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Aula 06 - Anatomia Osteomioarticular dos Membros Inferiores

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DESCRIÇÃO
Estruturas do sistema musculoesquelético dos membros inferiores: ossos, articulações e
músculos.
PROPÓSITO
Conhecer os componentes estruturais do sistema musculoesquelético responsáveis pelos
movimentos e pela manutenção da postura dos diversos segmentos do membro inferior, algo
essencial para a sua atuação como profissional de saúde.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar, obtenha um atlas de anatomia humana, que pode ser no formato físico ou
digital.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os ossos e acidentes anatômicos do sistema esquelético dos membros inferiores
MÓDULO 2
Identificar os principais componentes articulares dos membros inferiores
MÓDULO 3
Reconhecer os músculos e as ações musculares dos membros inferiores
INTRODUÇÃO
A locomoção, o andar e o correr são movimentos inerentes aos membros inferiores. No
passado, essa ação estava atrelada à necessidade da busca do alimento por meio da caça.
Nos dias atuais, a locomoção é um gesto motor utilizado nas atividades cotidianas, como
trabalhar, realizar os afazeres de casa, praticar exercícios físicos e nos momentos de diversão.
Para isso, é necessária uma ação conjunta dos sistemas esquelético, articular e muscular.
Esses três sistemas, juntos, formam o sistema musculoesquelético.
Os ossos do membro inferior são importantes alavancas ósseas que, por meio da ação ativa
dos músculos, servem como uma haste rígida para a locomoção. No membro inferior, o
sistema esquelético é dividido em quatro segmentos, com seus respectivos ossos:
1° SEGMENTO
Cintura pélvica (quadril).
2° SEGMENTO
Coxa (fêmur e patela).
3° SEGMENTO
Perna (tíbia e fíbula).
4° SEGMENTO
Pé (tarso, metatarso e falanges).
Assim como o membro superior, na conexão dos segmentos do membro inferior, a maioria das
articulações é classificada funcionalmente como diartrose e estruturalmente como sinovial,
apresentando ampla mobilidade articular.
Sendo classificadas, na sua maioria, como sinoviais, as articulações do membro inferior
apresentam como característica os seguintes componentes articulares: cápsula fibrosa,
membrana sinovial, líquido sinovial, estruturas articulares associadas (bursas, discos
articulares etc.), cartilagem articular (hialina) e fibrocartilagem articular (às vezes).
Fixados nas hastes rígidas (ossos), alterando os ângulos articulares e movendo os segmentos,
os músculos representam um sistema muito importante na parte ativa da locomoção e dos
gestuais inerentes ao membro inferior. Sendo assim, estudaremos os sistemas responsáveis
por nos permitir caminhar, correr, saltar e nos locomover a partir dos movimentos dos
segmentos do membro inferior.
MÓDULO 1
 Identificar os ossos e acidentes anatômicos do sistema esquelético dos membros
inferiores
O esqueleto apendicular inferior é formado por 62 ossos, a saber: quadril, fêmur, patela,
fíbula, tíbia, ossos do tarso, metatarso e falanges. Os ossos do membro inferior têm como
principal função participar, com os músculos e as articulações, da movimentação dos
segmentos do membro inferior, o que pode representar desde saltar, correr, chutar, frear e
caminhar até golpear etc.
CINTURA PÉLVICA
Agora, estudaremos o segmento da cintura pélvica, o qual forma o primeiro segmento do
membro inferior e apresenta um único osso: o quadril (osso chato e irregular), subdivido em:
ísquio, púbis e ílio. Essa subdivisão advém da articulação sincondrose (cartilaginosa
temporária) existente entre essas três regiões do quadril durante a infância, o que deixa de
existir no processo de maturação óssea. Veja na Figura 1.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 1. Regiões do osso do quadril.
As principais funções da cintura pélvica são conectar o esqueleto apendicular inferior ao
esqueleto axial, sustentar a massa corpórea, proteger as estruturas do sistema genital e
permitir a manutenção de posturas dinâmicas e estáticas referentes ao membro inferior. O osso
do quadril (Figura 1) se articula medialmente com o sacro (articulação sacroilíaca), com o osso
do quadril do lado oposto (sínfise púbica) e com o fêmur (articulação coxofemoral).
ÍLIO
O ílio (também chamado de ilíaco), localizado em posição posterossuperior no quadril,
apresenta alguns acidentes anatômicos importantes, com diversas funções, como: articular-se
com outros ossos e fixar músculos e ligamentos. Dentre eles, identificam-se as espinhas ilíacas
anterossuperiores (fixação do ligamento inguinal e do músculo sartório), a espinha ilíaca
anteroinferior (fixação do músculo reto femoral), as espinhas ilíacas posterossuperiores e as
espinhas ilíacas póstero-inferiores (fixação dos ligamentos sacroilíacos posteriores).
 
Outro acidente anatômico da região do ílio é a crista ilíaca, ponto de fixação dos músculos
transverso abdominal, oblíquo interno e oblíquo externo. Também localizado no ílio, o acidente
anatômico face auricular do quadril tem a função de se articular com a superfície auricular do
sacro, formando a articulação sacroilíaca (veja na Figura 2).
ÍSQUIO
O ísquio é a região do osso do quadril localizada póstero-inferiormente e é caracterizado por
ser o ponto de apoio do quadril quando estamos sentados. A tuberosidade isquiática é um
importante acidente anatômico do ísquio na qual, em sua parte inferior, fixam-se o músculo
adutor magno e o ligamento sacrotuberal e, na parte superior, origina-se o grupo muscular
isquiotibial (semimembranoso, cabeça longa do bíceps femoral e semitendinoso).
 
Além disso, no ísquio, encontra-se a espinha isquiática, ponto de fixação do ligamento
sacroespinhal (veja na Figura 2).
PÚBIS
O púbis é a parte do quadril localizada na região anteroinferior e é caracterizado por ser a
região que se articula com o quadril contralateral. Nessa parte, é possível encontrar o acidente
anatômico tubérculo púbico, ponto de fixação da parte proximal do ligamento inguinal e do
músculo reto do abdômen. Outros acidentes anatômicos são os ramos superior e inferior do
púbis, elementos ósseos que fixam os músculos pectíneo, adutor curto e grácil.
 
A face sinfisial é outro importante acidente anatômico do púbis, pois se articula com a face
sinfisial do quadril do lado oposto, permitindo, assim, que os dois quadris se articulem
medialmente. Veja na Figura 2.
O acetábulo é um acidente anatômico que está posicionado em uma região central do quadril,
sendo uma das suas partes localizada no ílio, outra no ísquio e outra no púbis. No acetábulo,
encontra-se a fossa do acetábulo e a face semilunar do acetábulo, sendo esses o ponto de
fixação do ligamento redondo e a face que se articula com a cabeça do fêmur, respectivamente
(veja na Figura 2).
 Figura 2. Osso do quadril.
Na população idosa, a fratura no osso do quadril é uma das principais consequências
associadas à osteoporose. Essa lesão óssea representa uma condição bastante debilitante e
limitadora, apresentando também alta associação às causas de morte nessa população.
 
