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Aula 01 Direito Administrativo p/ TRE-PE (Técnico Judiciário - Área Administrativa) - Com videoaulas Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita AULA 01: Organização administrativa da União; Administração Direta e Indireta. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À AULA 01 2 2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. 2 2.1 INTRODUÇÃO 2 2.2 DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 5 2.3 ÓRGÃOS 18 2.3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS 24 2.4 PRINCÍPIOS 35 3. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 39 3.1 AUTARQUIAS 41 3.2 FUNDAÇÕES PÚBLICAS 58 3.3 EMPRESAS PÚBLICAS 62 3.4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 71 3.5 AGÊNCIAS REGULADORAS, AGÊNCIAS EXECUTIVAS E CONSÓRCIOS PÚBLICOS 82 3.5.1 AGÊNCIAS REGULADORAS 83 3.5.2 AGÊNCIAS EXECUTIVAS 91 3.5.3 CONSÓRCIOS PÚBLICOS 94 4. TERCEIRO SETOR 100 4.1 SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS (SISTEMA S) 102 4.2 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (=OS): 105 4.3 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (=OSCIP): 116 4.4 ENTIDADES DE APOIO: 126 5. RESUMO DA AULA 132 6. QUESTÕES 148 7. REFERÊNCIAS 2 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. Introdução à aula 01 Nesta aula 01 de Direito Administrativo para o concurso do TRE- PE – Técnico Judiciário Administrativo, vamos abordar um tema importante da matéria: “1 Noções de organização administrativa. 1.1 Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. 1.2 Administração direta e indireta. 1.3 Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.”. Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na véspera da prova! Programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. Lembre-se: o planejamento é fundamental. Chega de papo, vamos a luta! Sem mais delongas, vamos à luta! Rumo à aprovação! 2. Administração Pública direta e indireta. 2.1 Introdução Para Fernanda Marinela, administração é todo o aparelhamento do Estado pré-ordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. Conforme a competência dos órgãos e de seus agentes, é o instrumental de que dispõe o Estado para colocar em prática as opções políticas do Governo. Em sentido amplo, na lição de Di Pietro (2009, p. 54), a Administração Pública se subdivide em órgãos governamentais e órgãos 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita administrativos (sentido subjetivo) e função política e administrativa (sentido objetivo). Em sentido estrito, a Administração Pública é subdividida nas pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem funções administrativas (sentido subjetivo) e na atividade exercida por esses entes (sentido objetivo). Marinela destaca que é possível apontar dois critérios para conceituar a Administração Pública: a) Critério formal, orgânico ou subjetivo: vislumbra a Administração Pública como o conjunto de órgãos, a estrutura estatal. Nesse sentido, a expressão Administração Pública deve ser grafada com as primeiras letras maiúsculas; b) Critério material ou objetivo: a administração pública deve ser entendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado ou, ainda, função administrativa. Nessa aplicação, a expressão administração pública deve ser grafada com letras iniciais minúsculas. Nesta aula, estudaremos a Administração Pública em seu sentido subjetivo, ou seja, quais institutos que movimentam a atividade administrativa, qual a estruturação das pessoas, entidades e órgãos que irão desempenhar as funções administrativas. Essa organização se dá normalmente por leis e, excepcionalmente, por decreto e normas inferiores. Afinal de contas, o que são órgãos? O que é uma autarquia? Qual a diferença entre empresa pública e sociedade de economia mista? Dos elementos que compõem o sentido subjetivo da Administração Pública, só será excluído do objeto desta aula o estudo dos agentes públicos. Para estruturar a Administração Pública Federal e sistematizar as pessoas jurídicas que a integram, foi introduzido o Decreto-Lei nº 200/67, que, apesar de inúmeras alterações legislativas posteriores, 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita continua em vigor, tendo sido recepcionado pela CF/88 como lei ordinária. O referido decreto-lei foi responsável pela divisão da Administração Pública em Direta e Indireta (art. 4º): 1) Administração Direta: serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios; 2) Administração Indireta: compreende as seguintes entidades, dotadas de personalidade jurídica própria – autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. Para o DL 200/67, somente 4 entidades compõem a administração indireta. Essa mesma organização prevista expressamente para a ordem federal é observada para os demais âmbitos