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Julia Paris Malaco – UCT14 SP4 – febre, inflamação e infecção AIDS https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids _etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/man ual_tecnico_diagnostico_infeccao_hiv.pdf A AIDS é uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), um retrovírus, e caracteriza-se por profunda imunossupressão que leva a infecções oportunistas, neoplasias secundárias e manifestações neurológicas. Danifica o sistema imunológico e interfere na habilidade do organismo lutar contra outras infecções. A AIDS é o conjunto de sintomas e infecções resultantes do dano do sistema imunológico ocasionado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), cujo principal alvo são os linfócitos T-CD4, fundamentais para para coordenar as defesas do organismo. Quando o número destes linfócitos diminui, ocorre um colapso no sistema imune, que abre caminho para doenças oportunistas e tumores que podem provocar a morte do indivíduo. Estudos epidemiológicos nos Estados Unidos identificaram cinco grupos de adultos com risco elevado de desenvolver AIDS. A distribuição de casos nesses grupos é a seguinte: Homens homossexuais ou bissexuais constituem o maior grupo, sendo responsáveis por mais de 50% dos casos relatados. Isso inclui cerca de 5% que também eram usuários de drogas intravenosas. Usuários de drogas intravenosas sem antecedentes de homossexualidade são o segundo maior grupo. Hemofílicos Receptores de sangue e componentes do sangue que não sejam hemofílicos, mas que receberam transfusões de sangue total ou componentes. Infecção pelo HIV em recém-nascidos. As três principais vias de transmissão são contato sexual, inoculação parenteral e passagem do vírus de mães infectadas para seus recém-nascidos. A transmissão sexual é claramente o modo predominante de infecção no mundo todo, sendo responsável por mais de 75% de todos os casos de transmissão do HIV. A transmissão do vírus ocorre de duas formas: Inoculação direta nos vasos sanguíneos que foram violados pelo trauma e Infecção das células dendríticas ou células CD4+ no interior da mucosa. A transmissão sexual do HIV é elevada por doenças sexualmente transmissíveis coexistentes, especialmente as associadas à ulceração genital. A transmissão parenteral do HIV ocorre em três grupos de indivíduos: consumidores de drogas intravenosas, hemofílicos que receberam concentrados de fator VIII e IX, e receptores aleatórios de transfusão de sangue. A transmissão ocorre pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos contaminados com sangue contendo HIV. A transmissão da mãe para a criança é a principal causa de AIDS pediátrica. As mães infectadas podem transmitir a infecção ao seu filho por três vias: Intraútero por propagação transplacentária Durante o parto através de um canal de parto infectado Depois do nascimento, por ingestão de leite materno. Classificação Grupo I: Infecção aguda. Caracteriza-se por sinais e sintomas transitórios (síndrome mononucleose-símile, rash cutâneo, linfadenopatia, mialgia, alteração neurológica tipo meningismo, febre e mal- estar); Grupo II: Infecção assintomática. Caracteriza-se pela ausência de sinais e sintomas específicos da infecção pelo HIV em indivíduos soropositivos; Grupo III: Linfadenopatia persistente generalizada. Em indivíduos soropositivos para HIV, apresenta linfadenopatia envolvendo duas ou mais regiões extra-inguinais, com duração de pelo menos 3 meses, desde que sejam excluídas outras causas de aumento dos gânglios linfáticos. O estado geral do paciente geralmente é bom, raramente se observando hepatoesplenomegalia; Grupo IV: Engloba outras doenças como doença constitucional (linfadenopatia https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids_etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids_etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_diagnostico_infeccao_hiv.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_diagnostico_infeccao_hiv.pdf Julia Paris Malaco – UCT14 generalizada, astenia, diarreia, febre, sudorese noturna e emagrecimento superior a 10% do peso corporal anterior), doença neurológica, doenças infecciosas secundárias, neoplasias secundárias. A infecção pelo HIV pode ser classificada de acordo com as manifestações clínicas e pela contagem de linfócitos T-CD4+. Quanto às manifestações clínicas, os pacientes podem ser classificados nas seguintes categorias: Categoria A: indivíduos com sorologia positiva para o HIV, sem apresentar sintomas clínicos: Infecção assintomática pelo HIV. Linfadenopatia generalizada persistente- Linfadenomegalia, envolvendo duas ou mais regiões extra-inguinais, com duração de pelo menos 3 (três) meses, associada à sorologia positiva para o HIV. Infecção aguda (primária) pelo HIV – Síndrome de mononucleose, caracterizada por febre, linfadenomegalia e esplenomegalia. A sorologia para o HIV é negativa, tornando- se positiva geralmente duas a três semanas após o início do quadro clínico. Categoria B: indivíduos com sorologia positiva para o HIV, sintomáticos, que não estejam incluídos na categoria C, mas que apresentem infecções oportunistas e neoplasias: Angiomatose bacilar Candidíase vulvovaginal persistente de mais de um mês, que não responde ao tratamento específico; Candidíase orofaringeana; Sintomas consitucionais (febre acima de 38,5ºC ou diarréria com mais de um mês de duração); Displasia cervical (moderada ou grave) / carcinoma cervical in situ; Leucoplaquia pilosa oral; Herpes zoster envolvendo pelo menos dois episódios independentes ou mais de um dermátomo; Púrpura trombocitopênica idiopática; Listeriose; Doença inflamátoria pélvica, principalmente se for complicada por abcesso tobovariano; Neuropatia periférica Categoria C (SIDA/AIDS): pacientes soropositivos e sintomáticos, que apresentem infecções oportunistas ou neoplasias (doenças que definem a SIDA/AIDS): Candidíase esofágica, traqueal ou brônquica; Criptococose extrapulmonar: Câncer cervical uterino: Rinite, esplenite ou hepatite por citomegalovírus: Herpes simples mucocutâneo com mais de um mês de evolução Histoplasmose disseminada Isosporíase crônica; Micobacteriose atípica; Tuberculose pulmonar ou extrapulmonar Pneumonia por Pneumocystis carinil; Pneumonia recorrente com mais de dois episódios em um ano; Bacteremia recurrente por salmonella; Toxoplasmose cerebral Leucoencefalopatia multifocal progressiva; Criptosporidiose intestinal crônica; Sarcoma de kaposil Linfoma de Burkit imunoblásitco ou primário de cérebro Encefalopatia pelo AIV; Síndrome consumptiva pelo HIV; Quanto à contagem de linfócitos T-CD4+, os pacientes podem ser classificados nos seguintes grupos: Grupo 1: indivíduos com números absoluto de linfócitos T auxiliares (CD4) igual ao acima de 500/mm: Grupo 2: indivíduos com número absoluto de linfócitos T auxiliares (CD4) entre 200 e 499/mm Grupo 3: indivíduos com número absoluto de linfócitos T auxiliares (CD4) menor que 200/mm Transmissão: Transmissão sexual; Transmissão sanguínea; Uso de drogas injetáveis; Transmissão vertical (da mãe para o filho durante a gravidez); Transplantes de órgão; Inseminação artificial. Fatores de risco Todos estão sujeitos a contrair o vírus HIV, uma vez que a doença não escolhe cor de pele, idade, gênero ou preferências sexuais, contudo, há alguns comportamentos de risco para a infecção por HIV: Relação sexual(vaginal, anal ou oral) com pessoa infectada sem o uso de preservativos Compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis Julia Paris Malaco – UCT14 Reutilização de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV. Fisiopatologia O HIV é um retrovírus humano não transformador que pertence à família dos lentivírus. Duas formas geneticamente diferentes, porém relacionadas de HIV, chamadas HIV-1 e o HIV-2, foram isoladas de pacientes com AIDS. Enquanto o HIV pode infectar muitos tecidos, os dois maiores alvos da infecção por HIV são o sistema imunológico e o sistema nervoso central. A imunodeficiência profunda, afetando primariamente a imunidade mediada por células, caracteriza a AIDS. Isso resulta principalmente da infecção e subsequente perda de células T CD4+, bem como do prejuízo na função das células T auxiliares sobreviventes. O HIV entra no corpo através das mucosas e do sangue e infecta primeiro as células T, bem como as células dendríticas e os macrófagos. A infecção se estabelece nos tecidos linfoides, onde o vírus pode permanecer latente por longos períodos. A replicação viral ativa associa-se a maior infecção das células e progressão para a AIDS. O vírus HIV compromete os linfócitos T CD4+, podendo destruir diretamente pela replicação viral ou indiretamente pela resposta imunológica do hospedeiro, que reconhece e agride as células infectadas, quando essa resposta é muito intensa, pode haver disfunção celular ou apoptose. Infecção das células T pelo HIV: O HIV infecta as células usando a molécula CD4 como receptor e vários receptores de quimiocinas como correceptores. Entretanto, a ligação ao CD4 não é suficiente para a infecção. A gp120 do HIV também precisa ligar-se a outras moléculas da superfície celular (correceptores) para a entrada na célula. Os receptores de quimiocinas, particularmente o CCR5 e o CXCR4, apresentam essa função. Os vírus do HIV isolados são distinguidos pelo seu uso desses