Fonte: Shutterstock.com
Vista a importância da pesquisa sobre esse aspecto, Pereira et al . (2010) investigaram o
índice de mortalidade e as características da fratura do quadril em brasileiros idosos. Dos 246
idosos que apresentaram fratura no osso do quadril em quatro hospitais brasileiros, 86
faleceram (35%), sendo que 22 (25,6%) deles faleceram no hospital e 64 (74,4%), em casa.
Verificou-se também que a saúde funcional pré-fratura, a idade mais avançada, o sexo
(masculino) e o maior risco da cirurgia representaram maiores chances de óbito, enquanto o
uso adequado de antibiótico e a intervenção eficiente da fisioterapia após a cirurgia
representaram menor chance de mortalidade. A taxa de mortalidade apresentada nesse estudo
foi maior do que em outros países também industrializados, mostrando a maior necessidade de
políticas adequadas de intervenção pós-cirúrgica.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 3. Fratura de quadril.
SEGMENTO DA COXA
Nesse momento, abordaremos o segmento da coxa, formado pelo fêmur e pela patela. O fêmur
é o ossocom maior comprimento e volume do corpo humano, sendo muito resistente e capaz
de sustentar altas sobrecargas. Além disso, é classificado como osso longo e se articula
proximalmente com o quadril e distalmente com a patela e a tíbia.
A patela é um osso do tipo sesamoide, localizado na parte anterior do seguimento da coxa.
Sua localização apresenta uma característica estratégica de proteção dos componentes
articulares do joelho. Além disso, a patela é uma estrutura óssea responsável por aumentar a
distância do tendão do grupo muscular quadríceps em relação à articulação tibiofemoral, o que
gera aumento do torque e, consequentemente, a melhora da efetividade da ação de extensão
do joelho.
O fêmur apresenta diversos acidentes anatômicos com uma grande variedade de
funcionalidades. Na extremidade proximal, encontra-se a cabeça do fêmur e a fóvea da cabeça
do fêmur, elemento ósseo arredondado que se articula com o acetábulo do quadril e uma
pequena cavidade em que o ligamento da cabeça do fêmur está fixado, respectivamente.
Na epífise proximal, também estão presentes o trocânter maior e menor do fêmur, elementos
ósseos importantes para a fixação dos músculos glúteo médio, glúteo mínimo, piriforme,
obturador interno, gêmeo superior e inferior. Na extremidade distal, identifica-se a face patelar
e o tubérculo adutor, região que se articula com a patela e o ponto de fixação do músculo
adutor magno, respectivamente. Em relação à epífise distal, as duas superfícies arredondadas
são os côndilos (medial/lateral) do fêmur, os quais se articulam com os côndilos (medial/lateral)
da tíbia.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 4. Fêmur.
 Figura 5. Acidentes anatômicos do osso do fêmur.
A patela é um osso com o formato triangular localizado anteriormente à articulação do joelho. A
superfície superior da patela é chamada de base da patela, região que se relaciona
diretamente com o tendão do quadríceps, sendo totalmente encoberto por ele. Na parte inferior
e pontiaguda, encontra-se o ápice da patela, região sobreposta pelo ligamento patelar que vai
se inserir na tuberosidade da tíbia.
Na região posterior, identificam-se as faces articulares medial e lateral da patela, as quais têm
como função se articular com a face patelar do fêmur, formando a articulação patelofemoral.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 6. Osso da patela.
 
Fonte: Anatomist90/Wikimedia commons/licença(CC BY-SA 3.0)
 Figura 7. Acidentes anatômicos da patela.

Fonte: MAKY.OREL/Wikimedia commons/licença(CC0)
 Figura 8. Acidentes anatômicos da patela.
 SAIBA MAIS
O alto índice de fraturas no fêmur está associado a uma lesão óssea de alto impacto na região
distal do fêmur em indivíduos homens e jovens, bem como em condições de baixo impacto na
mesma região em mulheres idosas. A fratura na região distal do fêmur em indivíduos idosos
representa o segundo maior índice de lesão óssea, gerando maiores preocupações,
principalmente pelas consequências associadas à prevalência das comorbidades médicas pós-
fratura.
Dessa maneira, Streubel et al . (2011) investigaram a taxa de mortalidade de indivíduos idosos
com fratura na extremidade distal do fêmur, assim como os determinantes para tal fatalidade.
Verificou-se que a saúde debilitada, em associação com essa fratura, principalmente
insuficiência cardíaca, insuficiência renal e histórico de tumor maligno, são determinantes para
o tempo mais curto de sobrevida após a lesão óssea.
Além disso, identificou-se também que a mortalidade após fratura distal de fêmur na população
geriátrica é tão alta quanto a mortalidade após fraturas de quadril.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 9. Fratura distal de fêmur.
SEGMENTO DA PERNA
AGORA, ESTUDAREMOS QUAIS OSSOS
FORMAM A PERNA E SEUS PRINCIPAIS
ACIDENTES ANATÔMICOS.
O segmento da perna é formado por dois ossos: medialmente, a tíbia e, lateralmente, a fíbula.
Ambos os ossos são classificados como longos e, consequentemente, cada um deles
apresenta duas epífises e uma diáfise. A tíbia e a fíbula articulam-se entre si, proximal e
distalmente. Além disso, a epífise proximal da tíbia se articula com o fêmur e a distal da tíbia e
da fíbula, com o talus (osso do tarso).
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 10. Segmento da perna.
A tíbia (Figura 11) é o único osso classificado como longo do segmento da perna que se
articula com o fêmur. A região que permite essa conexão são os côndilos (medial e lateral) da
tíbia, formando a articulação tibiofemoral. Ainda na epífise proximal, encontra-se a face
articular da fíbula, região em que a tíbia se articula com a fíbula, formando a articulação
tibiofibular proximal.
Na parte anterior da extremidade proximal, existe uma proeminência óssea responsável pela
fixação do tendão (ligamento) patelar; o elemento ósseo que apresenta essa função é a
tuberosidade da tíbia. Perto da epífise proximal da tíbia, ainda se encontra a linha solear,
região em que o músculo sóleo é fixado. Na epífise distal, identifica-se a incisura fibular, região
em que a fíbula se articula distalmente com a tíbia, formando a articulação tibiofibular distal.
Ainda na extremidade distal da tíbia, localiza-se uma proeminência óssea chamada maléolo
medial, em que sua face articular se conecta com o osso talus, formando parte importante da
articulação do tornozelo.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 11. Acidentes anatômicos da tíbia.
O outro osso do segmento da perna é a fíbula, que, assim como a tíbia, também é classificada
como osso longo. Além de se articular com a tíbia, a fíbula se articula com o osso do talus,
formando a articulação do tornozelo. Na epífise proximal, identifica-se o ápice da cabeça da
fíbula e a cabeça da fíbula, região que se articula proximalmente com a tíbia. Na extremidade
distal da fíbula, encontram-se o maléolo lateral e a face articular do maléolo lateral, que, com a
tíbia, formam a articulação talocrural, ou do tornozelo. Veja as Figuras 12 e 13.
 
Shutterstock.com
 Figura 12. Acidentes anatômicos da fíbula.

