203 a 205);
3. atos do escrivão ou chefe de secretaria (arts. 206 a 211).
Atos da parte
Atos da parte (ou das partes) são os praticados pelo autor, pelo réu, pelos terceiros intervenientes e pelo Ministério Público. Em regra, tais atos produzem seus efeitos imediatamente (art. 200). Determinados atos, entretanto, para produzir efeitos processuais, exigem homologação judicial. É o que ocorre com a desistência da ação (art. 200, parágrafo único).
CPC
Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.
Art. 201. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório.
Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário-mínimo. 
Pronunciamentos (ou atos) do juiz
Os pronunciamentos judiciais consistem em sentenças, decisões interlocutórias e despachos (art. 203). 
A relação é exemplificativa, pois contém apenas os atos, subscritos pelo juiz, que encerram conteúdo decisório ou ordinatório. Além de tais provimentos, o juiz pratica outros atos, que são registrados por termos, lavrados nos autos pelo escrivão, tais como: inquirição de testemunhas, interrogatório de partes e inspeção judicial.
Sentença
A redação do § 1º do art. 203 define sentença como sendo o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Segundo a teoria quinária de Pontes de Miranda, as sentenças são classificados em cinco modalidades, segundo a sua eficácia. Em suma:
Sentença declaratória: declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica.Ex: reconhecimento da autenticidade de documento.
Sentença constitutiva: cria ou modifica uma relação jurídica. Há constituição de um novo estado jurídico. As ações constitutivas tanto podem criar como extinguir uma determinada relação jurídica. Diz-se então que elas tanto podem constituir como desconstituir. No primeiro caso, dizem-se constitutivas positivas, neste último, constitutivas negativas.
Exemplo: rescisão contratual, há uma extinção da relação jurídica (constitutiva negativa). outro ex decretação do divórcio.
Sentença condenatória: "condena" o réu à prestação de uma obrigação. A ex: Imposição do dever de pagamento de perdas e danos, decorrentes da mora contratual.
Sentença mandamental: contém uma ordem expedida para que alguma das partes cumpra um fazer ou um não fazer. A sentença mandamental é aquela que se caracteriza por uma ordem. O juiz não condena, ordena. Essa ordem tem como principal escopo coagir o réu. Exemplo: o mandado de reintegração de posse expedido em favor do demandante. outro exemplo Ex: reintegração ao cargo de funcionário público em razão da ilegalidade da demissão.
Sentença executiva: é a sentença que determina, no seu próprio corpo e, portanto, sem a necessidade de iniciativa por parte do autor, que o provimento jurisdicional seja efetivado. A sentença executiva é aquela que se realiza através dos meios de execução direitos e adequados à tutela específica. Podemos citar como exemplo as sentenças que determinam o despejo ou mesmo uma obrigação de fazer.
Acórdão
Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos órgãos colegiados (turma, câmara, seção, órgão especial, plenário, entre outros previstos em regimento interno) dos tribunais (art. 204). Acórdão, na verdade, constitui a conclusão dos votos proferidos no julgamento pelos juízes (juiz, desembargador ou ministro) integrantes do órgão do tribunal ao qual competir o julgamento do recurso ou da ação de competência originária (por exemplo, ação rescisória e mandado de segurança).
Nos julgamentos proferidos nos tribunais, o relator, além de despachos ordinatórios, profere decisões monocráticas, com potencialidade de pôr fim ao processo ou simplesmente decidir uma questão incidental. Aliás, por implícita delegação do órgão colegiado, pode o relator, atendidas as circunstâncias previstas na lei, praticar os mesmos atos de competência do colegiado.
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. 
Decisão interlocutória
Decisão interlocutória é todo o pronunciamento judicial que não se enquadra no conceito de sentença (art. 203, § 2º). 
O conceito de decisão interlocutória é obtido por exclusão. Todo pronunciamento judicial, com conteúdo decisório, que não se enquadrar no conceito de sentença e não puser fim ao processo, será reputado decisão interlocutória.
Nos tribunais, também há prolação de decisões interlocutórias. O julgamento do agravo de instrumento, por exemplo, dá-se por meio de decisão (acórdão) interlocutória.