receptores: as cepas R5 usam CCR5, as cepas X4 usam CXCR4 e algumas cepas (R5X4) têm duplo tropismo. As cepas R5 preferencialmente infectam células da linhagem do monócito/macrófago, sendo chamadas de M-trópicas, enquanto as cepas X4 são T-trópicas, preferencialmente infectando as células T. Em aproximadamente 90% dos casos, o tipo R5 (M- trópico) do HIV é o vírus predominantemente encontrado no sangue de indivíduos com infecção aguda e no início da evolução da infecção. Ao longo do curso da infecção, contudo, os vírus T-trópicos acumulam- se gradualmente; estes são especialmente virulentos porque são capazes de infectar muitas células T e até precursores tímicos das células T e causam maior depleção e comprometimento das células T. O envelope do HIV contém duas glicoproteínas, a gp120 da superfície, que se fixa de modo não covalente a uma proteína transmembrana, gp41. O passo inicial na infecção é a ligação da glicoproteína do envelope gp120 às moléculas de CD4, o que resulta em uma mudança conformacional que leva à formação de um novo local de reconhecimento na gp120 para os correceptores CCR5 ou CXCR4. A ligação aos correceptores induz mudanças de conformação na gp41 que resultam na exposição de uma região hidrofóbica, chamada peptídio de fusão, na extremidade da gp41. Esse peptídio insere-se na membrana celular e nas células-alvo (p. ex., células T ou macrófagos), resultando na fusão do vírus com a célula do hospedeiro. Após a fusão, o centro do vírus contendo o genoma do HIV entra no citosplama da célula. A necessidade da ligação do HIV aos correceptores tem importantes implicações para a patogenia da AIDS. As quimiocinas impedem a infecção das células em cultura pelo HIV pela ocupação de seus receptores, portanto o nível de quimiocinas nos tecidos pode influenciar a eficiência da infecção viral in vivo. De igual modo, polimorfismos no gene que codifica o CCR5 se associam a suscetibilidade diferente à infecção pelo HIV. Replicação viral Uma vez internalizado, o RNA genômico do vírus sofre transcrição reversa, levando à síntese do DNA complementar de dupla fita (cDNA; DNA proviral). Nas células T em repouso, o cDNA do HIV pode continuar no citoplasma em uma forma epissomal linear. Nas células T que estão se dividindo, o cDNA torna-se circular, entra no núcleo e é então integrado ao genoma do hospedeiro. Depois dessa integração, o provírus pode ficar em silêncio por meses ou anos, uma forma de infecção latente. Julia Paris Malaco – UCT14 O HIV infecta células T de memória e ativadas, mas não é eficiente em infectar produtivamente as células T naive (não ativadas). As células T naive contêm a forma ativa de uma enzima que introduz mutações no genoma do HIV. Essas mutações inibem a replicação adicional do DNA por mecanismos que não estão inteiramente definidos. A finalização do ciclo de vida viral em células infectadas de forma latente ocorre somente depois da ativação celular e, no caso da maioria das células T CD4+, a ativação viral resulta em lise celular. A ativação das células T por antígenos ou citocinas regula para cima vários fatores de transcrição, incluindo NF-κB, que estimulam a transcrição dos genes que codificam citocinas como a IL-2 e seu receptor. Nas células T em repouso, o NF-κB é mantido inativo no citoplasma em um complexo com a proteína IκB (inibidora de κB). Imagine agora uma célula CD4+ com infecção latente que encontra um antígeno ambiental. A indução do NF-κB nessa célula (uma resposta fisiológica) ativa a transcrição de DNA proviral do HIV (um resultado patológico) e leva, em última análise, à produção de virions e à lise da célula. Além disso, o TNF e outras citocinas produzidas por macrófagos ativados também estimulam a atividade de NF-κB e, desse modo, levam à produção do RNA do HIV. Assim, parece que o HIV se desenvolve quando as células T e macrófagos do hospedeiro estão ativados fisiologicamente, um ato que é mais bem descrito como “subversão partindo de dentro”. Tal ativação in vivo resulta da estimulação antigênica pelo próprio HIV ou por outros microrganismos infectantes. As pessoas infectadas pelo HIV apresentam um risco aumentado de exposição recorrente a outras infecções, o que leva ao aumento da ativação dos linfócitos e produção de citocinas pró-inflamatórias. Estas, por sua vez, estimulam ainda mais a produção do HIV, a perda adicional de células T CD4+ e mais infecções. Desse modo, é fácil visualizar como, em indivíduos com AIDS, pode ser estabelecido um círculo vicioso que culmine na destruição inexorável do sistema imunológico. Depleção das células T A perda de células T CD4+ ocorre principalmente devido à infecção das células e aos efeitos citopáticos diretos do vírus em replicação. Até certo ponto, o sistema imunológico pode substituir as células T que morrem, e por isso a taxa de perda de linfócitos T pode parecer baixa, mas à medida que a doença evolui, a renovação de células T CD4+ não consegue acompanhar as suas perdas. Os possíveis mecanismos pelos quais o vírus mata diretamente as células infectadas incluem o aumento da permeabilidade da membrana citoplasmática associado ao brotamento de partículas virais a partir das células infectadas e a replicação do vírus interferindo na síntese de proteínas. Além da morte das células causada diretamente pelo vírus, outros mecanismos podem contribuir para a perda de células T. Eles incluem: A ativação crônica de células não infectadas, em resposta ao HIV por si só ou a outras infecções que são comuns em indivíduos com AIDS, resulta na apoptose dessas células através do processo de mortecelular induzida pela ativação. Dessa forma, o número das células T CD4+ que morrem pode ser consideravelmente maior do que o número de células infectadas. O mecanismo molecular desse tipo de morte celular é desconhecido. A infecção não citopática (abortiva) pelo HIV ativa a via do inflamassomo e conduz a uma forma de morte celular que tem sido chamada de piroptose. Durante esse processo, as citocinas inflamatórias e o conteúdo celular são liberados, potencializando o recrutamento de novas células e aumentando o número de células que podem ser infectadas. Essa forma de morte celular pode desempenhar um papel importante na propagação da infecção. O HIV infecta células nos órgãos linfoides (baço, linfonodos, tonsilas) e pode causar destruição progressiva da arquitetura e composição celular dos tecidos linfoides. Também pode ocorrer a perda de precursores imaturos das células T CD4+, seja por infecção direta das células progenitoras tímicas ou por infecção de células acessórias que secretam citocinas essenciais para a maturação da células T CD4+. Pode ocorrer a fusão entre células infectadas e não infectadas, com a formação de sincícios (células gigantes). Em culturas de tecidos, a gp120 expressa em células produtivamente infectadas liga-se a moléculas de CD4 em células T não infectadas, ocorrendo posteriormente a fusão celular. As células fusionadas morrem em algumas horas. Essa propriedade de formação Julia Paris Malaco – UCT14 de sincícios é geralmente restrita ao tipo T- trópico X4 do HIV-1. Por esse motivo, esse tipo é comumente referido como vírus que induz sincícios (IS), ao contrário do vírus R5. Embora a acentuada redução de células T CD4+, um marcador da AIDS, possa ser responsável pela maior parte da imunodeficiência tardia na evolução da infecção pelo HIV, há evidências de defeitos qualitativos nas células T até mesmo em pessoas assintomáticas infectadas pelo HIV. Os defeitos relatados incluem uma redução da proliferação de células T induzida por antígenos, uma diminuição das respostas tipo TH1 quando comparadas às do tipo TH2, defeitos de sinalização intracelular e muitos mais. A perda de respostas TH1 resulta em profunda deficiência da imunidade celular, levando ao aumento da suscetibilidade a infecções por vírus e outros microrganismos intracelulares. Também há uma perda seletiva do subgrupo de memória das células T auxiliares CD4+ no início da evolução da doença, o que explica as respostas de recordação ruins a antígenos previamente encontrados. A infecção crônica de baixo nível ou latente das células T é uma importante característica da infecção pelo HIV. Acredita-se que o provírus integrado, sem a expressão dos genes virais (infecção latente), pode permanecer nas células por meses a anos. Mesmo com potente terapia antiviral, que praticamente esteriliza o sangue periférico, o vírus latente esconde-se dentro das células CD4+ (células T e macrófagos) nos linfonodos. De acordo com algumas estimativas, 0,05% das células T CD4+ nos linfonodos está infectado de forma latente. Como a maioria dessas células T CD4+ é constituída por células de memória, elas têm vida longa, de meses a anos, e desse modo proporcionam um reservatório persistente de vírus. Resumindo... O vírus HIV compromete os linfócitos T CD4+, podendo destruir diretamente pela replicação viral ou indiretamente pela resposta imunológica do hospedeiro, que reconhece e agride as células infectadas, quando essa resposta é muito intensa, pode haver disfunção celular ou apoptose. As formas de transmissão do vírus HIV são: contato sexual desprotegido, contato com sangue, hemoderivados e tecidos, além da transmissão vertical – intrauterino, no momento do parto ou no aleitamento materno. A via de transmissão mais frequente é a sexual, e o HIV então