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AIDS, INFECÇÕES OPORTUNISTAS, TARV, ANTIFUNGICOS

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Julia Paris Malaco – UCT14 
SP4 – febre, inflamação e infecção 
 
AIDS 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids
_etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/man
ual_tecnico_diagnostico_infeccao_hiv.pdf 
 
A AIDS é uma doença causada pelo vírus da 
imunodeficiência humana (HIV), um retrovírus, e 
caracteriza-se por profunda imunossupressão que 
leva a infecções oportunistas, neoplasias 
secundárias e manifestações neurológicas. 
Danifica o sistema imunológico e interfere na 
habilidade do organismo lutar contra outras 
infecções. 
 
A AIDS é o conjunto de sintomas e infecções 
resultantes do dano do sistema imunológico 
ocasionado pelo vírus da imunodeficiência 
humana (HIV), cujo principal alvo são os linfócitos 
T-CD4, fundamentais para para coordenar as 
defesas do organismo. 
Quando o número destes linfócitos diminui, ocorre 
um colapso no sistema imune, que abre caminho 
para doenças oportunistas e tumores que podem 
provocar a morte do indivíduo. 
 
Estudos epidemiológicos nos Estados Unidos 
identificaram cinco grupos de adultos com risco 
elevado de desenvolver AIDS. A distribuição de 
casos nesses grupos é a seguinte: 
 Homens homossexuais ou 
bissexuais constituem o maior grupo, sendo 
responsáveis por mais de 50% dos casos 
relatados. Isso inclui cerca de 5% que também 
eram usuários de drogas intravenosas. 
 Usuários de drogas intravenosas sem 
antecedentes de homossexualidade são o 
segundo maior grupo. 
 Hemofílicos 
 Receptores de sangue e componentes do 
sangue que não sejam hemofílicos, mas que 
receberam transfusões de sangue total ou 
componentes. 
 Infecção pelo HIV em recém-nascidos. 
 
As três principais vias de transmissão são contato 
sexual, inoculação parenteral e passagem do vírus 
de mães infectadas para seus recém-nascidos. 
 A transmissão sexual é claramente o modo 
predominante de infecção no mundo todo, 
sendo responsável por mais de 75% de todos 
os casos de transmissão do HIV. 
A transmissão do vírus ocorre de duas formas: 
 Inoculação direta nos vasos sanguíneos 
que foram violados pelo trauma e 
 Infecção das células dendríticas ou 
células CD4+ no interior da mucosa. 
 A transmissão sexual do HIV é elevada por 
doenças sexualmente transmissíveis 
coexistentes, especialmente as 
associadas à ulceração genital. 
 
 A transmissão parenteral do HIV ocorre em três 
grupos de indivíduos: consumidores de drogas 
intravenosas, hemofílicos que receberam 
concentrados de fator VIII e IX, e receptores 
aleatórios de transfusão de sangue. 
 A transmissão ocorre pelo 
compartilhamento de agulhas, seringas e 
outros objetos contaminados com sangue 
contendo HIV. 
 A transmissão da mãe para a criança é a 
principal causa de AIDS pediátrica. 
As mães infectadas podem transmitir a infecção 
ao seu filho por três vias: 
 Intraútero por propagação 
transplacentária 
 Durante o parto através de um canal de 
parto infectado 
 Depois do nascimento, por ingestão de 
leite materno. 
 
Classificação 
 Grupo I: Infecção aguda. 
Caracteriza-se por sinais e sintomas transitórios 
(síndrome mononucleose-símile, rash cutâneo, 
linfadenopatia, mialgia, alteração 
neurológica tipo meningismo, febre e mal-
estar); 
 Grupo II: Infecção assintomática. 
Caracteriza-se pela ausência de sinais e 
sintomas específicos da infecção pelo HIV em 
indivíduos soropositivos; 
 Grupo III: Linfadenopatia persistente 
generalizada. 
Em indivíduos soropositivos para HIV, apresenta 
linfadenopatia envolvendo duas ou mais 
regiões extra-inguinais, com duração de pelo 
menos 3 meses, desde que sejam excluídas 
outras causas de aumento dos gânglios 
linfáticos. O estado geral do paciente 
geralmente é bom, raramente se observando 
hepatoesplenomegalia; 
 Grupo IV: Engloba outras doenças como 
doença constitucional (linfadenopatia 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids_etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Aids_etiologia_clinica_diagnostico_tratamento.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_diagnostico_infeccao_hiv.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_diagnostico_infeccao_hiv.pdf
Julia Paris Malaco – UCT14 
generalizada, astenia, diarreia, febre, sudorese 
noturna e emagrecimento superior a 10% do 
peso corporal anterior), doença neurológica, 
doenças infecciosas secundárias, neoplasias 
secundárias. 
 
 A infecção pelo HIV pode ser classificada de 
acordo com as manifestações clínicas e pela 
contagem de linfócitos T-CD4+. 
 
Quanto às manifestações clínicas, os pacientes 
podem ser classificados nas seguintes categorias: 
 Categoria A: indivíduos com sorologia positiva 
para o HIV, sem apresentar sintomas clínicos: 
 Infecção assintomática pelo HIV. 
 Linfadenopatia generalizada persistente-
Linfadenomegalia, envolvendo duas ou 
mais regiões extra-inguinais, com duração 
de pelo menos 3 (três) meses, associada à 
sorologia positiva para o HIV. 
 Infecção aguda (primária) pelo HIV – 
Síndrome de mononucleose, 
caracterizada por febre, 
linfadenomegalia e esplenomegalia. A 
sorologia para o HIV é negativa, tornando-
se positiva geralmente duas a três 
semanas após o início do quadro clínico. 
 
 Categoria B: indivíduos com sorologia positiva 
para o HIV, sintomáticos, que não estejam 
incluídos na categoria C, mas que apresentem 
infecções oportunistas e neoplasias: 
 Angiomatose bacilar 
 Candidíase vulvovaginal persistente de 
mais de um mês, que não responde ao 
tratamento específico; 
 Candidíase orofaringeana; 
 Sintomas consitucionais (febre acima de 
38,5ºC ou diarréria com mais de um mês 
de duração); 
 Displasia cervical (moderada ou grave) / 
carcinoma cervical in situ; 
 Leucoplaquia pilosa oral; 
 Herpes zoster envolvendo pelo menos dois 
episódios independentes ou mais de um 
dermátomo; 
 Púrpura trombocitopênica idiopática; 
 Listeriose; 
 Doença inflamátoria pélvica, 
principalmente se for complicada por 
abcesso tobovariano; 
 Neuropatia periférica 
 
 Categoria C (SIDA/AIDS): pacientes 
soropositivos e sintomáticos, que apresentem 
infecções oportunistas ou neoplasias (doenças 
que definem a SIDA/AIDS): 
 Candidíase esofágica, traqueal ou 
brônquica; 
 Criptococose extrapulmonar: 
 Câncer cervical uterino: 
 Rinite, esplenite ou hepatite por 
citomegalovírus: 
 Herpes simples mucocutâneo com mais 
de um mês de evolução 
 Histoplasmose disseminada 
 Isosporíase crônica; 
 Micobacteriose atípica; 
 Tuberculose pulmonar ou extrapulmonar 
 Pneumonia por Pneumocystis carinil; 
 Pneumonia recorrente com mais de dois 
episódios em um ano; 
 Bacteremia recurrente por salmonella; 
 Toxoplasmose cerebral 
 Leucoencefalopatia multifocal 
progressiva; 
 Criptosporidiose intestinal crônica; 
 Sarcoma de kaposil 
 Linfoma de Burkit imunoblásitco ou 
primário de cérebro 
 Encefalopatia pelo AIV; 
 Síndrome consumptiva pelo HIV; 
 
Quanto à contagem de linfócitos T-CD4+, os 
pacientes podem ser classificados nos seguintes 
grupos: 
 Grupo 1: indivíduos com números absoluto de 
linfócitos T auxiliares (CD4) igual ao acima de 
500/mm: 
 Grupo 2: indivíduos com número absoluto de 
linfócitos T auxiliares (CD4) entre 200 e 499/mm 
 Grupo 3: indivíduos com número absoluto de 
linfócitos T auxiliares (CD4) menor que 200/mm 
 
 Transmissão: 
 Transmissão sexual; 
 Transmissão sanguínea; 
 Uso de drogas injetáveis; 
 Transmissão vertical (da mãe para o filho 
durante a gravidez); 
 Transplantes de órgão; 
 Inseminação artificial. 
 
 Fatores de risco 
Todos estão sujeitos a contrair o vírus HIV, uma vez 
que a doença não escolhe cor de pele, idade, 
gênero ou preferências sexuais, contudo, há 
alguns comportamentos de risco para a infecção 
por HIV: 
 Relação sexual(vaginal, anal ou oral) com 
pessoa infectada sem o uso de 
preservativos 
 Compartilhamento de seringas e agulhas, 
principalmente, no uso de drogas 
injetáveis 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Reutilização de objetos perfurocortantes 
com presença de sangue ou fluidos 
contaminados pelo HIV. 
 
Fisiopatologia 
 
O HIV é um retrovírus humano não transformador 
que pertence à família dos lentivírus. 
 
Duas formas geneticamente diferentes, porém 
relacionadas de HIV, chamadas HIV-1 e o HIV-2, 
foram isoladas de pacientes com AIDS. 
 
Enquanto o HIV pode infectar muitos tecidos, os 
dois maiores alvos da infecção por HIV são o 
sistema imunológico e o sistema nervoso central. 
 
A imunodeficiência profunda, afetando 
primariamente a imunidade mediada por células, 
caracteriza a AIDS. Isso resulta principalmente da 
infecção e subsequente perda de células T CD4+, 
bem como do prejuízo na função das células T 
auxiliares sobreviventes. 
O HIV entra no corpo através das mucosas e do 
sangue e infecta primeiro as células T, bem como 
as células dendríticas e os macrófagos. A infecção 
se estabelece nos tecidos linfoides, onde o vírus 
pode permanecer latente por longos períodos. A 
replicação viral ativa associa-se a maior infecção 
das células e progressão para a AIDS. 
 
O vírus HIV compromete os linfócitos T CD4+, 
podendo destruir diretamente pela replicação 
viral ou indiretamente pela resposta imunológica 
do hospedeiro, que reconhece e agride as células 
infectadas, quando essa resposta é muito intensa, 
pode haver disfunção celular ou apoptose. 
 
 Infecção das células T pelo HIV: 
O HIV infecta as células usando a molécula CD4 
como receptor e vários receptores de quimiocinas 
como correceptores. 
 