Despachos
“São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte” (art. 203, § 3º). A rigor, é todo provimento, emitido pelo juiz, que tem por fim dar andamento ao processo; que não decide qualquer questão, seja de cunho processual ou material.
Os despachos, porque desprovidos de conteúdo decisório, de regra não têm aptidão para causar lesão às partes. Por isso, nos termos do art. 1.001, deles não cabe recurso algum.
Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes.
§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.
§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei.
§ 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico. 
DETALHE IMPORTANTE:
Se causarem gravame, podem ensejar correição parcial (recurso anômalo previsto nas leis de organização judiciária) ou mandado de segurança.Por exemplo, a designação de audiência para data distante, de forma a comprometer a garantia da duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/1988), afronta direito líquido e certo dos litigantes, dando azo à impetração de mandado de segurança.
PEGA O BIZU, BICHO!
Atos do escrivão
Os atos do escrivão ou do chefe de secretaria estão elencados nos arts. 206 a 211, bem como nas leis de organização judiciária. Classificam-se em atos de documentação, como a lavratura de termos e de comunicação (citações e intimações) e a autuação de processos.
FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
Os atos jurídicos, quanto à forma, são classificados em atos solenes e não solenes. 
SOLENES são aqueles para os quais a lei prevê uma forma como condição de validade; subordinam-se, geralmente, à forma escrita, a tempo e lugar previstos na lei. 
NÃO SOLENES são os atos que podem ser praticados de forma livre.
A regra é a forma livre dos atos jurídicos (art. 107 do CC). Excepcionalmente, a lei condiciona a validade do ato jurídico à forma, como ocorre com os atos que visem à constituição, à transferência, à modificação ou à renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no País. Nesses casos, a escritura pública é essencial.
O ato processual, como espécie do ato jurídico, segue a mesma regra. A validade do ato processual não requer forma determinada, a não ser quando a lei expressamente o exigir (art. 188). Em alguns casos o CPC prescreve a forma como requisito de validade do ato processual. Isso ocorre, por exemplo, no caso das intimações que, se não realizadas por meio eletrônico, serão consideradas feitas somente quando publicadas no órgão oficial. Mesmo assim, pelo princípio da instrumentalidade das formas (art. 276), o ato será reputado válido se, realizado de outro modo, alcançar a mesma finalidade.
O que comumente ocorre é de o Código prescrever requisitos de validade para o ato processual. Exemplos: requisitos da petição inicial (art. 319), da sentença (art.489) e das cartas (de ordem, precatória e rogatória).
CONVENÇÃO ACERCA DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
O novo CPC prevê a possibilidade de alteração do procedimento para “ajustá-lo às especificidades da causa” (art. 190). O dispositivo é claramente inspirado nos movimentos do contratualismo processual, que permitem uma adequação do instrumento estatal de solução de litígios aos interesses das partes e ao direito material que os consubstanciam.
A alteração procedimental só pode ser realizada quando a causa versar sobre direitos que admitam autocomposição e as partes forem plenamente capazes. A modificação deve ser realizada mediante consenso e pode incluir o ajuste quanto aos prazos processuais.
É possível, ainda, de acordo com o art. 191, que seja formalizado um calendário, com a anuência do juiz, para a prática dos atos processuais. Caso o juiz aceite a fixação de um calendário, os seus prazos, geralmente impróprios, passarão a ser próprios. Isso porque o CPC/2015 dispõe, expressamente, que o calendário não somente vinculará as partes, mas também o juiz. Sendo assim, é preciso que o juiz e as partes avaliem se há, ou não, estrutura material para a aplicação e efetivação da norma. De todo modo, não há qualquer penalidade para o juiz – pelo menos expressamente. Para as partes o descumprimento do prazo acarreta preclusão (art. 223).
ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS POR MEIO ELETRÔNICO
Em busca de adequação entre a realidade atual e a ritualística processual civil, o novo CPC privilegiou a utilização dos meios eletrônicos para a prática dos atos processuais. Assim, ainda que os autos sejam apenas parcialmente virtuais, todos os atos processuais poderão ser produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico (art. 193).
Em alguns procedimentos, como os adotados nos juizados especiais, às vezes o registro dos atos processuais é dispensado ou contentasse com o registro em fitas de áudio ou áudio e vídeo. Nesse caso, incumbe ao juiz, no ato decisório, fazer menção à ocorrência que julgar relevante para a decisão.
