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GESTAO DE RECURSOS HÍDRICOS E BACIAS HIDROGRÁFICAS unidade 4

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21/04/2021 Ead.br
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GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EGESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS E
BACIAS HIDROGRÁFICASBACIAS HIDROGRÁFICAS
LEGISLAÇÃO HÍDRICA (LEI NºLEGISLAÇÃO HÍDRICA (LEI Nº
9.433 DE 1997) E ATIVIDADES9.433 DE 1997) E ATIVIDADES
QUE NECESSITAM DE OUTORGAQUE NECESSITAM DE OUTORGA
DE ÁGUADE ÁGUA
Autor: Me. Ronei Tiago Stein
Revisor : E l isangela Ronconi Rodr igues
I N I C I A R
21/04/2021 Ead.br
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introduçãoIntrodução
Quando falamos de recursos hídricos e bacias hidrográ�cas, não podemos deixar de falar da Lei nº
9.433/1997, a qual é conhecida popularmente como Lei das Águas. Essa legislação foi um marco na
preservação das águas que correm em Território Nacional, pois de�niu, dentre outros instrumentos,
o que é outorga e cobrança pelo uso da água. Desta forma, a Unidade iniciará apresentando a
importância da Lei nº 9.433/de 1997, seus objetivos e quais os principais instrumentos que ela criou.
Na sequência, iremos entender a classi�cação dos corpos d’água e quais são os usos permitidos
para cada tipo de classe. Infelizmente, o desenvolvimento econômico e social acaba resultando em
contaminação e poluição dos recursos hídricos (principalmente os super�ciais), logo, é importante
essa classi�cação, principalmente para evitar patologias na população.
Em seguida, iremos entender o que é outorga e cobrança pelo uso da água. De modo geral, a
outorga refere-se a um “ato administrativo mediante o qual o Poder Público outorgante concede o
direito de uso dos recursos hídricos nos termos e nas condições estabelecidas no referido ato
administrativo” (ANA, 2013). As atividades que diretamente fazem uso da água doce devem informar
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ao governo (Federal e Estadual) quais são as reais atividades desenvolvidas, a vazão de água
consumida, se há ou não poluição dos recursos hídricos, dentre outras informações. Pelo fato de a
água ser um recurso público, é cobrado um valor �nanceiro pelo seu uso.
Por �m, iremos entender o que são os Comitês de Bacias Hidrográ�cas, suas funções e objetivos. Os
comitês são representantes de diferentes “setores”, como do órgão público, representantes de
empresas, especialistas (biólogos, geólogos, engenheiros, dentre outros), estudiosos e grupos de
pesquisas e membros da sociedade, que juntos irão discutir a qualidade da água esperada para uma
determinada bacia hidrográ�ca e os usos pretendidos nela.
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O Código de Águas, criado em 10 de julho de 1934, é considerado a primeira legislação que trata
sobre esse direito, disciplinando o elemento água presente na natureza no que concerne aos seus
diversos usos. Antes da criação desse código, “vigorava o Alvará de 1804, que estabelecia a livre de- 
rivação das águas dos rios e ribeiros, que podia ser feita por particulares, fundamentando-se o
direito ao uso da água pela pré-ocupação” (REIS et al, 2012, p. 123).
Lei nº 9.433/1997 (Lei dasLei nº 9.433/1997 (Lei das
Águas)Águas)
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Porém, o grande marco norteador das ações referentes ao uso, planejamento, gestão e
gerenciamento dos recursos hídricos no Brasil decorreu da instituição da Lei Federal 9.433, de 8 de
janeiro de 1997, popularmente denominada de Lei das Águas, que regulamentou o inciso XIX do
Artigo 21 da Constituição Federal, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGREH).
Trata-se de uma legislação com implicação direta no ordenamento territorial, caracterizada, dentre
outros aspectos, pela busca por uma descentralização de ações e enunciando princípios básicos,
hoje praticados em muitos países que avançaram nos processos de gestão de seus recursos
hídricos. Desta forma, tem-se como ferramentas  a “adoção da bacia hidrográ�ca como unidade de
planejamento e intervenção, os usos múltiplos da água, o reconhecimento da água como recurso
natural limitado e dotado de valor econômico e a gestão descentralizada e participativa,
introduzindo novos atores sociais no processo decisório” (TORRES e MACHADO, 2012, p. 167).
