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● Definida como a tendência à trombose decorrente de alterações hereditárias ou adquiridas da coagulação ou da fibrinólise, que levam a um estado pró-trombótico ● Pode ser primária (hereditária) ou secundária (adquirida) ○ Os estados de hipercoagulabilidade primária são causados por anormalidades quantitativa ou qualitativa de proteínas específicas da coagulação que induzem um estado pró-trombótico ■ Quando combinados com outras mutações pró-trombóticas (interações multigênicas), estão associados a uma predisposição vitalícia à trombose ○ Os estados de hipercoagulabilidade secundária, um grupo diverso de condições principalmente adquiridas, causam uma tendência trombótica por mecanismos complexos e frequentemente multifatoriais ● Quase sempre o termo é mais empregado na abordagem do Tromboembolismo Venoso (TEV) ○ O TEV é a obstrução da circulação por coágulo formado localmente (trombo) ou liberado de um trombo formado em outro local no corpo (êmbolo) ○ O tromboembolismo pode ser arterial ou venoso, de acordo com o tipo de vaso acometido, se artéria ou veia ○ Tríade de Virchow: dano ao endotélio vascular, estase sanguínea e tendência a hipercoagulabilidade ○ No TEA, a patogênese envolve as alterações na parede do vaso (arteriosclerose) e fatores de risco tais como hipertensão, tabagismo, diabetes e dislipidemia ○ No TEV, a patogênese envolve fatores que levam a estase, imobilização e hipercoagulabilidade (alterações entre os fatores coagulantes, fibrinolíticos e anticoagulantes e condições adquiridas) ○ Suas principais manifestações clínicas são a Trombose Venosa Profunda (TVP) e a Embolia Pulmonar (EP) ○ A Trombose Venosa Profunda (TVP) pode ocorrer em qualquer segmento do sistema venoso profundo, sendo mais frequente em MMII ■ Pode ser distal ou proximal, acometendo as veias poplítea, femoral ou ilíaca ○ Mais raramente, pode acometer outros locais, como veias de membros superiores, veias esplâncnicas e seios venosos cerebrais ○ A EP é uma complicação da TVP e ocorre quando o trombo ou um fragmento deste desprende-se e migra até ramos da artéria pulmonar ○ Em aproximadamente 90% dos pacientes, os êmbolos pulmonares originam-se de trombos de veias profundas do membro inferior, sobretudo as proximais ■ Cerca de 20% dos trombos inicialmente restritos à região distal do membro inferior migram para segmentos proximais, geralmente no período de 1 semana do início do processo, o que pode trazer implicações clínicas relevantes, como a ocorrência de EP ■ Os trombos que se desenvolvem nas veias dos membros inferiores podem não causar sintomas, e a EP grave ou mesmo fatal pode ser a primeira manifestação da doença trombótica ● Epidemiologia ○ Pacientes com trombofilia de base genética exibem ainda predisposição aumentada para a ocorrência da TEV que tende a ser recorrente e acometer predominantemente indivíduos relativamente jovens, e em até 1/3 dos casos uma história familiar para TEV pode ser detectada ○ O risco de TEV aumenta quando mais de um fator de risco está presente em um indivíduo, podendo esses fatores ser adquiridos ou hereditários ● Epidemiologia ○ Aproximadamente 50% dos casos de TEV idiopático estão associados a fatores genéticos identificáveis ○ O TEV é uma condição de alta recorrência: a incidência cumulativa de um segundo episódio é de aproximadamente 30% em 8 anos. ○ Os fatores de risco relacionados ao primeiro evento trombótico são diferentes dos fatores de risco associados à recorrência ● Fatores de risco Idade > 40 anos; Obesidade (IMC > 35 kg/m2); Diagnóstico de trombofilia hereditária; Varizes ou insuficiência arterial periférica; Câncer; Anemia falciforme e hemoglobinúria paroxística noturna; ICC classe funcional III/IV; História prévia de trombose; Procedimento cirúrgico e imobilidade prolongada; Trauma; Gestação e puerpério; Uso de anticoncepcional oral ou reposição hormonal; Alguns quimioterápicos (talidomida, asparaginase); Infecção grave; Acidente vascular cerebral; Infarto agudo do miocárdio; Síndrome nefrótica; HEREDITÁRIA ● Quando há presença de uma anormalidade hereditária que predispõe à oclusão vascular, mas que requer a interação com outro componente, hereditário ou adquirido, para desencadear o episódio trombótico ● São, na maior parte dos casos, decorrentes de alterações ligadas aos inibidores fisiológicos da coagulação (antitrombina, proteína C, proteína S e resistência à proteína C ativada) ou de mutações de fatores da coagulação (FV G1691A ou Fator V Leiden e mutação G20210A da protrombina) ● Epidemiologia ○ Os primeiros relatos ocorreram a partir da descoberta da deficiência de Antitrombina (AT) em 1965 ● Etiopatogenia ○ Decorre de mutações nos genes que codificam proteínas da coagulação e anticoagulantes naturais ○ As mutações podem ocasionar deficiências quantitativas, qualitativas (funcionais) ou ambas ■ deficiência quantitativa: quando determina uma redução dos níveis de RNA mensageiro ou afeta uma porção da proteína essencial para a sua estabilidade ou conformação ■ deficiência qualitativa: quando provoca a substituição de um aminoácido essencial para a plena atividade da proteína ou que corresponda ao ponto de ligação proteína-proteína ○ As mutações podem ser classificadas quanto a “perda ou ganho de função”, isto é, quando associam-se a redução ou elevação dos níveis proteicos ■ Mutações associadas à “perda de função” são mais raras e relacionam-se, em geral, a um risco mais elevado para TEV, que é o caso das deficiências dos anticoagulantes naturais, tais como Proteína C (PC), Proteína S (PS) e AT HEREDITÁRIA ● Etiopatogenia ■ Mutações com “ganho de função” tendem a ocorrer mais frequentemente e associam-se a um menor risco para TEV, tais como a hiper-homocisteinemia, mutação do gene da Protrombina (PT) G20210A, mutação do gene Arg506Gln do Fator V de Leiden e aumentos dos fatores de coagulação (fator VIII, fator Von Willebrand, V, VII,IX e XI) ● Classificação das TH ○ Deficiências dos anticoagulantes naturais: proteína C, proteína S, antitrombina III ○ Resistência à proteína C ativada e fator V Leiden ○ Outras causas de resistência a proteína C ativada ○ Mutação no gene da protrombina ○ Outras causas mais raras Deficiência de Antitrombina III (AT) - autossômico dominante ● A antitrombina é o principal inibidor fisiológico da trombina e de outros fatores de coagulação ativados (IXa, Xa, e XIa), e sua deficiência leva a uma atividade desregulada das proteases e da formação de fibrina ○ O excesso de trombina é inibido pela sua fixação pela fibrina, pela trombomodulina e pela antitrombina III ● A deficiência quantitativa ou qualitativa hereditária de antitrombina leva a um acúmulo de fibrina e a uma propensão vitalícia à trombose ● Determina eventos trombóticos, tanto venosos quanto arteriais, especialmente em pacientes jovens HEREDITÁRIA Deficiência de Antitrombina (AT) - autossômico dominante ● Parece ocorrer por diferentes tipos de deficiência: ○ diminuição de concentração e de atividade da AT; ○ diminuição de atividade com concentração normal ou elevada da AT; ○ diminuição de concentração e de atividade adquiridas da AT; ● Os acidentes trombóticos espontâneos são raros, as tromboses geralmente ocorrem após a segunda década da vida e são subsequentes a outras condições de risco (infecção, trauma, etc.) ● São comuns oclusões de enxertos arteriais e de fístulas AV para hemodiálise, tromboses “espontâneas”, progressão rápida da aterosclerose obliterante com trombose precoce, etc ● Um dado clínico significativo é a instalação de coágulos precoces nos processos cirúrgicos apesar do uso da heparina, visto que a heparina só pode agir amplamente na presença da AT III ● A diminuição de concentração e de atividade da AT III adquirida ocorre no decurso de hepatopatias graves, síndrome nefrótica, hipoalbuminemia, caquexia, CIVD, uso de ACO, cirurgias de grande porte, etc Deficiência de Proteína C (PC) ● Durante o fenômeno hemostático, a ativação da fibrina é limitada porvários mecanismos reguladores, inclusive pelo acoplamento da trombina à trombomodulina endotelial ● Ao lado dessa inativação direta, o complexo trombomodulina/trombina ativa a proteína C plasmática que atua inibindo os fatores V e VIII ativados, reduzindo a atividade da cascata da coagulação e limitando a formação do coágulo hemostático HEREDITÁRIA Deficiência de Proteína C (PC) ● A proteína C é uma protease sérica, vitamina K-dependente, e com atividade potencializada pela proteína S ● Além da ação limitante da via intrínseca da coagulação, a proteína C efetua a lisa o PAI-1, que bloqueia o ativador tecidual do plasminogênio ● A deficiência congênita da forma homozigótica é incompatível com a vida ● Quando a redução do nível da proteína C gira em torno de 50% (ou seja, nos pacientes heterozigóticos), geralmente ela propicia a instalação da trombose a partir da segunda ou terceira décadas de vida por ocasião de traumas, cirurgias, etc ● Os acidentes tromboembólicos são mais comuns quando há resistência à proteína C ativada do que quando há diminuição da taxa total da proteína C ● Homozigose para deficiência de PC é associada ao quadro clínico grave de purpura fulminans neonatal, caracterizado por trombose de microcirculação, que se manifesta logo após o nascimento ● Necrose cutânea induzida por varfarina, a qual ocorre nos indivíduos portadores de deficiência de PC que iniciam o uso de antagonistas da vitamina K sem a concomitância da heparina Deficiência de Proteína S (PS) ● A proteína S é uma glicoproteína sintetizada no fígado, nos megacariócitos, osteoblastos e no endotélio ● As deficiências da proteína C e da proteína S são mais frequentes do que a deficiência de AT III em famílias que apresentam tromboembolismo venoso recidivo HEREDITÁRIA Deficiência de Proteína S (PS) ● Alguns