Entretanto, a ligação ao CD4 não é suficiente 
para a infecção. A gp120 do HIV também precisa 
ligar-se a outras moléculas da superfície celular 
(correceptores) para a entrada na célula. 
Os receptores de quimiocinas, particularmente o 
CCR5 e o CXCR4, apresentam essa função. Os 
vírus do HIV isolados são distinguidos pelo seu uso 
desses receptores: as cepas R5 usam CCR5, as 
cepas X4 usam CXCR4 e algumas cepas (R5X4) 
têm duplo tropismo. 
 
As cepas R5 preferencialmente infectam células 
da linhagem do monócito/macrófago, sendo 
chamadas de M-trópicas, enquanto as cepas X4 
são T-trópicas, preferencialmente infectando as 
células T. Em aproximadamente 90% dos casos, o 
tipo R5 (M- trópico) do HIV é o vírus 
predominantemente encontrado no sangue de 
indivíduos com infecção aguda e no início da 
evolução da infecção. Ao longo do curso da 
infecção, contudo, os vírus T-trópicos acumulam-
se gradualmente; estes são especialmente 
virulentos porque são capazes de infectar muitas 
células T e até precursores tímicos das células T e 
causam maior depleção e comprometimento das 
células T. 
 
O envelope do HIV contém duas glicoproteínas, a 
gp120 da superfície, que se fixa de modo não 
covalente a uma proteína transmembrana, 
gp41. O passo inicial na infecção é a ligação da 
glicoproteína do envelope gp120 às moléculas de 
CD4, o que resulta em uma mudança 
conformacional que leva à formação de um novo 
local de reconhecimento na gp120 para os 
correceptores CCR5 ou CXCR4. 
 
A ligação aos correceptores induz mudanças de 
conformação na gp41 que resultam na exposição 
de uma região hidrofóbica, chamada peptídio de 
fusão, na extremidade da gp41. Esse peptídio 
insere-se na membrana celular e nas células-alvo 
(p. ex., células T ou macrófagos), resultando na 
fusão do vírus com a célula do hospedeiro. Após a 
fusão, o centro do vírus contendo o genoma do 
HIV entra no citosplama da célula. 
 
A necessidade da ligação do HIV aos 
correceptores tem importantes implicações para 
a patogenia da AIDS. As quimiocinas impedem a 
infecção das células em cultura pelo HIV pela 
ocupação de seus receptores, portanto o nível de 
quimiocinas nos tecidos pode influenciar a 
eficiência da infecção viral in vivo. De igual modo, 
polimorfismos no gene que codifica o CCR5 se 
associam a suscetibilidade diferente à infecção 
pelo HIV. 
 
 Replicação viral 
Uma vez internalizado, o RNA genômico do vírus 
sofre transcrição reversa, levando à síntese do 
DNA complementar de dupla fita (cDNA; DNA 
proviral). 
Nas células T em repouso, o cDNA do HIV pode 
continuar no citoplasma em uma forma epissomal 
linear. Nas células T que estão se dividindo, o cDNA 
torna-se circular, entra no núcleo e é então 
integrado ao genoma do hospedeiro. Depois 
dessa integração, o provírus pode ficar em silêncio 
por meses ou anos, uma forma de infecção 
latente. 
 
Julia Paris Malaco – UCT14 
O HIV infecta células T de memória e ativadas, 
mas não é eficiente em infectar produtivamente 
as células T naive (não ativadas). As células T naive 
contêm a forma ativa de uma enzima que introduz 
mutações no genoma do HIV. 
Essas mutações inibem a replicação adicional do 
DNA por mecanismos que não estão inteiramente 
definidos. 
 
A finalização do ciclo de vida viral em células 
infectadas de forma latente ocorre somente 
depois da ativação celular e, no caso da maioria 
das células T CD4+, a ativação viral resulta em lise 
celular. 
A ativação das células T por antígenos ou 
citocinas regula para cima vários fatores de 
transcrição, incluindo NF-κB, que estimulam a 
transcrição dos genes que codificam citocinas 
como a IL-2 e seu receptor. Nas células T em 
repouso, o NF-κB é mantido inativo no citoplasma 
em um complexo com a proteína IκB (inibidora de 
κB). 
 
Imagine agora uma célula CD4+ com infecção 
latente que encontra um antígeno ambiental. A 
indução do NF-κB nessa célula (uma resposta 
fisiológica) ativa a transcrição de DNA proviral do 
HIV (um resultado patológico) e leva, em última 
análise, à produção de virions e à lise da célula. 
 
Além disso, o TNF e outras citocinas produzidas por 
macrófagos ativados também estimulam a 
atividade de NF-κB e, desse modo, levam à 
produção do RNA do HIV. 
 
Assim, parece que o HIV se desenvolve quando as 
células T e macrófagos do hospedeiro estão 
ativados fisiologicamente, um ato que é mais bem 
descrito como “subversão partindo de dentro”. Tal 
ativação in vivo resulta da estimulação antigênica 
pelo próprio HIV ou por outros microrganismos 
infectantes. As pessoas infectadas pelo HIV 
apresentam um risco aumentado de exposição 
recorrente a outras infecções, o que leva ao 
aumento da ativação dos linfócitos e produção 
de citocinas pró-inflamatórias. Estas, por sua vez, 
estimulam ainda mais a produção do HIV, a perda 
adicional de células T CD4+ e mais infecções. 
Desse modo, é fácil visualizar como, em indivíduos 
com AIDS, pode ser estabelecido um círculo 
vicioso que culmine na destruição inexorável do 
sistema imunológico. 
 
 Depleção das células T 
A perda de células T CD4+ ocorre principalmente 
devido à infecção das células e aos efeitos 
citopáticos diretos do vírus em replicação. 
 
Até certo ponto, o sistema imunológico pode 
substituir as células T que morrem, e por isso a taxa 
de perda de linfócitos T pode parecer baixa, mas 
à medida que a doença evolui, a renovação de 
células T CD4+ não consegue acompanhar as 
suas perdas. 
 
Os possíveis mecanismos pelos quais o vírus mata 
diretamente as células infectadas incluem o 
aumento da permeabilidade da membrana 
citoplasmática associado ao brotamento de 
partículas virais a partir das células infectadas e a 
replicação do vírus interferindo na síntese de 
proteínas. 
 
Além da morte das células causada diretamente 
pelo vírus, outros mecanismos podem contribuir 
para a perda de células T. Eles incluem: 
 A ativação crônica de células não infectadas, 
em resposta ao HIV por si só ou a outras 
infecções que são comuns em indivíduos com 
AIDS, resulta na apoptose dessas células 
através do processo de mortecelular induzida 
pela ativação. Dessa forma, o número das 
células T CD4+ que morrem pode ser 
consideravelmente maior do que o número de 
células infectadas. O mecanismo molecular 
desse tipo de morte celular é desconhecido. 
 A infecção não citopática (abortiva) pelo HIV 
ativa a via do inflamassomo e conduz a uma 
forma de morte celular que tem sido chamada 
de piroptose. Durante esse processo, as 
citocinas inflamatórias e o conteúdo celular 
são liberados, potencializando o recrutamento 
de novas células e aumentando o número de 
células que podem ser infectadas. Essa forma 
de morte celular pode desempenhar um 
papel importante na propagação da 
infecção. 
 O HIV infecta células nos órgãos linfoides 
(baço, linfonodos, tonsilas) e pode causar 
destruição progressiva da arquitetura e 
composição celular dos tecidos linfoides. 
 Também pode ocorrer a perda de precursores 
imaturos das células T CD4+, seja por infecção 
direta das células progenitoras tímicas ou por 
infecção de células acessórias que secretam 
citocinas essenciais para a maturação da 
células T CD4+. 
 Pode ocorrer a fusão entre células infectadas 
e não infectadas, com a formação de 
sincícios (células gigantes). Em culturas de 
tecidos, a gp120 expressa em células 
produtivamente infectadas liga-se a 
moléculas de CD4 em células T não 
infectadas, ocorrendo posteriormente a fusão 
celular. As células fusionadas morrem em 
algumas horas. Essa propriedade de formação 
Julia Paris Malaco – UCT14 
de sincícios é geralmente restrita ao tipo T-
trópico X4 do HIV-1. Por esse motivo, esse tipo 
é comumente referido como vírus que induz 
sincícios (IS), ao contrário do vírus R5. 
 Embora a acentuada redução de células T 
CD4+, um marcador da AIDS, possa ser 
responsável pela maior parte da 
imunodeficiência tardia na evolução da 
infecção pelo HIV, há evidências de defeitos 
qualitativos nas células T até mesmo em 
pessoas assintomáticas infectadas pelo HIV. Os 
defeitos relatados incluem uma redução da 
proliferação de células T induzida por 
antígenos, uma diminuição das respostas tipo 
TH1 quando comparadas às do tipo TH2, 
defeitos de sinalização intracelular e muitos 
mais. A perda de respostas TH1 resulta em 
profunda deficiência da imunidade celular, 
levando ao aumento da suscetibilidade a 
infecções por vírus e outros microrganismos 
intracelulares. Também há uma perda seletiva 
do subgrupo de memória das células T 
auxiliares CD4+ no início da evolução da 
doença, o que explica as respostas de 
recordação ruins a antígenos previamente 
encontrados. 
 
