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DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS O que precisa saber sobre? · Conceito de doença inflamatória intestinal inespecífica · Fisiopatologia · Incidência e prevalência no Brasil e mundo · Diagnóstico diferencial entre RCU e doença de Crohn · Racional terapêutico clínico · Indicações cirúrgicas · Professor disse que os últimos três itens é o que mais vai ser cobrado na vida e na PROVA Doenças intestinais crônicas e idiopáticas · Doença de Crohn · RCU Conceito · Ambas são doenças crônicas de etiologia desconhecida que não podem ser curadas por medicamentos e que compartilham de muitas características e epidemiológicas, clínicas e terapêuticas. · Objetivo do tratamento: sintomático (deixar o maior tempo possível sem sintomas). · A intenção é reduzi a remissão de sintomas e a induzir a cicatrização de mucosas Doenças inflamatória intestinal específica · Excluir as específicas de etiologia conhecida: Então, o paciente chega com hematoquezia, dor abdominal, diarreia mucosanquinolentas, diarreias e você deve pensar: 1ºInfecções – GECA 2º Diverticulite – por causa da dor 3º Apendicite 4º Enterite por radiação, medicamentos e toxinas – pensar em pacientes que tiveram câncer; 5º Vasculite intestinal Importância · Sintomas embaraçosos e com impacto na qualidade de vida. · Perda de aquisição de escolaridade e dificuldade para conseguir emprego ou seguros · Problemas psicológicos – ansiedade e depressão – até 40% pcts tem alguma doença psiquiátrica. · Baixa estatura ou retardo do desenvolvimento sexual em jovens – no caso das crianças. · Tratamento – medicamentos (problemas secundários e efeitos adversos), cirurgia de grande porte (possibilidade de complicações graves). Definições · Colite ulcerativa – RCUI Uma doença intestinal caracterizada pelo surgimento inexplicado (idiopático) de lesões inflamatórias que ascendem de maneira uniforme (homogênea) pela mucosa do cólon. · Doença exclusiva do cólon e reto – a inflamação está nesses locais. · Íleo pode estar acometido por refluxo · Doença exclusiva da mucosa · Não é trasmural (espessura da parede) como a doença de Crohn. · Pode ser pancolite (ultrapassa o ângulo esplênico do cólon) - · É uma doença progressiva ascendente que inicia como retite (reto), depois retosigmoidite, colite esquerda pancolite. · De distal para proximal · Tipicamente “ascendente” e “uniforme” · Não salta áreas – não existem áreas sadias em mucosa doente. · Doença de Crohn · Conhecida como enterite regional · Porção distal do íleo e o cólon ascendente são os mais comprometidos (ileocolite). · Focos de inflamação transmural que pode afetar qualquer parte do TGI desde a boca até o ânus. · A DC não acomete o TGI de maneira homogênea - · Definida pela localização (íleo terminal, colônica, ileocólica, gastrointestinal alta) ou pelo padrão de doença ela pode ser inflamatória quando está apenas na região de mucosa ou ainda quando atingir a transmural pode surgir as fistulas ou estenoses). · Acometimento descontínuo e focal · Geralmente se inicia com a formação de úlceras aftoides e a medida que vão se agrupando e se tornam úlceras lineares. · Colite indeterminada · Não identificável no ponto de vista do quadro clínico. · Não é possível, pelo menos num primeiro momento, classificar o paciente como DC ou RCU. Tais indivíduos são classificados como portadores de “colite indeterminada”. Epidemiologia da doença · Gênero – não difere a incidência · Pico – segunda e quarta década de vida · Incidência mais alta entre 20 a 29 anos tanto RCU quanto DC. · Incidência dos negros tem se aproximado dos brancos · Incidência maior em países desenvolvidos · Asiáticos, africanos e sulamericanos são menos propensos ao desenvolvimento da DII Incidência e prevalência no Brasil · Sul e sudestes tem maior incidência · O tamanho e a diversidade do nosso país dificultam a realização de registros epidemiológicos · No Brasil tais doenças não são de notificação compulsória. Etiologia · Idiopática · Estresse