pacientes podem ter taxa sanguínea normal da proteína S total e diminuição tão somente da forma livre, porção que tem maior ação como co-fator da proteína C ativada ● A função da PS é servir como cofator enzimático da PC ativada na degradação proteolítica dos cofatores V e VIII ativados ● A deficiência homozigótica da PS é rara e, assim como na deficiência da PC, também pode levar ao quadro de púrpura fulminans neonatal ● Sua deficiência pode ser congênita ou adquirida, tal como ocorre com a proteína C e a antitrombina III ○ Na deficiência congênita, a trombose ocorre de forma espontânea na metade dos casos e após traumas ou infecções nos outros 50% ○ A forma adquirida é encontrada nos estados infecciosos, nas neoplasias, nas nefropatias, na gravidez, na presença de fator de necrose tumoral e em outras condições Resistência à proteína C ativada e fator V Leiden ● Resistência do fator V à ação da proteína C ativada, o que explica a tendência ao aumento de produção de trombina e o aumento da incidência de trombos ● O fator V de Leiden, consiste numa mutação que ocorre no próprio fator V, no qual a arginina 506 é convertida em glutamina ○ Dessa forma, fica bloqueado o sítio onde a proteína C faz a clivagem natural no fator V, o que diminui a sua ação Mutações associadas à perda de função Deficiência de AT III Deficiência de PC Deficiência de PS Autossômico dominante protease sérica, vitamina K-dependente e potencializada pela proteína S mais frequente que a deficiência de AT III em famílias que apresentam tromboembolismo venoso recidivo Leva a um acúmulo de fibrina a forma homozigótica é incompatível com a vida pode haver taxa sanguínea normal e diminuição da forma livre, porção que tem maior ação como co-fator da PC ativada ↓ concentração e atividade da AT; ↓ atividade com concentração normal ou elevada da AT; redução do nível em torno de 50% (heterozigotos) = instalação da trombose a partir dos 20-30 anos por ocasião de traumas, cirurgias, etc é rara e também pode levar ao quadro de púrpura fulminans neonatal eventos trombóticos venosos ou arteriais Purpura fulminans neonatalNecrose cutânea induzida por varfarina a trombose ocorre de forma espontânea na metade dos casos e após traumas ou infecções nos outros 50% - acidentes trombóticos espontâneos raros - geralmente ocorrem após os 20 anos, devido a traumas, infecções etc - instalação de coágulos precoces nos processos cirúrgicos apesar do uso da heparina acidentes tromboembólicos são mais comuns quando há resistência à proteína C ativada do que nessa deficiência HEREDITÁRIA Resistência à proteína C ativada e fator V Leiden ○ Assim, a ação do fator V é plena, com consequente instalação de estado de hipercoagulabilidade ● O fator de Leiden é a alteração genética trombofílica mais encontrada nos pacientes com RPCa (em torno de 95% dos casos ○ nos 5% dos casos restantes, haveria uma outra mutação do fator V, sendo chamada de o fator V Cambridge ● A incidência do fator V de Leiden é de 2% a 5% da população em geral e de 25% dos casos de trombose venosa recorrente e/ou embolia pulmonar ● Esta mutação é exclusiva da raça branca, ausente entre negros e asiáticos ● A mutação do fator V de Leiden, heterozigótica, aumenta em 7x o risco de tromboembolismo durante a vida de uma pessoa, risco que aumenta ainda mais com o passar dos anos, com a gravidez ou com o uso ACO ● A forma homozigótica do alelo aumenta o risco trombogênico 20x Mutação no gene da protrombina (G20210A) ● A substituição de G por A no nucleotídeo 20210 do gene da protrombina está associada a níveis plasmáticos elevados de protrombina e a um risco aumentado de trombose venosa ● Pode facilitar a incidência de trombose venosa ou arterial (coronarianas, cerebrais) ● Nos indivíduos que apresentam um gene normal e o outro mutante (heterozigotos), a incidência do distúrbio é entre 1% e 4% ○ É encontrada em 6% a 8% em todos os pacientes com tromboembolismo venoso ○ Pode ser considerada a segunda anormalidade genética mais frequentemente associada às trombofilias HEREDITÁRIA Mutação no gene da protrombina (G20210A) ● Essa mutação ainda não foi encontrada em pacientes negros ou asiáticos ● Pode estar associada a outros fatores de risco genéticos (fator V de Leiden, deficiência de proteínas C e S e de AT III) ou adquiridos (anticoagulante lúpico, gravidez, puerpério, traumas, imobilização, neoplasias) ● O mecanismo que determina a maior incidência de tromboses parece ser a elevação das taxas de protrombina sanguínea graças à maior estabilidade do RNA do gene mutante Outros estados de hipercoagulabilidade primária Hiper-homocisteinemia ○ Aumento dos níveis plasmáticos da homocisteína pode ser secundário a alterações genéticas ou adquiridas ○ A hiper-homocisteinemia genética é um erro inato do metabolismo da homocisteína pela deficiência de uma das duas enzimas a ela relacionadas, consequência de herança cromossômica recessiva ■ presente em torno de 5%-15% das populações caucasianas e asiáticas, alta prevalência de homozigotos ○ Homocisteína oxidada associada a espécies reativas de oxigênio causam lesão endotelial vascular com maior adesão plaquetária, contribuindo para o mecanismo trombogênico Elevação dos níveis plasmáticos de fatores de coagulação ○ Concentrações plasmáticas de fator VIII acima de 1500 UI/l (150% do normal) representam um fator de risco para trombofilia, visto que são encontradas em frequência significativamente maior em pacientes com trombose venosa do que na população geral Mutações associadas ao ganho de função Resistência à PC ativada (fator V Leiden) Mutação no gene da protrombina (G20210A) Hiper-homocisteinemia Mutação que ocorre no próprio fator V, no qual a arginina 506 é convertida em glutamina Substituição de G por A no nucleotídeo 20210 do gene da protrombina erro inato do metabolismo deficiência de uma das duas enzimas herança cromossômica recessiva Alteração genética trombofílica mais encontrada nos pacientes com RPCa (95% dos casos) Facilita a incidência de trombose venosa ou arterial, devido à elevação das taxas de protrombina sanguínea graças à maior estabilidadedo RNA presente em torno de 5%-15% das populações caucasianas e asiáticas alta prevalência de homozigotos Incidência de 2%-5% da população e de 25% dos casos de trombose venosa recorrente e/ou EP Em heterozigotos, a incidência do distúrbio é entre 1%-4% Exclusiva de brancos Ainda não foi encontrada em pacientes negros ou asiáticos Forma heterozigótica = +7x o risco Forma homozigótica = +20x o risco HEREDITÁRIA Outros estados de hipercoagulabilidade primária Elevação dos níveis plasmáticos de fatores de coagulação ○ A mutação valina/leucina na posição do aminoácido 34 (Val-34-Leu), no gene do fator XIII, altera o comportamento fisiológico deste fator na cascata da coagulação (efeito antitrombótico) Disfibrinogenemia hereditária ○ Associa-se à trombose arterial e venosa em até 20% dos casos ○ Em mulheres acometidas, existe uma incidência aumentada de problemas relacionados à gravidez, como trombose no pós-parto e aborto espontâneo ● Quadro clínico ○ TEV idiopático, principalmente se em indivíduos com menos de 40 anos ○ TEV em locais não usuais ■ por exemplo: vasos hepáticos, mesentéricos, cerebrais e renais; vasos retinianos não incluídos ○ TEV recorrente ○ Purpura fulminans neonatal ou adulto (deficiências de PC e PS) ○ Necrose de pele induzida por cumarínico ● Diagnóstico ○ Clínico ■ Caracterizar o evento quanto a sua relação com situações de risco para trombose (TEV secundário) ou não (TEV idiopático) HEREDITÁRIA ● Diagnóstico ○ Clínico ■ Praticamente não existem achados clínicos específicos da TH, exceção feita a purpura fulminans neonatal ou necrose de pele induzida por cumarínico ○ Laboratorial ■ Deve incluir minimamente hemograma, testes de triagem da coagulação como tempo de protrombina, Tempo de Tromboplastina Parcial ativado (TTPa), tempo de trombina, função renal e hepática ■ Quando recomendado, incluir testes funcionais para AT e PC, teste antigênico para PS livre, pesquisa de RPCa e análise genética da mutação da PT G20210A ● À exceção dos testes genéticos, pode haver alterações em consequência do evento trombótico ou da terapia anticoagulante ● Recomenda-se que sejam realizados pelo menos 3 meses após o evento trombótico agudo e pelo menos 4 semanas após a suspensão da terapia anticoagulante ■ Dosagem da PC e AT: método funcional (coagulométrico ou cromogênico) ■ Dosagem da PS: ELISA ■ Teste de resistência à Proteína C Ativada (RPCa): se positivo, seguir para genotipagem para o FV Leiden ■ Disfibrinogenemia e fator VIII ● O tempo de trombina deve ser usado como método de rastreamento para a disfibrinogenemia HEREDITÁRIA ● Diagnóstico ○ Laboratorial ■ Disfibrinogenemia e fator VIII ● Caso alterado, realizar a análise funcional e antigênica do fibrinogênio ● A dosagem de fator VIII pode ser realizada por método antigênico e/ou funcional ● Tratamento ○ Eventos agudos ■ Previne a EP ou sua extensão, assim como a extensão de um trombo em veias profundas de membros inferiores e as recorrências ■ Deve ser realizado com Heparina Não Fracionada (HNF) ou heparina de baixo peso molecular (HBPM) e anticoagulante oral ■ A duração da terapia anticoagulante após um episódio de TEV agudo em pacientes com TH é variável ● mínimo de 3 meses (quando associada a um fator de risco transitório) até 12 meses (se trombose idiopática ou TEV em sítios não usuais, por exemplo, em vaso cerebral ou mesentérico) ■ Pacientes com purpura fulminans devem ser tratados com transfusão de crioprecipitado, plasma fresco congelado, e warfarina em dosagem suficiente para manter o RNI entre 3,5 e 4,5 ■ O concentrado de AT é indicado para pacientes com deficiência hereditária de AT para tromboprofilaxia cirúrgica, durante gravidez e pós-parto e nos casos de resistência à