 
Shutterstock.com
 Figura 13. Osso da tíbia e da fíbula.
 ATENÇÃO
A lesão na tuberosidade da tíbia é incomum em crianças, representando menos de 1% da
população com fratura associada a essa região. Entretanto, verificou-se que a chance de lesão
tende a aumentar com a prática de exercício físico de alto rendimento (sem o controle
adequado) em crianças, representando importantes alterações morfológicas locais, incluindo
na articulação do joelho.
Por isso, Pretell-Mazzini et al . (2016) procuraram determinar o tipo de lesão associada e a
frequência de síndromes ósseas locais relacionadas. Nos artigos revisados, foram identificados
325 pacientes com fratura na tuberosidade da tíbia, com média de 14,6 anos – 97% do sexo
masculino, 59% com a lesão ocorrendo no membro inferior esquerdo e 42% apresentando
como o mais comum mecanismo de lesão a prática do basquete.
Além disso, foi identificada uma incidência de 23% de síndrome de Osgood-Schlatter entre os
pacientes do estudo. Trata-se de um processo inflamatório da cartilagem de crescimento da
tuberosidade da tíbia pela tensão de tração excessiva do tendão patelar. Adicionalmente, foi
verificada uma taxa de retorno à atividade física e de restabelecimento da amplitude de
movimento do joelho em 98% dos casos. A consolidação da fratura foi obtida em 99,4% dos
casos.
Com base nessas informações, é de suma importância o bom acompanhamento médico pós-
fratura na tuberosidade da tíbia, pois esta pode apresentar morfologias de lesão distintas e,
consequentemente, técnicas de intervenção diferentes. Veja, a seguir, a imagem de uma
fratura de tíbia.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 14. Fratura de tíbia.
SEGMENTO DO PÉ
Vamos entender quais ossos formam o segmento do pé e as suas principais características
funcionais. Nesse segmento, encontramos três grupos de ossos: tarso, metatarso e falanges. O
segmento de pé é muito importante para o membro inferior, sendo eleo responsável pela
formação da base de suporte que promoverá a estabilidade postural. O pé também participa
diretamente das ações da marcha (caminhada) e é essencial para transferir as forças dos
seguimentos acima para o solo, gerando a movimentação do corpo.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 15. Segmento do pé.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 16. Fixação do tendão do calcâneo.
Na região do tarso, são identificados sete ossos, todos classificados como ossos curtos. São
eles: calcâneo, talus, cuboide, navicular, cuneiforme lateral, cuneiforme intermédio e
cuneiforme medial. O talus é um importante osso do tarso, pois permite a conexão do
segmento do pé com o segmento da perna, formando o complexo articular do tornozelo. O
calcâneo é outro importante osso do tarso, localizado no retropé, e tem a função de fixar o
tendão do calcâneo, conhecido também como tendão de Aquiles. Veja nas Figuras 16 e 17.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 17. Osso do pé.
Na região do metatarso, é possível ver cinco ossos, sequenciados do primeiro ao quinto
metatarso, de medial para lateral. Esses ossos são classificados como longos e apresentam
diáfise (corpo) e epífise proximal (base), que se articula com os ossos do tarso, e epífise distal
(cabeça), que se articula com a falange proximal. Veja na Figura 17.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 18. Ossos do pé.
Os dedos do pé são formados pelas falanges. Do segundo dedo ao quinto (de medial para
lateral), são identificadas três falanges: proximal, média e distal. Já no primeiro dedo (hálux),
são identificadas apenas a falange proximal e a distal.
O politraumatismo é considerado a reunião de diversas contusões/lesões em duas ou mais
regiões do corpo e representa uma das principais causas de morte em jovens vítimas de
acidentes traumáticos, como batidas de carro. Em função de o acidente traumático acometer
diferentes regiões do corpo, é necessária uma intervenção multidisciplinar. Entretanto, as
fraturas no pé em pacientes politraumatizados costumam receber menor atenção na ação
inicial, gerando consequências importantes nesse segmento.
Para investigar esse ponto, Van Der Vliet et al . (2018) avaliaram a incidência e a distribuição
das fraturas no pé em pacientes politraumatizados. Em 4.409 pacientes com politraumatismo,
5% foram diagnosticados com fratura no pé.
Além disso, dentre os pacientes com lesão traumática no pé, 41% tinham fratura no metatarso,
17% no calcâneo e 16% no talus. Adicionalmente, 33% dessas fraturas foram identificadas
tardiamente, levando a consequências importantes no tratamento pós-lesão em 8% dos
pacientes.
Com uma taxa relativamente elevada de pacientes politraumatizados com fratura no pé e uma
quantidade substancial dessas fraturas diagnosticada de forma tardia, a avaliação deve ser
feita de forma minuciosa em pacientes politraumatizados para evitar consequências
desnecessárias neste segmento e impedir a perda de funcionalidade local e de qualidade de
vida.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 19. Fratura no quinto metatarso.
Agora, para conhecer os principais acidentes ósseos do membro inferior, assista ao vídeo a
seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CERCA DE 5% DE PACIENTES POLITRAUMATIZADOS APRESENTAM
FRATURA NOS OSSOS DO PÉ, SENDO 41% NO METATARSO, 17% NO
CALCÂNEO E 16% NO TALUS. EM UM CASO HIPOTÉTICO, UM
INDIVÍDUO, AO SUBIR NO MEIO-FIO, TROPEÇA E ATINGE A REGIÃO
MEDIAL DO PÉ, FRATURANDO O OSSO LOGO ABAIXO DO PRIMEIRO
METATARSO. QUE OSSO SERIA ESSE?
A) Talus.
B) Calcâneo.
C) Cuneiforme medial.
D) Cuneiforme lateral.
E) Fíbula.
2. A FRATURA NA REGIÃO DISTAL DO FÊMUR EM INDIVÍDUOS IDOSOS
REPRESENTA O SEGUNDO MAIOR ÍNDICE DE LESÃO ÓSSEA, GERANDO
MAIORES PREOCUPAÇÕES COM ESSA POPULAÇÃO. O OSSO DO
FÊMUR ESTÁ LOCALIZADO NO SEGMENTO DA COXA E APRESENTA
DIVERSOS ACIDENTES ANATÔMICOS, DENTRE ELES, O TUBÉRCULO
ADUTOR. QUAL A FUNÇÃO DESSE ACIDENTE ANATÔMICO?
A) Fixação do músculo adutor magno.
B) Fixação do músculo adutor mínimo.
C) Fixação do músculo adutor médio.
D) Fixação do músculo adutor máximo.
E) Fixação do músculo adutor longo.
GABARITO
1. Cerca de 5% de pacientes politraumatizados apresentam fratura nos ossos do pé,
sendo 41% no metatarso, 17% no calcâneo e 16% no talus. Em um caso hipotético, um
indivíduo, ao subir no meio-fio, tropeça e atinge a região medial do pé, fraturando o osso
logo abaixo do primeiro metatarso. Que osso seria esse?
A alternativa "C " está correta.
 
O osso que se encontra inferiormente ao primeiro metatarso é o cuneiforme medial.
2. A fratura na região distal do fêmur em indivíduos idosos representa o segundo maior
índice de lesão óssea, gerando maiores preocupações com essa população. O osso do
fêmur está localizado no segmento da coxa e apresenta diversos acidentes anatômicos,
dentre eles, o tubérculo adutor. Qual a função desse acidente anatômico?
A alternativa "A " está correta.
 
O músculo adutor magno se insere no tubérculo adutor, participando da adução do quadril.
MÓDULO 2
 Identificar os principais componentes articulares dos membros inferiores
O estudo das articulações dos membros inferiores será dividido em três partes, em um sentido
proximal-distal, para facilitar o entendimento de cada componente. Em primeiro lugar,
estudaremos o complexo articular do quadril. Depois, vamos estudar o complexo do joelho e
tibiofibular proximal, passando ao complexo articular do tornozelo e para as articulações do pé.
COMPLEXO ARTICULAR DO QUADRIL
Neste tópico, vamos estudar o complexo articular do quadril, formado pelas articulações
sacroilíaca, coxofemoral e sínfise púbica. Esse complexo articular tem como função conectar
os membros inferiores ao tronco, sustentar a massa corpórea, permitir mobilidade dos
segmentos do membro inferior e realizar a ação de locomoção e os movimentos específicos
dessa região.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 20. Complexo articular do quadril.
A articulação sacroilíaca é a responsável por conectar o esqueleto apendicular inferior ao axial.
É classificada como sinovial plana e é formada pela conexão entre a face auricular do ílio e a
superfície auricular do sacro. Essa articulação permite movimentos de deslizamento do osso do
quadril em relação ao sacro, no qual a crista ilíaca roda anteriormente por meio da
anteroversão (70 a 75 graus de mobilidade) e posteriormente por meio da retroversão (50 a 55
graus de mobilidade).
Os dois movimentos citados ocorrem no eixo laterolateral, conforme pode ser observado na
Figura 21.
 Figura 21. Movimentos da articulação sacroilíaca.
Assim como todas as articulações sinoviais, a sacroilíaca apresenta algumas estruturas
estabilizadoras. Esses elementos estabilizadores/limitadores do movimento dessa região são
os ligamentos sacroilíaco anterior, sacroilíaco posterior, sacrotuberal e sacroespinhal. Veja na
Figura 22.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 22. Articulação sacroilíaca.
 