A infecção crônica de baixo nível ou latente das 
células T é uma importante característica da 
infecção pelo HIV. Acredita-se que o provírus 
integrado, sem a expressão dos genes virais 
(infecção latente), pode permanecer nas células 
por meses a anos. Mesmo com potente terapia 
antiviral, que praticamente esteriliza o sangue 
periférico, o vírus latente esconde-se dentro das 
células CD4+ (células T e macrófagos) nos 
linfonodos. De acordo com algumas estimativas, 
0,05% das células T CD4+ nos linfonodos está 
infectado de forma latente. Como a maioria 
dessas células T CD4+ é constituída por células de 
memória, elas têm vida longa, de meses a anos, e 
desse modo proporcionam um reservatório 
persistente de vírus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumindo... 
O vírus HIV compromete os linfócitos T CD4+, 
podendo destruir diretamente pela replicação 
viral ou indiretamente pela resposta imunológica 
do hospedeiro, que reconhece e agride as células 
infectadas, quando essa resposta é muito intensa, 
pode haver disfunção celular ou apoptose. 
As formas de transmissão do vírus HIV são: contato 
sexual desprotegido, contato com sangue, 
hemoderivados e tecidos, além da transmissão 
vertical – intrauterino, no momento do parto ou no 
aleitamento materno. 
A via de transmissão mais frequente é a sexual, e 
o HIV então atravessa o epitélio da mucosa 
genital e, já na submucosa, começa a procura 
pelos linfócitos T CD4+ e a presença dessas células 
em modo ativado (a replicação do vírus só se dá 
nesses linfócitos “ativados”) contribui para os 
primeiros ciclos de replicação viral, já nas primeiras 
horas de infecção. 
Os vírions então seguem para os linfonodos, onde 
a replicação se torna ainda mais intensa e, então, 
se espalha por todos os tecidos e órgãos do corpo 
– essa ampliação é temporariamente impedida 
pela resposta imune do hospedeiro – tanto celular 
como humoral -, porém apenas uma parcela da 
viremia é controlada e, após cerca de seis meses 
a um ano, a análise do estado da viremia pode ser 
fator prognóstico de capacidade do indivíduo de 
responder à infecção do HIV. 
Em média, leva cerca de 10 anos desde a 
infecção primária e o surgimento da AIDS, porém 
esse tempo pode ser mais curto naqueles 
pacientes com resposta imune menos efetiva. O 
GALT (“Gut-Associated Lymphoid Tissue”)é um 
alvo inicial importante, pois é rico em células 
TCD4+ ativadas, por isso, considerável parte da 
amplificação inicial da viremia provem desse 
tecido). 
A transmissão por inoculação direta do vírus no 
sistema circulatório (compartilhamento de 
agulhas infectadas, transfusões sanguíneas, 
transmissão vertical…) e os vírions podem ser, 
inicialmente, removidos pelo baço, órgão 
importante para o sistema imune, rico em linfócitos 
TCD4+ e os passos seguintes se assemelham aos 
da transmissão sexual. 
Com o passar do tempo, mesmo com a resposta 
imune operando já de forma adaptativa, a 
replicação viral continua a acontecer, e essa 
grande resistência do vírus HIV se dá pelas 
inúmeras mutações genéticas vantajosas – por 
isso, mesmo com a contagem de CD4+ suficiente 
para a atividade imunológica, o vírus pode ser 
detectado na circulação a todo momento desde 
a infecção. 
Essas mutações são rápidas e importante para a 
resistência viral porque, enquanto os linfócitos 
Julia Paris Malaco – UCT14 
TCD4+ específicos para combater o vírus 
apresentado, já surgiram novas mutações, que 
irão infectar e destruir essas células imunes. 
Caso o paciente não faça uso da Terapia 
Antirretroviral (TARV), haverá uma evolução para 
uma profunda imunossupressão, com TCD4+ 
menor do que 350 células/microlitro. Com isso, 
diversas infecções e neoplasias oportunistas 
podem surgir, mesmo naquelas pessoas que se 
mantiveram assintomáticas. 
 
 Infecção das celulas não T 
Além da infecção e perda das células T CD4+, a 
infecção dos macrófagos e células dendríticas 
também é importante na patogenia da infecção 
pelo HIV. Da mesma forma que com as células T, 
a maioria dos macrófagos infectados pelo HIV é 
encontrada nos tecidos, e o número de monócitos 
do sangue infectados pelo vírus é baixo. Em certos 
tecidos, como os pulmões e o cérebro, 10% a 50% 
dos macrófagos estão infectados. Devem ser 
enfatizados vários aspectos da infecção dos 
macrófagos pelo HIV: 
 Embora a divisão celular seja necessária para 
a entrada no núcleo e replicação da maioria 
dos retrovírus, o HIV-1 pode infectar e 
multiplicar-se em macrófagos que estão no 
final da diferenciação e não se dividem. Essa 
propriedade do HIV-1 é dependente do seu 
gene viral vpr. A proteína Vpr permite que o 
complexo pré-integração do HIV tenha o 
núcleo como alvo através do poro nuclear. 
 Os macrófagos infectados fazem brotar 
quantidades relativamente pequenas de vírus 
da superfície celular, mas essas células contêm 
grande número de partículas virais, 
frequentemente localizadas em vacúolos 
intracelulares. Ainda que os macrófagos 
permitam replicação viral, eles são bem 
resistentes aos efeitos citopáticos do HIV, 
diferentemente das células T CD4+. Desse 
modo, os macrófagos podem ser reservatórios 
da infecção cuja produção permanece 
protegida das defesas do hospedeiro. Nos 
estágios tardios da infecção pelo HIV, quando 
diminuimuito o número de células T CD4+, os 
macrófagos são um importante local de 
replicação viral continuada. 
 Macrófagos agem como portais de infecção. 
Lembre-se de que, em mais de 90% dos casos, 
a infecção aguda pelo HIV caracteriza-se 
predominantemente por cepas M-trópicas 
circulantes. Esse achado sugere que a 
infecção inicial dos macrófagos ou células 
dendríticas pode ser importante na patogenia 
da doença pelo HIV. 
 Relata-se que até mesmo os monócitos não 
infectados tenham defeitos funcionais 
inexplicáveis que têm consequências 
importantes para a defesa do hospedeiro. 
Esses defeitos incluem comprometimento da 
atividade microbicida, diminuição da 
quimiotaxia e da secreção de IL-1, secreção 
imprópria do TNF e pouca capacidade de 
apresentar antígenos às células T. Além disso, 
até o pequeno número de monócitos do 
sangue infectados pode ser veículo para o HIV 
ser transportado para várias partes do corpo, 
inclusive o sistema nervoso. 
 
 A Função das Células B na Infecção pelo HIV 
Embora se tenha concentrado muita atenção nas 
células T, macrófagos e células dendríticas porque 
eles podem ser infectados pelo HIV, os indivíduos 
com AIDS também exibem anomalias profundas 
na função das células B. Paradoxalmente, há 
ativação policlonal das células B, resultando em 
hiperplasia das células B dos centros germinativos 
(particularmente no início da evolução da 
doença), plasmocitose na medula óssea, 
hipergamaglobulinemia e formação de 
imunocomplexos circulantes. Essa ativação pode 
resultar de múltiplos fatores que interagem entre si: 
pode ocorrer reativação ou reinfecção com o 
citomegalovírus e o EBV, que são ativadores 
policlonais das células B; a própria gp41 pode 
promover crescimento e diferenciação das 
células B; e os macrófagos infectados pelo HIV 
produzem quantidades aumentadas de IL-6, que 
estimula a proliferação das células B. Apesar da 
presença de células B ativadas 
espontaneamente, os pacientes com AIDS não 
são capazes de montar respostas de anticorpos 
contra os antígenos novos encontrados. Isso 
poderia dever-se, em parte, à falta de ajuda das 
células T, mas as respostas de anticorpos contra 
antígenos independentes de T também estão 
suprimidas e, por isso, deve haver outros defeitos 
intrínsecos nas células B. O comprometimento da 
imunidade humoral torna esses pacientes 
propensos a infecções disseminadas, causadas 
por bactérias encapsuladas, como 
o S. pneumoniae e o H. influenzae, que precisam 
de anticorpos para a opsonização e remoção 
efetivas. 
 
História natural da infecção 
 
O vírus tipicamente entra pelos epitélios das 
mucosas. As manifestações patológicas e clínicas 
subsequentes da infecção podem ser divididas 
em várias fases: 
 Uma síndrome retroviral aguda; 
 Uma fase média crônica, na qual a maioria 
dos indivíduos é assintomática; 
 AIDS – clínica 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Síndrome retroviral aguda 
A infecção aguda (inicial) caracteriza-se por 
infecção das células T de memória CD4+ (que 
expressam CCR5) nos tecidos linfoides das 
mucosas e morte de muitas células infectadas. 
 
A infecção primaria aguda é tempo entre o 
contágio e o aparecimento de anticorpos anti-HIV 
– soroconversão. Geralmente, esse tempo de 4 
semanas, e, durante a soroconversão, 
desenvolve-se a Síndrome Retroviral Aguda (SRA), 
caracterizada como conjunto de sinais e sintomas 
semelhantes a diversos quadros de virose – febre, 
mialgia, cefaleia, faringite, dor ocular, rash 
cutâneo, astenia, linfadenopatia, náuseas, 
vômitos, letargia – refletindo a resposta imune 
contra a viremia inicial, porém essa fase também 
pode ser assintomática. Nesse momento, bilhões 
de cópias do vírus circulam pelo hospedeiro, e 
assim, o poder transmissivo é muito alto. Esse 
quadro dura de 3 a 4 semanas e é autolimitado. A 
sorologia anti-HIV nesse momento costuma ser 
negativa, sendo importante a pesquisar por RNA 
viral circulante. Ocorre aumento na contagem de 
células TCD4+ e resposta imune celular e humoral 
contra o HIV. 
 
A síndrome retroviral aguda é a apresentação 
clínica da disseminação inicial do vírus e da 
resposta do hospedeiro. Estima-se que de 40% a 
90% dos indivíduos que adquirem uma infecção 
primária desenvolvam essa síndrome. Isso ocorre 
tipicamente 3 a 6 semanas depois da infecção e 
resolve-se espontaneamente em 2 a 4 semanas. 
Clinicamente, essa fase está associada a uma 
doença aguda autolimitada com sintomas 
inespecíficos, incluindo faringite, mialgias, febre, 
perda de peso e fadiga, assemelhando-se a uma 
síndrome gripal. Também podem ocorrer outras 
manifestações clínicas, como exantema, 
adenopatia cervical, diarreia e vômitos. 
A extensão da viremia, medida pelos níveis de 
RNA do HIV-1 no sangue, é um marcador útil da 
progressão da doença pelo HIV e possui valor 
clínico no tratamento de pessoas com infecção 
pelo HIV. 
 
Como a perda de contenção imunológica se 
associa ao declínio das contagens de células T 
CD4+, a classificação do Centers for Disease 
Control (CDC) para a infecção pelo HIV estratifica 
três categorias, tendo por base as contagens de 
células CD4+: 
 Número de células CD4+ maior ou igual a 500 
células/μL, 
 Entre 200 e 499 células/μL 
 Menor que 200 células/μL. 
 
 Infecção Crônica 
Na fase seguinte, fase crônica da doença, os 
linfonodos e o baço são locais de replicação do 
HIV e destruição celular contínuas. 
Durante esse período da doença, estão presentes 
poucas ou nenhuma manifestação clínica da 
infecção pelo HIV. Portanto, essa fase da doença 
pelo HIV é chamada período de latência clínica. 
 
Resolvida a SRA, o paciente entra na latência 
clínica, que dura cerca de 10 anos quando não é 
realizada a terapia. O exame físico pode ser 
normal, podendo também ser percebida 
linfadenopatia, algumas pessoas podem 
desenvolver Linfadenopatia Generalizada 
Progressiva (LGP). Outros possíveis achados essa 
fase são plaquetopenia isolada ou anemia 
normocrômica e normocítica e/ou discreta 
leucopenia. Nesse momento, os linfócitos TCD4+ 
continuam a aumentar, enquanto ocorre redução 
da carga viral plasmática. Mesmo com ausência 
de sintomatologia, os vírus continuam a se replicar, 
principalmente nos CD4 de memória. 
Julia Paris Malaco – UCT14 
Nessa fase crônica da infecção, os pacientes são 
assintomáticos ou desenvolvem infecções 
oportunistas menores, como a candidíase oral 
(sapinho), a candidíase vaginal, o herpes-zóster e 
a tuberculose (sendo esta última particularmente 
comum em regiões com poucos recursos, como a 
África subsaariana). Também pode ser observada 
trombocitopenia autoimune. 
 
