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Resumo Fluidoterapia

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Jéssica Oliveira | Medicina Veterinária 
Fluidoterapia – Clínica de Pequenos Animais I 
Perguntas importantes a serem feitas: 
O paciente está hipovolêmico? 
Está desidratado? 
Apresenta perdas adicionais? (além das avaliadas durante a consulta, como vômito em 
casa, diarreia...) 
Hipovolemia x desidratação: 
Hipovolemia refere-se à perda de líquido extracelular (diminuição anormal do volume de 
sangue) e não deve ser confundida com desidratação. Desidratação refere-se à perda 
total excessiva de água no corpo. 
Podem ocorrer simultaneamente. Quando há hipovolemia, deve-se primeiro corrigir o 
volume e depois corrigir a desidratação. 
Por que é importante repor o volume? 
Porque é preciso reestabelecer e garantir a perfusão de sangue nos tecidos, para 
garantir uma boa oxigenação, e melhorar o débito cardíaco. 
A fluidoterapia é um tipo de medicação, e não só um soro que se dá ao paciente, então 
sua administração tem consequências. É importante se ter uma meta para chegar a um 
tratamento ideal, com chances de complicações mínimas. Não é desejado nem um 
hipoperfusão, porque pode gerar disfunção de órgãos e ter resultados adversos pelo 
quadro do paciente, nem uma hiperperfusão com sobrecarga de volume, que pode levar 
a edemas e também a disfunção de órgãos e resultados adversos. 
Indicadores de desidratação (avaliam indiretamente conteúdo liquido intersticial): 
 Elasticidade cutânea (puxar a pele e ela não retornar ao local original – não é 
bom fazer esse teste na nuca, porque tem muita pele e pode levar a um falso positivo); 
 Posição do globo ocular (enoftalmia – afundamento do globo ocular para dentro 
da órbita); 
 Umidade das membranas mucosas. 
Indicadores de hipovolemia (avaliam indiretamente perfusão tecidual): 
 Aumento do TPC (tempo de preenchimento capilar, onde o normal é 2seg); 
 Aumento da frequência cardíaca; 
 Diminuição da temperatura; 
 Diminuição da pressão arterial (PA sistólica fica abaixo de 80mmHg); 
 Coloração das mucosas (o normal é rosado); 
 Estado mental. 
 Avaliar várias vezes ao dia. 
 + exames laboratoriais e pesagem seriada 
Gatos são mais sensíveis à super-hidratação: às vezes porque o volume sanguíneo 
do gato é menor, ou porque o cálculo de fluido é feito de forma equivocada, mas 
acontece principalmente em gatos hipotérmicos, porque o gato engana, porque 
normalmente quando o animal tá hipotérmico ele faz vasoconstricção pra preservar os 
órgãos internos, mas o gato não faz isso e consequentemente você faz uma fluido maior 
porque ele tem um leito vascular maior que suporta esse volume (já que não está 
contraído), aí o veterinário fica esperando o animal melhorar a frequência cardíaca e ele 
não melhora, aí se acaba infundindo mais fluido. Aí se deixar pra corrigir a hipotermia 
depois de muito tempo de iniciada a fluido é que ele vai fazer vasoconstrição, mas o 
fluido a mais que já tá no leito vascular periférico vai ser expulso pela vasoconstrição, 
jogado na circulação e vai aumentar a pressão arterial, gerando uma redistribuição 
desse volume e consequentemente edema. Por isso que é regra hipotermia no gato 
se começa a fluido devagar, corrige a temperatura e enquanto ele não chegar a 
temperatura normal não se arrisca aumentar a fluido. 
 
Como saber quando deve se fazer de fluido? É preciso fazer algumas perguntas: 
 O paciente está hipovolêmico? 
 Está desidratado? 
 Quais os requerimentos diários do paciente? (quanto que ele precisa de fluidos 
por dia para manter a manutenção normal do organismo?) 
 Existem perdas concomitantes? (ele já está desidratado e além disso continua 
vomitando, com poliúria, diarreia?) 
Quando se pensa em fluido, precisa pensar em 3 pontos: reposição + manutenção + 
perdas concomitantes = volume para 24hrs (o cálculo sempre se faz para 24hrs, mas o 
paciente precisa ser monitorado o tempo todo) 
1. Reposição (déficit) 
Se estima a porcentagem de desidratação através dos sinais (entre 5 a 15%) 
% de desidratação x peso x 10 (resultado em mL) 
 Ex: cão 15 kg, 8% de desidratação 
 15x8x10=1200mL 
Tempo de reposição: depende da velocidade em que ele perdeu. Se foi uma 
perda aguda, a reposição tem que ser rápida, sempre com atenção. Se a perda 
é crônica, a reposição deverá ser lenta. Normalmente a reposição se faz entre 4 
a 24hrs. 
 