heparina HEREDITÁRIA ● Tratamento ○ Profilaxia primária ■ Testar familiares de primeiro grau especificamente para a condição encontrada ■ Aos portadores assintomáticos deve ser oferecido aconselhamento médico e orientações a respeito dos riscos, sinais e sintomas de TEV e medidas preventivas de eventos tromboembólicos ■ A profilaxia anticoagulante não é recomendada durante a infância, mas deve ser prescrita em casos de cirurgia abdominal ou de membros inferiores após os 13 anos ■ Anticoagulante não estão indicados nos portadores assintomáticos ● Exceção: gravidez, puerpério e pré-operatório de grandes cirurgias ■ Evitar ACO com estradiol em mulheres assintomáticas ○ Profilaxia secundária ■ Considerar ● 1. o risco de um novo evento trombótico ● 2. as consequências de um novo evento trombótico caso o paciente não esteja anticoagulado ● 3. o risco de sangramento relacionado ao uso de anticoagulante ● 4. a preferência do paciente ■ Realizada através da administração de cumarínicos (warfarina) para manter o RNI entre 2 e 3 ● Prognóstico ○ Depende da gravidade do evento trombótico e das recorrências ADQUIRIDA ● Quando é decorrente de outra condição clínica, como síndrome antifosfolípide, malignidade e outras doenças clonais, estado pós-operatório, determinadas doenças reumatológicas, gestação e tratamento hormonal estrogênico, presença de cateter venoso central e emprego de alguns agentes terapêuticos ○ Níveis plasmáticos moderadamente elevados de homocisteína (hiper-homocisteinemia adquirida) também podem ser responsáveis por episódios vaso-oclusivos ● Outros fatores de risco ○ obesidade, hipertensão arterial, diabetes melito, síndrome metabólica e distúrbios hormonais ● Etiopatogenias ○ Cirurgia e trauma ■ Pode ocorrer devido à exposição de grande quantidade de fator tecidual por lesão endotelial, imobilidade prolongada e patologia de base ■ O risco trombótico é bastante aumentado em pacientes submetidos a procedimento cirúrgico, principalmente cirurgias ortopédica, vascular, neurológica e oncológica ■ Outros fatores de risco que aumentam ainda mais o risco trombótico nessa população são idade, evento trombótico prévio, trombofilia hereditária, tempo cirúrgico e imobilização prolongada ■ Os pacientes devem receber profilaxia antitrombótica primária no período pós-operatório, pois, sem isso, o risco de TVP sintomática e embolia pulmonar é bastante alto ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Neoplasias ■ Eventos tromboembólicos ocorrem em aproximadamente 10 a 15% dos pacientes com neoplasia ■ Trata-se da segunda causa mais comum de óbito entre os pacientes com neoplasia ■ As neoplasias mais frequentemente associadas a complicações trombóticas são as localizadas em pulmão, pâncreas (principalmente corpo e cauda), estômago, intestinos, ovário e próstata ■ Decorrentes da exposição de fator tecidual em células neoplásicas, levando à formação excessiva de trombina, manifestando-se como tromboflebite migratória (síndrome de Trousseau), endocardite trombótica não infecciosa ou CIVD crônica ■ O tratamento da trombose venosa deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico, administrando-se doses terapêuticas de heparina não fracionada ou de baixo peso molecular por, no mínimo, 5 dias, seguindo-se a transição para anticoagulação oral, preferencialmente com warfarina, mantendo o RNI entre 2 e 3 ○ Síndrome Nefrótica ■ Trombose venosa é complicação importante dessa síndrome, e manifesta-se com maior frequência em veias renais ■ A diminuição dos níveis plasmáticos de antitrombina, elevação de fatores da coagulação (fatores V, VII, VIII,X e XIII), hiper-reatividade plaquetária e hiperviscosidade sanguínea podem contribuir para aocorrência de trombose ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Gravidez e puerpério ■ Durante a gravidez, existe um risco 6x maior de ocorrência de tromboembolismo venoso ■ O risco de trombose é ainda maior no puerpério (seis semanas após o parto) ■ Alguns fatores de risco podem contribuir, como: idade avançada, cesárea, imobilização prolongada, obesidade, episódio de tromboembolismo prévio e trombofilia hereditária ■ Níveis elevados de marcadores de ativação da coagulação, como complexos trombina-antitrombina, são detectados a partir do final doprimeiro trimestre ■ Há também elevação dos níveis de substâncias pró-coagulantes no final da gestação, principalmente o fibrinogênio ■ A ativação do sistema fibrinolítico diminui progressivamente ao longo da gravidez ■ A ativação e o “turnover” das plaquetas se intensificam, ocorrendo um maior consumo, o que resulta em leve trombocitopenia em até 10% das gestantes saudáveis ■ Fatores mecânicos locais, como compressão vascular pelo útero gravídico, facilitam a estase venosa em membros inferiores e consequentemente a trombose venosa ■ Trauma das veias pélvicas, durante o parto via vaginal, e lesão tecidual, durante o parto cesárea, podem