Para que se confira autenticidade e validade aos registros realizados na forma eletrônica, é imprescindível a existência de uma assinatura eletrônica, que pode ser baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da Medida Provisória nº 2.2002/2001, ou mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos tribunais (arts. 1º, § 2º, III, da Lei nº11.419/2006). Ainda que detentor de certificado digital, nos termos da mencionada lei, obrigatório é o credenciamento prévio no Poder Judiciário (art. 2º).
Quem detiver certificado digital e encontrar-se cadastrado no órgão judiciário no qual pretende atuar (por exemplo, Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais) poderá praticar atos processuais por meio eletrônico (art. 2º da Lei nº. 11.419/2006).
LINGUAGEM UTILIZADA NOS ATOS PROCESSUAIS
A exteriorização dos atos jurídicos se faz por intermédio da linguagem, que pode ser oral ou escrita. O ato escrito é aquele que vem redigido na forma escrita (petição). O ato oral deve ser reduzido a termo pelo escrivão para sua documentação nos autos (por exemplo, audiência de instrução e julgamento, depoimento de testemunha).
O art. 192 preceitua que em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa. Assim, os atos e termos processuais escritos em língua estrangeira são reputados nulos. Toleram-se, em razão do analfabetismo funcional que grassa em todos os segmentos sociais, os erros gramaticais, embora afrontosos à nossa língua, desde que não prejudiquem a correta compreensão. Os documentos que forem apresentados em outra língua deverão ser acompanhados de sua versão para a língua portuguesa, procedida por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor (art. 192, parágrafo único).
Nos atos orais das partes e testemunhas que que não souberem expressar-se na língua nacional há necessidade de intérprete para lhes dar expressão em português. O mesmo acontece para a tradução da linguagem mímica dos surdos mudos.
PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS
Em geral são públicos os atos processuais (art. 189), assim, qualquer pessoa pode obter traslados e certidões a respeito dos atos e termos contidos no processo. Há, porém, casos em que, por interesse público ou social, bem como pelo respeito que merecem as questões de foro íntimo, o Código reduz a publicidade dos atos, verificando-se o procedimento chamado “segredo de justiça”, ao qual apenas as partes e seus procuradores têm acesso aos termos e atos do processo. A exceção de publicidade dos atos processuais está prevista nos incisos do art. 189. Quanto ao processo em “segredo de justiça”, segundo o parágrafo único do art. 189, o terceiro que demonstre interesse jurídico na demanda só poderá requerer ao juiz certidão a respeito do dispositivo da sentença (nunca de sua fundamentação ou de outro dado do processo) e do inventário e partilha resultantes de separação judicial ou divórcio.
O TEMPO E O LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
Em regra, os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 às 20 horas (art. 212).
Não se confunde horário para prática de ato processual com horário de expediente forense. O expediente pode encerrar-se às 17, 18 ou 19 horas. Nesse caso, se o ato tiver que ser praticado por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, no horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local (art. 212, § 3º), ressalvada a prática eletrônica de atos processuais, que poderá ocorrer até a última hora do último dia do prazo (art. 213). Tratando-se de ato externo, este pode ser praticado até às 20 horas, independentemente de o expediente encerrar-se antes desse horário. Serão concluídos depois das 20 horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano (art. 212, § 1º).
Em casos excepcionais, as citações, as intimações e as penhoras poderão realizar-seno período de férias forenses, onde as houver, bem como nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido no caput do art. 212.
Nos Juizados Especiais, os atos processuais podem ser realizados em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária (art. 12 da Lei nº 9.099/1995).
No processo eletrônico, consideram-se realizados os atos processuais no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário. Assim, transmitida a petição eletrônica, o que será comprovado por meio de protocolo eletrônico (recibo expedido pelo sistema), interrompida estará a prescrição ou afastada a decadência ou preclusão, caso ainda não consumadas. Como se verifica, a prática dos atos processuais por meio eletrônico não mais se sujeita ao horário do expediente forense, pelo que serão consideradas tempestivas as petições transmitidas até as 24 horas do seu último dia (art. 213). Para tanto, deve ser considerado o horário do juízo perante o qual o ato deva ser praticado (art. 213,
parágrafo único).