Como efeito, esses aspectos acabaram,
determinando a cobrança pelo uso das águas, a divisão do território nacional em bacias
hidrográ�cas, base para a formação dos comitês de bacia, instâncias para a gestão dos
recursos hídricos, além de caracterizar a sociedade civil como componente fundamental
dos processos de gestão (SOUSA JR., 2004, p. 53-54).
A lei também criou o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hí dricos (Singreh). O
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), integra o Singreh e atribui à Secretaria de Recursos
Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) a função de sua Secretaria Executiva. O CNRH tem
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como uma das suas atribuições principais desempenhar a função de agente integrador e articulador
das políticas públicas relacionadas à gestão dos recursos hídricos, particularmente quanto à
harmonização do gerenciamento de águas de diferentes domínios. De acordo com o art. 35º da Lei
9.433/1997 (BRASIL, 1997, on-line), também fazem parte das suas atribuições:
a promoção da articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos
nacional, regional, estadual e dos setores usuários;
o acompanhamento da execução e aprovação do plano nacional de recursos hídricos;
o estabelecimento de critérios gerais para a outorga de direito de uso dos recursos
hídricos e para a cobrança pelo seu uso;
a tomada de decisão sobre as grandes questões da área de recursos hídricos;
o arbítrio, em última instância administrativa, dos con�itos existentes entre conselhos
estaduais de recursos hídricos e a decisão sobre a cria ção de comitês de bacias
hidrográ�cas.
O texto da Lei das Águas constitui um avanço considerável na direção dos princípios que regem uma
gestão participativa e racional dos recursos hídricos, já praticada em outros países. Os seguintes
princípios deram origem à Lei:
Alocação da bacia hidrográ�ca como unidade de planejamento. Fa cilita o confronto entre
as disponibilidades e demandas, sendo essen cial para o estabelecimento do balanço
hídrico;
Usos múltiplos da água. Coloca todos as categorias usuárias em igual dade de condições
em termos de acesso à água (quebra a hegemonia do setor elétrico);
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Reconhecimento do valor econômico da água. A atribuição de um valor econômico induz
ao uso racional, servindo como base para a instituição da cobrança pela utilização dos
recursos hídricos;
Gestão participativa e descentralizada. A �loso�a em que se baseia a gestão
descentralizada é a de que tudo quanto pode ser decidido em níveis hierárquicos mais
baixos de governo não será resolvido pelos níveis mais altos. Quanto à gestão
participativa, considera essencial a participação dos usuários, da sociedade civil
organizada, das ONGs e de outros agentes interessados no processo de decisão sobre
investi mentose outras formas de intervenção na bacia hidrográ�ca;
Estabelece que, em situação de escassez, a prioridade deve ser dada para o abastecimento
humano e a dessedentação de animais.
Outro fato de destaque no novo contexto do sistema nacional de re cursos hídricos foi a criação da
Agência Nacional da Água (ANA), criada por meio da Lei n. 9.984, de 17 de julho de 2000. De acordo
com a ANA (2013), essa Lei complementa “a regulamentação da outorga, estabelecendo a
possibilidade da emissão das outorgas preventivas, de�nindo limites para os prazos de vigências das
outorgas preventivas e de direito de uso e ainda, dispondo sobre a declaração de reserva de
disponibilidade hídrica”. A ANA tem como princi pais atribuições, de acordo com o Art. 4º da Lei
9.984/2000 (BRASIL, 2000, on-line),
outorgar o direito de uso dos recursos hídricos em corpos d’água da União;
�scalizar os usos dos recursos hídricos nos corpos d’água da União;
implementar a cobrança pelo uso de recursos hídricos da União;
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arrecadar, distribuir e aplicar receitas auferidas por intermédio da co brança pelo uso de
recursos hídricos;
planejar e promover ações destinadas a prevenir e minimizar os efeitos de secas e
inundações;
de�nir e �scalizar as condições de operação de reservatórios por agen tes públicos e
privados, visando garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos;
organizar, implantar e gerir o sistema nacional de informações sobre os recursos hídricos;
estimular e apoiar as iniciativas voltadas para a criação de comitês de bacias hidrográ�cas.