mais DII, mas isoladamente esse fator não desenvolve a doença. · Localização geográfica regiões mais desenvolvidas pacientes mais estressados e que se alimentam muito pior por excesso de carboidratos. · Microbiota desequilibrada medicamento, tabaco, dieta. · Tudo isso: fatores ambientais · + sistema imunológico alterado · + genes (mutações) · Determina o desenvolvimento ou não da doença · Etiologias continuam desconhecidas · Respostas desencadeantes ambientais (infecção, medicamentos ou outros agentes) em indivíduos geneticamente susceptíveis · Componente genético mais importante na DC que na RCUI · Tabagismo aumenta o risco de DC, mas diminui o risco de RCUI Manifestações clínicas – RCU · A extensão deste comprometimento é variável · (a) Em 40 a 50% dos pacientes a doença se restringe à mucosa retal até 15 cm da linha denteada (proctite) ou atinge o sigmoide, até 30 cm da linha denteada (proctossigmoidite); · (b) Em 30 a 40% dos pacientes o processo pode se estender até a flexura esplênica (colite esquerda); · (c) Em 20 a 30% dos pacientes, a inflamação vai além da flexura esplênica (pancolite). · Geralmente tem inicio insidioso · Aparecimento de sangue e muco nas fezes começa em pequenas quantidades e na minoria das evacuações aumenta na quantidade e frequência e depois inicia-se as cólicas abdominais. · São raias de sangue grudado no muco e nas fezes · Cólicas abdominais baixas que levam o paciente a ir se aliviar e normalmente as fezes saem em forma de diarreia ou então mal formada. · Tenesmo retal – urgência · Sensação de evacuação incompleta · Peso no reto · Desconforto · Evacuação pequena persistência do tenesmo Evacuação pequena e depois consegue evacuar tudo. · Não é patognomônico da DII · Pode ser retite actínica, câncer de colorretal. Na mucosa inflamada acaba produzindo muito de muco e se passar qualquer coisa e entendido que está cheio de fezes por isso a urgência sem eliminação de fezes. · Sangramentos macroscópicos (hematoquezia) são muito mais frequentes na RCU do que na DC. · Reto-sigmoide onde os sinais e sintomas são percebidos. Fazer exame proctológico, toque, anuscópia, descartar hemorroida possível ver uma mucosa avermelhada e com anuscópio vai ter uma descarga de muco e raias de sangue. O próximo passo é a Colonoscopia para investigação não para rastreio de câncer colorretal – mesmo o paciente tendo menos que 40 anos de idade. · Menos comumente, tem inicio agudo e fulminante – RCUI FUMINANTE · Diarréia violenta e súbita com muco e sangue · Febre · Toxemia · Pode ter choque hemodinâmico pelo quadro séptico. · Sinais de irritação peritoneal · Distensão abdominal · Pode evoluir para o megacolon Manifestações clínicas – DC · Diarréia crônica invasiva associada à dor abdominal · Diarréia volumosa de várias vezes ao dia com associação de sintomas gerais. · Sintomas gerais como febre, anorexia e perda de peso · Algumas semanas ou meses · Pode até operar pela possibilidade de apendicite. · Massa palpável no quadrante inferior direito – fossa ilíaca · Significa que está no íleo e é uma Ilite regional (íleo terminal inflamado) · Apêndice – diagnóstico diferencial de apendicite aguda – no apêndice não tem essa massa palpável. · Questionar: a presença ou quantidade de diarréia crônica (semanas e meses). · Doença perineal · Fístulas anais (principal hipótese diagnóstica: DC) · Na maioria das fezes: sem sangue ou pus Padrão da doença · RCUI · Doença grave, alta mortalidade e importante morbidade · Evolução marcada por exarcebações e remissões · 50% dos pacientes têm reincidiva. Uma minoria apreciável tem reincidivas frequentes cronicamente. De 20 a 30 % dos pacientes com pancolite em algum momento da vida vai evoluir para uma colectomia. · 90 % dos pacientes são inteiramente capazes de trabalhar após o primeiro ano · Risco aumentado para CA de cólon (30 vezes) - Pacientes com mais 10 anos de doença risco de desenvolver o câncer fazer colonoscopia nos períodos de remissão da doença com biopsias aleatórias 5 a 8 biopsias em cada quadrante