Aula 5 - História da América Pré-Colombiana

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Mariana Oliveira Arantes
História da América 
Pré-Colombiana
AULA 5
Os Incas
Região do Império Inca
A civilização Inca desenvolveu-se na região da Cordilheira dos
Andes, na América do Sul.
O Império incluiu, em sua extensão máxima, terras onde hoje
encontram-se o Chile, Peru, Bolívia e Equador.
Os incas denominavam seu território de Tawantinsuyu, que,
no idioma quéchua, significa “as quatro partes”.
Antes da construção do Império Inca, a região era habitada por
outros povos, como os chavin, manabi, chimu, chinchas,
mochicas, nazca, tiahuanacotas e outros.
Os Incas compunham principalmente as tribos Quéchuas,
Aymará, Yunka, etc, que formavam, segundo os espanhóis, o
Império dos Incas, denominação derivada da família reinante
pertencente à tribo dos Quéchuas, a principal do Império.
Região do Império Inca
https://historiadomundo.uol.com.br/inca/mapa-do-imperio-inca.htm
Cronologia Inca
Ano 1000 d.C. - Peru era um conjunto de tribos guerreiras sem
chefes poderosos.
Ano 1100 d.C. - Inca Manco Capac – Cusco.
Filho de Manco, Sinchi Roca - primeiro a ser denominado
Sapa Inca.
Até o século XI, os Incas eram um clã da tribo dos quéchuas,
localizado na região de Cusco, no Peru.
No século XII, iniciaram a formação de um vasto e poderoso
Império, dominando várias outras nações indígenas.
Pouco a pouco, num processo que durou até o século XV, a
força e a supremacia guerreira dos Incas levou o Império a
alcançar sua maior extensão.
O termo Inca, que hoje designa um povo e uma sociedade,
originalmente significava chefe, título dado aos imperadores e
aos nobres.
O Inca, filho do deus do Sol, misto de deus e imperador,
reunia centenas de tribos sob sua autoridade. O imperador era
o guardião dos bens do Estado, especialmente da terra, e
submetia a sociedade ao rigor de suas decisões. Geralmente,
casava-se com uma irmã que também era vista como a
encarnação de Mama Quilla.
Sapa Inca era o governante absoluto de uma monarquia
hereditária.
Como forma de manutenção do controle do Império, o Inca
mantinha um constante censo populacional e um sistema de
comunicação eficiente, com funcionários dedicados ao serviço
de mensageiros do Estado.
Estrutura social
Entre os Incas existia uma elite formada por funcionários,
chefes valorosos e chefes vencidos que haviam sido integrados
ao Império.
Abaixo do imperador estavam seus parentes, os nobres e os
escolhidos para ocupar os postos de comando, como
governadores de províncias, chefes militares, sábios, juízes e
sacerdotes.
A camada seguinte era formada por funcionários públicos e
trabalhadores especializados, como ourives, marceneiros,
pedreiros, etc.
Na base da hierarquia, estavam os agricultores.
Os yanaconas, povos originários da sublevação da cidade de
Yanacu, eram escravos que exerciam funções exclusivamente
domésticas.
Educação
Os filhos da elite eram educados nas escolas de Cusco, onde
aprendiam história, astronomia, agrimensura e respeito a um
deus supremo.
Também lutavam, corriam, fabricavam armas e sandálias.
A educação era severa, incluindo jejuns e exercícios violentos
que poderiam até resultar em morte.
Terminado este período, o menino era apresentado ao Inca que
lhe furava a orelha, funcionando como um símbolo de sua
distinção social.
Economia
A base econômica do Império Inca era a agricultura,
desenvolvida na região montanhosa dos Andes.
Para conseguir desenvolver a agricultura nesse tipo de relevo,
eles criaram o sistema de terraços – espécie de degraus
construídos nas montanhas com paredes de pedras.
Outras técnicas utilizadas eram a adubação, feita com esterco
de lhama e de pássaros, e a irrigação, com tanques e canais de
irrigação que desviavam o curso dos rios para as aldeias.
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Economia
O sistema de cultivo era coletivo, com uma divisão de tarefas
por idade.