Na Figura 4.1, apresenta-se o organograma que interpreta a Lei n. 9.433/97 e as leis estaduais que
de�nem o sistema de gerenciamento dos recursos hídricos.
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Em 2001, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) publicou a resolução número 16, a qual
de�niu critérios gerais para a outorga de direito de uso de recursos hídricos, estabelecendo também
critérios para emissão dos atos administrativos pela autoridade outorgante.
Figura 4.1 - SistemaNacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos 
Fonte: Reis et al. (2012, p. 128).
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saiba maisSaiba mais
A Lei nº 9.433, a qual �cou popularmente conhecida como
Lei das Águas, criou o Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos (SINGREH). Diferentes Órgãos
constituem o SINGREH, cada um com objetivos especí�cos.
Para saber mais sobre o SINGREH, assista ao vídeo a seguir.
ASS IST IR
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praticarVamos Praticar
A Lei 9.433/97, no seu artigo 12, estabelece que o uso das águas, sejam super�ciais ou subterrâneas,
depende de licença do Po der Público. Dentre as alternativas a seguir, assinale qual está correta em relação
ao nome dado a essa licença.
a) Licença Ambiental.
b) Alvará de uso.
c) Outorga.
d) Habits.
e) Cobrança pelo uso da água.
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A qualidade da água está relacionada diretamente à qualidade de vida das pessoas e ao meio
ambiente. Se a água estiver inadequada ao consumo humano, ela poderá se comportar como um
dos principais veículos de transmissão de doenças (PRATTE-SANTOS et al., 2008). Outro fator
importante é que a qualidade das águas é fundamental para a manutenção dos sistemas aquáticos.
Qualquer alteração que ocorra poderá causar prejuízos ambientais e econômicos enormes, como a
redução da atividade pesqueira, aumento do custo de aquisição da água e do tratamento, além de
Classe de ÁguaClasse de Água
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perdas sociais, como a proibição de atividades de recreação no recurso hídrico (BILICH & LACERDA,
2005).
Os parâmetros são utilizados na caracterização da qualidade da água, os quais indicam a quantidade
de impurezas presentes na água e se estão ou não de acordo com os instituídos para um
determinado uso. O Índice de Qualidade de Água (IQA) foi criado em 1970, nos Estados Unidos, e a
partir de 1975 começou a ser utilizado pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Nas décadas seguintes, outros estados brasileiros adotaram o IQA, sendo atualmente o principal
índice de qualidade da água (ANA, 2019).
A resolução 357/2005 emitida pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) dispõe sobre a
classi�cação dos corpos de água e fornece diretrizes ambientais para o seu enquadramento. Essa
resolução classi�ca as águas em seu Art. 2ª em:
i. Águas doces (rios e lagos): águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %;
ii. Águas salobras (estuários ou lagoas): águas com salinidade superior a 0,5% e inferior a 3%;
iii. Águas salinas (mar): águas com salinidade igual ou superior a 3%.
Cada classi�cação de água apresenta um conjunto de usos, ou seja, um conjunto de condições e
padrões de qualidade de água necessários ao atendimento dos usos preponderantes, atuais ou
futuros. A seguinte classi�cação é adotada:
Águas doces: classe especial, classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4;
Águas salobras: classe especial, classe 1, classe 2 e classe 3;
Águas salinas: classe especial, classe 1, classe 2 e classe 3.
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Para a classe especial, não existem padrões máximos de poluentes, pois tal classi�cação é referente
às águas naturais, sendo o seu uso para própria manutenção do ecossistema ou como forma de
abastecimento para consumo humano, além de garantir a preservação das comunidades e
ambientes aquáticos.
Para as demais classes, se atribuem padrões (valores máximos) visando o grau de potabilidade da
água para um determinado uso. As águas doces, salobras e salinas em território brasileiro foram
classi�cadas segundo a qualidade requerida para diferentes �ns. Isso quer dizer que quanto melhor
os parâmetros da água, melhor essa será classi�cada (classe 1) e, consequentemente, quanto pior a
qualidade da água, pior sua classi�cação (classe 3 e 4 para água doce e classe 2 e 3 para águas
salinas e salobras).