presençaou ausência de displasia com baixo ou alto grau (se alto prolectomia total). · Não raramente o câncer colorretal complica uma RCU, na dependência de dois fatores: · Extensão do acometimento da mucosa; · Duração da doença. · A DC também pode aumentar a incidência de adenocarcinoma intestinal, e os mesmos fatores de risco estão envolvidos (extensão e duração), embora esta relação não seja tão evidente como ocorre com a RCU. · RCU x Câncer · O adenocarcinoma colorretal pode ocorrer em pacientes com RCU de longa duração (> 8 anos). O risco parece ser ainda maior quando existe colangite esclerosante associada! · A gravidade do episódio inicial não é fator de risco para o câncer de cólon. · A displasia da mucosa, lesão precursora, pode ser identificada em biópsias guiadas por colonoscopia, e deve ser diferenciada das alterações inflamatórias e regenerativas. Quando houver dúvida na interpretação histopatológica, repetidas biópsias e um tratamento clínico agressivo deverão ser considerados. Uma displasia epitelial confirmada constitui indicação de colectomia, pois processos malignos são frequentemente identificados em pontos diferentes dos da displasia. Atualmente se recomenda, para a RCU de longa duração, a realização de exames periódicos para detecção precoce de displasias e neoplasias. Colonoscopias e biópsias “de vigilância”, realizadas em toda a extensão do cólon, deverão ser iniciadas depois de oito anos de vigência da RCU, e repetidas a cada um a dois anos. O achado de displasia indica repetição do exame, e a confirmação, como já dito, indica colectomia. Na RCU, as displasias e os cânceres podem ocorrer na mucosa normal (plana), na mucosa ulcerada, numa área de estenose, ou num pólipo ou massa. O achado de displasia numa lesão nodular ou polipoide tem alta associação com a existência concomitante de câncer (50%). · DC x Câncer · Como já dito, a DC também pode aumentar a incidência de adenocarcinoma colorretal, e os mesmos fatores de risco estão envolvidos (extensão e duração). A magnitude do risco não é tão alta como na RCU, porém, a mesma conduta profilática (colono a cada 1-2 anos após 8 anos de doença) é recomendada. · Pacientes com DC inativa que evoluem com sangramentos, sintomas de obstrução etc, devem ser prontamente avaliados para a possibilidade de surgimento de câncer intestinal. Obs.: Em pacientes com DII, também há um pequeno aumento da incidência de leucemia, linfoma e carcinoma de vias biliares. · DC · Obstrução intestinal por estenoses, fístulas e abscessos · Pelo menos 50% dos pacientes precisam de cirurgia nos 10 primeiros anos de doença. De 70 a 80% durante seu tempo de vida · Evolução com exarcebações e remissões são menos nítidos · Apenas 75% dos pacientes ficam inteiramente capaz de trabalhar depois de 5 a 10 anos de doença – paciente não está totalmente assintomático. · Risco aumentado de CA de cólon (menor que na RCU). Diagnóstico e investigação · História e exame físico · Viagem recente, tabagismo, antecedentes familiares. · Detalhes – freqüência de evacuações e sua consistência, urgência, sangramento retal, dor abdominal, mal-estar, febre, perda de peso e sintomas extra-intestinais (articulares, cutâneos e oculares) · Exame – estado geral, sinais vitais, hidratação, coloração de mucosas, perda de peso, dor ou distensão à palpação abdominal, massas palpáveis e exame do períneo (JAMAIS ESQUECER). · Investigação inicial · Laboratorial – hemograma, função hepática, VHS, PCR, testes para diarréia infecciosa, incluindo a toxina do Clostridium difficile · Rx de abdome – exclui dilatação do cólon e pode ajudar a avaliar extensão da doença na RCUI ou identifica constipação proximal. Na DC pode dar uma impressão de massa na fossa ilíaca direita ou mostrar evidência de dilatação do intestino delgado. · Feito de pé e deitado para avaliar a dilatação do cólon. · Delgado não aparece no Rx simples de abdome. · Somente em alterações patológicas. · Calprotectina fecal = rotina laboratorial · Diferencia paciente com síndrome do intestino