 AIDS 
A fase final é a progressão para a AIDS, 
caracterizada por colapso das defesas do 
hospedeiro, aumento dramático do vírus no 
plasma e doença clínica grave que coloca a vida 
em risco. 
Tipicamente, o paciente apresenta febre de 
longa duração (mais de 1 mês), fadiga, perda de 
peso e diarreia. Após um período variável, 
infecções oportunistas graves, neoplasias 
secundárias ou doenças neurológicas clínicas 
(agrupadas sob a designação de doenças 
indicadoras da AIDS e discutidas adiante) 
emergem, e diz-se que o paciente desenvolveu 
AIDS. 
Na ausência de tratamento, a maioria dos 
pacientes com infecção pelo HIV evolui para AIDS 
depois de uma fase crônica que dura 7 a 10 anos. 
 
AIDS - caracterizada como intensa supressão no 
sistema imunológico do indivíduo, com o 
surgimento de infecções oportunistas e 
neoplasias. 
A progressão da infecção é marcada por febre 
baixa, sudorese noturna e diarreia crônica. 
As infecções oportunistas mais comuns 
pneumocistose, tuberculose pulmonar atípica ou 
disseminada, neurotoxoplasmose, retinite por 
citomegalovírus, meningite criptocócica; já as 
neoplasiasmais comuns são Sarcoma de Kaposi e, 
nas mulheres jovens, câncer de colo uterino. 
 
Sintomas 
 
 Sintomas iniciais: 
 Febre persistente; 
 Calafrios; 
 Cefaleia; 
 Dor de garganta; 
 Dores musculares; 
 Manchas na pele; 
 Gânglios ou ínguas embaixo do braço, no 
pescoço ou na virilha e que podem levar 
muito tempo para desaparecer. 
 Candidíase oral 
 Sensação constante de cansaço 
 Diarreia 
 Transpirações noturnas 
 Perda de peso superior a 10% 
Diagnóstico 
 
Existem vários testes para determinar em que 
estágio a doença está, dentre eles: 
 Contagem de CD4 - As células CD4 são um 
tipo de glóbulo branco que é especificamente 
destruído pelo HIV. A contagem de células 
CD4 em uma pessoa sem HIV pode variar de 
500 a mais de 1.000. A infecção pelo HIV 
costuma diminuir a contagem de CD4. 
Quanto menor for o CD4, pior o 
comprometimento do sistema imunológico. 
Contagens abaixo de 200 células/mm3 
mostram que o paciente tem risco de 
apresentar infecções oportunistas 
 Carga viral - O teste mede a quantidade de 
vírus no sangue e quanto maior a carga viral, 
mais o sistema imunológico pode ser agredido. 
 
 Carga viral 
O teste mede a quantidade de vírus no sangue e 
quanto maior a carga viral, mais o sistema 
imunológico pode ser agredido. 
Outros testes 
O médico também pode solicitar testes para 
outras infecções ou complicações relacionadas 
ao HIV/aids: 
 Tuberculose 
 Hepatite 
 Toxoplasmose 
 Outras doenças sexualmente transmissíveis 
(DST) 
 Danos nos rins e fígado 
 Infecções de trato urinário 
 Sífilis 
 
 Teste rápido de AIDS 
Ele funciona da mesma forma que o teste 
convencional, com a diferença de que o 
resultado sai no mesmo dia, cerca de trinta 
minutos até duas horas após a realização do 
exame. 
Pode ser feito com sangue (inclusive da ponta do 
dedo) e na saliva. Isso permite com que o 
paciente fique sabendo do resultado no 
momento da consulta médica. O teste é feito 
após o aconselhamento pré-teste. 
Com o resultado, seja ele positivo ou negativo, a 
pessoa passa por um aconselhamento pós- teste, 
muito importante para esclarecer dúvidas a 
respeito das formas de transmissão, tratamento e 
prevenção. 
 
 Fluído oral 
O teste de fluido oral é a mais recente modalidade 
de testagem. Para realizar o exame, é necessário 
retirar uma amostra do fluido presente na boca, 
https://www.sanarmed.com/caso-clinico/doencas-oportunistas-causadas-pelo-hiv
https://www.sanarmed.com/dica-de-infectologia-tuberculose-hiv
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/candidiase
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hepatite
https://www.minhavida.com.br/saude/materias/20481-dst-ist-conheca-15-doencas-sexualmente-transmissiveis
Julia Paris Malaco – UCT14 
principalmente das gengivas e da mucosa da 
bochecha, com o auxílio de uma haste coletora. 
O resultado sai em 30 minutos e pode ser realizado 
em qualquer lugar, dispensando estruturas 
laboratoriais. 
No entanto, o teste de fluido oral serve apenas 
como triagem para o paciente. 
 
 Western Blot (confirmatório) 
É um exame que detecta diferentes tipos de 
anticorpo contra o HIV 1 e 2 e pode ser útil no caso 
de resultados discrepantes nos exames acima. 
 
 PCR ou carga viral para HIV 
Via de regra, este exame é solicitado quando um 
dos exames acima é positivo. Ele detecta e 
quantifica o vírus HIV no sangue e é importante 
para monitorar o tratamento. 
 
 Testes convencionais 
O teste convencional foi o primeiro a ser 
desenvolvido. A ele, dá-se o nome de Ensaio 
Imunoenzimático, ou ELISA. 
Nele os profissionais de laboratório colhem uma 
amostra do sangue do paciente e buscam por 
anticorpos contra o vírus. 
Se a amostra não apresentar nenhuma célula de 
defesa específica para o HIV, o resultado é 
negativo e, então, oferecido ao paciente. 
Porém, caso seja detectado algum anticorpo anti-
HIV no sangue, é necessária a realização de um 
teste adicional, o chamado teste confirmatório, 
para que se tenha certeza absoluta do 
diagnóstico. Nele, os profissionais buscam por 
fragmentos de HIV na corrente sanguínea do 
paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento 
 
 Inibidores da Transcriptase Reversa 
Nucleosídeos: 
Essa classe de medicamentos atua sobre a enzima 
transcriptase reversa, tornando conversão do RNA 
em uma cadeia de DNA viral defeituosa, 
impedindo a inclusão desta no DNA das células de 
defesa do organismo hospedeiro. Essa ação 
impede que o vírus se reproduza. 
 Primeiros agentes antirretrovirais usados 
para o tratamento da infecção pelo HIV; 
 Atuam incorporando-se ao DNA do vírus e 
interrompendo assim o processo de 
elaboração; 
 O DNA resultante fica incompleto e não 
consegue formar vírus novos. 
Exemplos: Abacavir, Lamivudina, Tenofovir, 
Zidovudina, Truvada 
 
 Inibidores da Transcriptase Reversa Não 
Nucleosídeos 
Essa classe de medicamentos também atua sobre 
a enzima transcriptase reversa, bloqueando 
diretamente sua ação, impedindo a multiplicação 
do vírus. 
 Potente classe de substâncias altamente 
eficazes no bloqueio da replicação do 
vírus HIV em cepas sensíveis ou resistentes 
aos inibidores da transcriptase reversa 
necleosídeos; 
 Uma das vantagens dessas substâncias é 
os efeitos colaterais não se sobrepõem aos 
dos nucleosídeos e inibidores de protease; 
 Atuam interrompendo a produção de HIV, 
ligando-se diretamente à transcriptase 
reversa, impedindo a conversão do RNA 
em DNA; 
Exemplos: Efavrienz, Nevirapina, Etravirina 
 
 Inibidores de Protease 
Medicamentos que atuam na enzima protease, 
bloqueando sua ação e impedindo a produção 
de novas cópias do vírus HIV. 
 A protease do HIV é uma aspartilprotease 
que conduz o processamento de 
poliproteína gag-pol; 
 Atuam no último estágio do ciclo de 
reprodução viral, impedindo o HIV de ser 
adequadamente elaborado e liberado 
da célula CD4+ infectada, bloqueando a 
ação da enzima protease; 
 As partículas virais produzidas são 
estruturalmente distorcidas e não 
infectantes. 
Exemplos: Atazanavir, Darunavir, Ritonavir 
 
 Inibidores da Integrase 
Julia Paris Malaco – UCT14 
Medicamentos que bloqueiam a atividade da 
enzima integrase, responsável pela inserção do 
DNA do vírus HIV (após ação da transcriptase 
reversa que converte RNA do vírus em DNA) ao 
DNA humano. Isto permite a inibição da 
replicação do vírus e sua capacidade de infectar 
novas células. 
 Nova linha de antirretrovirais, capaz de 
evitar que o vírus se integre ao DNA do 
linfócito CD4; 
 O tratamento é eficaz quando combinado 
com várias drogas agindo ao mesmo 
tempo em diferentes etapas da 
replicação vital, como transcriptase mais 
protease mais integrase, por exemplo. 
Exemplos: Dolutegravir, Raltegravir 
 
 Inibidores de fusão 
Medicamentos que impedem a entrada do vírus 
do HIV nas células de defesa do organismo 
hospedeiro via proteína CD4, impedindo o ciclo 
reprodutivo do vírus 
Exemplo: Enfuvirtida (T20) 
 
 Profilaxia Pós-exposição (PEP) 
A Profilaxia Pós-exposição (PEP), estratégia para 
prevenção da infecção pelo HIV, foi inicialmente 
disponibilizada para profissionais de saúde que 
acidentalmente se expunham ao HIV (com 
agulhas e outros instrumentais contaminados) ou 
para vítimas de violência sexual. 
Desde 2010, no entanto, existe a versão PEP sexual. 
Esta é uma estratégia complementar ao sexo 
seguro, indicada para pessoas que se expuseram 
a situações sexuais de risco para infecção pelo 
HIV: falha no uso ou ainda rompimento de 
preservativos. 
A ideia da PEP é que tão logo a pessoa tenha sido 
exposta, ela seja avaliada e testada para o HIV. 
Essa medida irá verificar se ela já havia sido 
infectada anteriormente (imediatamente após a 
exposição não é possível saber se a pessoa 
contraiu o vírus ou não, pois é preciso aguardar o 
tempo da janela imunológica para oexame ficar 
positivo). 
Caso o (a) parceiro (a) esteja presente na 
consulta, poderá também passa pela testagem. 
Quando indicado, a pessoa exposta sexualmente 
ao vírus HIV (ou ao risco de), recebe 
medicamentos antirretrovirais que devem ser 
usados por 4 semanas, para evitar a infecção pelo 
HIV. 
 