O Quadro 4.1 apresenta as principais classi�cações da água relacionadas aos seus usos. 
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Quadro 4.1 - Classes da água de acordo com seus usos 
Fonte: Stein (2017,p. 63).
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É importante mencionar que “quanto pior a classe de um rio, maior o grau de tratamento necessário
dessa água para consumo humano e, consequentemente, mais oneroso” (STEIN, 2017, p. 62).
Quando o rio apresenta classe 4, os custos de tratamento para o consumo humano são
extremamente elevados, visto que apresenta uma enorme quantidade de contaminantes. Logo, há
diferentes classes para as águas, que variam conforme sua qualidade, isto é, quanto menor a
qualidade das águas, menos uso ela terá.
praticarVamos Praticar
A classi�cação e os padrões de poluentes presentes em cada classe de água foram estabelecidos em
legislações, como a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 357/2005 e pela
Resolução CONAMA nº 430/2011.  Assinale a alternativa correta relacionada à qualidade e à classi�cação das
águas.
a) Águas destinadas ao abastecimento, classificadas como classe 3, devem passar por tratamento simplificado.
b) A qualidade da água está relacionada diretamente à qualidade de vida das pessoas e ao meio ambiente.
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c) Esportes aquáticos, como natação, esqui aquático, mergulho, dentre outros, podem ser realizados em rios de classe 3.
d) Os efluentes industriais são os únicos causadores de alteração da qualidade das águas nos rios.
e) A pesca esportiva é permitida em rios de classe 4.
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Os dois instrumentos mais importantes no gerenciamento dos recursos hídricos são a outorga e a
cobrança pelo uso de água. A seguir, vamos entender melhor sobre estes dois importantes
instrumentos.
4.3.1 Outorga d’água
Principais InstrumentosPrincipais Instrumentos
do Gerenciamento dedo Gerenciamento de
Recursos HídricosRecursos Hídricos
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O processo de outorga de direito de uso das águas faz parte dos cinco instrumentos previstos pela
Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), de acordo com o art. 5º da Lei 9433/1997 (BRASIL,
1997, on-line), sendo estes:
1. Planos de Recursos Hídricos, que serão elaborados por bacia hidrográ�ca, por estado e
para o país; 
2. enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da
água; 
3. outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; 
4. cobrança pelo uso dos recursos hídricos; 
5. Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
A Figura 4.2 apresenta uma ilustração dos instrumentos que regem a Política Nacional voltada à
temática hídrica. 
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Mas o que é exatamente a outorga de água? A Agência Nacional de Águas (ANA, 2020, on-line)
descreve que:
a outorga é o ato administrativo mediante o qual o poder público outorgante (União,
Estado ou Distrito Federal) faculta ao outorgado (no caso o requerente) o direito de uso de
recursos hídricos, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no
respectivo ato. O ato administrativo é publicado no Diário O�cial da União (no caso da
ANA – Agência Nacional das águas), ou nos Diários O�ciais dos Estados ou do Distrito
Federal.
Ou seja, é um instrumento que busca a gestão ambiental dos recursos hídricos, e não é à toa que a
outorga faz parte dos instrumentos de gerenciamento destes. Alguns autores, como é o caso de
Bittencourt e Paula (2014), mencionam que a outorga e o licenciamento ambiental são um dos
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principais instrumentos voltados ao uso correto e adequado das águas. O crescimento econômico e
social é inevitável e indispensável, mas as práticas (econômicas e agrícolas) precisam respeitar o
ambiente.