Fonte: OpenStax College/Wikimedia commons/licença(CC BY 3.0)
 Figura 23. Articulação sacroilíaca.
Ainda no complexo articular do quadril, encontra-se a articulação sínfise púbica, classificada
como cartilaginosa. Essa articulação é formada pela junção da face sinfisial dos dois ossos do
quadril, interpostos por um disco articular (disco interpúbico fibrocartilaginoso), o que limita o
movimento da articulação, e é reforçada pelos ligamentos inguinal, púbicos superior e inferior.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 24. Articulação sínfise púbica.
A articulação coxofemoral é a articulação mais móvel do membro inferior, permitindo
movimentos em todos os planos anatômicos. É formada pela cabeça do fêmur e pelo acetábulo
(face semilunar do acetábulo) do quadril, sendo classificada como sinovial esferoide. Essa
articulação permite movimentos de flexão (80 graus de mobilidade com joelho estendido e 120-
140 graus com joelho fletido), extensão (15-20 graus de mobilidade), abdução (35-40 graus de
mobilidade), adução (25 graus de mobilidade), rotaçãomedial (35-70 graus de mobilidade) e
rotação lateral (45-90 graus de mobilidade). Veja esses movimentos nas Figuras 25 e 26.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 25. Movimentos da articulação coxofemoral.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 26. Movimento articulação coxofemoral.
 Figura 25. Movimento articulação coxofemoral e Figura 26. Movimento articulação
coxofemoral.
Na articulação coxofemoral, é possível encontrar elementos estabilizadores importantes para a
saúde da articulação e para manter o encaixe ósseo. Dentre eles, identifica-se o lábio
acetabular, estrutura fibrocartilaginosa fixada na face semilunar do acetábulo, que tem a função
de aumentar a profundidade da cavidade, melhorando o encaixe da cabeça do fêmur no
acetábulo.
Fixado na incisura acetabular, identifica-se o ligamento transverso do acetábulo, estrutura
importante para a manutenção do encaixe articular. Outro elemento estabilizador intracapsular
é o ligamento da cabeça do fêmur, que é fixado na fóvea da cabeça do fêmur e impede a perda
de contato dos elementos ósseos que formam a articulação.
Fixados fora da cápsula articular, encontram-se os ligamentos pubofemoral, isquiofemoral e
iliofemoral, feixes de fibras bastante resistentes, essenciais para a manutenção da estabilidade
articular. Veja esses ligamentos na Figura 27.
 Figura 27. Sínfise púbica e articulação coxofemoral.
COMPLEXO ARTICULAR DO JOELHO E
TIBIOFIBULAR PROXIMAL
Agora, vamos abordar o complexo articular do joelho, região formada por duas articulações, a
tibiofemoral (medial/lateral) e a patelofemoral. Esse grupo articular apresenta uma estratégia
de mobilidade bastante complexa, em virtude de sua necessidade de manter a estabilidade
durante a extensão máxima de joelho para suportar as sobrecargas do corpo e sua importância
na grande mobilidade em certos ângulos de flexão, a fim de realizar, com eficiência, desde
ações cotidianas até gestuais motores mais complexos.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 28. Articulação do joelho.
ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL
A articulação patelofemoral é formada pela face patelar do fêmur e pelas faces articulares
medial e lateral da patela, sendo classificada como sinovial deslizante. Essa classificação é
referente à capacidade da patela de deslizar verticalmente em relação ao fêmur de acordo com
o grau de flexão de joelho. A presença da patela na parte anterior do joelho é muito importante,
pois aumenta em 50% a vantagem mecânica dos extensores do joelho.
null 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 29. Movimentos da articulação patelofemoral.
ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL
A articulação tibiofemoral é formada pelos côndilos femorais (medial e lateral) e pelas tibiais
(medial e lateral), formando uma articulação com baixa congruência articular e uma superfície
de contato permissível a uma ampla mobilidade. Por um lado, essa conformação articular
permite que o ser humano tenha a capacidade de realizar uma ampla gama de gestuais
motores; por outro, expõe essa articulação a mais possibilidades de entorses e luxações.
 
Para minimizar tais lesões, o complexo articular do joelho apresenta algumas importantes
estruturas articulares estabilizadoras localizadas interna e externamente à cápsula articular
(membrana formada por tecido conjuntivo que estabiliza e envolve os ossos da articulação).
 
Fonte: Shutterstock.comk
 Figura 30. Articulação tibiofemoral.
Dentre os elementos articulares extracapsulares, é possível citar o ligamento patelar, feixe de
tecido fibroso que forma a região central do tendão do quadríceps femoral, fixado no ápice da
patela e na tuberosidade da tíbia, mantendo a patela em contato direto com a face patelar do
fêmur.
Além disso, identifica-se:
O LIGAMENTO COLATERAL TIBIAL (MEDIAL)
Que se estende do epicôndilo medial até o côndilo medial da tíbia, elemento estabilizador
essencial para impedir o afastamento entre os côndilos mediais da tíbia e do fêmur, conhecido
como “bocejo” medial.
O LIGAMENTO COLATERAL FIBULAR (LATERAL)
Que se estende do côndilo lateral do fêmur até a cabeça da fíbula, representa uma estrutura
ligamentar mais forte e resistente que a contralateral, que tem como principal função impedir o
“bocejo” lateral (afastamento dos côndilos laterais da tíbia e fêmur).
OS LIGAMENTOS POPLÍTEO OBLÍQUO E ARQUEADO
Ambos localizados na face posterior da extremidade distal do fêmur. Veja a Figura 31.
Dentre as estruturas intracapsulares, identifica-se a membrana sinovial, componente
importante para a produção do líquido sinovial, que é um elemento essencial para reduzir o
atrito ósseo e nutrir a articulação. Adicionalmente, para a melhora da dissipação das cargas
articulares e do encaixe entre os côndilos do fêmur e da tíbia, há dois elementos cartilagíneos
semilunares chamados de meniscos (medial e lateral). Além disso, essa região apresenta dois
ligamentos cruzados (anterior e posterior), indispensáveis para a estabilidade anteroposterior
do joelho:
LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR
Limita o deslizamento anterior do fêmur sobre a tíbia ou posterior da tíbia sobre o fêmur.
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR
Impede o deslizamento anterior da tíbia ou posterior do fêmur e limita a hiperextensão.
 Figura 31. Articulação do joelho.
Primariamente, a articulação tibiofemoral é classificada como sinovial dobradiça, apresentando
movimentos apenas para o eixo laterolateral, que são de flexão (120 graus de mobilidade
quando o quadril está estendido e 140 graus de mobilidade quando o quadril está fletido) e
extensão. Entretanto, quando o joelho se encontra em flexão, a articulação tibiofemoral
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também permite movimento de rotação medial (30 graus de mobilidade) e lateral (40 graus de
mobilidade) no eixo longitudinal, sendo essa articulação também classificada como condilar
nessa condição. Veja as Figuras 32 e 33.
 