A caracterização de falha terapêutica de 
pacientes utilizando TARV é definida 
como: aumento de 0,5 log na carga viral em pelo 
menos 2 medidas consecutivas em intervalo de 3 
meses ou queda maior que 25% da contagem de 
células CD4 em 2 medidas consecutivas em 3 
meses. Na falha ao tratamento e introdução 
empírica de nova terapia, de preferência, todo o 
esquema deve ser modificado. Tal medida é 
muito específica, ficando a cargo do 
especialista.Tratamento - Mecanismo dos 
antirretrovirais 
 
(TARV - infecção fúngica quando inicia ou 
reinicia) 
Um esquema de TARV efetivo deve ser iniciado 
para os coinfectados tão logo se perceba 
resposta ao tratamento antifúngico, em geral 
entre duas e seis semanas. 
FOSAMPRENAVIR, DARUNAVIR, LOPINAVIR 
 Evitar administrar junto com cetoconazol ou 
itraconazol pelo risco de hepatotoxicidade 
 não passar de 200mg/dia 
 Fluconazol não tem problema, EXCETO 
NEVIRAPINA risco de hepatotoxicidade 
monitorar enzimas hepáticas 
Fluconazol: Não necessita de ajuste de doses. Sem 
impacto significativo tanto com uso com EFV ou 
DTG. 
Itraconazol: Pode apresentar diminuição de sua 
eficácia quando administrado em associação 
com EFV. Ajustar dose conforme resposta clínica. 
Sem interação com DTG. 
Cetoconazol: Não deve ser administrado em 
associação com EFV por redução significativa de 
sua eficácia, considerar outro antifúngico. Sem 
interação com DTG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Infecções oportunistas na AIDS 
 
Quando o sistema imunológico está muito 
enfraquecido pelo HIV, outras infecções e 
doenças oportunistas se aproveitam – são as 
chamadas infecções oportunistas. 
 
Manifestações de imunodeficiência avançada 
(doenças definidoras de AIDS): 
 Síndrome consumptiva associada ao HIV 
(perda involuntária de mais de 10% do peso 
habitual) associada a diarreia crônica (dois ou 
mais episódios por dia com duração ≥ 1 mês) 
ou fadiga crônica e febre ≥ 1 mês 
 Pneumonia por Pneumocystis jirovecii 
Julia Paris Malaco – UCT14 
 Pneumonia bacteriana recorrente (dois ou 
mais episódios em 1 ano) 
 Herpes simples com úlceras mucocutâneas 
(duração > 1 mês) ou visceral em qualquer 
localização 
 Candidíase esofágica ou de traqueia, 
brônquios ou pulmões 
 Tuberculose extrapulmonar 
 Sarcoma de Kaposi 
 Doença por citomegalovírus (retinite ou outros 
órgãos, exceto fígado, baço ou linfonodos) 
 Neurotoxoplasmose 
 Encefalopatia pelo HIV 
 Criptococose extrapulmonar 
 Infecção disseminada por micobactérias não 
M. tuberculosis 
 Leucoencefalopatia multifocal progressiva 
 Criptosporidiose intestinal crônica (duração > 
1 mês) 
 Isosporíase intestinal crônica (duração > 1 mês) 
 Micoses disseminadas (histoplasmose, 
coccidiomicose) 
 Septicemia recorrente por Salmonella não 
thyphi 
 Linfoma não Hodgkin de células B ou primário 
do sistema nervoso central 
 Carcinoma cervical invasivo 
 Reativação de doença de Chagas 
(meningoencefalite e/ou miocardite) 
 Leishmaniose atípica disseminada 
 Nefropatia ou cardiomiopatia sintomática 
associada ao HIV. 
 
Manifestações de imunodeficiência moderada 
 Perda de peso inexplicada (> 10% do peso) 
 Diarreia crônica por mais de 1 mês 
 Febre persistente inexplicada por mais de 1 
mês (> 37,6°C, intermitente ou constante) 
 Candidíase oral persistente 
 Candidíase vulvovaginal persistente, 
frequente ou não responsiva à terapia 
 Leucoplasia pilosa oral 
 Tuberculose pulmonar 
 Infecções bacterianas graves (p. ex., 
pneumonia, empiema, meningite, piomiosite, 
infecções osteoarticulares, bacteremia, 
doença inflamatória pélvica grave) 
 Estomatite, gengivite ou periodontite aguda 
necrosante 
 Anemia inexplicada (< 8 g/dℓ), neutropenia (< 
500 células/μℓ) e/ou trombocitopenia crônica 
(< 50.000 células/μℓ) 
 
Sarcoma de Kaposi: Raro em pessoas sadias e 
mais comum entre pessoas com aids e 
imunossupressão severa. O Sarcoma de Kaposi 
surge com lesões escuras na pele e boca da 
pessoa e também pode afetar os órgãos internos 
como o trato digestivo e os pulmões. Em muitos 
casos, tratar o HIV acaba por resolver o sarcoma. 
Quando muito avançado, demanda 
quimioterapia. 
 
Linfomas: Esse tipo de câncer se origina nos 
glóbulos brancos do sangue e usualmente 
aparece primeiramente nos nódulos linfáticos. 
Requer quimioterapia para seu tratamento. 
Outras complicações podem incluir: 
 
Síndrome de Wasting ou do definhamento: É 
definida como a perda de ao menos 10% da 
massa corpórea do paciente, acompanhada de 
diarreia, fraqueza crônica e febre. Com os 
tratamentos, o número de casos de Síndrome do 
Definhamento tem diminuído, mas ainda afeta 
muitas pessoas com HIV. 
 
Complicações neurológicas: Sintomas 
neurológicos como confusão, 
esquecimento, ansiedade, dificuldade de 
caminhar podem acontecer em pessoas com 
aids. A demência relacionada à aids é uma 
complicação em geral tardia e de muito difícil 
condução. 
 
Doenças renais: A nefropatia associada ao HIV é 
uma inflamação dos pequenos filtros dos rins, que 
removem o excesso de líquido e resíduos do 
sangue e os passa para a urina. 
 
Lipodistrofia: Caracteriza-se pela concentração 
excessiva de gordura no abdome, tórax e nuca e 
perda de gordura na face, braços e pernas de 
pessoas soropositivas que estão utilizando a 
Terapia Anti-retroviral Altamente Ativa (HAART), 
também conhecida como terapia de 
combinação ou coquetel para o tratamento anti-
HIV. 
Pode ocorrer aumento de gordura na região do 
abdome/ventre (gordura central), entre os 
ombros, em volta do pescoço ou no tórax 
(especialmente em mulheres) ou perda de 
gordura da pele, mais aparente nos braços, 
pernas, nádegas e rosto, resultando em 
enfraquecimento da face, atrofiamento das 
nádegas e veias aparentes nas pernas e braços. 
 
Fungos 
 
 Estrutura 
Fungos são classificados de acordo com a forma: 
 Hifa verdadeira: células alongadas, que e 
ramificam e geralmente encontra-se na 
superfície o conídio – faz parte da 
reprodução assexuada do fungo – conídio 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/ansiedade
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/demencia
Julia Paris Malaco – UCT14 
se solta e passa a chamar esporo, que 
cresce e forma uma nova hifa 
o Hifa septada e hifa cenocítica 
 Levedura: fungo unicelular, célula 
arredondada, geralmente a proliferação 
ocorre por brotamento 
 Pseudo-hifas: levedura que começa a 
proliferar, mas ocorre uma falha e o broto 
se acumula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Característica importante das infecções por 
fungos: 
 Fungos que apresentam dimorfismos de 
acordo com a temperatura do ambiente. 
Por exemplo: hifas quando entram em contato 
com o nosso corpo se transformam em leveduras 
 
Padrões de lesão 
 Micose superficial: acometimento da 
epiderme 
 Micose subcutânea: derme, epiderme e 
vasos 
 Micoses sistêmicas: quando o fungo 
consegue alcançar a corrente sanguínea 
e se locomove por via hematogenica 
alcançando órgãos 
 Micoses oportunistas: acometimento de 
múltiplos órgãos e órgãos essenciais para a 
vida 
 
 Classificação 
Chytridiomycota: Nesse grupo a grande maioria 
de seus representantes é de água doce, com 
poucas espécies marinhas e terrestres. Como 
característica mais marcante, observa-se a 
presença de uma estrutura de propagação no 
ambiente aquático flagelada (zoósporo 
flagelado). 
Neocallimastigomycota: Esses fungos anaeróbios 
são encontrados, em sua maioria, vivendo no 
sistema digestório de mamíferos herbívoros. 
Produzem zoósporos não flagelados.Blastocladiomycota: São fungos encontrados no 
ambiente aquático, solo e parasitando insetos. 
Possuem reprodução sexuada por meio da fusão 
de gametas e reprodução assexuada com 
zoósporo com apenas um flagelo. 
Microsporídia: Fungos que não possuem 
mitocôndria e flagelos e que são parasitas 
obrigatórios de animais. 
Glomeromycota: Esses fungos vivem em 
associação mutualística com as raízes de algumas 
plantas. Nessa associação, a planta fornece 
nutrientes para o fungo provenientes da 
fotossíntese, e o fungo absorve água, nutrientes e 
minerais do solo e transfere-os para a planta. Esse 
filo de fungos é recente e foi proposto em 2001. 
Ascomycota: É o maior grupo de fungos 
existente. Estima-se que cerca de 75% dos fungos 
descritos pertençam a esse grupo, estando 
registradas mais de 32.000 espécies. Eles são 
encontrados na natureza como parasitas, 
saprófitos e formando líquens. Nesse grupo, 
observa-se a estrutura de propagação conhecida 
como asco, a qual possui ascósporos (esporos 
sexuados). 
Basidiomycota: Esse grupo é tradicionalmente 
conhecido como cogumelos orelhas-de-pau e 
são considerados como os mais evoluídos do reino 
em virtude de sua complexidade. São fungos 
terrestres, em sua maioria. Formam, por 
reprodução sexuada, uma estrutura conhecida 
como basídio, o qual contém basidiósporos 
(esporos sexuados). Os fungos desse grupo são 
macroscópicos e diferenciam-se pela forma, 
coloração e tamanho. 
 
Candidíase 
 
Agente etiológico: cândida sp 
Organismos comensais benignos, podem causar 
complicações em pacientes com alguma 
imunodeficiência 
 
Causa infecções superficiais – exantema de 
fralda, intertrigo 
Infecções Disseminadas – abcesso hepático, 
 
Inflamação supurativa que geralmente leva a 
formação de abcessos 
 
 Patogenia 
Tem capacidade de dimorfismo 
Genes fase específicos que se sensibiliizam de 
acordo com o meio em que o fungo está 
constituído – mudanças de temperatura, pH 
neutro, presença de CO2, nutrientes, carência 
nutricional. 
 