Para obter a outorga d’água, o outorgante deverá recorrer via União ou Estados, sendo fundamental
entender a competência de cada uma das esferas. Por exemplo, as águas de domínio da União, de
acordo com o art. 20 da Constituição Federal, são:
A. os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que
banham mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a
território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias
�uviais; 
B. as praias marítimas; 
C. o mar territorial; 
D. as águas subterrâneas quando enquadradas no Código de Mineração Decreto – Lei nº
227/67 - e são exploradas como águas minerais ou termais; 
E. as águas reservadas em barragens construídas com recursos da União mesmo que
localizadas em águas de domínio dos Estados; 
F. os cursos de água localizados internamente em Parques Nacionais.
Compete à Agência Nacional de Águas outorgar o uso das águas de lagos, rios ou outras correntes
de água. A Marinha (através do Departamento Nacional de Produção Mineral) é responsável por
outorgar o uso das águas das praias marítimas e mar territorial. Já os estados brasileiros, de acordo
com o artigo 26 da Constituição Federal, são responsáveis por outorgar:
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A. as super�ciais �uentes, emergentes e em depósitos (reservatórios) – ressalvados aqueles
decorrentes de obras da União - localizadas em áreas de seu domínio; 
B. as águas subterrâneas quando não são exploradas para �ns minerais ou termais; 
C. quaisquer outros corpos de água que não sejam de domínio da União.
Desta forma, a outorga de água tem dois objetivos: o primeiro relacionado ao controle quantitativo
(ou seja, analisar o volume de água utilizada) e o qualitativo (analisar os parâmetros físico-químicos e
biológicos).
Passos para Obter a Outorga de Água
Quando a outorga é solicitada pela ANA (Agência Nacional de Águas), o pedido deverá
necessariamente ser feito através de um sistema, denominado de REGLA (Sistema Federal de
Regulação de Uso). É por esse sistema que o usuário poderá acompanhar também o andamento da
solicitação da outorga.
No REGLA, o usuário preencherá dados como nome do proprietário, localização, estimativa do
volume de água, usos pretendidos, dentre outros. Assim, a ANA, baseado nos dados informados, irá
realizar uma estimativa do volume de água que poderá ser captada/utilizada pelo usuário.
Normalmente, esse processo demora algumas semanas para obter liberação da outorga.
No entanto, se a outorga for de domínio estadual, o usuário deve solicitar junto ao órgão gestor de
recursos hídricos do respectivo estado. É importante mencionar que a outorga de água tem uma
validade, ou seja, uma data máxima para que o usuário possa utilizar a água. Após o término da
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validade, o usuário deverá solicitar novamente a outorga. No Quadro 4.2, apresenta-se prazo de
validade das outorgas de direito de uso de recursos hídricos de domínio da União, conforme
Resolução ANA n° 1041/2013.
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Validade de 10 (dez) anos
Atividades
●      Irrigação de lavouras de até 2.000 ha; 
●      Unidades industriais e a�ns com vazão de captação máxima
instantâneade até 1m³/s; 
●      Aquicultura e dessedentação animal; 
●      Extração de areia em leito de rio e outras atividades minerárias; 
●      No caso de atividades minerárias em fase de pesquisa mineral, o
prazo de validade da outorga mencionado acima poderá ser reduzido
para 5 anos; 
●      Outras �nalidades não mencionadas acima.
Validade de 20 (vinte) anos
Atividades
●      Irrigação de lavouras superiores a 2.000 ha; 
●      Unidades industriais e a�ns com vazão de captação máxima
instantânea superiores 1 m³/s.
Validade de 35 (trinta e cinco) anos
Atividades ●      Barragens de regularização de vazões ou de aproveitamento
hidrelétrico sem concessão ou ato administrativo de autorização e
outras obras hidráulicas que necessitem de outorga; 
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Quadro 4.2 - Prazos de validade das outorgas de água 
Fonte: Adaptado de Resolução 1041/2013, da Agência Nacional de Águas – ANA (2013).
Para a concessão da outorga,
o Poder Público deve analisar se, após a outorga, o corpo hídrico manterá uma
quantidade de água mínima para que ele não seja extinto, bem como, deve assegurar a
disponibilidade de água para diversas formas de uso (PEREIRA; JÚNIOR, 2018, p. 64).
Desta forma, a outorga de água busca garantir o direito de acesso a esse precioso bem natural a
todas as pessoas. Mediante a outorga de água, o poder público (federal ou estadual) poderá ter uma
estimativa da quantidade de água captada em determinado recurso hídrico, ou então na qualidade
dessa água.
Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
As águas públicas podem ser utilizadas por todos, observando-se os regulamentos administrativos, e
esse uso pode ser gratuito ou retribuído. Poderá depender de derivação, observando-se a
preferência à derivação para o abastecimento das populações. O uso das águas públicas deve
●      Abastecimento público e esgotamento sanitário operados por
prestadores de serviços que independem de concessão ou ato
administrativo de autorização.
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respeitar e ser compatível com as normas que tratam da navegação, exploração de caça e pesca, uso
de portos, dentre outros, não podendo prejudicá-los.
De acordo com o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Estado de Santa Catarina
(2020, on-line), “os problemas de escassez, poluição, deterioração ambiental, dentre outros,
provocados pelos usos dos recursos hídrico, apresentam sempre uma dimensão econômica”. Em
outras palavras, a água é um bem público e possui importância na economia e no desenvolvimento
social. Esse importante recurso não pode ser utilizado de forma indiscriminada. Desta forma, o
governo e a sociedade como um todo deverão zelar e cuidar da água.
Pelo fato de ser um bem público e ao mesmo tempo vital para a vida na Terra, não é justo que uma
determinada pessoa ou empresa faça uso desse importante recurso, ou mesmo cobre das outras
pessoas para que possam ter acesso à água. A cobrança pelo uso da água por parte do Governo é
fundamental, sendo que o dinheiro arrecadado ajuda na conservação da bacia hidrográ�ca em que
a própria água é captada. A cobrança da água é baseada na soma do volume captado ou consumido,
bem como dos poluentes que são lançados/devolvidos nos recursos hídricos.
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Um princípio constitucional de acentuada relevância no estudo dos tributos ambientais e da
tributação dos recursos hídricos é o do poluidor-pagador, que consiste em obrigar aquele que polui
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a ressarcir �nanceiramente a sociedade pelo dano ambiental causado.
O poluidor tem que ser onerado �nanceiramente por usar de forma indevida algum
recurso natural ou destruir o meio ambiente. Essa norma demonstra que o emprego de
penalidades �nanceiras e cobrança de tributos que incidam sobre fatos relacionados à
poluição, desgaste e destruição do meio ambiente são e�cazes na preservação ambiental
e estão em compasso com os princípios constitucionais ambientais (SANTELLO, 2017, p.
36).
Para garantir que todos tenham acesso a um ambiente seguro, desprovido de contaminação e
poluição, o princípio poluidor pagador é essencial. O Brasil é um país rico em recursos naturais e
biodiversidade, o que acaba chamando a atenção de pessoas mal intencionadas. Desta forma, é
essencial combater o trá�co de animais, a poluição dos recursos naturais, o desmatamento, o uso
descontrolado de água, queimadas, dentre outros, sendo que punição �nanceira é a melhor forma
de buscar combater essas práticas. Caso o problema não seja resolvido e a pessoa seja reincidente,
ela poderá inclusive ser presa.
praticar
V P ti
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p
Vamos Praticar
A outorga é o ato administrativo mediante o qual o poder público outorgante (União, Estado ou Distrito
Federal) faculta ao outorgado (no caso o requerente) o direito de uso de recursos hídricos, por prazo
determinado, nos termos e condições expressas no respectivo ato. Em se tratando dos mecanismos e
critérios para outorga de água, assinale a alternativa correta.
a) A ANA (Agência Nacional de águas) solicita que, ao se renovar a outorga de água, ela deve ser feita cerca de 90 dias antes
de a data de validade expirar.
b) Todos os estados apresentam os mesmos passos e critérios para a obtenção da outorga de água.
c) Para a obtenção da outorga da água, não é necessário saber o consumo necessário para realizar determinada atividade.
d) No CNARH (Conselho Nacional de Recursos Hídricos) devem ser preenchidas apenas as informações sobre o
empreendimento.
e) Apenas os usos de recursos hídricos pertencentes à União que visam à obtenção da outorga devem estar registrados no
CNARH.