atravessa o epitélio da mucosa genital e, já na submucosa, começa a procura pelos linfócitos T CD4+ e a presença dessas células em modo ativado (a replicação do vírus só se dá nesses linfócitos “ativados”) contribui para os primeiros ciclos de replicação viral, já nas primeiras horas de infecção. Os vírions então seguem para os linfonodos, onde a replicação se torna ainda mais intensa e, então, se espalha por todos os tecidos e órgãos do corpo – essa ampliação é temporariamente impedida pela resposta imune do hospedeiro – tanto celular como humoral -, porém apenas uma parcela da viremia é controlada e, após cerca de seis meses a um ano, a análise do estado da viremia pode ser fator prognóstico de capacidade do indivíduo de responder à infecção do HIV. Em média, leva cerca de 10 anos desde a infecção primária e o surgimento da AIDS, porém esse tempo pode ser mais curto naqueles pacientes com resposta imune menos efetiva. O GALT (“Gut-Associated Lymphoid Tissue”)é um alvo inicial importante, pois é rico em células TCD4+ ativadas, por isso, considerável parte da amplificação inicial da viremia provem desse tecido). A transmissão por inoculação direta do vírus no sistema circulatório (compartilhamento de agulhas infectadas, transfusões sanguíneas, transmissão vertical…) e os vírions podem ser, inicialmente, removidos pelo baço, órgão importante para o sistema imune, rico em linfócitos TCD4+ e os passos seguintes se assemelham aos da transmissão sexual. Com o passar do tempo, mesmo com a resposta imune operando já de forma adaptativa, a replicação viral continua a acontecer, e essa grande resistência do vírus HIV se dá pelas inúmeras mutações genéticas vantajosas – por isso, mesmo com a contagem de CD4+ suficiente para a atividade imunológica, o vírus pode ser detectado na circulação a todo momento desde a infecção. Essas mutações são rápidas e importante para a resistência viral porque, enquanto os linfócitos Julia Paris Malaco – UCT14 TCD4+ específicos para combater o vírus apresentado, já surgiram novas mutações, que irão infectar e destruir essas células imunes. Caso o paciente não faça uso da Terapia Antirretroviral (TARV), haverá uma evolução para uma profunda imunossupressão, com TCD4+ menor do que 350 células/microlitro. Com isso, diversas infecções e neoplasias oportunistas podem surgir, mesmo naquelas pessoas que se mantiveram assintomáticas. Infecção das celulas não T Além da infecção e perda das células T CD4+, a infecção dos macrófagos e células dendríticas também é importante na patogenia da infecção pelo HIV. Da mesma forma que com as células T, a maioria dos macrófagos infectados pelo HIV é encontrada nos tecidos, e o número de monócitos do sangue infectados pelo vírus é baixo. Em certos tecidos, como os pulmões e o cérebro, 10% a 50% dos macrófagos estão infectados. Devem ser enfatizados vários aspectos da infecção dos macrófagos pelo HIV: Embora a divisão celular seja necessária para a entrada no núcleo e replicação da maioria dos retrovírus, o HIV-1 pode infectar e multiplicar-se em macrófagos que estão no final da diferenciação e não se dividem. Essa propriedade do HIV-1 é dependente do seu gene viral vpr. A proteína Vpr permite que o complexo pré-integração do HIV tenha o núcleo como alvo através do poro nuclear. Os macrófagos infectados fazem brotar quantidades relativamente pequenas de vírus da superfície celular, mas essas células contêm grande número de partículas virais, frequentemente localizadas em vacúolos intracelulares. Ainda que os macrófagos permitam replicação viral, eles são bem resistentes aos efeitos citopáticos do HIV, diferentemente das células T CD4+. Desse modo, os macrófagos podem ser reservatórios da infecção cuja produção permanece protegida das defesas do hospedeiro. Nos estágios tardios da infecção pelo HIV, quando diminuimuito o número de células T CD4+, os macrófagos são um importante local de replicação viral continuada. Macrófagos agem como portais de infecção. Lembre-se de que, em mais de 90% dos casos, a infecção aguda pelo HIV caracteriza-se predominantemente por cepas M-trópicas circulantes. Esse achado sugere que a infecção inicial dos macrófagos ou células dendríticas pode ser importante na patogenia da doença pelo HIV. Relata-se que até mesmo os monócitos não infectados tenham defeitos funcionais inexplicáveis que têm consequências importantes para a defesa do hospedeiro. Esses defeitos incluem comprometimento da atividade microbicida, diminuição da quimiotaxia e da secreção de IL-1, secreção imprópria do TNF e pouca capacidade de apresentar antígenos às células T. Além disso, até o pequeno número de monócitos do sangue infectados pode ser veículo para o HIV ser transportado para várias partes do corpo, inclusive o sistema nervoso. A Função das Células B na Infecção pelo HIV Embora se tenha concentrado muita atenção nas células T, macrófagos e células dendríticas porque eles podem ser infectados pelo HIV, os indivíduos com AIDS também exibem anomalias profundas na função das células B. Paradoxalmente, há ativação policlonal das células B, resultando em hiperplasia das células B dos centros germinativos (particularmente no início da evolução da doença), plasmocitose na medula óssea, hipergamaglobulinemia e formação de imunocomplexos circulantes. Essa ativação pode resultar de múltiplos fatores que interagem entre si: pode ocorrer reativação ou reinfecção com o citomegalovírus e o EBV, que são ativadores policlonais das células B; a própria gp41 pode promover crescimento e diferenciação das células B; e os macrófagos infectados pelo HIV produzem quantidades aumentadas de IL-6, que estimula a proliferação das células B. Apesar da presença de células B ativadas espontaneamente, os pacientes com AIDS não são capazes de montar respostas de anticorpos contra os antígenos novos encontrados. Isso poderia dever-se, em parte, à falta de ajuda das células T, mas as respostas de anticorpos contra antígenos independentes de T também estão suprimidas e, por isso, deve haver outros defeitos intrínsecos nas células B. O comprometimento da imunidade humoral torna esses pacientes propensos a infecções disseminadas, causadas por bactérias encapsuladas, como o S. pneumoniae e o H. influenzae, que precisam de anticorpos para a opsonização e remoção efetivas. História natural da infecção O vírus tipicamente entra pelos epitélios das mucosas. As manifestações patológicas e clínicas subsequentes da infecção podem ser divididas em várias fases: Uma síndrome retroviral aguda; Uma fase média crônica, na qual a maioria dos indivíduos é assintomática; AIDS – clínica Julia Paris Malaco – UCT14 Síndrome retroviral aguda A infecção aguda (inicial) caracteriza-se por infecção das células T de memória CD4+ (que expressam CCR5) nos tecidos linfoides das mucosas e morte de muitas células infectadas. A infecção primaria aguda é tempo entre o contágio e o aparecimento de anticorpos anti-HIV – soroconversão. Geralmente, esse tempo de 4 semanas, e, durante a soroconversão, desenvolve-se a Síndrome Retroviral Aguda (SRA), caracterizada como conjunto de sinais e sintomas semelhantes a diversos quadros de virose – febre, mialgia, cefaleia, faringite, dor ocular, rash cutâneo, astenia, linfadenopatia, náuseas, vômitos, letargia – refletindo a resposta imune contra a viremia inicial, porém essa fase também pode ser assintomática. Nesse momento, bilhões de cópias do vírus circulam pelo hospedeiro, e assim, o poder transmissivo é muito alto. Esse quadro dura de 3 a 4 semanas e é autolimitado. A sorologia anti-HIV nesse momento costuma ser negativa, sendo importante a pesquisar por RNA viral circulante. Ocorre aumento na contagem de células TCD4+ e resposta imune celular e humoral contra o HIV. A síndrome retroviral aguda é a apresentação clínica da disseminação inicial do vírus e da resposta do hospedeiro. Estima-se que de 40% a 90% dos indivíduos que adquirem uma infecção primária desenvolvam essa síndrome. Isso ocorre tipicamente 3 a 6 semanas depois da infecção e resolve-se espontaneamente em 2 a 4 semanas. Clinicamente, essa fase está associada a uma doença aguda autolimitada com sintomas inespecíficos, incluindo faringite, mialgias, febre, perda de peso e fadiga, assemelhando-se a uma síndrome gripal. Também podem ocorrer outras manifestações clínicas, como exantema, adenopatia cervical, diarreia e vômitos. A extensão da viremia, medida pelos níveis de RNA do HIV-1 no sangue, é um marcador útil da progressão da doença pelo HIV e possui valor clínico no tratamento de pessoas com infecção pelo HIV. Como a perda de contenção imunológica se associa ao declínio das contagens de células T CD4+, a classificação do Centers for Disease Control (CDC) para a infecção pelo HIV estratifica três categorias, tendo por base as contagens de células CD4+: Número de células CD4+ maior ou igual a 500 células/μL, Entre 200 e 499 células/μL Menor que 200 células/μL. Infecção Crônica Na fase seguinte, fase crônica da doença, os linfonodos e o baço são locais de replicação do HIV e destruição celular contínuas. Durante esse período da doença, estão presentes poucas ou nenhuma manifestação clínica da infecção pelo HIV. Portanto, essa fase da doença pelo HIV é chamada período de latência clínica. Resolvida a SRA, o paciente entra na latência clínica, que dura cerca de 10 anos quando não é realizada a