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 Figura 32. Movimentos do joelho.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 33. Movimentos do joelho.
Próximo ao complexo articular do joelho, a fíbula se articula proximalmente com a tíbia,
formando a articulação tibiofibular proximal. Essa articulação é formada pela cabeça da fíbula e
a face articular fibular da tíbia, sendo classificada como articulação sinovial plana.
Estabilizando essa articulação, é possível verificar a presença dos ligamentos tibiofibular
anterior e posterior, além da membrana interóssea, que se estende entre a tíbia e a fíbula em
todo o seu prolongamento. Veja na Figura 34.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 34. Articulação tibiofibular proximal.
Como visto, a articulação do joelho é muito importante no gestual cotidiano e, principalmente,
na prática esportiva. O joelho é a região que apresenta a segunda maior incidência de lesão,
ficando atrás apenas da região do tornozelo. Quando se analisa as lesões no joelho, a rotura
do ligamento cruzado anterior (LCA) está entre as lesões esportivas que geram maior gasto
financeiro por demandarem, frequentemente, cirurgias e reabilitação de custo elevado.
Em função da complexidade dessa lesão, Joseph et al . (2013) investigaram a epidemiologia
das lesões do LCA em atletas do Ensino Médio. Durante o período do estudo, foram
identificadas 617 lesões de LCA, apresentando uma incidência de 6,5 por 100.000, com
maiores chances de ocorrer durante as competições do que nos treinos.
RESULTADOS DAS TAXAS DE LESÃO
 
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FUTEBOL FEMININO
12,2%
 
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FUTEBOL AMERICANO MASCULINO
11,1%
 
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BASQUETE MASCULINO
2,3%
 
Fonte: Shutterstock.com
BEISEBOL MASCULINO
0,7%
De todas as lesões de LCA, 76,6% resultaram em cirurgia, com mecanismo de lesão associado
ao contato direto entre atletas (42,8%) ou a nenhum contato (37,9%). O entendimento das
características de lesão do LCA permite uma intervenção mais eficaz e, consequentemente, o
desenvolvimento de novos mecanismos de prevenção. Veja a Figura 35.
 
Fonte: The Joint Clinic/Wikimediacommons/licença(CC BY-SA 4.0)
 Figura 35. Rotura de cruzado anterior.
COMPLEXO ARTICULAR DO TORNOZELO E
ARTICULAÇÕES DO PÉ
Agora, estudaremos o complexo articular do tornozelo. O tornozelo é formado por três
articulações: talocrural, subtalar e tibiofibular distal. Esse complexo articular é muito importante
durante a marcha, pois tem a capacidade de se adaptar a qualquer tipo de superfície, seja um
terreno plano ou acidentado. Veja a Figura 36.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 36. Articulação do tornozelo.
No pé, é possível identificar as articulações tarsometatársica, metatarsofalangiana e
interfalangeanas. Essas articulações têm como função, junto ao tornozelo, receber o peso do
corpo, promover equilíbrio e movimento e ter a capacidade de se ajustar a qualquer superfície.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 37. Articulação tibiofibular distal.
ARTICULAÇÃO TIBIOFIBULAR
A articulação tibiofibular é formada pela incisura fibular da tíbia e pela extremidade distal da
fíbula. É uma articulação imóvel, sendo classificada como sindesmose.
ARTICULAÇÃO TALOCRURAL
Já a articulação talocrural é classificada como sinovial gínglimo (dobradiça), permitindo
movimentos de dorsiflexão (0-20 graus de mobilidade) e flexão plantar (0-45 graus de
mobilidade), ocorrendo no eixo laterolateral e no plano sagital.
ARTICULAÇÃO SUBTALAR
A articulação subtalar é constituída pela superfície interior do talus e pela superfície superior do
calcâneo, formando uma articulação do tipo sinovial plana.
A combinação dos movimentos da articulação talocrural e subtalar permite que o complexo
articular do tornozelo também realize os movimentos de inversão (20 graus de mobilidade) e
eversão (5 graus de mobilidade), ocorrendo no eixo anteroposterior e no plano frontal.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 38. Movimentos da articulação do tornozelo.
Na região do pé, identificam-se as seguintes articulações, apresentadas com suas respectivas
classificações
ARTICULAÇÕES TARSOMETATÁRSICAS
Sinovial deslizante

ARTICULAÇÃO METATARSOFALANGIANA
Sinovial condilar

ARTICULAÇÕES INTERFALANGIANAS
Sinovial gínglimo
Veja na Figura 39, logo a seguir:
 Figura 39. Articulações do pé.
Para estabilizar a região medial do tornozelo e limitar o movimento de eversão, é possível
identificar os ligamentos colaterais mediais (ligamento deltoide), formados por:
Fibras tibionaviculares
Fibras calcaneotibiais
Fibras talotibiais posteriores
Fibras talotibiais anteriores
 
Já para a estabilização da região lateral do tornozelo e a limitação do movimento de inversão,
identificam-se os ligamentos colaterais laterais:
Ligamento talofibular anterior
Ligamento talofibular
Ligamento calcaneofibular
 
Adicionalmente, na articulação tibiofibular distal, encontram-se os ligamentos tibiofibular
anterior e posterior e transverso inferior e interósseo, incluindo também os ligamentos do pé,
como pode ser visto na Figura 40.
 Figura 40. Articulação do tornozelo.
 VOCÊ SABIA
A entorse/luxação de tornozelo é uma das lesões mais presentes no cotidiano do atleta. As
entorses no tornozelo apresentam mecanismos de lesão diversos, gerando consequências
distintas para a articulação, o que afeta diferentes estruturas articulares. Por isso, o
entendimento desses mecanismos de lesão permite melhor intervenção durante a recuperação
pós-lesão.
Sendo assim, Mauntel et al . (2017) descreveram os dados epidemiológicos de entorses de
tornozelo em diferentes esportes da National Collegiate Athletic Association (NCAA/Estados
Unidos). Foi identificada alta taxa de entorse no tornozelo, de 1,00 a cada 10.000 pessoas. No
geral, 56,7% das lesões por entorse de tornozelo ocorreram durante as competições e 9,8%
das lesões por entorse de tornozelo foram recorrentes, sendo o futebol americano, a luta livre e
o hóquei no gelo os esportes com maior incidência.
O contato direto entre os atletas foi o mecanismo mais comum (60,4%) de entorse no
tornozelo, gerando diferentes quantidades de dias de restrição na prática desportiva. A
compreensão aprimorada da epidemiologia das entorses de tornozelo auxilia os médicos,
fisioterapeutas e profissionais da Educação Física no desenvolvimento de melhores estratégias
de prevenção dessas lesões. Veja a Figura 41.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 41. Entorse no tornozelo por inversão.
O vídeo a seguir se aprofundará um pouco mais nos principais movimentos articulares dos
membros inferiores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O COMPLEXO DO JOELHO, DURANTE A PRÁTICA DESPORTIVA,
APRESENTA ALTO ÍNDICE DE LESÃO, PRINCIPALMENTE EM ESPORTES
QUE EXIGEM MOVIMENTO DE CORRIDA EM ALTA VELOCIDADE COM
MUDANÇAS REPENTINAS DE DIREÇÃO. A ARTICULAÇÃO
TIBIOFEMORAL É A MAIS AFETADA, PRINCIPALMENTE QUANDO HÁ O
DESLIZAMENTO ANTERIOR DA TÍBIA, POSTERIOR DO FÊMUR OU
HIPEREXTENSÃO DO JOELHO DURANTE AS AÇÕES MOTORAS. QUE
ESTRUTURA ARTICULAR LIMITA ESSES MOVIMENTOS CITADOS?
A) Menisco.
B) Ligamento cruzado posterior.
C) Ligamento cruzado anterior.
D) Ligamento patelar.
E) Ligamento colateral medial.
2. A COMBINAÇÃO DOS MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO TALOCRURAL
E SUBTALAR PERMITE QUE O COMPLEXO ARTICULAR DO TORNOZELO
REALIZE OS MOVIMENTOS DE INVERSÃO E EVERSÃO. A
ESTABILIZAÇÃO DO TORNOZELO E A LIMITAÇÃO DO MOVIMENTO DE
EVERSÃO SÃO FUNÇÕES DE UM GRUPO DE LIGAMENTOS. QUAIS SÃO
ELES?
A) Ligamentos colaterais mediais: fibras tibionaviculares, fibras calcaneotibiais, fibras talotibiais
posteriores, fibras talotibiais anteriores e ligamento coracoulnar.
B) Ligamentos colaterais laterais: ligamento talofibular anterior, ligamento talofibular, ligamento
calcaneofibular e ligamento trapezoide.
C) Ligamentos colaterais mediais: ligamento talofibular anterior, ligamento talofibular, ligamento
calcaneofibular e ligamento trapezoide.
D) Ligamentos colaterais laterais: fibras tibionaviculares, fibras calcaneotibiais, fibras talotibiais
posteriores, fibras talotibiais anteriores e ligamento coracoulnar.
E) Ligamento cruzado anterior, ligamento cruzado posterior.
GABARITO
1. O complexo do joelho, durante a prática desportiva, apresenta alto índice de lesão,
principalmente em esportes que exigem movimento de corrida em alta velocidade com
mudanças repentinas de direção. A articulação tibiofemoral é a mais afetada,
principalmente quando há o deslizamento anterior da tíbia, posterior do fêmur ou
hiperextensão do joelho durante as ações motoras. Que estrutura articular limita esses
movimentos citados?
A alternativa "C " está correta.
 