contribuir para trombose venosa no puerpério imediato ■ Devem ser tratados com heparinização plena, que pode ser mantida durante todo o tratamento ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Síndrome do anticorpo antifosfolípide ■ Caracteriza-se pela ocorrência de trombosearterial ou venosa, abortos recorrentes e trombocitopenia, associados à evidência laboratorial de anticorpos antifosfolipídeos (AAF) ■ Todas as idades são acometidas ■ Aproximadamente 70% dos eventos ocorrem em território venoso e 30% acometem território arterial ■ Os AAF incluem uma família de imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA, ou mistas) auto-imunes, que reconhecem e se ligam a complexos de proteínas plasmáticas, associadas a fosfolipídeos de membrana, em testes laboratoriais in vitro ■ As duas principais proteínas plasmáticas que funcionam como alvos antigênicos nos complexos reconhecidos pelos AAF são a β2-glicoproteína I (β2GPI) e a protrombina (fator II da coagulação) ● Outras proteínas: apolipoproteína H, proteína C, proteína S, anexina V, fator X, cininogênio de alto peso molecular, fator XI e o componente protéico do heparan-sulfato ■ Podem ocorrer oclusões de artérias viscerais e periféricas, sendo os acidentes vasculares cerebrais uma complicação frequente ■ A trombose venosa profunda é a manifestação mais comum e há repetição de acometimento no mesmo território ■ As complicações obstétricas, associadas à SAF, incluem abortos recorrentes, ocorrência precoce de pré-eclâmpsia, coréia da gestação, e retardo de crescimento fetal intra-uterino ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Síndrome do anticorpo antifosfolípide ● A perda gestacional recorrente é definida como pelo menos 3 perdas gestacionais consecutivas antes do meio do 2º trimestre, porém mais frequentemente antes da 10ª semana gestacional ■ Trombocitopenia, livedo reticular, alterações em válvulas cardíacas ● acometimento mais comum da valva mitral; as insuficiências valvares são mais frequentes do que as estenoses, porém muitos pacientes evoluem de maneira assintomática por anos ■ Forma catastrófica: com doença oclusiva vascular súbita, grave e fatal ● É caracterizada por insuficiência renal, retinopatia, acidente vascular cerebral isquêmico, osteonecrose, necrose de pele, infarto agudo do miocárdio, coagulação intravascular disseminada e citopenias imunes ■ Na avaliação laboratorial ● prolongamento de um teste de coagulação, dependente de fosfolipídeos, que não apresenta correção após mistura com plasma normal ● pesquisar anticoagulante lúpico e anticorpo anticardiolipina ● Pacientes com SAF devem ter, pelo menos, um critério clínico e um critério laboratorial, sendo que os testes para AAF devem ser positivos pelo menos em duas ocasiões, separadas por intervalo de 6 semanas ■ Pode ser considerada primária, secundária ou associada a outras situações clínicas ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Síndrome do anticorpo antifosfolípide ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Síndrome do anticorpo antifosfolípide ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Síndrome do anticorpo antifosfolípide ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Síndrome do anticorpo antifosfolípide ADQUIRIDA ● Etiopatogenias ○ Síndrome do anticorpo antifosfolípide ■ Tratamento ● Vários fatores devem ser considerados no paciente com tromboembolismo venoso e SAF: ○ a) presença associada de outros fatores de risco trombótico ○ b) intensidade ótima do tratamento anticoagulante ○ c) duração do tratamento anticoagulante ● Recomendar controle adequado da HAS, dislipidemia e obesidade, evitar tabagismo e uso de estrogênios, independentemente de passado trombótico, presença concomitante de doenças autoimunes e características adicionais da síndrome antifosfolípide ● Para os pacientes com diagnóstico definitivo de SAF e um primeiro evento trombótico venoso, recomenda-se tratamento anticoagulante oral com INR alvo entre 2 e 3 ● Antes de iniciar o tratamento (combinado ou INR > 3), avaliar o risco hemorrágico do paciente ○ maior risco em idade superior a 75 anos, história prévia de sangramento grave, polifarmácia, neoplasia ou leucoaraiose ou dificuldade para o entendimento sobre o tratamento anticoagulante ● O tratamento anticoagulante por tempo indefinido nos pacientes com SAF definida e trombose ○ Duração de 3-6 meses para pacientes com perfil de anticorpos antifosfolípides de baixo risco e com fator desencadeante transitório Anticoagulantes ○ anticoagulantes injetáveis (heparina e novos inibidores de trombina); ○ anticoagulantes orais (varfarina e compostos correlatos; inibidores da trombina ativos por via oral) ● As heparinas e os inibidores da trombina têm ação imediata, enquanto a varfarina e os outros antagonistas da vitamina K levam vários dias para exercer seu efeito ○ Se for usada varfarina para tratamento de pacientes