terapia. O exame físico pode ser normal, podendo também ser percebida linfadenopatia, algumas pessoas podem desenvolver Linfadenopatia Generalizada Progressiva (LGP). Outros possíveis achados essa fase são plaquetopenia isolada ou anemia normocrômica e normocítica e/ou discreta leucopenia. Nesse momento, os linfócitos TCD4+ continuam a aumentar, enquanto ocorre redução da carga viral plasmática. Mesmo com ausência de sintomatologia, os vírus continuam a se replicar, principalmente nos CD4 de memória. Julia Paris Malaco – UCT14 Nessa fase crônica da infecção, os pacientes são assintomáticos ou desenvolvem infecções oportunistas menores, como a candidíase oral (sapinho), a candidíase vaginal, o herpes-zóster e a tuberculose (sendo esta última particularmente comum em regiões com poucos recursos, como a África subsaariana). Também pode ser observada trombocitopenia autoimune. AIDS A fase final é a progressão para a AIDS, caracterizada por colapso das defesas do hospedeiro, aumento dramático do vírus no plasma e doença clínica grave que coloca a vida em risco. Tipicamente, o paciente apresenta febre de longa duração (mais de 1 mês), fadiga, perda de peso e diarreia. Após um período variável, infecções oportunistas graves, neoplasias secundárias ou doenças neurológicas clínicas (agrupadas sob a designação de doenças indicadoras da AIDS e discutidas adiante) emergem, e diz-se que o paciente desenvolveu AIDS. Na ausência de tratamento, a maioria dos pacientes com infecção pelo HIV evolui para AIDS depois de uma fase crônica que dura 7 a 10 anos. AIDS - caracterizada como intensa supressão no sistema imunológico do indivíduo, com o surgimento de infecções oportunistas e neoplasias. A progressão da infecção é marcada por febre baixa, sudorese noturna e diarreia crônica. As infecções oportunistas mais comuns pneumocistose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, neurotoxoplasmose, retinite por citomegalovírus, meningite criptocócica; já as neoplasiasmais comuns são Sarcoma de Kaposi e, nas mulheres jovens, câncer de colo uterino. Sintomas Sintomas iniciais: Febre persistente; Calafrios; Cefaleia; Dor de garganta; Dores musculares; Manchas na pele; Gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para desaparecer. Candidíase oral Sensação constante de cansaço Diarreia Transpirações noturnas Perda de peso superior a 10% Diagnóstico Existem vários testes para determinar em que estágio a doença está, dentre eles: Contagem de CD4 - As células CD4 são um tipo de glóbulo branco que é especificamente destruído pelo HIV. A contagem de células CD4 em uma pessoa sem HIV pode variar de 500 a mais de 1.000. A infecção pelo HIV costuma diminuir a contagem de CD4. Quanto menor for o CD4, pior o comprometimento do sistema imunológico. Contagens abaixo de 200 células/mm3 mostram que o paciente tem risco de apresentar infecções oportunistas Carga viral - O teste mede a quantidade de vírus no sangue e quanto maior a carga viral, mais o sistema imunológico pode ser agredido. Carga viral O teste mede a quantidade de vírus no sangue e quanto maior a carga viral, mais o sistema imunológico pode ser agredido. Outros testes O médico também pode solicitar testes para outras infecções ou complicações relacionadas ao HIV/aids: Tuberculose Hepatite Toxoplasmose Outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) Danos nos rins e fígado Infecções de trato urinário Sífilis Teste rápido de AIDS Ele funciona da mesma forma que o teste convencional, com a diferença de que o resultado sai no mesmo dia, cerca de trinta minutos até duas horas após a realização do exame. Pode ser feito com sangue (inclusive da ponta do dedo) e na saliva. Isso permite com que o paciente fique sabendo do resultado no momento da consulta médica. O teste é feito após o aconselhamento pré-teste. Com o resultado, seja ele positivo ou negativo, a pessoa passa por um aconselhamento pós- teste, muito importante para esclarecer dúvidas a respeito das formas de transmissão, tratamento e prevenção. Fluído oral O teste de fluido oral é a mais recente modalidade de testagem. Para realizar o exame, é necessário retirar uma amostra do fluido presente na boca, https://www.sanarmed.com/caso-clinico/doencas-oportunistas-causadas-pelo-hiv https://www.sanarmed.com/dica-de-infectologia-tuberculose-hiv https://www.minhavida.com.br/saude/temas/candidiase https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hepatite https://www.minhavida.com.br/saude/materias/20481-dst-ist-conheca-15-doencas-sexualmente-transmissiveis Julia Paris Malaco – UCT14 principalmente das gengivas e da mucosa da bochecha, com o auxílio de uma haste coletora. O resultado sai em 30 minutos e pode ser realizado em qualquer lugar, dispensando estruturas laboratoriais. No entanto, o teste de fluido oral serve apenas como triagem para o paciente. Western Blot (confirmatório) É um exame que detecta diferentes tipos de anticorpo contra o HIV 1 e 2 e pode ser útil no caso de resultados discrepantes nos exames acima. PCR ou carga viral para HIV Via de regra, este exame é solicitado quando um dos exames acima é positivo. Ele detecta e quantifica o vírus HIV no sangue e é importante para monitorar o tratamento. Testes convencionais O teste convencional foi o primeiro a ser desenvolvido. A ele, dá-se o nome de Ensaio Imunoenzimático, ou ELISA. Nele os profissionais de laboratório colhem uma amostra do sangue do paciente e buscam por anticorpos contra o vírus. Se a amostra não apresentar nenhuma célula de defesa específica para o HIV, o resultado é negativo e, então, oferecido ao paciente. Porém, caso seja detectado algum anticorpo anti- HIV no sangue, é necessária a realização de um teste adicional, o chamado teste confirmatório, para que se tenha certeza absoluta do diagnóstico. Nele, os profissionais buscam por fragmentos de HIV na corrente sanguínea do paciente. Tratamento Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleosídeos: Essa classe de medicamentos atua sobre a enzima transcriptase reversa, tornando conversão do RNA em uma cadeia de DNA viral defeituosa, impedindo a inclusão desta no DNA das células de defesa do organismo hospedeiro. Essa ação impede que o vírus se reproduza. Primeiros agentes antirretrovirais usados para o tratamento da infecção pelo HIV; Atuam incorporando-se ao DNA do vírus e interrompendo assim o processo de elaboração; O DNA resultante fica incompleto e não consegue formar vírus novos. Exemplos: Abacavir, Lamivudina, Tenofovir, Zidovudina, Truvada Inibidores da Transcriptase Reversa Não Nucleosídeos Essa classe de medicamentos também atua sobre a enzima transcriptase reversa, bloqueando diretamente sua ação, impedindo a multiplicação do vírus. Potente classe de substâncias altamente eficazes no bloqueio da replicação do vírus HIV em cepas sensíveis ou resistentes aos inibidores da transcriptase reversa necleosídeos; Uma das vantagens dessas substâncias é os efeitos colaterais não se sobrepõem aos dos nucleosídeos e inibidores de protease; Atuam interrompendo a produção de HIV, ligando-se diretamente à transcriptase reversa, impedindo a conversão do RNA em DNA; Exemplos: Efavrienz, Nevirapina, Etravirina Inibidores de Protease Medicamentos que atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas cópias do vírus HIV. A protease do HIV é uma aspartilprotease que conduz o processamento de poliproteína gag-pol; Atuam no último estágio do ciclo de reprodução viral, impedindo o HIV de ser adequadamente elaborado e liberado da célula CD4+ infectada, bloqueando a ação da enzima protease; As partículas virais produzidas são estruturalmente distorcidas e não infectantes. Exemplos: Atazanavir, Darunavir, Ritonavir Inibidores da Integrase Julia Paris Malaco – UCT14 Medicamentos que bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do vírus HIV (após ação da transcriptase reversa que converte RNA do vírus em DNA) ao DNA humano. Isto permite a inibição da replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. Nova linha de antirretrovirais, capaz de evitar que o vírus se integre ao DNA do linfócito CD4; O tratamento é eficaz quando combinado com várias drogas agindo ao mesmo tempo em diferentes etapas da replicação vital, como transcriptase mais protease mais integrase, por exemplo. Exemplos: Dolutegravir, Raltegravir Inibidores de fusão Medicamentos que impedem a entrada do vírus do HIV nas células de defesa do organismo hospedeiro via proteína CD4, impedindo o ciclo reprodutivo do vírus Exemplo: Enfuvirtida (T20) Profilaxia Pós-exposição (PEP) A Profilaxia Pós-exposição (PEP), estratégia para prevenção da infecção pelo HIV, foi inicialmente disponibilizada para profissionais de saúde que acidentalmente se expunham ao HIV (com agulhas e outros instrumentais contaminados) ou para vítimas de violência sexual. Desde 2010, no entanto, existe a versão PEP sexual. Esta é uma estratégia complementar ao sexo seguro, indicada para pessoas que se expuseram a situações sexuais de risco para infecção pelo HIV: falha no uso ou ainda rompimento de preservativos. A ideia da PEP é que tão logo a pessoa tenha sido exposta, ela seja avaliada e testada para o HIV. Essa medida irá verificar se ela já havia sido infectada anteriormente (imediatamente após a exposição não é possível saber se a pessoa contraiu o vírus ou não, pois é preciso aguardar o tempo da janela