O ligamento cruzado anterior impede o deslizamento anterior da tíbia ou posterior do fêmur e
limita a hiperextensão.
2. A combinação dos movimentos da articulação talocrural e subtalar permite que o
complexo articular do tornozelo realize os movimentos de inversão e eversão. A
estabilização do tornozelo e a limitação do movimento de eversão são funções de um
grupo de ligamentos. Quais são eles?
A alternativa "A " está correta.
 
Com a função de estabilizar a região medial do tornozelo e limitar o movimento de eversão, é
possível identificar os ligamentos colaterais mediais, formados por: fibras tibionaviculares,
fibras calcaneotibiais, fibras talotibiais posteriores e fibras talotibiais anteriores.
MÓDULO 3
 Reconhecer os músculos e as ações musculares dos membros inferiores
A partir de agora, vamos identificar o nome, a origem, a inserção e a ação dos músculos do
membro inferior. O sistema muscular do membro inferior representa o componente responsável
pela realização da parte ativa do movimento, incluindo: a marcha, a corrida, o salto, o chute e
outros gestuais que podem ser realizados por essa região.
SISTEMA MUSCULAR DA REGIÃO DO
QUADRIL
Neste tópico, identificaremos os músculos que cruzam a articulação coxofemoral e as suas
respectivas funções. Como visto no sistema articular, a articulação coxofemoral é formada pelo
acetábulo e pela cabeça do fêmur, apresentando um conjunto importante de músculos que têm
como função realizar os movimentose estabilizar a articulação.
Na região do quadril, é possível encontrar dois grupos musculares importantes: o grupo adutor,
formado pelos músculos adutor magno, adutor curto e adutor longo; o grupo iliopsoas, formado
pelos músculos psoas menor, psoas maior e ilíaco. Veja as Figuras 42 e 43.
 
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 Figura 42. Grupo muscular iliopsoas.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 43. Grupo muscular dos adutores.
Os músculos que cruzam a articulação coxofemoral são essenciais para a sua ampla
mobilidade, permitindo movimento para todos os eixos anatômicos. A articulação coxofemoral
realiza os seguintes movimentos, a partir da ação dos músculos a seguir:
FLEXÃO
Psoas menor
Psoas maior
Ilíaco ou ílio
Músculo tensor da fáscia lata
Sartório
Pectíneo
Reto Femoral
EXTENSÃO
Glúteo máximo
Bíceps femoral porção longa
Semitendíneo
Semimembranáceo
ROTAÇÃO LATERAL
Psoas maior
Glúteo máximo
Piriforme
Gêmeo superior
Obturatório interno
Gêmeo inferior
Obturatório externo
Quadrado femoral
Sartório
ROTAÇÃO MEDIAL
Glúteo médio
Glúteo mínimo
Tensor da fáscia lata
ABDUÇÃO
Glúteo médio
Glúteo mínimo
Piriforme
Tensor da fáscia lata
Sartório
ADUÇÃO
Quadrado femoral
Adutor longo
Adutor curto
Adutor magno
Grácil
Pectíneo
Agora, veja os músculos rotadores externos do quadril na Figura 44, a origem e inserção dos
músculos da articulação do quadril na Tabela 1 e os músculos da articulação do quadril na
Figura 45.
 Figura 44. Músculos rotadores externos.
TABELA 1: ORIGEM E INSERÇÃO DOS
MÚSCULOS QUE CRUZAM A ARTICULAÇÃO DO
QUADRIL
Nome do
músculo
Origem Inserção
Psoas
menor
Corpos vertebrais de T12 e L1 e o disco
intervertebral interposto entre essas
duas vértebras.
Arco iliopectíneo.
Psoas
maior
Processos transversos, corpos e discos
intervertebrais das vértebras lombares.
Trocânter menor.
Ilíaco ou
ílio
Fossa Ilíaca e crista ilíaca. Trocânter menor.
Glúteo
máximo
Linha glútea posterior do ilíaco, sacro e
cóccix.
Tuberosidade glútea do
fêmur e trato iliotibial.
Glúteo
médio
Face externa do íleo, entre a crista
ilíaca e a linha glútea posterior e
anterior.
Trocânter maior.
Glúteo
mínimo
Asa ilíaca (entre linha glútea anterior e
inferior).
Trocânter maior.
Piriforme
Face pélvica do sacro (2ª à 4ª vértebras
sacrais).
Trocânter maior.
Gêmeo
superior
Espinha isquiática. Trocânter maior.
Gêmeo
inferior
Tuberosidade isquiática. Trocânter maior.
Obturatório
interno
Contorno interno do forame obturado e
membrana obturadora.
Trocânter maior e fossa
trocantérica do fêmur.
Obturatório
externo
Contorno externo do forame obturado e
membrana obturadora.
Fossa trocantérica do
fêmur.
Quadrado
femoral
Borda lateral da tuberosidade isquiática. Crista intertrocantérica.
Tensor da
fáscia lata
Espinha ilíaca anterossuperior e lábio
externo da crista ilíaca.
Trato ílio-tibial.
Sartório Espinha ilíaca anterossuperior.
Borda medial da
tuberosidade da tíbia.
Adutor
longo
Superfície anterior do púbis e sínfise
púbica.
Linha áspera.
Adutor
curto
Ramo inferior do púbis. Linha áspera.
Adutor
magno
Ramo inferior do púbis e tuberosidade
isquiática.
Linha áspera e linha
supracondilar medial e
tubérculo adutor.
Grácil Sínfise púbica e ramo inferior do púbis. Face medial da
tuberosidade da tíbia.
Pectíneo Linha pectínea do púbis. Linha pectínea do fêmur.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 
Fonte: OpenStax/Wikimedia commons/licença(CC BY 4.0)
 Figura 45. Músculos que cruzam a articulação do quadril.
SISTEMA MUSCULAR DA REGIÃO DO
JOELHO
Neste tópico, identificaremos quais músculos (Tabela 1) cruzam a articulação do joelho e suas
respectivas funções. Como visto no sistema articular, a articulação tibiofemoral é formada pelos
côndilos medial e lateral da tíbia e do fêmur, bem como a articulação patelofemoral é formada
pela face patelar do fêmur e pelas faces articulares medial e lateral da patela. A articulação do
joelho apresenta um conjunto importante de músculos (Figura 46) que têm como função
realizar os movimentos e estabilizar a articulação.
Na região do joelho, é possível encontrar dois grupos musculares importantes:
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 46. Grupo muscular isquiotibial.
Isquiotibial, formado pela cabeça longa do bíceps femoral, semimembranáceo e semitendíneo.