A Candida produz um grande número de 
adesinas funcionalmente distintas que medeiam a 
aderência às células hospedeiras, algumas das 
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quais também funcionam na morfogênese ou 
sinalização da Candida. 
Essas adesinas incluem 
 Proteína semelhante a integrina: se liga 
aos grupos argininaglicina-ácido 
aspártico (RGD) no fibrinogênio, 
fibronectina e laminina; 
 Proteína que se assemelha aos substratos 
transglutaminase: se liga às células 
epiteliais, e 
 Aglutininas: se ligam às células endoteliais 
ou à fibronectina. 
A adesão é um importante determinante de 
virulência 
 
A cândida precisa ainda romper a barreira 
epitelial, e faz isso através de enzimas 
A cândida produz um número de enzimas que 
contribui para a capacidade invasiva, 
 Aspartil proteinases (SAP): podem 
promover a invasão tecidual através da 
degradação de proteínas da matriz 
extracelular, 
 Catalases: podem permitir que o 
organismo resista a morte oxidativa por 
células fagocíticas. 
 Adenosina: bloqueia a produção de 
radicais de oxigênio e degranulação pelos 
neutrófilos. 
 
Cândida tem capacidade de formar biofilmes (se 
ancorar na superfície e coloniza-la) 
 
 Resposta imune 
1º linha de defesa: macrófagos e netrolifos 
Resposta adaptativa: resposta imune célula 
 
A imunidade inata e as respostas de células T são 
importantes para a proteção contra a infecção 
por Candida. 
Neutrófilos e macrófagos fagocitam Candida, e a 
morte oxidativa por esses fagócitos é a primeira 
linha de defesa do hospedeiro. 
 
A levedura de Candida ativa células dendríticas 
para produzir IL-12 mais do que o fazem as formas 
filamentosas do fungo. Como resultado, as formas 
leveduriformes elicitam uma resposta TH1 fúngica 
protetora, enquanto as formas filamentosas 
tendem a estimular uma resposta TH2 não 
protetora. 
 
Da mesma forma que outros fungos, a Candida 
também elícita respostas TH17, as quais são 
responsáveis pelo recrutamento de neutrófilos e 
monócitos. As respostas de células T à Candida 
são particularmente importantes para a proteção 
contra a infeção mucosa e cutânea pela 
Candida, como demonstrado pelas infecções 
mucocutâneas recorrentes por Candida em 
indivíduos com infecção pelo HIV e baixas 
contagens de células T. 
 
Hifa modula resposta imune e a torna ineficiente. 
Levedura é rapidamente reconhecida 
 
Os casos preocupantes de cândida acontecem 
quando ao exame histológico aparecem varias 
formas do fungo 
 
 Manifestações clinicas 
Candidíase superficial de mucosa oral: 
 Pseudo membranas branco acinzentadas 
 hiperemia da mucosa 
 inflamação da mucosa 
 Acomete: neonatos, pessoas debilitadas, 
crianças em tratamento para asma, 
pacientes tratados com antibiótico de 
amplo espectro e HIV. 
 
Esofagite por cândida: 
 Disfagia 
 Dor retroesternal 
 Placas brancas e pseudomembranas 
 Acomete - HIV e pacientes com 
malignidades hematolinfoides 
 
Vaginite por cândida: 
 Secreção pruriginosa 
 Dor 
 Corrimento espesso 
 Acomete – diabéticas, gestantes, mulheres 
que fazem uso de contraceptivos orais 
 
Candidíase cutânea: 
 Onicomicose, paroniquia, foliculite, 
balanite, intertrigo, exantema de fralda 
 
Candidíase invasiva: 
 Causada por disseminação 
hematogenica. 
 Abcessos renais, miocárdicos, 
endocardite, microabcessos cerebrais e 
mingite, endoftalmites, abcessos hepáticos 
 
 
Criptococose 
 
Agente etiológico: cryptococcus neoformans 
 O Cryptococcus neoformans está presente 
no solo e em fezes de aves 
(particularmente pombos) e infecta 
pessoas quando inalado. 
 Forma de levedura 
 Só causa doenças em pacientes com 
alguma deficiência no sistema imune 
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 Causa meningoencefalite em pacientes 
com: AIDS, leucemia ou linfoma, lúpus 
eritematoso sistêmico, sardoidose, 
transplantados 
 
Diversos fatores de virulência permitem que ele 
escape das defesas do hospedeiro: 
 Uma cápsula polissacarídica: 
Glicuronoxilomanana, o principal 
polissacarídeo capsular do C. neoformans, 
é um grande fator de virulência que inibe 
a fagocitose de macrófagos alveolares, 
migração de leucócitos e recrutamento 
de células inflamatórias. O C. neoformans 
pode sofrer variação fenotípica, a qual 
leva a mudanças na estrutura e tamanho 
da cápsula polissacarídica, 
proporcionando uma maneira de escapar 
das respostas imunes. 
A capsula inibe a fagocitose por macrófagos 
alveolares, inibe a migração de neutrófilos, inibe o 
recrutamento das celulas inflamatórias contra o 
fungo 
 Produção de melanina – através de 
enzimas: 
o Lacase (enzima) que libera melanina, 
que é um agente antioxidante e 
protege contra a ação oxidante dos 
macrófagos alveolares 
o Serina proteinase: auxilia na 
dissemimaçao do fungo 
 
O C. neoformans pode estabelecer infecções 
latentes acompanhadas por formação de 
granulomas, que podem reativar-se em 
hospedeiros imunossuprimidos. 
 
Pode ocorrer colonização exacerbada dentro do 
alvéolo, mas isso pode acontecer sem nenhum 
sintoma, o que permite que o fungo permaceça 
ali e alcance a via hematogenica 
 
O polissacarídeo capsular cora-se intensamente 
em vermelho com ácido periódico de Schiff e 
mucicarmim em tecidos, e pode ser detectado 
com esferas recobertas por anticorpos em ensaios 
de aglutinação. Preparações com nanquim criam 
uma imagem negativa, visualizando-se a capsula 
espessa como um halo claro em um fundo negro. 
Apesar de o pulmão ser o local primário de 
infecção, o envolvimento pulmonar e 
normalmente brando e assintomático, mesmo 
enquanto o fungo está se disseminando para o 
SNC 
 
As principais lesões causadas por C. neoformans 
são no SNC, envolvendo meninges, massa 
cinzenta cortical e núcleos basais. 
 Quadro clinico 
As apresentações clínicas são diretamenterelacionadas ao estado imunológico do 
hospedeiro, que varia desde manifestações 
localizadas autolimitadas até doença 
disseminada. Sinais e sintomas da criptococose 
dependerão da localização da doença 
(pulmonar, SNC ou disseminada). A criptococose 
em SNC é a manifestação clínica mais frequente 
da doença seguida do envolvimento pulmonar. O 
complexo primário pulmonar-linfonodo, 
semelhante à tuberculose e à histoplasmose, 
pode ser assintomático e com potencial risco de 
disseminação em presença de imunodepressão. 
Infecção subpleural assintomática ocorre 
frequentemente, devido ao tamanho dos 
propágulos fúngicos, os basidiósporos (1 a 2 μm) 
que se depositam nos alvéolos periféricos. 
Fatores associados à presença de condições 
clínicas de imunodepressão, tais como uso de 
esteroides, malignidades, transplantes ou 
infecção pelo HIV, estão frequentemente 
associados a criptococose, que é uma micose 
importante em pacientes receptores de 
transplante de órgão sólido, sendo uma das mais 
frequentes doenças fúngicas invasivas no período 
pós-transplante, ocorrendo nos primeiros 2 anos 
após o transplante. Entretanto, existem descrições 
da doença dentro dos primeiros 30 dias pós-
transplante. 
 
 Diagnóstico 
Diagnóstico está fundamentado em: cultura e 
microscopia direta de materiais clínicos, 
anatomopatologia de tecidos e a detecção do 
antígeno criptocócico. 
A avaliação do líquido cefalorraquidiano ou liquor 
(LCR) é fundamental para o diagnóstico da 
doença no SNC. Ao realizar a punção liquórica 
deve-se sempre medir a pressão de abertura. 
Pressão de abertura ≥ 25 cmH2O requer punções 
repetidas até que a pressão de abertura diminua 
para valores menores que 20 cmH2O. Sempre que 
possível deve-se realizar tomografia 
computadorizada de crânio antes da primeira 
punção liquórica para excluir massas 
intracerebrais que poderiam resultar em 
herniação. O exame do LCR pode revelar 
redução dos valores de glicose e aumento de 
proteínas. A contagem de leucócitos está 
elevada e varia entre 150 e 500 células com 
predomínio de linfócitos (80 a 90%). Nos pacientes 
com AIDS e com resposta inflamatória 
inadequada, a contagem de leucócitos pode ser 
próxima do normal, podendo apresentar uma 
enorme carga fúngica e títulos altos de antígeno 
criptocócico (> 1:512). 
 
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Aspergilose 
 
Agente: aspergillus sp 
 Causa alergias, sinusites, pneumonia etc. 
 É uma hifa 
 O Aspergillus fumigatus é a espécie mais 
comum que causa doença, e ele produz 
infecções invasivas severas em indivíduos 
imunocomprometidos 
 
Neutrófilos e macrófagos são a principal defesa 
do hospedeiro contra o Aspergillus. 
Macrófagos alveolares ingerem e destroem os 
conídios, enquanto neutrófilos produzem 
intermediários do oxigênio reativo que destroem 
as hifas. 
 
A aspergilose invasiva está altamente associada a 
neutropenia e defesas prejudicadas dos 
neutrófilos. 
 
O Aspergillus produz diversos fatores de virulência, 
incluindo adesinas, antioxidantes, enzimas e 
toxinas. Os conídios podem se ligar ao 
fibrinogênio, laminina, complemento, 
fibronectina, colágeno, albumina, e proteínas 
surfactantes, mas interações receptor-ligante não 
são bem definidas. 
 
O Aspergillus produz várias defesas antioxidantes, 
incluindo o pigmento melanina, manitol, catalases 
e superóxido dismutases. 
 
Restrictocina e mitogilina são ribotoxinas que 
inibem a síntese de proteínas da célula do 
hospedeiro através da degradação de mRNA. 
 
A sensibilização aos esporos do Aspergillus produz 
alveolite alérgica. A aspergilose broncopulmonar 
alérgica, associada à hipersensibilidade 
proveniente da colonização superficial da 
mucosa brônquica, frequentemente ocorre em 
pessoas asmáticas. 
 