com trombose venosa, administra-se também um agente que atue imediatamente até que o efeito da varfarina se estabeleça ● Heparina ○ A heparina é uma família de glicosaminoglicanos sulfatados (mucopolissacarídeos), que está presente, junto com a histamina, nos grânulos dos mastócitos ○ As preparações comerciais são extraídas de pulmão bovino ou intestino suíno ○ As heparinas de baixo peso molecular (HBPM - enoxaparina, dalteparina, fondaparinux, etc) têm uma ação mais longa do que a heparina não fracionada e são geralmente preferidos, sendo a não fracionada reservada para situações especiais, como pacientes com insuficiência renal ○ Inibe a coagulação por meio da ativação da antitrombina III ■ A antitrombina III inibe a trombina e outras serina-proteases por ligação ao local ativo. A heparina modifica esta interação ligando-se à antitrombina III, alterando sua conformação e aumentando sua afinidade por serina-proteases ○ Para inibir a trombina, é necessário que a heparina se ligue tanto à enzima como à antitrombina III; para inibir o fator Xa, é necessário apenas que a heparina se ligue à antitrombina III Anticoagulantes ● Heparina ○ As HBPMs potencializam a ação da antitrombina III sobre o fator Xa, mas não sua ação sobre a trombina, porque as moléculas são pequenas demais para se ligarem à enzima e ao inibidor simultaneamente, o que é essencial para a inibição da trombina, mas não para inibição do fator Xa ○ A heparina não-fracionada inibe indiretamente a trombina por atuar como co-fator da antitrombina (AT), aumentando sua atividade e, consequentemente, seu efeito anticoagulante sob a trombina, o fator Xa, e, em menor grau, os fatores XII, XI e IXa ○ Efeitos adversos ■ hemorragia (interromper o tratamento e, se necessário, administrar sulfato de protamina) ■ trombose ■ osteoporose (ligação da heparina aos osteoblastos que libera fatores que vão ativar os osteoclastos) ■ hipoaldosteronismo (com consequente hipercalemia) não é comum, porém aumenta com o prolongamento do tratamento ■ reações de hipersensibilidade são raras com heparina, porém mais comuns com protamina Inibidores diretos da trombina ● Bloqueiam a atividade da trombina em dois sítios, ou seja, livre no plasma e ligada ao trombo; consequentemente impedem a conversão do fibrinogênio em fibrina, interferindo sobre as fases de amplificação e propagação consideradas no modelo celular da coagulação pela diminuição da geração de trombina Inibidores diretos da trombina ● Rápido pico de ação, eliminação predominantemente renal, e por não seremneutralizados pelo fator plaquetário Tipo 4 (FPT4), evitam a ocorrência de TIH ● Hirudinas ○ derivadas do anticoagulante presente na saliva da sanguessuga medicinal ○ não dependem da ativação da antitrombina ○ Dabigatrana: utilizado em cirurgias ortopédicas de grande porte (prótese de quadril e joelho) e em pacientes com fibrilação atrial ○ Bivalirudina: usada em combinação com aspirina e clopidogrel em pacientes submetidos a cirurgia coronariana percutânea Inibidores do fator Xa (novos anticoagulantes orais) ● Esta classe liga-se diretamente ao fator Xa, sem a necessidade de participação da antitrombina III ● A atividade é específica para o fator Xa, sem nenhuma interação ou efeito sobre outros fatores da via intrínseca/extrínseca da coagulação e sem efeitos indesejáveis, como a trombocitopenia ● Em teoria, tem a capacidade de inibir o fator Xa no complexo protrombinase, assim como coágulos ligados ao fator Xa, exercendo maior controle sobre a formação e a progressão de trombos, o que lhe afere uma maior eficácia clínica ● Rivaroxabana: inibidor direto ativo por via oral do fator Xa e não da trombina, aprovada para as mesmas indicações do Dabigatrana e ainda para o tratamento (bem como para profilaxia) de TVP ○ Efeitos adversos mais comuns: sangramento, anemia, náuseas Inibidores do fator Xa (novos anticoagulantes orais) ● Idraparinux: é inibidor indireto do fator Xa. Liga-se à ATIII e, consequentemente, ao FXa, formando um complexo terciário irreversível que interfere na ação e formação do complexo protrombinase ○ Indicado para uso em SCA, profilaxia e tratamento de TVP, TE, TIH e, em casos de FA, quando se necessita de ponte para algum procedimento cirúrgico Cumarínicos ● Varfarina ○ apresenta estreita janela terapêutica, grande variabilidade na relação dose-resposta e grande interação com outras drogas e alimentação ○ O efeito anticoagulante da varfarina é mediado através da inibição dos fatores de coagulação vitamina K-dependentes (II, VII, IX e X) ■ Se dá pela inibição do componente 1 da vitamina K epóxido redutase, inibindo a redução enzimática da vitamina K epóxido à sua forma hidroquinona ativa ■ Ele resulta na síntese de formas imunologicamente detectáveis porém biologicamente inativas destas proteínas de coagulação ○ Também inibe as proteínas C e S, que possuem propriedades anticoagulantes ○ Devido a estes efeitos