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Pinto-Coelho e Havens (2016) descrevem que um grande avanço na base legal da governança das
águas do Brasil foi dado pela Lei 9.433 de 1997, que em seu Artigo 39 cria o comitê e a agência de
ba cia. O comitê de bacia é composto por:
1. Governo federal; 
2. Governos dos Estados ou do DF (onde se localiza a bacia); 
3. Administrações municipais (pelo menos uma parte do município está dentro da bacia
Comitês de BaciasComitês de Bacias
Hidrográ�casHidrográ�cas
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considerada); 
4. Usuários da água (provedores, concessionárias, etc.); 
5. Sociedade civil organizada desde que demonstre ter atuação na bacia considerada
(BRASIL, 1997, on-line).
Em relação ao número de representantes de cada um desses setores, esse não poderá ultrapassar a
metade dos assentos do comitê. A Figura 4.3 ilustra o organograma da gestão das bacias hidro- 
grá�cas no Brasil.
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Mas o que é exatamente um comitê de Bacia Hidrográ�ca?
São organismos colegiados instituídos pelo Poder Público, com base na Lei 10.350/94,
como parte do SistemaEstadual de Recursos Hídricos, com atribuições especí�cas no
gerenciamento dos usos e da conservação da água e dos corpos hídricos, tendo como
base de planeamento e gestão a bacia hidrográ�ca (GRASSI, 2001, on-line).
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De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA, 2019 on-line), por discussões e negociações
democráticas, os comitês avaliam os reais e diferentes interesses sobre os usos das águas das
bacias hidrográ�cas (Figura 4.4). Possuem poder de decisão e cumprem papel fundamental na
elaboração das políticas para gestão das bacias, sobretudo em regiões com problemas de escassez
hídrica ou na qualidade da água.
Desta forma, é função dos comitês de Bacia Hidrográ�ca, de acordo com a ANA (2019, on-line):
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aprovar e acompanhar a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia, que reúne
informações estratégicas para a gestão das águas em cada bacia;
arbitrar, ou seja, intermediar con�itos pelo uso da água (em primeira instância
administrativa);
estabelecer mecanismos e sugerir os valores da cobrança pelo uso da água.
Os comitês de bacias hidrográ�cas são fundamentais e essenciais para garantir a qualidade das
águas dos recursos hídricos do país. Infelizmente, muitas vezes esses comitês não possuem recursos
�nanceiros adequados para �scalizar e controlar os usos da água, o que prejudica e acarreta em
impactos ambientais negativos.
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Cabe ao Comitê de Bacia:
selecionar a alternativa de enquadramento dos corpos d’água em sua área de in�uência.
Esse enquadramento é depois encaminhado para aprovação �nal pelo Conselho de
Recursos Hídricos. Ou seja, as diretrizes e os critérios principais para análise de outorgas
quanto aos aspectos de qualidade das águas são estabelecidos pelo enquadramento,
saiba maisSaiba mais
A água doce é um bem importante para todos os seres
vivos. Tudo que envolve a água e seus usos deve ser
aprovado por um grupo de pessoas representantes da
população, do governo e técnicos especializados, que
constituem o Comitê de Bacia Hidrográ�ca. Para saber mais
a respeito dos principais Comitês de Bacias Hidrográ�cas do
Brasil, acesse o site a seguir.
ACESSAR
http://www.meioambiente.go.gov.br/conselhos-e-c%C3%A2maras/comit%C3%A9s-das-bacias-hidrogr%C3%A1ficas.html
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de�nido pelo Comitê de Bacia e aprovado pelo Conselho de Recursos Hídricos (ANA, 2011,
p. 17).
Atualmente, no Brasil, existem 197 comitês de Bacias Hidrográ�cas (TRINDADE e SCHEIBE, 2019). É
fundamental a existência desses comitês, pois cada bacia hidrográ�ca apresenta diferentes
particularidades, bem como usos diferentes. Logo, é importante que um grupo de pessoas controle
o uso e a qualidade das águas esperada para os recursos hídricos que compõem a respectiva bacia.
praticarVamos Praticar
Segundo a ANA, o enquadramento dos corpos de água é estabelecido em função do nível de qualidade
(classe) a ser alcançado ou mantido em um segmento de corpo de água ao longo do tempo. Esse
enquadramento visa “assegurar às águas a qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem
destinadas”, e a “diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas
permanentes” (Artigo 9º, Lei no 9.433/97). O Comitê de Bacia Hidrográ�ca (CBH) é responsável pelo
enquadramento do corpo d’água de acordo com a Lei no 11.612/09, artigo 15.