Na ocorrência de indisponibilidade do sistema por motivo técnico, o art. 10, § 2º, da Lei nº 11.419/2006 estabelece que o prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à solução do problema. O novo CPC, ao tratar do tema, não prevê apenas a hipótese de problemas técnicos. Nos termos do art. 223, §1º, qualquer evento que impeça a realização do ato, desde que alheio à vontade da parte, poderá ser considerado justa causa. Nesse caso, caberá ao juiz assinalar novo prazo para a prática do ato (§ 2º).
FÉRIAS E FERIADO FORENSES
Os magistrados (juízes, desembargadores e ministros) têm direito a férias anuais por 60 dias.
Para racionalização dos serviços judiciários, exceto na Justiça do Trabalho, tais férias, de regra, eram gozadas coletivamente, nos períodos de 2 a 31 de janeiro e de 2 a 31 de julho (art. 66 da Lei Complementar nº 35/1979).
Entretanto, com o advento da Reforma do Judiciário (EC nº 45/2004), que, entre outras alterações na estrutura do Judiciário, incluiu o inc. XII no art. 93 da CF/1988, as férias coletivas foram vedadas nos juízos e tribunais de 2º grau.
Na Justiça Federal comum, o recesso forense, instituído pela Lei nº 5.010/1966, dá-se no período compreendido entre os dias 20 de dezembro a 6 de janeiro, inclusive. Nas Justiças dos Estados, o recesso fica a cargo dos respectivos tribunais, que de uma forma geral têm seguido o mesmo critério da Justiça Federal, notadamente após a uniformização do tema pela Resolução nº 8 do Conselho Nacional de Justiça.
De acordo com o novo CPC, a regra geral é de que os atos processuais serão realizados apenas nos dias úteis (art. 212, caput, do CPC/2015; Férias e feriados não são reputados dias úteis; logo, nessas épocas não se praticam atos processuais. São exceções a essa regra:
Art. 214
Independentemente de autorização judicial, no período de férias forenses e nos feriados permite-se a realização de citações, intimações, penhoras e a apreciação de pedidos de tutelas de urgência. O dispositivo refere-se à prática do ato na sua materialidade. Nos órgãos do Judiciário onde há previsão de férias forenses (férias coletivas do Judiciário), praticado o ato, não se conta prazo. Exemplo: feita a citação, a contagem do prazo para contestação não se inicia. O art. 214, repita-se, autoriza apenas a prática do ato na sua materialidade, e não a contagem de prazo.
Art. 215 
O dispositivo autoriza o curso normal dos processos elencados nos incs. I a III durante as férias forenses. O objeto da norma é a prática de ato e o curso de prazos de determinados feitos durante as férias forenses. Os atos são normalmente praticados e os prazos não se suspendem nos tribunais superiores, onde há previsão de férias forenses. Nos juízos de primeiro grau e nos tribunais de segundo grau, porque não há férias coletivas, não se cogita da exceção, ou seja, todos os processos correm normalmente.
Por atos de jurisdição voluntária (inc. I, 1ª parte) devem entender-se os procedimentos de jurisdição voluntária, bem como os atos de administração, conservação, praticados nos processos de jurisdição contenciosa, como, v.g., a administração de bens apreendidos judicialmente.
Por atos necessários à conservação de direitos (inc. I, 2ª parte) entendesse o cumprimento de liminares deferidas em ações cautelares, mandado de segurança, ação popular, dentre outras. A ação de alimentos corre durante as férias e não somente a concessão dos alimentos provisórios, como estava previsto na legislação anterior. 
A alteração tem o condão de preservar os interesses do alimentando e o caráter emergencial (pelo menos na maioria dos casos) da verba alimentar. Entre as causas que a lei determina que tenham o curso nas férias forenses (inc. III), podemos citar as ações de despejo, a consignação em pagamento de aluguel
Art. 220 
Também contempla exceção à regra geral. Trata o dispositivo das férias dos advogados. No período de 20 de dezembro a 20 de janeiro todos os prazos processuais serão suspensos, inclusive os que estiverem em curso nos processos mencionados nos incs. I a III do art. 215. Nenhum prazo, pouco importa o juízo, terá seu curso iniciado
OS PRAZOS PROCESSUAIS
Prazo é o lapso de tempo em que o ato processual pode ser validamente praticado. É delimitado por dois termos: termo inicial (dies a quo) e termo final (dies ad quem). Os prazos processuais podem ser classificados quanto à origem, quanto às consequências processuais e, por fim, quanto à possibilidade de dilação. Quanto à origem, os prazos podem ser legais ou judiciais.