concorrentes, antagonistas da vitamina K criam um paradoxo bioquímico através da produção de um efeito anticoagulante devido à inibição de pró-coagulantes (fatores II, VII, IX e X) e um efeito potencialmente trombogênico, ao alterar a síntese de inibidores naturais da coagulação (proteínas C e S) Cumarínicos ● Varfarina ○ O efeito da varfarina leva vários dias para se desenvolver em razão do tempo necessário para ocorrer a degradação dos fatores de coagulação carboxilados pré-formados ○ Efeitos adversos: ■ Hemorragia (especialmente intestinal ou cerebral) é o principal risco ■ teratogênese ■ hepatotoxicidade ■ necrose de tecidos moles Antiplaquetários ● Promovem a inibição das funções plaquetárias como adesividade e agregação, inibem a reação de liberação ou secreção das plaquetas, reduzem os agregados plaquetários circulantes e inibem a formação do trombo, induzido predominantemente por plaquetas ● Podem atuar ○ na via do ácido aracdônico através da alteração dos fosfolipídios da membrana plaquetária, inibição da fosfolipase A2, inibição da COX, inibição da tromboxano sintetase e como antogonistas dos receptores de TXA2 e PGH2 ○ no aumento do AMP cíclico plaquetário, com estimulação da adenilato ciclase ou inibição da fosfodiesterase ○ na inibição do ADP e da ligação do fibrinogênio com receptores das glicoproteínas IIb/IIIa Antiplaquetários ○ como antagonistas dos receptores das glicoproteínas IIb/ IIIa, seja inibição reversível ou irreversível ○ como inibidores de agonistas específicos, através da inibição da trombina, antagonismo da serotonina, antagonismo da adrenalina ou inibição do fator de ativação plaquetária ● Aspirina ○ Seu principal mecanismo de ação é a inibição irreversível da atividade das isoenzimas cicloxigenase (COX 1 e 2), bloqueando a produção de tromboxane A2 ○ Para indicações agudas (AVC trombótico em evolução, infarto agudo do miocárdio) o tratamento é iniciado com uma dose única de aproximadamente 300 mg para atingir uma inibição substancial rápida (> 95%) da síntese de tromboxano das plaquetas, seguida por doses diárias regulares de 75 mg ○ Efeitos adversos: a maioria no trato gastrointestinal, são dose-dependentes ● Dipiridamol ○ Eleva o AMP cíclico plaquetário (inibidor plaquetário) tanto inibindo o nucleotídeo fosfodiesterase cíclico, quanto bloqueando a captação de adenosina pelo endotélio vascular e hemácias ○ Seu efeito na adesão plaquetária é muito mais acentuado do que na agregação ○ Efeitos adversos: cefaléia, náuseas e epigastralgia, porém não há associação com doença ulcerosa péptica ou aumento de sangramento ● Antagonistas do receptor de adenosina ○ Clopidogrel: inibe a agregação plaquetária induzida por ADP através de inibição irreversível dos receptores P2Y12. Pode causar dispepsia, rash ou diarreia Antiplaquetários ● Antagonistas do receptor de adenosina ○ Prasugrel: inibe a agregação plaquetária induzida por ADP através de inibição irreversível dos receptores P2Y12. Pode causar rash ou, raramente, reações de hipersensibilidade e angioedema ■ É mais eficaz do que o clopidogrel em síndromes coronarianas agudas, porém mais frequentemente causa sangramentos graves ○ Ticagrelor: é um inibidor reversível não competitivo do receptor P2Y12. Pode causar dispneia (provavelmente relacionada com o papel de sinalização da adenosina nos corpos carotídeos) ou, menos comumente, sintomas gastrointestinais ■ O tratamento da síndrome coronária aguda com ticagrelor, comparado com o clopidogrel, reduz significativamente a mortalidade por razões desconhecidas ● Antagonistas do receptor da glicoproteína IIb/IIIa ○ Possuem o atrativo teórico de inibir todas as vias de ativação de plaquetas (uma vez que todas convergem para ativação dos receptores GPIIb/IIIa) ○ O abciximabe, um fragmento Fab de anticorpo monoclonal híbrido humano-murino, foi licenciado para uso em pacientes de alto risco submetidos a angioplastia coronariana, como coadjuvante de heparina e aspirina ■ Ele reduz o risco de reestenose à custa do aumentado risco de sangramento ■ Só pode ser usado uma vez devido à imunogenicidade REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ● Hematologia : métodos e interpretação / Alexsandro Macedo Silva, Luciane Maria Ribeiro Neto (org.). São Paulo : Roca, 2017 ● Hematologia laboratorial : teoria e procedimentos [recurso eletrônico] / Paulo Henrique da Silva ... [et al.]. - Porto Alegre : Artmed, 2016. ● Laboratório de hematologia: teorias, técnicas e atlas / Márcio Antonio Wanderley de Melo / Cristina Magalhães da Silveira – 1. ed. – Rio de janeiro: Rubio, 2015. ● Fisiopatologia da doença : uma introdução à medicina clínica [recurso eletrônico] / Gary D. Hammer, Stephen J. McPhee ; [tradução: Geraldo de Alencar Serra, Patricia Lydie Voeux ; revisão técnica: Renato Seligman, Beatriz GraeffSantos Seligman. - 7. ed. - Porto Alegre: AMGH, 2016.
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