As terras do Estado eram cultivadas por todos os campos e a
produção era armazenada para sustentar a nobreza, os
sacerdotes e os militares.
Os excedentes eram estocados em armazéns instalados ao
longo de todo o Império e repartidos em tempo de carência ou
épocas de calamidades. Por este motivo, alguns autores
afirmam que no Império Inca ninguém passava fome.
Os terrenos de plantio eram divididos em três regiões: a terra
do Inca, destinada ao rei e seus familiares, a terra do deus-sol,
controlada pelos sacerdotes, e a terra da população.
Cada cidadão Inca tinha direito a um pedaço de terra para o
cultivo de seu alimento.
Havia uma ordem para o cultivo das terras. As primeiras a
serem cultivadas eram aquelas de quem não tinha como
cultivar suas terras sozinho; depois, eram as terras das
mulheres e dos aldeões; logo após, vinham as dos sacerdotes e
a do imperador; e, por último, era semeada e cultivada a terra
do Sol.
Era obrigatório seguir a ordem para beneficiar primeiro quem
precisasse mais.
Para prestar conta dos impostos recolhidos e controlar a
produção, era usado o quipo, que significa nó, em quéchua. O
quipo consistia num cordão, no qual estavam presos outros
pequenos cordões coloridos, pendurados em forma de franja
com vários nós.
Economia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quipo
A base da produção agrícola dos Incas era o ayllu, uma
comunidade formada por pessoas que acreditavam na
descendência única, ou seja, cada ayllu era reconhecido como
uma grande família.
Os ayllus eram chefiados pelos kuracas, que distribuíam as
terras e controlavam o trabalho dos camponeses.
Cada aldeia era habitada por um conjunto de famílias unidas
por laços de parentesco ou aliança, que representavam um
ayllu. Esse grupo localizado e de tendência endogâmica não
era, contudo, nem um clã nem uma linhagem. No interior do
ayllu, ao que parece, a filiação se traçava em linha masculina
direta para os homens e em linha feminina direta para as
mulheres, de tal modo que os homens descendiam de seu pai e
as mulheres de sua mãe. Esse sistema de descendência paralela
era particularmente difundido nos Andes centrais e
meridionais. Os registros de um processo de idolatria referente
à região de Arequipa indicam que, no século XVII, a...
...responsabilidade pelo sepultamento dos defuntos cabia ainda
aos descendentes diretos do mesmo sexo. Por outro lado,
registros paroquiais como o de Paucartambo, próximo a
Cusco, revelam que, em certas regiões do Peru meridional, a
transmissão do nome se fazia sempre de pai para filho e de
mãe para filha, o que perdurou até meados do século seguinte.
Regulamentado pelo terceiro concílio de Lima, que tentou
compreender seus princípios, o sistema de descendência
paralela conservou-se em vigor quase até o final do período
colonial (FAVRE, 1987).
Crenças Religiosas
Os Incas acreditavam existir forças do bem e do mal, ou seja,
havia a dualidade no culto Inca.
O sol e as chuvas eram consideradas forças positivas, deuses
bons; já a seca, a guerra e as tempestades eram consideradas
forças do mal.
Eles realizavam sacrifícios humanos e de animais para
agradecer aos deuses uma boa colheita ou para aplacar a ira de
determinado deus, e sacrificavam os vencidos nas batalhas
para comemorar a vitória.
Crenças Religiosas
Os sacerdotes eram chamados de huillca-humu e faziam
profecias.
Os Incas acreditavam nos huacas, que eram os lugares
naturais sagrados, como os rios, montanhas, lagos e rochas.
Acreditavam que nesses locais viviam as divindades e, por
isso, era onde realizavam os sacrifícios  e oferendas feitas
pelos líderes espirituais para se comunicar com as divindades.
A arte Inca era muito atrelada às crenças religiosas, uma vez
que o mundo não era visto com uma demarcação entre o
sagrado e o profano.
A arte funerária, constituída por máscaras e oferendas, foi
preservada e nos permite conhecer mais sobre as habilidades
artísticas deste povo.
O trabalho em metais alcançou alto grau de desenvolvimento.