Esse fungo coloniza as cavidades pulmonares e 
forma um aspergiloma (bola fungica) a 
inflamação pode ser dispersa ou crônica com 
fibrose - paciente apresenta hemoptise – 
secreção com sangue 
 
Três maneiras de manifestação 
 Asprgilose broncopulmonar alérgica: pessoas 
que tem alergia a esse fungo, causa uma 
hiperatividade crônica (como se fosse uma 
asma persistente) 
 Asma persistente 
 Eosinofilia 
 Aumento de IgG serica 
 Bronquiectasias proximais 
 Precipitinas positivas 
 Infiltrados pulmonares migratórios 
 Tratamento com corticoide e pode dar 
antifúngico 
 
 Bola fungica/aspergiloma: paciente que já 
teve alguma outra doença pulmonar, faz uma 
cavitação no pulmão que permanece ali, o 
fungo então acha esse local se multiplica ali e 
forma a bola 
 Tratamento: retirar a bola – 
segmentectomia 
 
 Aspergilose pulmonar invasiva: em pacientes 
com deficiência no sistema imune. Pode 
evoluir para sepse. 
 Infecção primaria no pulmão, com 
pneumonia necrosante com focos cinza 
nitidamente delineados, arredondados, e 
bordas hemorrágicas (lesões em alvo) 
 Esse fungo entra na corrente sanguínea e 
se dissemina, as duas regiões mais 
acometidas são valvas cardíacas e 
cérebro. 
 A aspergilose invasiva é uma infecção 
oportunista confinada a hospedeiros 
imunossuprimidos. 
 O Aspergillus possui uma tendência de 
invadir vasos sanguíneos; portanto, áreas 
de hemorragia e infarto são usualmente 
sobrepostas nas reações inflamatórias 
teciduais necrosantes 
 
 Tratamento 
Em relação à terapêutica antifúngica específica, 
há disponibilidade de três classes de fármacos 
para o tratamento da AI: diferentes formulações 
de anfotericina B, triazólicos e equinocandinas. 
Importante mencionar que não é possível 
estabelecer normas rígidas para a duração do 
tratamento antifúngico em diferentes formas de 
AI. Entretanto, sugere-se que esse período seja no 
mínimo entre 6 e 12 semanas, recomendando-se 
não interromper seu uso se ocorrerem lesões 
radiológicas persistentes, e em pacientes sob 
regime de imunodepressão. A seguir 
apresentamos os fármacos utilizados no 
tratamento desta micose. 
 
 
Histoplasmose 
 
Semelhante a tuberculose, aparece em 
pacientes com doença crônica previa e que 
tiveram contato em locais de transmissão se 
espalha por meio de fezes de aves e morcegos 
 Agente etiológico: histoplasma capsulatum 
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 Pode se apresentar de forma aguda e 
crônica 
 
 Forma crônica 
 Se apresenta em pacientes que já tenha 
alguma doença pulmonar crônica, 
 Apresenta sintomas respiratórios arrastadis 
 Infiltrado pulonar 
 Diagnostico: cultura, biopsia, sorologia 
 Tratamento: antifúngico 
 
 
 Patogenia 
Após aspiração dos microconídios de H. 
capsulatum, eles são fagocitados por macrófagos 
e neutrófilos. Novas células são recrutadas, 
formando-se um ou mais focos inflamatórios 
inespecíficos no pulmão. Os conídios transformam-
se em leveduras que, protegidas pela alfaglucana 
da parede, sobrevivem à fagocitose e 
multiplicam-se no interior das células fagocitárias. 
Por via linfática e hematogênica estas células 
transportam o fungo para os linfonodos 
mediastinais e para outras cadeias linfáticas e 
eventualmente para o baço, fígado e tecidos 
distantes. Nesse ínterim, a imunidade específica é 
ativada, desenvolvendo-se anticorpos anti-H. 
capsulatum e a resposta mediada por linfócitos T. 
Esta última é a mais importante para conter o 
microrganismo e depende da liberação de 
citocinas (interleucinas 12 [IL-12]), fator de necrose 
tumoral alfa (TNF-α) e interferona-gama (IFN-γ). 
Estes mediadores ativam os macrófagos, que se 
tornam habilitados a matar as leveduras 
intracelulares. A inflamação deixa de ser 
inespecífica e formam-se granulomas, tendo no 
centro os macrófagos que contêm o 
microrganismo. Os focos inflamatórios no pulmão 
e nos linfonodos hilares constituem o complexo 
primário fúngico. 
Os granulomas podem apresentar necrose 
caseosa ou não, evoluindo para fibrose e 
calcificação. A hipersensibilidade retardada, quesinaliza o surgimento da resposta imune celular 
adequada, tipo Th1, é percebida depois de 3 a 6 
semanas pela positividade do teste intradérmico 
com antígeno de H. capsulatum. A maioria das 
pessoas infectadas desenvolve uma resposta 
imunológica eficiente e não progride para a 
doença. 
A infecção primária por H. capsulatum pode ter 
outra evolução em pessoas que aspiram grande 
quantidade de microconídios, pois o processo 
inflamatório é mais intenso, surgindo doença 
pulmonar ou disseminada. 
 Em crianças e imunodeprimidos existe dificuldade 
em organizar uma resposta celular do tipo Th1 e 
há tendência a uma progressão para doença 
disseminada. Nesses pacientes os granulomas são 
formados incompletamente e há grande 
quantidade de macrófagos e de leveduras nas 
lesões teciduais. As células macrofágicas 
parasitadas acumulam-se em baço, fígado, 
linfonodos e medula óssea, relacionando-se com 
visceromegalias e com prejuízo na formação de 
hemácias, leucócitos e plaquetas. Em outro tipo 
de hospedeiro, tabagistas e pneumopatas 
crônicos expostos a H. capsulatum podem 
desenvolver doença pulmonar crônica 
progressiva, com destruição do parênquima, 
cavitação e fibrose. Aparentemente, a alteração 
prévia da estrutura do tecido pulmonar dificulta o 
controle da infecção local, persistindo as 
leveduras de H. capsulatum que estimulam a 
continuidade do processo inflamatório 
granulomatoso.A inflamação crônica nas 
suprarrenais também pode levar a destruição e 
fibrose da glândula, comprometendo a produção 
de hormônios. Em casos raros, o excesso de 
inflamação e fibrose mediastinal é uma 
complicação grave da histoplasmose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Histoplasmose pulmonar aguda 
Cerca de 2 semanas depois da exposição ao 
microambiente com H. capsulatum surgem 
sintomas respiratórios – tosse seca, dor torácica, 
taquipneia ou dispneia – conjuntamente com 
febre, calafrios, astenia, cefaleia e mal-estar. 
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Indivíduos mais intensamente expostos a H. 
capsulatum podem evoluir para dispneia 
progressiva e hipoxemia. 
O diagnóstico diferencial deve ser feito com 
outras causas de pneumonia atípica, sendo 
sugestivos de histoplasmose o contato prévio com 
microambiente propício à transmissão do fungo, a 
existência de outras pessoas com sintomas 
respiratórios e expostas ao mesmo local e a 
presença de linfadenomegalia hilar na radiografia 
de tórax. A cicatrização das lesões pulmonares 
deixa pequenos nódulos calcificados nos campos 
pulmonares 
 
 Histoplasmose pulmonar crônica 
Manifesta-se por tosse seca ou produtiva, eventual 
hemoptise, dispneia crescente, febre moderada, 
inapetência, astenia e emagrecimento. 
 lesão pulmonar aumenta com o tempo, pode se 
tornar bilateral e o paciente evoluir para óbito por 
insuficiência respiratória e complicações tais 
como pneumotórax e infecções bacterianas. A 
clínica e o aspecto radiográfico são sugestivos de 
tuberculose pulmonar, que é o principal 
diagnóstico diferencial e pode estar associada 
com histoplasmose. Micobacterioses e infecções 
fúngicas, assim como as neoplasias, são outras 
enfermidades incluídas no diagnóstico diferencial. 
 
 Histoplasmose disseminada aguda 
É a forma mais grave da doença, que ocorre mais 
em crianças pequenas e em imunossuprimidos, 
evoluindo para óbito do paciente não tratado em 
poucas semanas ou meses. Manifesta-se com 
febre elevada, adinamia, perda de peso, 
linfadenomegalia generalizada, 
hepatoesplenomegalia, anemia, leucopenia e 
plaquetopenia. Comumente, os pulmões 
apresentam infiltrado difuso, micronodular ou 
reticulonodular (Figura 13.4). Em adultos 
imunossuprimidos, especialmente aqueles com 
HIV/AIDS, as lesões cutâneas são comuns e 
múltiplas, iniciando como pápulas e progredindo 
para nódulos com umbilicação central e para 
úlceras (Figura 13.5). Tosse e dispneia são 
frequentes e refletem o acometimento pulmonar 
intersticial. Lesões na mucosa oral, tubo digestivo 
e em outros órgãos são relativamente comuns. 
Complicações tais como vasculite, coagulação 
intravascular disseminada, disfunção hepática e 
renal e septicemia bacteriana podem levar o 
paciente a óbito. A histoplasmose disseminada 
aguda em imunossuprimidos deve ser 
diferenciada de outras infecções fúngicas, 
micobacterioses, citomegalovirose e doenças 
linfoproliferativas. 
 
 Histoplasmose disseminada subaguda 
As lesões e o processo inflamatório são menos 
exuberantes e a evolução mais lenta do que na 
fase aguda, porém, febre e 
hepatoesplenomegalia estão presentes em parte 
dos pacientes. A concomitância de lesões focais 
em outros órgãos é característica desta forma de 
doença. As lesões intestinais, principalmente 
úlceras na região ileocecal, são frequentes, 
causando dor abdominal e diarreia e 
complicações como perfuração ou suboclusão 
intestinal e sangramento digestivo. 
Comprometimento das suprarrenais foi observado 
em 80% de casos necropsiados; doença de 
Addison é uma sequela funcional em parte dos 
pacientes. A lesão do sistema nervoso central é 
pouco comum e manifesta-se como meningite 
linfocitária crônica, mielite ou como lesão 
expansiva cerebral. Endocardite, particularmente 
nos pacientes com lesão valvular prévia, e 
infecção do endotélio de vasos, associada com 
aneurisma e prótese vascular, também são lesões 
observadas. Úlceras na mucosa orofaringiana 
podem estar associadas com lesões viscerais da 
histoplasmose disseminada subaguda. 
 
 Histoplasmose disseminada crônica 
Caracteriza-se por lesões geralmente restritas a 
mucosa da boca, lábios e laringe. 
Ocasionalmente lesões viscerais compõem o 
quadro clínico ou manifestam-se isoladamente, 
como por exemplo meningite, lesões de 
suprarrenais, osso, articulações, fígado e 
endocárdio. Os pacientes são adultos não 
imunossuprimidos, não há comprometimento do 
estado geral e o curso da doença pode se 
estender por vários meses a anos. 
 