2. Manutenção 
É o balanço de fluido do organismo: a quantidade de água presente no corpo por 
dia deve ser proporcional a quantidade de água eliminada nesse mesmo 
período. 
Água que entra: ingestão de água e comida, água do metabolismo. 
Perda fisiológica de água: urina, fezes, saliva, evaporação. 
(30 x peso) + 70 (resultado em mL) -> é o mesmo cálculo de requerimento 
energético 
Há um cálculo genérico que diz que dá entre 40-60mL por quilo de animal, mas 
dessa forma animais maiores podem acabar superhidratados. 
 Ex: cão 40kg 
 30x40+70=1270mL 
A água administrada por via oral e água de outros alimentos ingeridos devem 
ser considerados nesse cálculo. Então, se o animal tá fazendo fluido mas está 
bebendo água, tem que considerar e diminuir o fluido intravenoso porque isso 
também é líquido que ele está ingerindo. 
OBS: animais com alteração no volume de urina devem ter atenção porque 2/3 
da perda de líquido normal do corpo se dá pela urina. Então deve-se fazer um 
sistema out e in (ou seja, se o animal perdeu 300mL de liquido na urina em 6h, 
depois esses 300mL devem ser infundidos na forma de fluido nas próximas 6h). 
Como faz para medir a urina? Existem bolsas coletoras de urina, onde o animal fica 
cateterizado, uso de tapete higienico (pesa o tapete sem urina, depois pesa o tapete 
usado depois de 6h e calcula a diferença) 
3. Perdas atuais (concomitantes) 
Na rotina da clínica, geralmente é vomito e diarreia. 
Devem ser estimados de acordo cm a gravidade da perda que houver durante a terapia. 
Você calcula o deficit e a manutenção, mas as perdas atuais só se calcula quando elas 
ocorrem, não tem como supor quanto o animal vai perder. O correto é manter o sistema 
out e in e só calcular e repor quando perder. Em média, essas perdas variam de 1 a 
5% do peso por dia (10 a 50mL por quilo por dia, mas isso não corresponde a todas as 
situações e geralmente ocorre em casos graves). 
 ex: a cada 4 ou 6hrs avalia a gravidade dos vomitos e diarreia que ocorreram e 
adiciona no volume que está sendo infundido nas 24hrs. 
exemplo de fluido: 
 Cão filhote 15kg, 8% de desidratação 
1: déficit (reposição em aproximadamente 4 a 24h) 
 8x15x10= 1200mL 
2: manutenção 
 30x15+70=520mL 
3: perdas atuais: o animal começou a ser observado desde o momento da entrada na 
internação e foi contabilizada a perda que ocorreu a cada 4h 
 volume para 24h = 1200+520 = 1720mL + cálculo das perdas atuais a cada 4hrs 
(ir adicionando a cada nova medida) 
obs: o déficit voce decide em quanto tempo vai adm, a manutenção é sempre em 24hrs 
Velocidade de adm: 
 Pode ser usada a bomba de infusão, que é melhor e é automática, já indo o valor 
desejado, mas também há o uso comum de equipo contagotas. 
 - Equipo macrogotas: te dá 20 gotas/mL 
 gotas/min = (volume em mL/tempo em min) x gts/mL 
 *o que o equipo te dá, que nesse caso é 20 gotas/mL 
Exemplo: 
cão filhote 15kg 
1) 8% de desidratação: 15x8x10=1200mL 
Suponhamos que se queira adm esse valor em 10h, logo, 120ml/h 
2) manutenção 
30x15+70=520mL (sempre em 24hrs, logo, 22mL/h) 
Total por hora: 120 + 22 = 142mL/h 
Usando o equipo macrogotas = 20 gotas/mL 
gotas/min = 142/60min x 20 = 47 gotas/min

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