Legais são os prazos que, como o próprio nome indica, são definidos em lei, não podendo, em princípio, as partes nem o juiz alterá-los. 
Judiciais, por outro lado, são aqueles fixados pelo próprio juiz nas hipóteses em que a lei for omissa. Na fixação do prazo judicial, devesse levar em conta a complexidade do ato processual a ser realizado (art. 218, § 1º). Em não sendo o prazo estabelecido por preceito legal ou prazo pelo juiz (prazo judicial), o Código sana a omissão, estabelecendo o prazo genérico de cinco dias para a prática do ato processual (art. 218, § 3º).
Com relação às consequências processuais, os prazos se subdividem em próprios e impróprios.
Próprios são os prazos destinados à prática dos atos processuais pelas partes.
Esses, uma vez não observados, ensejam a perda da faculdade de praticar o ato, incidindo o ônus respectivo (preclusão temporal).
Impróprios, a seu turno, são os prazos atinentes aos atos praticados pelo juiz.
Diferentemente dos prazos próprios, entendesse que os impróprios, uma vez desrespeitados, não geram qualquer consequência no processo, o que, do ponto vista da efetividade do processo
Quanto à possibilidade de dilação, os prazos podem ser dilatórios ou peremptórios.
Dilatórios são os prazos fixados em normas dispositivas, que podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a convenção das partes. Prazo de suspensão do processo por convenção das partes (art. 313, II) é exemplo de prazo dilatório.
O novo CPC, no entanto, dispõe sobre o tema da seguinte forma:
Art. 222 […]
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem a anuência das partes.
A contrario sensu, a nova legislação permite ao juiz reduzir os prazos peremptórios, desde que com prévia anuência das partes. Qualquer que seja a natureza do prazo, pode o juiz prorrogá-lo por até dois meses nas comarcas, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte (art. 222). 
Em caso de calamidade pública, a prorrogação não tem limite (art. 222, § 2º).
O art. 225 traz a possibilidade de renúncia expressa ao prazo estabelecido exclusivamente em favor de determinada parte. Se o prazo for comum, a renúncia só tem eficácia se ambas as partes abdicarem expressamente do prazo a que estão submetidas.
É de se lembrar que, em se tratando de direitos que admitam autocomposição, os arts. 190 e 191 permitem acordo procedimental e “calendarização” dos atos processuais, o que significa que podem as partes alterar inclusiveos prazos peremptórios. Podem, por exemplo, estabelecer que a apelação deverá ser interposta no prazo de vinte dias, e não de quinze
Termo inicial dos prazos
Geralmente, os prazos são contados excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento (art. 224), sendo considerados marcos iniciais (art. 231)
a data da juntada aos autos do aviso de recebimento quando a citação ou a intimação for pelo correio;
a data da juntada aos autos do mandado cumprido quando a citação ou intimação ocorrer por oficial de justiça, inclusive quando se tratar de citação com hora certa;
a data da citação ou intimação quando estas ocorrerem por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz quando a citação ou intimação se der por edital;
o dia útil seguinte à consulta ao seu teor ou ao término do prazo para que a consulta se dê, nos casos em que a citação ou a intimação for eletrônica;
a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
a data da juntada da comunicação virtual (art. 232) quando se tratar de citação ou intimação enviada por carta (art. 230). Se não houver tal comunicação, o prazo começará a correr da data da juntada da carta aos autos de origem (virtuais ou não);
a data da publicação quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico. Nesse caso, considerasse como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário;
o dia da carga quando a intimação se der por meio da retirada dos autos carga. Saliente-se que a regra não contempla a retirada para simples cópia.
Ressalte-se que o prazo somente começará a fluir a partir do dia útil seguinte ao da intimação ou citação (art. 224, § 1º).
Quanto ao termo final, se este cair em dia não útil, considerasse prorrogado o prazo até o primeiro dia útil.

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