imunológica para oexame ficar positivo). Caso o (a) parceiro (a) esteja presente na consulta, poderá também passa pela testagem. Quando indicado, a pessoa exposta sexualmente ao vírus HIV (ou ao risco de), recebe medicamentos antirretrovirais que devem ser usados por 4 semanas, para evitar a infecção pelo HIV. A caracterização de falha terapêutica de pacientes utilizando TARV é definida como: aumento de 0,5 log na carga viral em pelo menos 2 medidas consecutivas em intervalo de 3 meses ou queda maior que 25% da contagem de células CD4 em 2 medidas consecutivas em 3 meses. Na falha ao tratamento e introdução empírica de nova terapia, de preferência, todo o esquema deve ser modificado. Tal medida é muito específica, ficando a cargo do especialista.Tratamento - Mecanismo dos antirretrovirais (TARV - infecção fúngica quando inicia ou reinicia) Um esquema de TARV efetivo deve ser iniciado para os coinfectados tão logo se perceba resposta ao tratamento antifúngico, em geral entre duas e seis semanas. FOSAMPRENAVIR, DARUNAVIR, LOPINAVIR Evitar administrar junto com cetoconazol ou itraconazol pelo risco de hepatotoxicidade não passar de 200mg/dia Fluconazol não tem problema, EXCETO NEVIRAPINA risco de hepatotoxicidade monitorar enzimas hepáticas Fluconazol: Não necessita de ajuste de doses. Sem impacto significativo tanto com uso com EFV ou DTG. Itraconazol: Pode apresentar diminuição de sua eficácia quando administrado em associação com EFV. Ajustar dose conforme resposta clínica. Sem interação com DTG. Cetoconazol: Não deve ser administrado em associação com EFV por redução significativa de sua eficácia, considerar outro antifúngico. Sem interação com DTG. Infecções oportunistas na AIDS Quando o sistema imunológico está muito enfraquecido pelo HIV, outras infecções e doenças oportunistas se aproveitam – são as chamadas infecções oportunistas. Manifestações de imunodeficiência avançada (doenças definidoras de AIDS): Síndrome consumptiva associada ao HIV (perda involuntária de mais de 10% do peso habitual) associada a diarreia crônica (dois ou mais episódios por dia com duração ≥ 1 mês) ou fadiga crônica e febre ≥ 1 mês Pneumonia por Pneumocystis jirovecii Julia Paris Malaco – UCT14 Pneumonia bacteriana recorrente (dois ou mais episódios em 1 ano) Herpes simples com úlceras mucocutâneas (duração > 1 mês) ou visceral em qualquer localização Candidíase esofágica ou de traqueia, brônquios ou pulmões Tuberculose extrapulmonar Sarcoma de Kaposi Doença por citomegalovírus (retinite ou outros órgãos, exceto fígado, baço ou linfonodos) Neurotoxoplasmose Encefalopatia pelo HIV Criptococose extrapulmonar Infecção disseminada por micobactérias não M. tuberculosis Leucoencefalopatia multifocal progressiva Criptosporidiose intestinal crônica (duração > 1 mês) Isosporíase intestinal crônica (duração > 1 mês) Micoses disseminadas (histoplasmose, coccidiomicose) Septicemia recorrente por Salmonella não thyphi Linfoma não Hodgkin de células B ou primário do sistema nervoso central Carcinoma cervical invasivo Reativação de doença de Chagas (meningoencefalite e/ou miocardite) Leishmaniose atípica disseminada Nefropatia ou cardiomiopatia sintomática associada ao HIV. Manifestações de imunodeficiência moderada Perda de peso inexplicada (> 10% do peso) Diarreia crônica por mais de 1 mês Febre persistente inexplicada por mais de 1 mês (> 37,6°C, intermitente ou constante) Candidíase oral persistente Candidíase vulvovaginal persistente, frequente ou não responsiva à terapia Leucoplasia pilosa oral Tuberculose pulmonar Infecções bacterianas graves (p. ex., pneumonia, empiema, meningite, piomiosite, infecções osteoarticulares, bacteremia, doença inflamatória pélvica grave) Estomatite, gengivite ou periodontite aguda necrosante Anemia inexplicada (< 8 g/dℓ), neutropenia (< 500 células/μℓ) e/ou trombocitopenia crônica (< 50.000 células/μℓ) Sarcoma de Kaposi: Raro em pessoas sadias e mais comum entre pessoas com aids e imunossupressão severa. O Sarcoma de Kaposi surge com lesões escuras na pele e boca da pessoa e também pode afetar os órgãos internos como o trato digestivo e os pulmões. Em muitos casos, tratar o HIV acaba por resolver o sarcoma. Quando muito avançado, demanda quimioterapia. Linfomas: Esse tipo de câncer se origina nos glóbulos brancos do sangue e usualmente aparece primeiramente nos nódulos linfáticos. Requer quimioterapia para seu tratamento. Outras complicações podem incluir: Síndrome de Wasting ou do definhamento: É definida como a perda de ao menos 10% da massa corpórea do paciente, acompanhada de diarreia, fraqueza crônica e febre. Com os tratamentos, o número de casos de Síndrome do Definhamento tem diminuído, mas ainda afeta muitas pessoas com HIV. Complicações neurológicas: Sintomas neurológicos como confusão, esquecimento, ansiedade, dificuldade de caminhar podem acontecer em pessoas com aids. A demência relacionada à aids é uma complicação em geral tardia e de muito difícil condução. Doenças renais: A nefropatia associada ao HIV é uma inflamação dos pequenos filtros dos rins, que removem o excesso de líquido e resíduos do sangue e os passa para a urina. Lipodistrofia: Caracteriza-se pela concentração excessiva de gordura no abdome, tórax e nuca e perda de gordura na face, braços e pernas de pessoas soropositivas que estão utilizando a Terapia Anti-retroviral Altamente Ativa (HAART), também conhecida como terapia de combinação ou coquetel para o tratamento anti- HIV. Pode ocorrer aumento de gordura na região do abdome/ventre (gordura central), entre os ombros, em volta do pescoço ou no tórax (especialmente em mulheres) ou perda de gordura da pele, mais aparente nos braços, pernas, nádegas e rosto, resultando em enfraquecimento da face, atrofiamento das nádegas e veias aparentes nas pernas e braços. Fungos Estrutura Fungos são classificados de acordo com a forma: Hifa verdadeira: células alongadas, que e ramificam e geralmente encontra-se na superfície o conídio – faz parte da reprodução assexuada do fungo – conídio https://www.minhavida.com.br/saude/temas/ansiedade https://www.minhavida.com.br/saude/temas/demencia Julia Paris Malaco – UCT14 se solta e passa a chamar esporo, que cresce e forma uma nova hifa o Hifa septada e hifa cenocítica Levedura: fungo unicelular, célula arredondada, geralmente a proliferação ocorre por brotamento Pseudo-hifas: levedura que começa a proliferar, mas ocorre uma falha e o broto se acumula Característica importante das infecções por fungos: Fungos que apresentam dimorfismos de acordo com a temperatura do ambiente. Por exemplo: hifas quando entram em contato com o nosso corpo se transformam em leveduras Padrões de lesão Micose superficial: acometimento da epiderme Micose subcutânea: derme, epiderme e vasos Micoses sistêmicas: quando o fungo consegue alcançar a corrente sanguínea e se locomove por via hematogenica alcançando órgãos Micoses oportunistas: acometimento de múltiplos órgãos e órgãos essenciais para a vida Classificação Chytridiomycota: Nesse grupo a grande maioria de seus representantes é de água doce, com poucas espécies marinhas e terrestres. Como característica mais marcante, observa-se a presença de uma estrutura de propagação no ambiente aquático flagelada (zoósporo flagelado). Neocallimastigomycota: Esses fungos anaeróbios são encontrados, em sua maioria, vivendo no sistema digestório de mamíferos herbívoros. Produzem zoósporos não flagelados.Blastocladiomycota: São fungos encontrados no ambiente aquático, solo e parasitando insetos. Possuem reprodução sexuada por meio da fusão de gametas e reprodução assexuada com zoósporo com apenas um flagelo. Microsporídia: Fungos que não possuem mitocôndria e flagelos e que são parasitas obrigatórios de animais. Glomeromycota: Esses fungos vivem em associação mutualística com as raízes de algumas plantas. Nessa associação, a planta fornece nutrientes para o fungo provenientes da fotossíntese, e o fungo absorve água, nutrientes e minerais do solo e transfere-os para a planta. Esse filo de fungos é recente e foi proposto em 2001. Ascomycota: É o maior grupo de fungos existente. Estima-se que cerca de 75% dos fungos descritos pertençam a esse grupo, estando registradas mais de 32.000 espécies. Eles são encontrados na natureza como parasitas, saprófitos e formando líquens. Nesse grupo, observa-se a estrutura de propagação conhecida como asco, a qual possui ascósporos (esporos sexuados). Basidiomycota: Esse grupo é tradicionalmente conhecido como cogumelos orelhas-de-pau e são considerados como os mais evoluídos do reino em virtude de sua complexidade. São fungos terrestres, em sua maioria. Formam, por reprodução sexuada, uma estrutura conhecida como basídio, o qual contém basidiósporos (esporos sexuados). Os fungos desse grupo são macroscópicos e diferenciam-se pela forma, coloração e tamanho. Candidíase Agente etiológico: cândida sp Organismos comensais benignos, podem causar complicações em pacientes com alguma imunodeficiência Causa infecções superficiais – exantema de fralda, intertrigo Infecções Disseminadas – abcesso hepático, Inflamação supurativa que geralmente leva a formação de abcessos Patogenia Tem capacidade de dimorfismo Genes fase específicos que se sensibiliizam de acordo com o meio em que o fungo está constituído – mudanças de temperatura, pH neutro, presença de CO2, nutrientes, carência nutricional. A