 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 47. Grupo muscular quadríceps femoral.
Grupo muscular quadríceps femoral, formado pelos músculos reto femoral (único biarticular do
quadríceps), vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio.
Os músculos que cruzam a articulação do joelho são essenciais para a movimentação do
segmento da perna em relação ao segmento da coxa, realizando flexão e extensão no eixo
laterolateral, bem como rotação medial e lateral no eixo longitudinal quando o joelho está em
flexão. A articulação do joelho realiza os seguintes movimentos a partir da ação dos músculos
a seguir: veja a Figura 48 e a Tabela 2, em que é possível identificar a origem e inserção
desses músculos.
FLEXÃO
Sartório
Grácil
Bíceps femoral porção longa
Bíceps femoral porção curta
Semitendíneo
Semimembranáceo
Gastrocnêmio medial
Gastrocnêmio lateral
Poplíteo
EXTENSÃO
Reto femoral
Vasto medial
Vasto lateral
Vasto intermediário
ROTAÇÃO MEDIAL
Sartório
Grácil
Vasto medial
Poplíteo
ROTAÇÃO LATERAL
Músculo tensor da fáscia lata
Vasto lateral
 Figura 48. Músculos da coxa que cruzam a articulação do joelho.
O agachamento é um exercício utilizado com diferentes abordagens e objetivos, incluindo o
treinamento de força, a reabilitação, o treinamento para o desempenho esportivo ou
simplesmente a estética muscular. Esse exercício é bastante aplicado pelo fato de ser um
movimento funcional, multiarticular e ser de cadeia cinética fechada.
Em função da sua ampla utilização e aplicação, o agachamento é um exercício muito estudado,
principalmente em relação à avaliação da solicitação neuromuscular por meio da
eletromiografia. Por isso, Clark et al . (2012) realizaram uma revisão dos estudos que visaram
avaliar a ativação muscular no exercício de agachamento com barra livre.
Nessa revisão, os autores relataram que diversos estudos demonstraram que o treinamento
com a utilização do agachamento foi determinante para a melhora do desempenho no salto, da
aceleração e velocidade de corrida.
Além disso, os estudos revisados relataram alterações de ativação muscular do membro
inferior, resultantes de variações na profundidade do agachamento, posicionamento dos pés e
nível de treinamento do indivíduo. Por isso, é muito importante ajustar de forma adequada o
treinamento, para que seja o mais específico e eficiente possível de acordo com as
necessidades do aluno, atleta ou o paciente.
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CADEIA CINÉTICA FECHADA
Movimentos em que a articulação distal do membro em movimento está fixada na
superfície.
 Figura 49. Agachamento com barra livre.
TABELA 2: ORIGEM E INSERÇÃO DOS
MÚSCULOS DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO
Nome do músculo Origem Inserção
Reto femoral Espinha ilíaca anteroinferior. Tuberosidade da tíbia.
Vasto medial
Linha intertrocantérica e face
medial da linha áspera do fêmur.
Tuberosidade da tíbia.
Vasto lateral Trocânter maior, linha áspera,
linha intertrocantérica.
Tuberosidade da tíbia.
Vasto intermediário
Faces anterior e lateral do corpo
do fêmur.
Tuberosidade da tíbia.
Bíceps femoral
porção longa
Tuberosidade isquiática.
Côndilo lateral da tíbia
e cabeça da fíbula.
Bíceps femoral
porção curta
Linha áspera do fêmur.
Côndilo lateral da tíbia
e cabeça da fíbula.
Semitendíneo Tuberosidade isquiática.
Superfície medial da
tuberosidade da tíbia.
Semimembranáceo Tuberosidade isquiática.
Côndilo medial da
tíbia.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
SISTEMA MUSCULAR DA REGIÃO DO
TORNOZELO E PÉ
Agora, nós vamos falar sobre os músculos que desempenham um papel muito importante no
equilíbriopostural, na adaptação da postura em qualquer superfície e na promoção de
importantes movimentos do membro inferior.
Devido à diversidade das características funcionais do tornozelo e do pé, a porção distal do
membro inferior apresenta diversos músculos no entorno dessas duas articulações. Tais
músculos participam diretamente dos movimentos de flexão plantar, dorsiflexão, eversão e
inversão. Dentre os músculos dessa região, destaca-se um grupo muscular chamado tríceps
sural, formado pelos músculos solear, gastrocnêmio lateral e medial. Veja as Figuras 50 e 51.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 50. Grupo muscular tríceps sural.
 
Fonte: OpenStax /Wikimedia commons/licença(CC BY 4.0)
 Figura 51. Músculos da perna.
Na Tabela 3, é possível identificar a ação, origem e inserção de cada músculo do segmento da
perna.
TABELA 3: ORIGEM E INSERÇÃO DOS
MÚSCULOS DA PERNA
Nome do
músculo
Origem Inserção Ação
Tibial anterior
Côndilo lateral da
tíbia e ½ proximal
da face lateral da
tíbia.
Cuneiforme medial
e base do primeiro
metatarso.
Dorsiflexão e
inversão do pé.
Extensor
longo dos
dedos
3/4 proximais da
fíbula e côndilo
lateral da tíbia.
Falange média e
distal do 2º ao 5º
dedo.
Dorsiflexão e
extensão dos
dedos.
Extensor
longo do
hálux
1/3 médio da fíbula
e membrana
interóssea.
Base da falange
distal do hálux.
Extensão do
hálux,
dorsiflexão e
inversão do pé.
Fibular
terceiro
1/3 distal da face
anterior da fíbula.
Base do 5º
metatarso.
Eversão do pé.
Fibular longo
Cabeça da fíbula e
2/3 proximais da
fíbula.
Osso no cuneiforme
medial e 1º
metatarso.
Flexão plantar e
eversão do pé.
Fibular curto 2/3 distais da face Base do 5º Flexão plantar e
lateral da fíbula. metatarso. eversão do pé.
Gastrocnêmio
medial
Côndilo medial do
fêmur.
Tuberosidade do
calcâneo.
Flexão plantar e
flexão do joelho.
Gastrocnêmio
lateral
Côndilo lateral do
fêmur.
Tuberosidade do
calcâneo.
Flexão plantar e
flexão do joelho.
Sóleo
Parte proximal e
posterior da fíbula,
linha do sóleo.
Tuberosidade do
calcâneo.
Flexão plantar.
Plantar
Côndilo lateral do
fêmur.
Tuberosidade do
calcâneo.
Auxilia o tríceps
sural.
Poplíteo
Côndilo lateral do
fêmur.
Linha solear da
face posterior da
tíbia.
Flexão e rotação
medial do joelho.
Flexor longo
dos dedos
1/3 médio da face
posterior da tíbia.
Falange distal dos
dedos II e V.
Flexão plantar e
inversão do
tornozelo, flexão
do 2º ao 5º
dedo.
Flexor longo
do hálux
2/3 inferiores,
posteriormente, na
fíbula.
Base da falange
distal do hálux.
Flexão do hálux,
flexão plantar e
inversão do
tornozelo.
Tibial
posterior
2/3 proximais da
face posterior da
tíbia e da fíbula,
membrana
interóssea.
Tuberosidade da
navicular, os
cuneiformes e
bases do II ao IV
metatarso.
Flexão plantar e
inversão do pé.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Além dos músculos da perna que controlam os movimentos do pé, é possível identificar os
músculos específicos desse segmento. Na região do pé, identificam-se os músculos da região
plantar medial, região plantar lateral, região plantar média e região dorsal. Nas Figuras 52 e 53,
é possível visualizar os músculos do pé e, na Tabela 4, a ação, origem e inserção de cada
músculo.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 52. Músculos do pé.
 
