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Catarina Alipio XXIIB Virus Epstein Barr: Patogenia: - Pessoas inoculam o vírus e conseguem viver com eles (80-95%), e não obrigatoriamente apresentam doença. - Transmissão: saliva de 6 meses a 1 ano após, de forma intermitente. - Possui maior afinidade com linfócitos B (principalmente das tonsilas palatinas). - Ocorre ligação do elemento ligante do vírus (GP350) ao antígeno de membrana da célula B (CD21), com auxílio de co-receptores que facilitam a fusão do envelope à membrana (Gp42 e MHC-II). • União do Gp42 ao linfócito B promove alterações estruturais nas espículas virais e permite a fusão do gB do envelope viral à membrana do linfócito B, dando início ao ciclo viral. Ciclo viral: - Ocorre a replicação viral com ativação dos genes alfa, beta e gama. - O vírus EBV então, pode adquirir dois caminhos/ processos que acontecem simultaneamente: • Fase lítica: replicação viral por transformação do linfócito B em linfoblastos capazes de sofrerem mitoses, e liberar novos vírus na corrente sanguínea e na saliva (importante transmissão). • Fase de latência: imortalização do linfócito B: transformação do linfócito B em linfócito B de memória a partir de programas de evolução. - Programa de crescimento (Lat III): expressão dos 11 genes virais, que ativam os linfócitos B para se tornarem linfoblastos proliferativos. - Programa padrão (Lat II): genes EBNA-1, LMP-1 e LMP-2A para impedirem a apoptose destes e induzir os sinais de sobrevivência dos linfoblastos. - Programa de latência (Lat I): não são expressos genes, com isso, ele consegue circular sem atrair o sistema imune. Vírus realmente está em fase de latência. - Inibição da apoptose + imortalização do vírus = estimula oncogenes e formação de massa tumoral. Patologias: - Mononucleose infecciosa. - Tumores em imunossuprimidos: • Carcinoma nasofaríngeo. • Linfoma primário de SNC não Hodgkin. • Linfoma de Burkitt. Quadro clínico: mononucleose infecciosa. - Período prodrômico: cefaleia, mal estar, fadiga, mialgia. - Período de estado: febre, linfadenomegalia de gânglios cervicais e faringite/ tonsilite. - Período de convalescência: fadiga. ‣ Exantema cutâneo: machas corporais multiformes. ‣ Hepatoesplenomegalia. ‣ Síndrome Mono-Like: febre, poliadenomegalia, hepatoesplenomegalia. • Hemograma: diagnóstico diferencial. - Linfocitose importante > 70% c/ presença de linfócitos atípicos: • > 10% de atipia: mononucleose infecciosa. • < 10% de atipia: outras. Citomegalovirus : Generalidades: - Inclusão citomegáica: não se observa o vírus, somente o produto dele. O vírus fica no núcleo. - Formas de transmissão/ infecção: • Congênita = infecção primária ou reativação. • Perinatal = cérvix ou leite materno. • Adquirida = IST. • Iatrogênica = transfusão ou transplante de órgão. Doença citomegálica congênita: - Prematuridade. - Icterícia. - Hepatoesplenomegalia. - Púrpura trombocitopênica. - Pneumonite. - Microcefalia. - Coriorrenite. - Retardo mental ou motor. Escape imunológico: - Inclusão Bloqueia a ação das ADCC (ligação FC) = NK. - Redução da ação lírica pelas células NK. - Bloqueia a translocação de peptídeos virais para o RE. - Retenção do HLA classe I no RE. - Reduz a apresentação de antígenos pelo HLA. Catarina Alipio XXIIB Complicações: - Impetigo. - Pneumonia intersticial ou bacteriana. - Encefalites, meningite asséptica, ataxia cerebelar aguda, hemorragia (CIVD). - Síndrome de Reye: encefalite decorrente de insuficiência hepática. - Varicela adquirida na gestação. ➡ Gamaglobulina humana hiperimune até 72hrs. Diagnóstico: - Sorologia específica (Western Blot). - Detecção de Ag-HSV. - Citologia espoliativa de células gigantes multinucleadas com inclusões intracelulares. - Microscopia eletrônica. - Hibridização do DNA-HSV. - PCR para encefalite herpética. Infecção primária recorrente: - Alta transmissibilidade viral. - São pré-anunciadas (sintomas prodrômicos) com dor, queimação, prurido ou formigamento 6 horas antes do aparecimento da lesão herpética. - Erupção da vesícula mucocutânea na borda dos lábios. • Postulam e formam crostas, e cicatrizam após 8 dias. - Fatores de recorrência: • Extrínsecos: exposição ao sol, febre, menstruação e estresse. • Intrínsecos: prostaglandinas. - A recorrência ocorre 3x/ ano em 20-40% dos infectados. - E 20% dos indivíduos eliminam gradualmente o vírus de forma assintomática. Virus Herpes Simplex 1 e 2: Diferenças clínicas: - HSV-1: lesões orais, comprometimento do SNC (encefalite herpética), baixo risco de transmissão neonatal, proteção moderada contra o HSV-2. - HSV-2: lesões genitais, meningites virais, alto risco de transmissão neonatal, proteção mínima contra o HSV-1. • Considerada uma IST (transmissão por contato de superfície mucosa ou lesão infectante). Infecção primária: - Assintomática em 90% dos casos. - Manifestação clínica em pacientes imunodeprimidas ou crianças < 2 anos. • Gengivo-estomatite primária: dor inflamação e dificuldade para ingesta, com presença de vesículas e ulcerações eritematosas. Possui cicatrização lenta e linfadenopatia submandibular e cervical. - Eliminação viral após 23 dias. Infecção genital: - Menos comum na forma primária e duração de 3 semanas. - Ocorre grande liberação viral nessa fase. - Formação de máculo-pápulas, que se tornam vesículas que postulam e formam crostas. • Na mucosa se rompem e formam úlceras. Complicações: ‣ Olhos: ceratite herpética e retinisse necrozante. ‣ Herpes mucocutâneas. ‣ Eczema herpético (imunossuprimidos). ‣ Eritema multiforme. ‣ Erupção variceliforme de Kaposi. ‣ Encefalite herpética (preferencialmente em região parieto-temporal uni ou bilateralemnte). Generalidades: - Transmissão: secreções salivares e/ou nasais ou contato com líquido vesicular (24-48 hrs antes da lesão). - Sazonalidade: primavera e inverno. - Trajeto: mucosa —> linfonodos —> viremia primária —> sistema fagocíticomononuclear —> nova viremia: tropismo pela epiderme. • Portanto, vírus passa 2x pela circulação antes de causar lesões, isso devido ao polimorfismo regional. Período prodômico: - Febre baixa. - Cefaleia, anorexia e vômitos. - Bom estado geral. Período de estado:. - Febre, irritabilidade, apatia e anorexia em 24-72 hrs. - Polimorfismo regional: máculopapula —> vesículas —> crosta —> sem cicatriz. - Forma centrípeta: inicia no couro cabeludo e face, e evolui para o tronco. - Vesículas irregulares, de paredes finas e conteúdo seroso, que causa prurido (halo eritematoso). Herpes zoster: - Reativação do vírus, principalmente em imunossuprimidos e idosos. - Primeiras manifestações: dor neuropática do nervo afetado, febre discreta, cefaleia e mal estar. - Dor segue dermátomos: • V nervo r. oftálmico: conjutivite, retinite, ceratite, uveíte… • VII nervo: paralisia facial e rush do pavilhão auditivo. - Lesões cutâneas aparecem unilateralmente: eritemopapulosas —> papulovesiculosa —> papulopustulosa —> regressão. - Nevralgia pós herpética e Herpes Zoster sem Rush. Varicela Zoster: Catarina Alipio XXIIB Familia Herpesviridae: Estrutura da família Herpesviridae: ✓ Capsídeo. ✓ DNA de fita dupla linear. ✓ Tegumento: glicoproteínas importantes para