Candida produz um grande número de adesinas funcionalmente distintas que medeiam a aderência às células hospedeiras, algumas das Julia Paris Malaco – UCT14 quais também funcionam na morfogênese ou sinalização da Candida. Essas adesinas incluem Proteína semelhante a integrina: se liga aos grupos argininaglicina-ácido aspártico (RGD) no fibrinogênio, fibronectina e laminina; Proteína que se assemelha aos substratos transglutaminase: se liga às células epiteliais, e Aglutininas: se ligam às células endoteliais ou à fibronectina. A adesão é um importante determinante de virulência A cândida precisa ainda romper a barreira epitelial, e faz isso através de enzimas A cândida produz um número de enzimas que contribui para a capacidade invasiva, Aspartil proteinases (SAP): podem promover a invasão tecidual através da degradação de proteínas da matriz extracelular, Catalases: podem permitir que o organismo resista a morte oxidativa por células fagocíticas. Adenosina: bloqueia a produção de radicais de oxigênio e degranulação pelos neutrófilos. Cândida tem capacidade de formar biofilmes (se ancorar na superfície e coloniza-la) Resposta imune 1º linha de defesa: macrófagos e netrolifos Resposta adaptativa: resposta imune célula A imunidade inata e as respostas de células T são importantes para a proteção contra a infecção por Candida. Neutrófilos e macrófagos fagocitam Candida, e a morte oxidativa por esses fagócitos é a primeira linha de defesa do hospedeiro. A levedura de Candida ativa células dendríticas para produzir IL-12 mais do que o fazem as formas filamentosas do fungo. Como resultado, as formas leveduriformes elicitam uma resposta TH1 fúngica protetora, enquanto as formas filamentosas tendem a estimular uma resposta TH2 não protetora. Da mesma forma que outros fungos, a Candida também elícita respostas TH17, as quais são responsáveis pelo recrutamento de neutrófilos e monócitos. As respostas de células T à Candida são particularmente importantes para a proteção contra a infeção mucosa e cutânea pela Candida, como demonstrado pelas infecções mucocutâneas recorrentes por Candida em indivíduos com infecção pelo HIV e baixas contagens de células T. Hifa modula resposta imune e a torna ineficiente. Levedura é rapidamente reconhecida Os casos preocupantes de cândida acontecem quando ao exame histológico aparecem varias formas do fungo Manifestações clinicas Candidíase superficial de mucosa oral: Pseudo membranas branco acinzentadas hiperemia da mucosa inflamação da mucosa Acomete: neonatos, pessoas debilitadas, crianças em tratamento para asma, pacientes tratados com antibiótico de amplo espectro e HIV. Esofagite por cândida: Disfagia Dor retroesternal Placas brancas e pseudomembranas Acomete - HIV e pacientes com malignidades hematolinfoides Vaginite por cândida: Secreção pruriginosa Dor Corrimento espesso Acomete – diabéticas, gestantes, mulheres que fazem uso de contraceptivos orais Candidíase cutânea: Onicomicose, paroniquia, foliculite, balanite, intertrigo, exantema de fralda Candidíase invasiva: Causada por disseminação hematogenica. Abcessos renais, miocárdicos, endocardite, microabcessos cerebrais e mingite, endoftalmites, abcessos hepáticos Criptococose Agente etiológico: cryptococcus neoformans O Cryptococcus neoformans está presente no solo e em fezes de aves (particularmente pombos) e infecta pessoas quando inalado. Forma de levedura Só causa doenças em pacientes com alguma deficiência no sistema imune Julia Paris Malaco – UCT14 Causa meningoencefalite em pacientes com: AIDS, leucemia ou linfoma, lúpus eritematoso sistêmico, sardoidose, transplantados Diversos fatores de virulência permitem que ele escape das defesas do hospedeiro: Uma cápsula polissacarídica: Glicuronoxilomanana, o principal polissacarídeo capsular do C. neoformans, é um grande fator de virulência que inibe a fagocitose de macrófagos alveolares, migração de leucócitos e recrutamento de células inflamatórias. O C. neoformans pode sofrer variação fenotípica, a qual leva a mudanças na estrutura e tamanho da cápsula polissacarídica, proporcionando uma maneira de escapar das respostas imunes. A capsula inibe a fagocitose por macrófagos alveolares, inibe a migração de neutrófilos, inibe o recrutamento das celulas inflamatórias contra o fungo Produção de melanina – através de enzimas: o Lacase (enzima) que libera melanina, que é um agente antioxidante e protege contra a ação oxidante dos macrófagos alveolares o Serina proteinase: auxilia na dissemimaçao do fungo O C. neoformans pode estabelecer infecções latentes acompanhadas por formação de granulomas, que podem reativar-se em hospedeiros imunossuprimidos. Pode ocorrer colonização exacerbada dentro do alvéolo, mas isso pode acontecer sem nenhum sintoma, o que permite que o fungo permaceça ali e alcance a via hematogenica O polissacarídeo capsular cora-se intensamente em vermelho com ácido periódico de Schiff e mucicarmim em tecidos, e pode ser detectado com esferas recobertas por anticorpos em ensaios de aglutinação. Preparações com nanquim criam uma imagem negativa, visualizando-se a capsula espessa como um halo claro em um fundo negro. Apesar de o pulmão ser o local primário de infecção, o envolvimento pulmonar e normalmente brando e assintomático, mesmo enquanto o fungo está se disseminando para o SNC As principais lesões causadas por C. neoformans são no SNC, envolvendo meninges, massa cinzenta cortical e núcleos basais. Quadro clinico As apresentações clínicas são diretamenterelacionadas ao estado imunológico do hospedeiro, que varia desde manifestações localizadas autolimitadas até doença disseminada. Sinais e sintomas da criptococose dependerão da localização da doença (pulmonar, SNC ou disseminada). A criptococose em SNC é a manifestação clínica mais frequente da doença seguida do envolvimento pulmonar. O complexo primário pulmonar-linfonodo, semelhante à tuberculose e à histoplasmose, pode ser assintomático e com potencial risco de disseminação em presença de imunodepressão. Infecção subpleural assintomática ocorre frequentemente, devido ao tamanho dos propágulos fúngicos, os basidiósporos (1 a 2 μm) que se depositam nos alvéolos periféricos. Fatores associados à presença de condições clínicas de imunodepressão, tais como uso de esteroides, malignidades, transplantes ou infecção pelo HIV, estão frequentemente associados a criptococose, que é uma micose importante em pacientes receptores de transplante de órgão sólido, sendo uma das mais frequentes doenças fúngicas invasivas no período pós-transplante, ocorrendo nos primeiros 2 anos após o transplante. Entretanto, existem descrições da doença dentro dos primeiros 30 dias pós- transplante. Diagnóstico Diagnóstico está fundamentado em: cultura e microscopia direta de materiais clínicos, anatomopatologia de tecidos e a detecção do antígeno criptocócico. A avaliação do líquido cefalorraquidiano ou liquor (LCR) é fundamental para o diagnóstico da doença no SNC. Ao realizar a punção liquórica deve-se sempre medir a pressão de abertura. Pressão de abertura ≥ 25 cmH2O requer punções repetidas até que a pressão de abertura diminua para valores menores que 20 cmH2O. Sempre que possível deve-se realizar tomografia computadorizada de crânio antes da primeira punção liquórica para excluir massas intracerebrais que poderiam resultar em herniação. O exame do LCR pode revelar redução dos valores de glicose e aumento de proteínas. A contagem de leucócitos está elevada e varia entre 150 e 500 células com predomínio de linfócitos (80 a 90%). Nos pacientes com AIDS e com resposta inflamatória inadequada, a contagem de leucócitos pode ser próxima do normal, podendo apresentar uma enorme carga fúngica e títulos altos de antígeno criptocócico (> 1:512). Julia Paris Malaco – UCT14 Aspergilose Agente: aspergillus sp Causa alergias, sinusites, pneumonia etc. É uma hifa O Aspergillus fumigatus é a espécie mais comum que causa doença, e ele produz infecções invasivas severas em indivíduos imunocomprometidos Neutrófilos e macrófagos são a principal defesa do hospedeiro contra o Aspergillus. Macrófagos alveolares ingerem e destroem os conídios, enquanto neutrófilos produzem intermediários do oxigênio reativo que destroem as hifas. A aspergilose invasiva está altamente associada a neutropenia e defesas prejudicadas dos neutrófilos. O Aspergillus produz diversos fatores de virulência, incluindo adesinas, antioxidantes, enzimas e toxinas. Os conídios podem se ligar ao fibrinogênio, laminina, complemento, fibronectina, colágeno, albumina, e proteínas surfactantes, mas interações receptor-ligante não são bem definidas. O Aspergillus produz várias defesas antioxidantes, incluindo o pigmento melanina, manitol, catalases e superóxido dismutases. Restrictocina e mitogilina são ribotoxinas que inibem a síntese de proteínas da célula do hospedeiro através da degradação de mRNA. A sensibilização aos esporos do Aspergillus produz alveolite alérgica. A aspergilose broncopulmonar alérgica, associada à hipersensibilidade proveniente da colonização superficial da mucosa brônquica, frequentemente ocorre em pessoas asmáticas. Esse fungo coloniza as cavidades pulmonares e forma um aspergiloma (bola fungica) a inflamação pode ser dispersa ou crônica com fibrose - paciente apresenta hemoptise – secreção com sangue Três maneiras de manifestação Asprgilose