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Diante disso, é correto a�rmar que:
a) Os CBH  são compostos por representantes da prefeitura e da empresa que pretende realizar o uso das águas de
determinada bacia.
b) Uma das principais funções dos CBH é promover a educação ambiental, principalmente em relação ao uso consciente da
água.
c) As eleições dos CBH variam de um comitê a outro, podendo ser de 5 a 10 anos, dependo do tamanho da bacia
hidrográfica.
d) O comitê analisa apenas os usos dos recursos hídricos de maior tamanho/volume de uma determinada bacia hidrográfica.
e) O comitê deve reunir-se de tempos em tempos, discutindo e analisando a gestão dos recursos hídricos que compõem
determinada bacia hidrográfica.
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indicações
Material
Complementar
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FILME
Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográ�ica Mirim São
Gonçalo
Ano: 2019
Comentário: Os Comitês de Bacia (CBH's) são instrumentos de políticas
públicas e consistem em grupos de gestão compostos por
representantes dos diferentes níveis do poder público (federal, caso a
bacia envolve mais de um estado ou outro país, estadual e municipal),
bem como os usuários da água e da própria sociedade.
Acompanhe no vídeo a seguir, um exemplo prático de como atua o
Comitê de Bacia Hidrográ�ca.
T R A I L E R
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LIVRO
Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos
Editora: Agência Nacional de Águas - ANA
Autor: Agência Nacional de Águas - ANA
ISBN: 978-85-89629-78-2
Comentário: A outorga é um dos o instrumento da Política de Recursos
Hídricos e tem como objetivo central assegurar o controle quantitativo e
qualitativo dos usos da água. Para isso, é analisada a vazão necessária
de água, a geração ou não de e�uentes, a disponibilidade hídrica, dentre
outros fatores.
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conclusão
Conclusão
A Lei Federal nº 9.433 de 1997 de�ne como instrumentos de gestão dos recursos hídricos a outorga,
cobrança pelo uso da água e enquadramento da água em classes. Esses instrumentos jurídicos
foram de�nidos tendo como premissa a saúde, o bem-estar humano e o equilíbrio ecológico
aquático. Dessa forma, a outorga, direito de uso do recurso hídrico para um determinado uso, deve
atender ao enquadramento do corpo d’água.
Nem sempre a classe em que está enquadrado o trecho do corpo d’água é a classe em que deveria
se encontrar; em alguns casos, a de�nição da classe é a que deveria ser mantida para atender as
necessidades da comunidade. O enquadramento é referência para proporcionar a gestão de
recursos hídricos: outorga, cobrança, planos de bacia, além dos instrumentos de gestão ambiental,
tais como licenciamento e monitoramento.
Nesta Unidade, entendemos melhor a importância da Lei nº 9.433 de 1997, seus objetivos e quais os
principais instrumentos criados por ela. Estudamos também as classes das águas e as características
e usos permitidos para cada uma. Essa classi�cação é fundamental principalmente para evitar
patologias na população.
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Compreendemos o que é outorga de uso da água, ou seja, atividades que diretamente fazem uso da
água doce e que devem informar ao governo (federal estadual ou municipal) quais são as reais
atividades desenvolvidas, a vazão de água consumida, se há ou não poluição dos recursos hídricos,
dentre outros. Pelo fato de a água ser um recurso público, é cobrado um valor �nanceiro pelo seu
uso.
Por �m, compreendemos melhor qual a função e objetivos dos Comitês de Bacias Hidrográ�cas.
Mesmo que o Brasil possua uma das maiores reserva de água, precisou estabelecer a Lei nº
9.433/97, que por meio da Política Nacional de Recursos Hídricos, de�niu alguns instrumentos de
gestão, como o plano de recursos hídricos, a outorga de uso, o enquadramento, os sistemas de
informação e a cobrança pelo uso.
referências
Referências
Bibliográ�cas
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