Fonte: OpenStax/Wikimedia commons/licença(CC BY 4.0)
 Figura 53. Músculos do pé.
TABELA 4: AÇÃO, ORIGEM E INSERÇÃO
MÚSCULOS DO PÉ
Nome do
músculo
Origem Inserção Ação
Abdutor do
hálux
Calcâneo.
Falange proximal do
hálux.
Flexão e abdução do
hálux.
Flexor
curto do
hálux
Cuboide e
cuneiforme
lateral.
Falange proximal do
hálux.
Flexão do hálux.
Adutor do
hálux
2º ao 4º
metatarso.
Falange proximal do
hálux.
Adução do hálux.
Abdutor do
mínimo
Calcâneo.
Falange proximal do
5º dedo.
Abdução do 5º dedo.
Flexor
curto do
mínimo
Cuboide.
Falange proximal do
5º dedo.
Flexão do 5º dedo.
Oponente
do mínimo
Cuboide. 5º metatarso.
Adução do 5º
metatarso.
Flexor Calcâneo. Falange intermédia Flexão do 2º ao 5º
curto dos
dedos
do 2º ao 5º dedo. dedo.
Quadrado
plantar
Calcâneo.
Tendões do flexor
longo dos dedos.
Flexão do 2º ao 5º
dedo.
Lumbricais
Tendão do
flexor longo dos
dedos.
Falange proximal do
2º ao 5º dedo.
Flexão da
metatarsofalangeana.
Interósseos
plantares
Borda medial
do 3º ao 5º
metatarso.
Borda medial das
falanges proximais do
3º ao 5º dedo.
Adução dos dedos.
Interósseos
dorsais
Ossos
metatársicos.
Falanges proximais
do 2º ao 4º dedo.
Abdução dos dedos.
Extensor
curto dos
dedos
Calcâneo.
Tendão do 2º ao 4º
extensor longo dos
dedos.
Extensão do 2º ao 4º
dedo.
Extensor
curto do
hálux
Calcâneo.
Falange proximal do
hálux.
Extensão do hálux.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O tendão do calcâneo, ou de Aquiles, é a estrutura responsável por inserir o tríceps sural na
tuberosidade do calcâneo. O tendão de Aquiles apresenta uma incidência importante de lesão
associada ao esforço repetitivo com características multifatoriais. Diversos métodos para
avaliar as condições individuais são utilizados para a predição da ruptura do tendão de Aquiles;
dentre eles, destaca-se a avaliação de rigidez de interação do membro inferior com o solo.
Sendo assim, Lorimer e Hume (2016) buscaram identificar os fatores de risco para a lesão
desse tendão associados à rigidez dos segmentos do membro inferior e verificaram que a alta
rigidez do membro inferior pode estar associada a fatores de risco para lesões. Também
verificaram que exercícios de alta intensidade, alta velocidade ou corrida em superfícies
macias, como areia, podem aumentar o risco de lesões.
Sendo assim, é de suma importância o controle das cargas de treino por parte dos técnicos e
médicos que trabalham com atletas para evitar novas ou recorrentes lesões. Veja a Figura 54.
 
Fonte: BruceBlaus/Wikimedia commons/licença(CC BY-SA 4.0)
 Figura 54. Ruptura do tendão do calcâneo (Aquiles).
Para finalizar o módulo 3, assista ao vídeo a seguir, que apresenta as principais ações
musculares dos membros inferiores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O AGACHAMENTO É UM EXERCÍCIO BASTANTE UTILIZADO PARA
PRÁTICA DO TREINAMENTO DE FORÇA. DENTRE OS MÚSCULOS MAIS
ACIONADOS DURANTE ESSE EXERCÍCIO, DESTACA-SE O VASTO
MEDIAL. DAS OPÇÕES ABAIXO, QUAL CITA CORRETAMENTE A ORIGEM
(O) E A INSERÇÃO (I) DO MÚSCULO VASTO MEDIAL?
A) O: linha intertrocantérica e face medial da linha áspera do fêmur; I: tuberosidade da tíbia.
B) O: face anterior e lateral do corpo do fêmur; I: tuberosidade da tíbia.
C) O: tuberosidade isquiática; I: côndilo lateral da tíbia.
D) O: tuberosidade isquiática; I: superfície medial da tuberosidade da tíbia.
E) O: espinha ilíaca anterossuperior; I: borda medial da tuberosidade da tíbia.
2. A EXTENSÃO DE QUADRIL É UM MOVIMENTO PRESENTE DURANTE A
MARCHA E O SALTO VERTICAL. MARQUE A OPÇÃO QUE APRESENTA O
PRINCIPAL MÚSCULO RESPONSÁVEL POR ESSE MOVIMENTO.
A) M. glúteo médio.
B) M. glúteo mínimo.
C) M. iliopsoas.
D) M. glúteo máximo.
E) M. adutor longo.
GABARITO
1. O agachamento é um exercício bastante utilizado para prática do treinamento de força.
Dentre os músculos mais acionados durante esse exercício, destaca-se o vasto medial.
Das opções abaixo, qual cita corretamente a origem (O) e a inserção (I) do músculo
vasto medial?
A alternativa "A " está correta.
 
O músculo vasto medial tem a sua origem na linha intertrocantérica e na face medial da linha
áspera do fêmur; sua inserção se dá na tuberosidade da tíbia. Esse músculo participa dos
movimentos de extensão e rotação medial de joelho.
2. A extensão de quadril é um movimento presente durante a marcha e o salto vertical.
Marque a opção que apresenta o principal músculo responsável por esse movimento.
A alternativa "D " está correta.
 
O glúteo máximo é o principal músculo que realiza a extensão do quadril.
CONCLUSÃOCONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento do sistema musculoesquelético do membro inferior é muito importante para o
entendimento dos conceitos básicos do aparelho locomotor. Obtendo as informações
funcionais e estruturais da disciplina Anatomia do Sistema Musculoesquelético, em associação
aos conhecimentos de Biomecânica, você será capaz de aplicá-los na prática profissional da
avaliação de marcha, corrida, salto, equilíbrio postural etc. Por isso, é importante saber
localizar os ossos do membro inferior, os componentes articulares de cada juntura e os
músculos responsáveis pelos movimentos dessas articulações.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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n. 4, p. 1169-1178, 2012. ISSN 1064-8011.
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ligament injuries in high school athletics, v. 48, n. 6, p. 810-817, 2013. ISSN 1062-6050.
LORIMER, A. V.; HUME, P. A. J. S. M. Stiffness as a risk factor for achilles tendon injury in
running athletes, v. 46, n. 12, p. 1921-1938, 2016. ISSN 1179-2035.
MAUNTEL, T. C. et al . The epidemiology of high ankle sprains in National Collegiate
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PEREIRA, S. R. et al . The impact of prefracture and hip fracture characteristics on
mortality in older persons in Brazil, v. 468, n. 7, p. 1869-1883, 2010. ISSN 0009-921X.
PRETELL-MAZZINI, J. et al . Outcomes and complications of tibial tubercle fractures in
pediatric patients: a systematic review of the literature, v. 36, n. 5, p. 440-446, 2016. ISSN
0271-6798.
STREUBEL, P. N. et al . Mortality after distal femur fractures in elderly patients, v. 469, n.
4, p. 1188-1196, 2011. ISSN 0009-921X.
VAN DER VLIET, Q. M et al . Foot fractures in polytrauma patients: Injury characteristics
and timing of diagnosis, v. 49, n. 6, p. 1233-1237, 2018. ISSN 0020-1383.
EXPLORE+
Anatomia do corpo em movimento: ossos, músculos e articulações , de Theodore Dimon
Jr. (Ed. Manole).
Anatomia humana , de Elaine N. Marieb, Patricia Brady Wilhelm e Jon Mallat (Ed.
Pearson Education).
Gray’s: Anatomia para estudantes, de Richard Drake (Ed. Elsevier).
CONTEUDISTA
Felipe Guimarães Teixeira
 CURRÍCULO LATTES
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