broncopulmonar alérgica: pessoas que tem alergia a esse fungo, causa uma hiperatividade crônica (como se fosse uma asma persistente) Asma persistente Eosinofilia Aumento de IgG serica Bronquiectasias proximais Precipitinas positivas Infiltrados pulmonares migratórios Tratamento com corticoide e pode dar antifúngico Bola fungica/aspergiloma: paciente que já teve alguma outra doença pulmonar, faz uma cavitação no pulmão que permanece ali, o fungo então acha esse local se multiplica ali e forma a bola Tratamento: retirar a bola – segmentectomia Aspergilose pulmonar invasiva: em pacientes com deficiência no sistema imune. Pode evoluir para sepse. Infecção primaria no pulmão, com pneumonia necrosante com focos cinza nitidamente delineados, arredondados, e bordas hemorrágicas (lesões em alvo) Esse fungo entra na corrente sanguínea e se dissemina, as duas regiões mais acometidas são valvas cardíacas e cérebro. A aspergilose invasiva é uma infecção oportunista confinada a hospedeiros imunossuprimidos. O Aspergillus possui uma tendência de invadir vasos sanguíneos; portanto, áreas de hemorragia e infarto são usualmente sobrepostas nas reações inflamatórias teciduais necrosantes Tratamento Em relação à terapêutica antifúngica específica, há disponibilidade de três classes de fármacos para o tratamento da AI: diferentes formulações de anfotericina B, triazólicos e equinocandinas. Importante mencionar que não é possível estabelecer normas rígidas para a duração do tratamento antifúngico em diferentes formas de AI. Entretanto, sugere-se que esse período seja no mínimo entre 6 e 12 semanas, recomendando-se não interromper seu uso se ocorrerem lesões radiológicas persistentes, e em pacientes sob regime de imunodepressão. A seguir apresentamos os fármacos utilizados no tratamento desta micose. Histoplasmose Semelhante a tuberculose, aparece em pacientes com doença crônica previa e que tiveram contato em locais de transmissão se espalha por meio de fezes de aves e morcegos Agente etiológico: histoplasma capsulatum Julia Paris Malaco – UCT14 Pode se apresentar de forma aguda e crônica Forma crônica Se apresenta em pacientes que já tenha alguma doença pulmonar crônica, Apresenta sintomas respiratórios arrastadis Infiltrado pulonar Diagnostico: cultura, biopsia, sorologia Tratamento: antifúngico Patogenia Após aspiração dos microconídios de H. capsulatum, eles são fagocitados por macrófagos e neutrófilos. Novas células são recrutadas, formando-se um ou mais focos inflamatórios inespecíficos no pulmão. Os conídios transformam- se em leveduras que, protegidas pela alfaglucana da parede, sobrevivem à fagocitose e multiplicam-se no interior das células fagocitárias. Por via linfática e hematogênica estas células transportam o fungo para os linfonodos mediastinais e para outras cadeias linfáticas e eventualmente para o baço, fígado e tecidos distantes. Nesse ínterim, a imunidade específica é ativada, desenvolvendo-se anticorpos anti-H. capsulatum e a resposta mediada por linfócitos T. Esta última é a mais importante para conter o microrganismo e depende da liberação de citocinas (interleucinas 12 [IL-12]), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interferona-gama (IFN-γ). Estes mediadores ativam os macrófagos, que se tornam habilitados a matar as leveduras intracelulares. A inflamação deixa de ser inespecífica e formam-se granulomas, tendo no centro os macrófagos que contêm o microrganismo. Os focos inflamatórios no pulmão e nos linfonodos hilares constituem o complexo primário fúngico. Os granulomas podem apresentar necrose caseosa ou não, evoluindo para fibrose e calcificação. A hipersensibilidade retardada, quesinaliza o surgimento da resposta imune celular adequada, tipo Th1, é percebida depois de 3 a 6 semanas pela positividade do teste intradérmico com antígeno de H. capsulatum. A maioria das pessoas infectadas desenvolve uma resposta imunológica eficiente e não progride para a doença. A infecção primária por H. capsulatum pode ter outra evolução em pessoas que aspiram grande quantidade de microconídios, pois o processo inflamatório é mais intenso, surgindo doença pulmonar ou disseminada. Em crianças e imunodeprimidos existe dificuldade em organizar uma resposta celular do tipo Th1 e há tendência a uma progressão para doença disseminada. Nesses pacientes os granulomas são formados incompletamente e há grande quantidade de macrófagos e de leveduras nas lesões teciduais. As células macrofágicas parasitadas acumulam-se em baço, fígado, linfonodos e medula óssea, relacionando-se com visceromegalias e com prejuízo na formação de hemácias, leucócitos e plaquetas. Em outro tipo de hospedeiro, tabagistas e pneumopatas crônicos expostos a H. capsulatum podem desenvolver doença pulmonar crônica progressiva, com destruição do parênquima, cavitação e fibrose. Aparentemente, a alteração prévia da estrutura do tecido pulmonar dificulta o controle da infecção local, persistindo as leveduras de H. capsulatum que estimulam a continuidade do processo inflamatório granulomatoso.A inflamação crônica nas suprarrenais também pode levar a destruição e fibrose da glândula, comprometendo a produção de hormônios. Em casos raros, o excesso de inflamação e fibrose mediastinal é uma complicação grave da histoplasmose. Histoplasmose pulmonar aguda Cerca de 2 semanas depois da exposição ao microambiente com H. capsulatum surgem sintomas respiratórios – tosse seca, dor torácica, taquipneia ou dispneia – conjuntamente com febre, calafrios, astenia, cefaleia e mal-estar. Julia Paris Malaco – UCT14 Indivíduos mais intensamente expostos a H. capsulatum podem evoluir para dispneia progressiva e hipoxemia. O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras causas de pneumonia atípica, sendo sugestivos de histoplasmose o contato prévio com microambiente propício à transmissão do fungo, a existência de outras pessoas com sintomas respiratórios e expostas ao mesmo local e a presença de linfadenomegalia hilar na radiografia de tórax. A cicatrização das lesões pulmonares deixa pequenos nódulos calcificados nos campos pulmonares Histoplasmose pulmonar crônica Manifesta-se por tosse seca ou produtiva, eventual hemoptise, dispneia crescente, febre moderada, inapetência, astenia e emagrecimento. lesão pulmonar aumenta com o tempo, pode se tornar bilateral e o paciente evoluir para óbito por insuficiência respiratória e complicações tais como pneumotórax e infecções bacterianas. A clínica e o aspecto radiográfico são sugestivos de tuberculose pulmonar, que é o principal diagnóstico diferencial e pode estar associada com histoplasmose. Micobacterioses e infecções fúngicas, assim como as neoplasias, são outras enfermidades incluídas no diagnóstico diferencial. Histoplasmose disseminada aguda É a forma mais grave da doença, que ocorre mais em crianças pequenas e em imunossuprimidos, evoluindo para óbito do paciente não tratado em poucas semanas ou meses. Manifesta-se com febre elevada, adinamia, perda de peso, linfadenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia. Comumente, os pulmões apresentam infiltrado difuso, micronodular ou reticulonodular (Figura 13.4). Em adultos imunossuprimidos, especialmente aqueles com HIV/AIDS, as lesões cutâneas são comuns e múltiplas, iniciando como pápulas e progredindo para nódulos com umbilicação central e para úlceras (Figura 13.5). Tosse e dispneia são frequentes e refletem o acometimento pulmonar intersticial. Lesões na mucosa oral, tubo digestivo e em outros órgãos são relativamente comuns. Complicações tais como vasculite, coagulação intravascular disseminada, disfunção hepática e renal e septicemia bacteriana podem levar o paciente a óbito. A histoplasmose disseminada aguda em imunossuprimidos deve ser diferenciada de outras infecções fúngicas, micobacterioses, citomegalovirose e doenças linfoproliferativas. Histoplasmose disseminada subaguda As lesões e o processo inflamatório são menos exuberantes e a evolução mais lenta do que na fase aguda, porém, febre e hepatoesplenomegalia estão presentes em parte dos pacientes. A concomitância de lesões focais em outros órgãos é característica desta forma de doença. As lesões intestinais, principalmente úlceras na região ileocecal, são frequentes, causando dor abdominal e diarreia e complicações como perfuração ou suboclusão intestinal e sangramento digestivo. Comprometimento das suprarrenais foi observado em 80% de casos necropsiados; doença de Addison é uma sequela funcional em parte dos pacientes. A lesão do sistema nervoso central é pouco comum e manifesta-se como meningite linfocitária crônica, mielite ou como lesão expansiva cerebral. Endocardite, particularmente nos pacientes com lesão valvular prévia, e infecção do endotélio de vasos, associada com aneurisma e prótese vascular, também são lesões observadas. Úlceras na mucosa orofaringiana podem estar associadas com lesões viscerais da histoplasmose disseminada subaguda. Histoplasmose disseminada crônica Caracteriza-se por lesões geralmente restritas a mucosa da boca, lábios e laringe. Ocasionalmente lesões viscerais compõem o quadro clínico ou manifestam-se isoladamente, como por exemplo meningite, lesões de suprarrenais, osso, articulações, fígado e endocárdio. Os pacientes são adultos não imunossuprimidos, não há comprometimento do estado geral e o curso da doença pode se estender por