irritável e DII – nível elevado de P-ANCA e ASCA. · RCUI – megacólon tóxico · Uma dilatação colônica com diâmetro superior a 6 cm na radiografia simples de abdome, quando associada à dor abdominal (espontânea ou à descompressão), febre alta e diminuição da peristalse, é diagnóstica de megacólon tóxico. · Como resultado do enfraquecimento da parede intestinal, as complicações do megacólon incluem perfuração e peritonite séptica. · Doença de Crohn · Presença de estenose · Ou espessamento ou fistulas ou estenose · Exames melhores: enterotomografia ou enterorresonância · Sigmoidoscopia ou colonoscopia · Padrão ouro – principalmente na RCUI · RCUI – perda do padrão vascular devido o edema, granularidade, hiperemia, mucosa friável, erosões, ulcerações, exudação de muco, pus e sangue, formação de pseudopólipos. · (a) Desaparecimento do padrão vascular típico do cólon (precoce); · (b) Hiperemia, edema, mucosa friável, erosões, ulcerações e exsudação de muco, pus ou sangue; · (c) Formação de Pseudopólipos: 15 a 30% dos casos; · (d) Mucosa pálida, atrófica, com aspecto tubular (cronicidade). · RCUI – perda do padrão vascular · RCUI – ulcerações · Não há áreas sadias · RCUI – mucosa friável · Pseudopólipos · RCUI – exudação – presença de pus · RCUI – pseudopolipos · RCUI – megacólon tóxico · DC – eritema descontínuo (padrão salteado), úlceras aftóides, ulceração linear (“pedras em calçamento”), fístulas entre o próprio intertino. · DC – úlceras aftoides · DC – ulceração linear · Marcadores sorológicos – não é diagnóstico, mas somados aos outros achados pode ajudar – não faz parte dos exames de rotina, normalmente pedidos quando tem um dúvida no diagnóstico. · P-ANCA · Presente em cerca de 60-70% dos pacientes com RCU · Em cerca de 5-10% dos pacientes com DC · ASCA · Relaciona-se mais frequentemente com pancolite, cirurgia precoce e evolução para colangite esclerosante · Presente em cerca de 60-70% dos pacientes com DC · Em cerca de 10-15% dos pacientes com RCU · Marcadores sorológicos · Empregado na abordagem inicial da DII, principalmente na “colite indeterminada” · ASCA (+)/P-ANCA (-): · 97% de especificidade e 49% de sensibilidade para o diagnóstico de DC · ANCA (-)-P-ANCA(+): · 97% de especificidade e 57% de sensibilidade para o diagnóstico de RCU · Precisa pedir ambos, nunca isolados Manifestações extraintestinais DII · Na inflamação intestinal ativa: · Artrites periféricas · Eritema nodoso · Aftas orais · Episclerite · Independente da atividade inflamatória · Pioderma gangrenoso · Artropatias axiais · Colangite esclerosante primária · Essa ultima pode exigir transplante hepático. · Outras manifestações extraintestinais · TVP · Desnutrição e hipovitaminoses · Osteoporose · Corticóide · Nefrolitíase · Cirrose biliar · Espongilite anquilosante · Uveíte · Eritema nodoso Algorítmo – PROVA - difuso pqe acomete da boca ao ânus - inflamação só de mucosa é RCUI · Excluir diagnósticos diferenciais Como confirmar RCU · Colonoscopia com biópsia · Comprometimento uniforme · Perda do padrão vascular da mucosa · Exsudatos, friabilidade e ulcerações · Pseudopólipo (doença crônica) · Histopatológico: · Distorsão das criptas · Infiltrado linfoplasmocitário na lâmina própria · Abscesso de criptas com acúmulo de neutrófilos no epitélio Como confirmar DC · Ileocolonoscopia com biópsias: · Comprometimento “salteado” · Úlceras aftosas (quando coalescentes – aspecto de “pedra de calçamento”) · Anatomopatológico: · edema submucoso, agregado linfóide e fibrose · Granuloma não caseoso · Vasculite e hiperplasia neuronal · Exame contrastado (clister opaco, trânsito de delgado, enteroTC e/ou enteroRNM, cápsula endoscópica, enteroscopia por duplo balão) · Enteroscopia por duplo balão = endoscopia comprido com dois balões – insuflar e desinsuflar faz com que o endoscópio entre no intestino. Tratamento · Clinico · Tratamento de fase aguda · Tratamento de manutenção · Cirurgia Medicamentos · Terapêutica não biológica· Aminisalaciatos · Sulfasalazina – BENTAZA, MEZACOL, CRONAZA - (PREFERÊNCIA) – absorção a nível local, anti-inflamatório. Somente é utilizado na RCUI. · Mesalazina · Atuam a partir do íleo terminal · Usado em manifestação colônica · Absorção não sistêmica · Corticóides · Via oral – prednisona · Endovenoso – hidrocortisona ou metilprednisolona · Enema – hidrocortisona ou budesonida –adm via retal · Antibióticos (ciprofloxacino e/ou metronidazol) – Equilíbrio da flora local, faz parte do arsenal terapêutico. · Imunossupressores – azitioprina (VO - pct corticodepende ou cortiço resistente), ciclosporina (EV – ambiente hospitalar quando tem uma colite grave ou em vias de se transformar megalon tóxico), metrotexato (IM ou VO). · Azitioprina – começa a fazer efeito em longo prazo – 30 a 60 dias – usar no início junto com corticóide. · Substituto da Azitioprina é o metotrexate · Aminossalicitatos – mesalazina e sulfasalazina · Principal papel: manutenção da remissão na RCUI · Doses altas: indução de remissão em RCUI ou DC leve · Efeitos colaterais: · sulfassalazina (10 a 45%) – cefaléia, náuseas, dor epigástrica, diarréia. Raras reações idiossincráticas (S. Steven Johnson, pancreatite, agranulocitose, alveolite) · Mesalazina (até 15%) – diarréia, cefaléia, náuseas, rash. Raro nefrite intersticial e S. Nefrótica. · Corticoesteroides – NÃO TEM PAPEL DA MANUTENÇÃO DA DOENÇA · Potentes anti-inflamatórios para o controle das formas moderados ou graves da RCU e DC · Não tem papel na terapia de manutenção · Induz a remissão parcial ou total em cerca de 85% dos doentes · Após 1 ano, cerca de 20% dos doentes se tornam dependentes · Não tem papel na terapia de manutenção · Redução gradativa · Efeitos adversos · Iniciais – cosméticos (acne, face em lua cheia, edema), distúrbios do sono e do humor, dispepsia ou intolerância à glicose. · Uso prolongado (+ de 12 sem) – catarata subcapsular posterior, osteoporose, osteonecrose da cabeça do fêmur, miopatia, susceptibilidade a infecções. · Retirada – insuficiência supra-renal aguda, síndrome de mialgia, mal-estar, artralgia, hipertensão intracraniana · Azatioprina/6-mercatopurina Indicação: · Má resposta aos anti-inflamatórios específicos · Refratariedade ou dependência aos corticóides · Recorrência precoce (menos de três meses) após a descontinuidade do corticóide · DC fistulosa · DC que acomete segmentos proximais do TGI – do jejuno para cima. · Em associação a “terapia biológica” com a função de previnir a formação de anticorpos contra seus componentes Atenção: · Monitorização – hemogramas semanais (8 sem), depois trimestrais. Avisar se sinais de infecção · Intolerância – sintomas semelhantes aos de uma virose (mialgia, cefaléia, diarréia), 2 a 3 semanas após o início. Leucopenia profunda súbita e imprevisível (3%). Hepatotoxicidade e pancreatite (<5%). · Metotrexato · Eficaz para induzir remissão e impedir recidiva de DC · Papel – DC ativa ou recidivante refratária ou intolerante à AZA ou MP · Posologia oral mais conveniente · Monitorização – hemograma, função hepática antes e 4 semanas depois do início do tratamento (depois mensalmente) · Toxicidade – gastrintestinal (náuseas, vômitos, diarréia, estomatite). Hepatotoxicidade e pneumonite são a evolução mais graves, porém raras. · Ciclosporina · Indicações: · Eficaz no controle da RCUI severa · Terapia de salvamento na colite refratária que de outra forma evoluiria p/ colectomia · Uso controverso devido toxicidade e taxa de falhas a longo prazo · Raramente deve ser continuado por mais de 3 a 6 meses · Papel principal – ponte para terapia com tiopurinas · Atenção: · Monitorização – PA, hemograma, função renal e concentração de ciclosporina (100 a 200 ng/ml) com zero, 1 e 2 semanas (depois mensalmente). Dosagem de colesterol e magnésio antes do início da terapia. · Efeitos colaterais – menores (31 a 51%) tremores, parestesias, mal-estar, cefaléia, função hepática anormal, hiperplasia de gengivas, hirsutismo. Importantes (até 17%) comprometimento renal, infecções, neurotoxicidade. Risco de crises convulsivas aumenta com colesterol ou magnésio