O Museu do Ouro, em Lima, no Peru, guarda objetos de
extraordináriabeleza, embora a maior parte das peças tenha
sido destruída pelos espanhóis durante a ocupação do
território.
https://haac1.wordpress.com/2017/10/31/incas-historia-arte-e-costumes/
Arquitetura
Os Incas criaram cidades bem estruturadas, com milhares de
quilômetros de estradas que ligavam as quatro partes do
Império a Cusco, a capital.
Construíram um pavimento de pedras lisas e estradas que
transpunham rios por meio de pontes pênseis, muitas das quais
foram usadas ainda no século XX.
Em meio às cordilheiras, muitas vezes era necessário construir
pontes. Elas eram feitas de cordas e exigiam muita
manutenção já que os cabos deviam ser substituídos todos os
anos.
O plano de cidades era baseado em um sistema de avenidas principais
atravessadas por ruas menores; as ruelas davam para uma praça aberta
rodeada de templos e outras edificações.
https://www.google.com.br/search?biw=1536&bih=674&tbm=isch&sa=1&ei=jZr8W_2YBIrDwAT2jrfYBQ&
q=machu+picchu&oq=machu+puch&gs_l=img.1.0.0i10i19.148787.152300..155532...0.0..4.267.2150.0j14j1....
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A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou
toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade.
A agricultura era muito desenvolvida, pois os Incas plantavam nos
terraços – degraus formados nas costas das montanhas.
https://egpviagens.com.br/produto/pacotes-de-viagens/pacotes-internacionais/pacote-para-machu-picchu/
Os Incas tinham a capacidade de cortar as pedras e encaixá-las
perfeitamente.
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stone.html 
Decadência do Império
- O Império Inca começou a se desagregar no final do século
XV, ao enfrentar várias rebeliões internas.
- Com a chegada dos espanhóis, ocorreram alianças com
inimigos dos Incas, que terminaram por conquistá-los em
1533.
- O imperador Atahualpa foi executado e, após sua morte, os
Incas se refugiaram nas montanhas, onde resistiram até 1571,
quando foi capturado e morto o último líder – Tupac Amaru.
- Seu neto, Tupac Amaru II, liderou a última insurreição Inca,
mas também foi assassinado.
Os Incas hoje
Apesar da ofensiva espanhola contra esse povo no século XVI, a
cultura Inca está presente nas sociedades andinas.
No Peru, especialmente na cidade de Cusco, é possível visitar
vários lugares e conhecer a cultura Inca.
• Machu Picchu – situada no topo de uma montanha, a 2400
metros de altitude, provavelmente era um santuário religioso.
• Vale Sagrado – reúne uma série de cidades como
Sacsayhuaman, Ollantaytambo e Písac. Nesses locais,
conservam-se costumes ancestrais, como realizar transações
comerciais pelo sistema de trocas, morar nas mesmas casas de
pedra construídas pelos incas, etc.
Ainda hoje, cerca de 10.000.000 de pessoas, do norte do
Equador ao norte da Argentina, falam a língua Quéchua.
https://www.viajarpelomundo.com/2012/03/cuzco-antiga-capital-do-imperio-inca.html
Reflexões Finais
Durante muito tempo, a historiografia sobre os povos Incas
realizou análises de suas estruturas sociais e econômicas
procurando fazer comparações com as realidades europeias,
fato que gerou estudos carregados de anacronismos e
afirmações relacionadas a um totalitarismo ou socialismo na
sociedade Inca.
A partir do final do século XX, tais análises foram sendo
desacreditadas e substituídas por autores que entendem as
particularidades locais do desenvolvimento desse povo.
Referências Bibliográficas
CORTEZ, Patricia Temoche. Breve Historia de los Incas.
Madrid: Ediciones Nowtilus, 2014.
FAVRE, Henri. A Civilização Inca. Rio de Janeiro: Zahar,
2004.
FERREIRA, Jorge Luiz. Incas e Astecas. Culturas pré-
colombianas. São Paulo: Ática, 1991.
SORIANO, Waldemar Espinoza. Los Incas: economia,
sociedade y estado en la era del Tahuantinsuyo. Peru: Amaru,
1990.