replicação viral. ✓ Envelope. ✓ Espículas. - Tamanho médio: 120nm. Subfamílias: - Alphaherpesviriniae: • Herpes simplex (HSV 1 e 2). • Varicela-Zoster. • Herpes B. ‣ Latência em neurônios e gânglios sensoriais. ‣ Causam lesões muco-cutâneas (dermatrotópicos). - Betaherpesviriniae: • Citomegalovírus. • Herpes vírus tipo 6. • Herpes vírus tipo 7. ‣ Latência em células mononucleares. - Gamaherpesviriniae: • Epstein-Barr (oncogênico). • Herpesvírus associado ao sarcoma de Kaposi. ‣ Latência em linfócitos. Genoma viral: - Constituído porpares de bases nitrogenadas (de 125mil a 240mil) que formam o DNA ou RNA viral. - ORFs: regiões abertas do genoma que permitem a transcrição de RNAm, são sequências de leitura. • Ocorre síntese proteíca de proteínas estruturais e não estruturais (enzimas). Replicação viral: - Cada vírus que compõem a família Herpesviridae possui seu grupo de receptores na célula hospedeira: ‣ HSV-1 e 2 (heparan sulfato), VZV (IDE- enzima degradadora de insulina), CMV (PDGRF e EGRF), HH6 (CD46), EBV (CD21/MHC) e KSHV (interina α e β). 1. Ligação do vírus à membrana da célula do hospedeiro: ocorre através das espículas virais. • gD viral se liga ao receptor HVEM, gerando uma alteração conformacional até gB. • Complexo gH e gL ligam-se ao Heparan sulfato, gerando alteração confomacional que faz com que gB também se ligue ao Heparan sulfato. 2. Fusão do envelope viral à membrana da célula: ligação de gB ao Heparan sulfato promove alterações que causam a fusão. • Capsídeo viral adentra na célula hospedeira por ação de gM e do complexo gE+gL, que se ligam à receptores de junção (desmossomos), fazendo com que o vírus consiga se espalhar para dentro da célula. 3. Penetração viral: o vírus utiliza-se da espícula gK do capsídeo para aderir à microtúbulos e se transportar até o núcleo celular, onde o capsídeo desintegra e o genoma viral e proteínas do tegumento são inseridos. 4. Replicação: a VHS, uma proteína de tegumento, no núcleo da célula hospedeira, é capaz de paralisar a célula e toda sua maquinaria, exercendo domínio total do vírus sobre a célula. A partir disso, o vírus passa a produzir RNAm precoces e tardios. Ciclo viral: - Produção de proteínas iniciais: RNA polimerase II do próprio vírus permitem ativação do gene alfa. • A proteína do tegumento viral VP16 (TIF) se liga à OCT-1 desbloqueando a região promotora e permitindo a síntese das proteínas alfa iniciais. • Elas possuem função de ativar o gene beta. - Produção de proteínas não estruturais (enzimas virais): por ativação do gene beta. • Alguma delas com capacidade de ativar o gene gama. - Produção de proteínas estruturais: por ativação do gene gama levando à síntese proteíca. Aciclovir: - Análogo à Guanosina. - Timidina quinas viral leva à fofosforilação do aciclovir, ação da DNA polimerase e ação antiviral específica, o que leva à inibição da síntese de DNA viral. Latência e reativação viral: - Mecanismos de latência (assintomáticos): • Infectam neurônios sensitivos. Possuem pequena atividade: percorrem um caminho retrógrado até o núcleo neuronal, ficando lá em latência (epsoma). Lá ele passa a sintetizar RNAs de latência (LATs). • Proteína OCT-2 complexada à proteína de tegumento V16 bloqueiam a transcrição de genes alfa, prevenindo a apoptose e mantendo os vírus vivos dentro dos neurônios. - Mecanismos de reativação: por ação de fatores extrínsecos (radiação, trauma…) e intrínsecos (PGLs) ocorre a formação das lesões herpéticas e sintomas. • HSV-1: nervo trigêmeo. • HSV-2: gânglios sacrais.
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