 Dignóstico 
Alterações laboratoriais inespecíficas ocorrem 
particularmente na histoplasmose disseminada 
aguda, destacando-se anemia, leucopenia e/ou 
plaquetopenia. São frequentes as elevações 
discretas de enzimas hepatocitárias e 
canaliculares e da desidrogenase láctica. O 
diagnóstico laboratorial específico da 
histoplasmose é feito com exames micológicos, 
histológico e sorológico, dependendo do caso e 
da disponibilidade dos testes. O exame 
microscópico convencional de fluidos, secreções 
e raspados de úlceras é pouco sensível, em razão 
do pequeno tamanho e do reduzido número de 
leveduras nesses materiais. A positividade 
aumenta quando se efetua um esfregaço do 
material e as lâminas são coradas com Giemsa ou 
pelo método de Gomori/Grocott. A cultura 
micológica da expectoração e de amostras 
biológicas em geral é feita em ágar-sabouraud, 
contendo ou não cloranfenicol e cicloheximida 
Julia Paris Malaco – UCT14 
para inibir o crescimento de outros 
microrganismos. H. capsulatum leva 2 a 6 semanas 
em temperatura ambiente para crescer como 
micélio, sendo identificado pelos macroconídios 
tuberculados e pela transformação em levedura 
a 37°C, em meios de cultura enriquecidos com 
sangue ou cisteína (Figura 13.6). Hemoculturas são 
realizadas em pacientes com histoplasmose 
disseminada aguda e subaguda, particularmente 
em imunossuprimidos. H. capsulatum pode ser 
isolado em frascos de hemocultura para bactérias 
desde que incubados por 4 semanas, mas a 
sensibilidade da hemocultura aumenta se for 
adotado o procedimento de lise-centrifugação 
antes da cultura. Medula óssea aspirada também 
pode ser cultivada nos frascos de hemocultura. 
 
 Tratamento 
Os antifúngicos mais utilizados no tratamento de 
pacientes com histoplasmose são anfotericina B e 
substâncias azólicas. 
 
 
Paracoccidioidomicose 
 
 Agente eiologico: paracoccidioidesbraziliensis 
 Se apresenta em uma forma de “roda” 
 Pode se desenvolver na forma aguda e 
crônica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Forma crônica 
 Sintomas respiratórios arrastados 
 Em exame de imagem apresenta ilfiltrado 
que lembra asa de morcego 
 Lesões cutâneo mucosas 
 Diagnostico: escarro, raspagem, biopsia 
 Tratamento antifúngico: (itroconodazol) 
 
É uma tuberculose rural com lesão dermatológica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tinea (dermatofitoses) 
 
 Agente Etiológico: Fungos dermatófitos 
 
Manifestações Clínicas: 
 Tinha do couro cabeludo (tinea capitis): 
Acomete principalmente crianças e os adultos 
podem ser portadores. Geralmente é 
descamativa e a alopecia é transitória, 
contudo em casos de resposta inflamatória 
intensa a alopecia pode ser definitiva devido 
à destruição do folículo piloso. Tipos: 
o Tinha tonsurante: Fungo cresce na haste 
do pelo, corta o pelo no meio e a raiz está 
preservada. A alopecia é transitória. 
Causada por Tricophyton (múltiplas lesões) 
ou Microsporum (lesão única). 
o Kerion Celsi: Determina processo 
inflamatório, que quando intenso pode 
destruir o folículo piloso e causar alopecia 
definitiva. Causada por Microsporum. 
o Tinha favosa: É causada por Tricophyton 
schoenleinii. É mais rara e com distribuição 
disseminada. Causa alopecia definitiva. 
o Tinha do pé (tinea pedis): Os agentes mais 
frequentes são T. rubrum, E. floccosum e T. 
mentagrophytes. Pode se apresentar 
como forma vesiculosa, interdigital, 
escamosa ou com placas anulares. 
Julia Paris Malaco – UCT14 
o Tinha do corpo (tinea corporis): A forma 
mais comum é anular, com crescimento 
centrífugo e cura central. Há também a 
forma em placa (pode simular dermatite 
de contato ou psoríase). Os agentes mais 
frequentes são T. rubrum, T. 
mentagrophytes, M. canis. 
 
 
Antifúngicos 
 
Poliênicos: São antibióticos que possuem um 
grande anel lactônico macrocíclico. A estrutura 
ativa do anel macrolídio é comporta por uma 
parte rígida lipofílica e flexível hidrofílica. Desta 
forma liga-se ao ergosterol na membrana celular 
fúngica formando poros que alteram diretamente 
a permeabilidade da membrana, fazendo com 
que ocorra a perda de proteínas, hidratos de 
carbono e, principalmente, íons potássio que 
causam a morte celular. Os principais 
componentes deste grupo são: a Anfotericina B e 
a Nistatina. 
 Anfotericina B: Anfotericina B interage, 
sobretudo, com o ergosterol, que constitui o 
principal esterol da membrana plasmática 
fúngica, alterando a permeabilidade seletiva 
desta por originar poros permeáveis à saída de 
água e de pequenas moléculas essenciais à 
sobrevivência do microrganismo, 
especialmente íons de potássio, amônio e 
fosfato. Mesmo com alta toxicidade é o 
escolhido para o tratamento de infecções 
fúngicas sistêmicas. Para a diminuição dos 
efeitos colaterais é associado à fluocitosina, 
pois o sinergismo farmacológico entre as duas 
drogas faz com que a quantidade de 
anfotericina a ser administrada seja menor, 
gerando assim menos desconforto. 
 Nistatina: Por ser levemente hidrossolúvel, atua 
lesando a membrana citoplasmática, 
perdendo íons potássio e levando a morte 
celular. Por não apresentar absorção na 
mucosa, não é indicado no tratamento de 
micoses superficiais e candidíases. 
 
 Azóis: Esta classe de antifúngicos apresenta ação 
de largo espectro que atuam inativando a enzima 
C-14-α-desmetilase, interrompendo a síntese de 
ergosterol na membrana celular. Os azóis são 
divididos em dois grupos: os imidazóis e os 
triazólicos. São componentes dos imidazóis: 
Miconazol, Clotrimazol, Cetoconazol, Econazol, 
Butoconazol, Oxiconazol. Destacam-se no grupo 
dos triazólicos, o fluconazol e o itraconazol pelo 
largo espectro de ação e toxicidade reduzida. 
Também faz parte desse grupo o cetoconazol, o 
voriconazol, o posaconazol e o ravuconazol. O 
mecanismo de ação ocorre pela inibição da 
síntese do ergosterol presente na membrana 
fúngica, importante para a integridade e na 
manutenção desta. A ação ocorre pela inibição 
do esterol 14-alfa-desmetilase, que tem efeito 
tóxico, sendo parte também do metabolismo do 
colesterol em celular eucarióticas humanas, que 
está associada ao citocromo P-450 e irá 
transformar o lanosterol em ergosterol. 
Desencadeará como consequência alterações 
na fluidez e permeabilidade da membrana 
citoplasmática, prejudicando diretamente a 
captação de nutrientes, inibindo o crescimento 
dos fungos, e podendo levar a necrose celular. Os 
antifúngicos azóis são utilizados no tratamento de 
micoses superficiais, mucocutâneas e sistêmicas, 
ocasionadas por leveduras ou fungos 
filamentosos. 
 
Alilaminas: As alilaminas inibem a enzima 
esqualeno epoxidase diminuindo a concentração 
de ergosterol. O aumento dos níveis de esqualeno 
leva a permeabilidade celular, a organização 
celular é interrompida e com isso diminui o 
crescimento fúngico. A terbinafina é o principal 
agente desse grupo para o uso clínico. A margem 
de segurança é elevada, pois ela não inibe o 
sistema do citocromo P450, sendo mais seletiva 
que os derivados do grupo azol, como o 
cetoconazol, apresentando baixa interação entre 
os fármacos. 
 
Equinocandinas: A distribuição de proteínas e 
hidratos de carbono estão relacionados à parede 
celular e aos processos osmose e de lise, pois é 
nela que o antifúngico vai agir inibindo a síntese 
de glucanas pela inativação da enzima 1,3-beta-
glucana. A falta da glucana na parede celular 
deixa-o fraco e incapaz de suportar o stress 
osmótico, levando assim a morte. Pertencem a 
esse grupo: Caspofungina, Anidufungina, 
Micafungina. Agem em diversas leveduras e 
fungos filamentosos, apresentando baixa 
incidência de efeitos colaterais. 
 
Exames de imagem 
 
A TC e a RM são comumente usadas para a 
detecção e caracterização de condições 
infecciosas ou inflamatórias que podem envolver 
vários sistemas orgânicos do corpo. 
Em geral, a TC é mais adequada para a avaliação 
de certas estruturas, como parênquima pulmonar, 
vias aéreas, intestino e osso cortical, enquanto a 
RM é mais útil para avaliar a arquitetura interna de 
outras estruturas, como medula óssea, músculos e 
Julia Paris Malaco – UCT14 
tendões, ligamentos, cartilagens e pequenos 
órgãos, como próstata, testículos, colo do útero e 
útero. A tomografia computadorizada está 
associada a radiação substancial nos órgãos 
examinados, o que limita seu uso em intervalos 
frequentes. Por outro lado, a ressonância 
magnética usa o eletromagnetismo, considerado 
inofensivo quando comparado com as técnicas 
atuais empregadas. Entretanto, tanto a TC como 
a RM são limitadas por sua baixa sensibilidade 
para detectar estágios iniciais da doença nos 
níveis molecular e celular, onde não ocorreram 
alterações nas estruturas de órgãos e tecidos. Eles 
também são limitados pela falta de 
especificidade de muitos dos achados de 
imagem observados no cenário de infecção ou 
inflamação. 
 
FDG-PET 
 
A introdução da tecnologia PET associado à 
Tomografia Computadorizada (PET/CT) 
acrescentou outra dimensão à imagem 
originalmente fornecida, que até então ocorria 
em duas dimensões, ofertando imagens 
tridimensionais e aprimorando ainda mais seu 
papel no gerenciamento de pacientes com 
câncer. 
 
Apesar dos grandes sucessos alcançados pelas 
imagens de FDG-PET na avaliação de doenças 
malignas, o teste não é específico para o câncer. 
De fato, logo após a introdução dessa técnica em 
estudos em humanos, observouse que lesões com 
um número substancial de células inflamatórias 
também absorvem o FDG. Portanto, nas 
configurações apropriadas, a imagem FDG-PET 
pode ser efetivamente empregada para detectar 
e caracterizar processos infecciosos e 
inflamatórios. Assim, nos últimos

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