baixos. Terapêutica biológica · Primeiro liberado para DC · Refere-se ao uso de anticorpos monoclonais produzidos contra um alvo molecular específico · Bloqueio de citocinas específicas: · Infliximabe – endovenoso · Adalimumabe – subcutâneo · Golimubabe · Certolizumabe pegol · Bloqueio de moléculas de adesão: · Natalizumabe · Vedolizumabe · Tornou-se a terapia padrão na DC e na colite moderada a grave · Vantagens: · Melhora rápida dos sintomas · Reduz taxa de hospitalização · Evita cirurgias · Desvantagens: · Alto custo · Tem no SUS · Pequeno risco de eventos adversos graves. · Sempre fazer a infusão em hospitais – infliximabe · Recomendada em pacientes com previsão de curso agressivo de doença · Ou nos quais as terapias de primeira linha (mesalazina, atbc e azatiprina) tenham falhado. · Eficaz na DC ativa severa, refratária ou intolerante aos esteróides e a imunossupressão · Primeiro agente a mostrar efeito terapêutico para DC fistulizante num ensaio controlado. · Fazer tratamento para vermes. · Costuma ser necessário retratamento (8 a 16 semanas) · Ou mudança para outro anti-TNF · Uso concomitante de imunomodulador · Relativamente seguro · Infecção é a principal preocupação · Aumento do risco de Tuberculose (4-5x) · Pode exacerbar uma ICC preexistente Tratamento específico · RCUI distal ativa · Doença leve a moderada – mesalasina tópica 1g/dia (supositório) + mesalazina oral 2 a 4g/dia · Corticoesteroides tópicos são menos eficazes - pacientes intolerantes · Prednisolona 40mg/dia quando não houver melhora com mesalazina tópica, oral ou corticoesteroides tópicos · Sulfassalazina – pacientes selecionados · Constipação proximal – agente para volume das fezes e laxantes · Mesalazina tópica isolada menos eficaz · RCUI ativa do lado esquerdo ou extensa · Mesalazina 2 a 4 g/dia – doença leve/moderada · Sulfassalazina – pacientes selecionados · Prednisolona 40 mg/dia – resposta pronta ou qdo mesalazina não teve sucesso · Prednisolona reduzida gradualmente (8 sem) · Uso de esteróides a longo prazo é indesejável · Dependentes de esteróides – azatioprina 1,5 a 2,5 mg/kg/dia ou mercaptopurina 0,75 a 1,5 mg/kg/dia · Agentes tópicos podem ser acrescentados · Ciclosporina na colite severa refratária a esteróides · RCUI severa · Monitorização intensiva – UTI · Tratamento conjunto por gastroenterologista e cirurgião colorretal · Exame físico diário/sinais de irritação peritoneal · Sinais vitais 4x dia · Gráfico das evacuações – número, consistência, presença de sangue. · Rx de abdome diário se dilatação colônica · Reposição hidroeletrolítica IV, transfusão se necessário (manter Hb > 10) · Prevenção de TVP/TEP · Suporte nutricional – enteral, parenteral Corticosteróides IV (hidrocortisona 400 mg/dia ou metilprednisolona 60 mg/dia) · Suspensão de anticolinérgicos, antidiarréicos, AINEs e opióides – risco de dilatação colônica · Manter aminossalicilatos quando ingesta oral · Terapia tópica se tolerada · Antibióticos – se considerada infecção ou imediatamente antes de cirurgia · Cirurgia de urgência se evidência de megacólon tóxico (diâmetro > 5,5 cm ou ceco > 12 cm) · Reavaliar 3º dia >8 evacuações/dia ou PCR > 45 mg/L predizem necessidade de cirurgia em 85% dos casos · Considerar colectomia ou ciclosporina 2 mg/kg/dia se não houver melhora nos 3 primeiros dias. Após remissão, manter ciclosporina oral por 3 a 6 meses. Controle clínico da RCUI · Manutenção da remissão · Mesalazina oral 1 a 2 g/dia · Sulfassalazina 2 a 4 g/dia – efeitos colaterais · Mesalazina tópica 1 g/dia – doença distal com/sem oral, baixa adesão. · Monitorizar Cr anualmente. Suspender salicilatos se houver deterioração · Maioria necessita de terapia toda a vida · Discutir vantagens e desvantagens p/ pacientes com remissão prolongada (> 2 anos) · Esteróides não têm efeito · Azatioprina ou mercaptopurina têm efeito – reservar para casos c/ recidivas freqüentes apesar dasdoses de salicilatos ou intolerantes Conduta clínica na DC · Considerar o ponto (ileal, ileocólica, colônica, outro), o padrão (inflamatório, estenosante, fistulizante) e a atividade da doença. · Considerar explicação alternativa para os sintomas que não a doença – supercrescimento bacteriano, má absorção de sais biliares, estenoses fibróticas, distúrbio de motilidade, cálculos biliares. · Confirmar a atividade da doença – VHS ou PCR antes do início da terapia · Evitar repetição de exames de imagem, a menos que uma alteração de conduta ou decisão cirúrgica dependa do resultado. · Doença ileal/ileocolônica/colônica ativa · DC ileocolônica leve – mesalazina em alta dose (4g/dia) pode ser suficiente · Doença moderada a severa ou DC ileocolônica leve a moderada que não responderam à mesalazina oral – prednisolona 40 mg/dia. Reduzir gradualmente (8 sem) · Esteróides IV (hidrocortisona 400mg/dia ou metilprednisolona 60 mg/dia) – doença severa. · Metronidazol IV aconselhável – difícil distinção complicação séptica/doença ativa · Dietas poliméricas – terapia complementar · NPT – terapia complementar doença complexa e fistulizante · Sulfassalazina 4 g/dia – eficaz p/ doença colônica ativa, porém alta incidência de efeitos colaterais · Metronidazol 20 a 20 mg/kg/dia eficaz, porém alta incidência de efeitos colaterais · Mesalazina tópica – DC cólon esquerdo de atividade leve a moderada · Azatioprina 1,5 a 2,5 mg/kg/dia ou Mercaptopurina 0,75 a 1,5 mg/kg/dia – terapia complementar e agentes poupadores de esteróides, não terapia única · Infliximab 5 mg/kg é eficaz · Cirurgia – insucesso da terapia clínica ou primária para pacientes com doença ileal ou ileocecal limitada · Doença fistulizante e perianal · Metronidazol 400 mg 3x/dia e/ou ciprofloxacino 500 mg 2x/dia – fístulas perianais simples · Azatioprina 1,5 a 2,5 mg/kg/dia ou mercaptopurina 0,75 a 1,5 mg/kg/dia – fístulas perianais simples ou enterocutâneas quando excluídos obstrução distal e abscesso · Infliximab 3 infusões de 5 mg/kg nas semanas 0, 2 e 6 – refratários a outro tratamento. Associado a imunomodulação e cirurgia · Cirurgia (drenagem de Seton, fistulectomia e uso de retalhos de avanço) – fístulas persistentes ou complexas em combinação com tratamento clínico · Dietas elementais ou NPT – terapia complementar · Outros locais · DC oral – tratar em conjunto com especialista em medicina oral – esteróides tópicos, tacrolimus tópico, injeções intralesionais de esteróides, nutrição enteral, infliximab · Doença gastroduodenal – alívio dos sintomas com IBP. Cirurgia difícil, complicada com fístulas · Doença difusa do intestino delgado – dilatação de estenoses ou estrituroplastia com ou sem injeção de triancinolona. Suporte nutricional antes e depois da cirurgia. · Manutenção da remissão · Abandono do tabagismo · Mesalazina efeito limitado · Azatioprina ou MP são eficazes – segunda escolha · Metotrexato 15 a 25 mg/sem – eficaz – uso p/ intolerantes à AZA/MP · Infliximab 5 a 10 mg/kg a cada 8 sem qdo há resposta a infusão inicial 12 semanas antes por até 44 sem. Associação com imunomoduladores · Corticosteróides não tem efeito · Sulfassalazina não é recomendada · Cirurgia para DII · RCUI · Quando não há resposta à terapia clínica intensiva · Displasia ou carcinoma · Doença mal controlada – episódios recorrentes sobre crônicos · Coto retal retido após colectomia prévia · DC · Intratabilidade da doença não complicada · Intratabilidade das complicações (obstrução, fístulas, abscessos e hemorragia) · Procedimento de escolha na doença fulminante aguda – colectomia subtotal + fístula mucosa · Ressecções na DC devem ficar limitadas à doença macroscópica · DC anal e perianal – somente se sintomática e associado a tratamento clínico · RCU x Câncer · A gravidade do episódio inicial não é fator de risco para o câncer colorretal · A displasia da mucosa é a lesão precursora · A displasia epitelial confirmada constitui indicação de colectomia · Colonoscopias e biópsias de “vigilância”: · 10 a 20 anos de doença – a cada 3 anos · 20 a 30 anos de doença – a cada 2 anos · Mais de 30 anos de doença - anual
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