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► Condição clínica caracterizada pelo aparecimento de insuficiência cardíaca congestiva nos últimos 6 meses da gestação ou primeiros 6 meses do puerpério, com evidência ecocardiográfica de depressão da função ventricular esquerda, na ausência de outras causas que possam ser responsabilizadas pela falência cardíaca. É frequente a ocorrência de fenômenos tromboembólicos. Incidência relacionada à idade materna, predominando acima dos 30 anos. ► Pré-eclâmpsia, eclâmpsia, gemelaridade. Abuso de drogas e de substâncias tocolíticas. Infecção por vírus cardiotrópicos. Etnia negra (fator mais importante). Idade materna > 30 anos (principalmente se > 40 anos). Hipertensão arterial. Outros: diabetes, obesidade, desnutrição, multiparidade. ► Início insidioso. Manifestações clínicas da insuficiência cardíaca. Arritmias. Embolias pulmonares. ► RX Tórax: cardiomegalia e hipertensão venocapilar pulmonar. ECG: hipertrofia ventricular esquerda, alterações da repolarização ventricular e áreas eletricamente negativas. Ecocardiograma: dilatação das câmaras cardíacas, hipocinesia difusa, insuficiência valvar e derrame pericárdico. ► Cardiomiopatia dilatada primária, outras causas de cardiomiopatia dilatada (chagásica crônica, cardiomiopatia alcoólica), miocardites que iniciam ou exaxerbam durante a gravidez (ex. cardite lúpica). ► Dados clínicos + Exames de imagem. ► Tratamento da insuficiência cardíaca (IECA e BRA são contraindicados durante a gestação pelo risco de malformações no feto). Preferir associação de Hidralazina e Nitratos. Na suspeita de miocardite inflamatória, indica-se imunossupressão com Prednisona e Azatioprina, mantidas por, no mínimo, seis meses (esse tipo de tratamento deve ser orientado por biópsia endocárdica). A gravidez deve ser interrompida sempre que se instalar insuficiência cardíaca refratária. ► Taxa de mortalidade elevada (acima de 90%). Nos casos de evolução favorável, há redução da área cardíaca e melhora dos sintomas de insuficiência cardíaca em curto espaço de tempo. Se isso não ocorrer até 6 meses após o parto, o prognóstico é reservado, indicando a presença de lesões irreversívels (há relato de normalização após 2 anos). NOTAS PRÁTICAS Muitas pacientes conseguem recuperar a função ventricular, mas, se isso não ocorrer, a mortalidade é muito alta nas gestações subsequentes. Avaliar a indicação de aborto terapêutico em pacientes de risco. Conveniente atuação conjunta do cardiologista e do obstetra durante a gestação, visando a viabilidade fetal e a saúde da mãe. Planejamento familiar deve ser analisado com a paciente pelo risco de novas gestações.
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