vários meses a anos. Dignóstico Alterações laboratoriais inespecíficas ocorrem particularmente na histoplasmose disseminada aguda, destacando-se anemia, leucopenia e/ou plaquetopenia. São frequentes as elevações discretas de enzimas hepatocitárias e canaliculares e da desidrogenase láctica. O diagnóstico laboratorial específico da histoplasmose é feito com exames micológicos, histológico e sorológico, dependendo do caso e da disponibilidade dos testes. O exame microscópico convencional de fluidos, secreções e raspados de úlceras é pouco sensível, em razão do pequeno tamanho e do reduzido número de leveduras nesses materiais. A positividade aumenta quando se efetua um esfregaço do material e as lâminas são coradas com Giemsa ou pelo método de Gomori/Grocott. A cultura micológica da expectoração e de amostras biológicas em geral é feita em ágar-sabouraud, contendo ou não cloranfenicol e cicloheximida Julia Paris Malaco – UCT14 para inibir o crescimento de outros microrganismos. H. capsulatum leva 2 a 6 semanas em temperatura ambiente para crescer como micélio, sendo identificado pelos macroconídios tuberculados e pela transformação em levedura a 37°C, em meios de cultura enriquecidos com sangue ou cisteína (Figura 13.6). Hemoculturas são realizadas em pacientes com histoplasmose disseminada aguda e subaguda, particularmente em imunossuprimidos. H. capsulatum pode ser isolado em frascos de hemocultura para bactérias desde que incubados por 4 semanas, mas a sensibilidade da hemocultura aumenta se for adotado o procedimento de lise-centrifugação antes da cultura. Medula óssea aspirada também pode ser cultivada nos frascos de hemocultura. Tratamento Os antifúngicos mais utilizados no tratamento de pacientes com histoplasmose são anfotericina B e substâncias azólicas. Paracoccidioidomicose Agente eiologico: paracoccidioidesbraziliensis Se apresenta em uma forma de “roda” Pode se desenvolver na forma aguda e crônica Forma crônica Sintomas respiratórios arrastados Em exame de imagem apresenta ilfiltrado que lembra asa de morcego Lesões cutâneo mucosas Diagnostico: escarro, raspagem, biopsia Tratamento antifúngico: (itroconodazol) É uma tuberculose rural com lesão dermatológica Tinea (dermatofitoses) Agente Etiológico: Fungos dermatófitos Manifestações Clínicas: Tinha do couro cabeludo (tinea capitis): Acomete principalmente crianças e os adultos podem ser portadores. Geralmente é descamativa e a alopecia é transitória, contudo em casos de resposta inflamatória intensa a alopecia pode ser definitiva devido à destruição do folículo piloso. Tipos: o Tinha tonsurante: Fungo cresce na haste do pelo, corta o pelo no meio e a raiz está preservada. A alopecia é transitória. Causada por Tricophyton (múltiplas lesões) ou Microsporum (lesão única). o Kerion Celsi: Determina processo inflamatório, que quando intenso pode destruir o folículo piloso e causar alopecia definitiva. Causada por Microsporum. o Tinha favosa: É causada por Tricophyton schoenleinii. É mais rara e com distribuição disseminada. Causa alopecia definitiva. o Tinha do pé (tinea pedis): Os agentes mais frequentes são T. rubrum, E. floccosum e T. mentagrophytes. Pode se apresentar como forma vesiculosa, interdigital, escamosa ou com placas anulares. Julia Paris Malaco – UCT14 o Tinha do corpo (tinea corporis): A forma mais comum é anular, com crescimento centrífugo e cura central. Há também a forma em placa (pode simular dermatite de contato ou psoríase). Os agentes mais frequentes são T. rubrum, T. mentagrophytes, M. canis. Antifúngicos Poliênicos: São antibióticos que possuem um grande anel lactônico macrocíclico. A estrutura ativa do anel macrolídio é comporta por uma parte rígida lipofílica e flexível hidrofílica. Desta forma liga-se ao ergosterol na membrana celular fúngica formando poros que alteram diretamente a permeabilidade da membrana, fazendo com que ocorra a perda de proteínas, hidratos de carbono e, principalmente, íons potássio que causam a morte celular. Os principais componentes deste grupo são: a Anfotericina B e a Nistatina. Anfotericina B: Anfotericina B interage, sobretudo, com o ergosterol, que constitui o principal esterol da membrana plasmática fúngica, alterando a permeabilidade seletiva desta por originar poros permeáveis à saída de água e de pequenas moléculas essenciais à sobrevivência do microrganismo, especialmente íons de potássio, amônio e fosfato. Mesmo com alta toxicidade é o escolhido para o tratamento de infecções fúngicas sistêmicas. Para a diminuição dos efeitos colaterais é associado à fluocitosina, pois o sinergismo farmacológico entre as duas drogas faz com que a quantidade de anfotericina a ser administrada seja menor, gerando assim menos desconforto. Nistatina: Por ser levemente hidrossolúvel, atua lesando a membrana citoplasmática, perdendo íons potássio e levando a morte celular. Por não apresentar absorção na mucosa, não é indicado no tratamento de micoses superficiais e candidíases. Azóis: Esta classe de antifúngicos apresenta ação de largo espectro que atuam inativando a enzima C-14-α-desmetilase, interrompendo a síntese de ergosterol na membrana celular. Os azóis são divididos em dois grupos: os imidazóis e os triazólicos. São componentes dos imidazóis: Miconazol, Clotrimazol, Cetoconazol, Econazol, Butoconazol, Oxiconazol. Destacam-se no grupo dos triazólicos, o fluconazol e o itraconazol pelo largo espectro de ação e toxicidade reduzida. Também faz parte desse grupo o cetoconazol, o voriconazol, o posaconazol e o ravuconazol. O mecanismo de ação ocorre pela inibição da síntese do ergosterol presente na membrana fúngica, importante para a integridade e na manutenção desta. A ação ocorre pela inibição do esterol 14-alfa-desmetilase, que tem efeito tóxico, sendo parte também do metabolismo do colesterol em celular eucarióticas humanas, que está associada ao citocromo P-450 e irá transformar o lanosterol em ergosterol. Desencadeará como consequência alterações na fluidez e permeabilidade da membrana citoplasmática, prejudicando diretamente a captação de nutrientes, inibindo o crescimento dos fungos, e podendo levar a necrose celular. Os antifúngicos azóis são utilizados no tratamento de micoses superficiais, mucocutâneas e sistêmicas, ocasionadas por leveduras ou fungos filamentosos. Alilaminas: As alilaminas inibem a enzima esqualeno epoxidase diminuindo a concentração de ergosterol. O aumento dos níveis de esqualeno leva a permeabilidade celular, a organização celular é interrompida e com isso diminui o crescimento fúngico. A terbinafina é o principal agente desse grupo para o uso clínico. A margem de segurança é elevada, pois ela não inibe o sistema do citocromo P450, sendo mais seletiva que os derivados do grupo azol, como o cetoconazol, apresentando baixa interação entre os fármacos. Equinocandinas: A distribuição de proteínas e hidratos de carbono estão relacionados à parede celular e aos processos osmose e de lise, pois é nela que o antifúngico vai agir inibindo a síntese de glucanas pela inativação da enzima 1,3-beta- glucana. A falta da glucana na parede celular deixa-o fraco e incapaz de suportar o stress osmótico, levando assim a morte. Pertencem a esse grupo: Caspofungina, Anidufungina, Micafungina. Agem em diversas leveduras e fungos filamentosos, apresentando baixa incidência de efeitos colaterais. Exames de imagem A TC e a RM são comumente usadas para a detecção e caracterização de condições infecciosas ou inflamatórias que podem envolver vários sistemas orgânicos do corpo. Em geral, a TC é mais adequada para a avaliação de certas estruturas, como parênquima pulmonar, vias aéreas, intestino e osso cortical, enquanto a RM é mais útil para avaliar a arquitetura interna de outras estruturas, como medula óssea, músculos e Julia Paris Malaco – UCT14 tendões, ligamentos, cartilagens e pequenos órgãos, como próstata, testículos, colo do útero e útero. A tomografia computadorizada está associada a radiação substancial nos órgãos examinados, o que limita seu uso em intervalos frequentes. Por outro lado, a ressonância magnética usa o eletromagnetismo, considerado inofensivo quando comparado com as técnicas atuais empregadas. Entretanto, tanto a TC como a RM são limitadas por sua baixa sensibilidade para detectar estágios iniciais da doença nos níveis molecular e celular, onde não ocorreram alterações nas estruturas de órgãos e tecidos. Eles também são limitados pela falta de especificidade de muitos dos achados de imagem observados no cenário de infecção ou inflamação. FDG-PET A introdução da tecnologia PET associado à Tomografia Computadorizada (PET/CT) acrescentou outra dimensão à imagem originalmente fornecida, que até então ocorria em duas dimensões, ofertando imagens tridimensionais e aprimorando ainda mais seu papel no gerenciamento de pacientes com câncer. Apesar dos grandes sucessos alcançados pelas imagens de FDG-PET na avaliação de doenças malignas, o teste não é específico para o câncer. De fato, logo após a introdução dessa técnica em estudos em humanos, observouse que lesões com um número substancial de células inflamatórias também absorvem o FDG. Portanto, nas configurações apropriadas, a imagem FDG-PET pode ser efetivamente empregada para detectar e caracterizar processos infecciosos e inflamatórios. Assim, nos últimos
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