políticos (esferas estaduais, municipais e distritais), que guardam com a estrutura federal certo grau de simetria. O estudo da Administração Púbica direta e indireta se inicia com a seguinte pergunta: se o Estado brasileiro é um só, por que existem vários órgãos, entes públicos e empresas na execução e no comando da coisa pública? Isso ocorre porque não há como um só órgão, por exemplo, a Presidência da República, promover a execução de todos os contratos, serviços públicos, atividades econômicas de interesse público existentes no país, de norte a sul. Quando a atividade administrativa é exercida pelo próprio Estado, ou seja, pelos seus órgãos, denomina-se forma centralizada de prestação dos serviços ou prestação direta. Nessa hipótese, a prestação é feita pela própria Administração Direta, que é composta pelas pessoas políticas: União, Municípios e DF. Entretanto, nem sempre é cabível atuar de forma centralizada. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Para que seja possível executar bem as atividades inerentes ao Estado, deve haver uma repartição de atribuições e a divisão de competências entre os gestores. Já na Roma antiga se dizia: divide e governa. 2.2 Descentralização e desconcentração A partir da necessidade de divisão do poder para uma maior especialidade e eficiência na prestação dos serviços públicos, encontramos duas palavras chaves e importantíssimas para o seu concurso: Vamos falar primeiro da DescentralizaçãoNo tocante à descentralização, é importante, antes de mais nada, fixar a distinção entre descentralização política e descentralização administrativa. Descentralização política ocorre sempre que pessoas jurídicas de direito público concorram com competências políticas, com soberania ou autonomia para legislar, ditar seus propósitos e governar, havendo deslocamento e distribuição entre entes políticos, o que é feito pela Constituição Federal. NUNCA SE ESQUEÇA: DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA = CAPACIDADE DE EDITAR LEIS (União, Estados, municípios e DF). Descentralização administrativa (que é a que interessa para nosso estudo) ocorre quando o ente político – União, Estados, DF ou Municípios - desempenha algumas de suas funções por meio de outras DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição. Nessa situação, o que existe é a criação de entes personalizados, com poder de autoadministração, capacidade de gerir os próprios negócios, mas com obediência a leis e regras impostas pelo ente central. Ou seja, uma autarquia, por exemplo, faz parte da descentralização administrativa, por isso não é capaz de editar leis. Nada impede que ocorram, ao mesmo tempo, a descentralização política e a administrativa. Obviamente, um Estado (ente descentralizado politicamente) pode criar suas próprias autarquias (ente decorrente da descentralização administrativa). Para proteger o interesse público, buscando-se maior eficiência e especialização no exercício da função pública, o Estado poderá transferir a responsabilidade pelo exercício de atividades administrativas que lhe são pertinentes a pessoas jurídicas auxiliares por ele criadas com esse fim (que compõem a Administração Indireta) ou para particulares. Nesse caso, ele passa a atuar indiretamente, pois o faz por intermédio de outras pessoas, seres juridicamente distintos (MARINELA, Fernanda; 2014). Professor, as atividades administrativas podem ser exercidas por particulares? Como assim? Sim, meu amigo, é o caso das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos ou que cooperam com o Estado na realização de seus fins (ex: entes de cooperação – ONGs, organizações sociais, OSCIPs etc.) em razão de diversos vínculos jurídicos. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Para que esse ponto fique mais claro, vamos falar das formas de descentralização administrativa existentes. Conforme entende a doutrina brasileira (especialmente Marinela e Di Pietro), a descentralização administrativa admite as seguintes formas: 1) Descentralização territorial ou geográfica: ocorre com entidade local geograficamente delimitada, dotada de personalidade jurídica própria de direito público, com capacidade administrativa genérica para exercer a totalidade ou a maior parte dos encargos públicos de interesse da coletividade. Isso ocorre em Estados unitários, como França, Portugal, Itália, Brasil Império. Alguns doutrinadores admitem essa forma no Brasil de hoje, para definir a situação dos territórios federais. Nesse caso, eles não têm autonomia, embora gozem de capacidade legislativa, o que não é comum em uma descentralização administrativa. 2) Descentralização por serviços, funcional ou técnica (ou outorga de serviços públicos): o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica de direito público ou privado) e a ela transfere, mediante previsão em lei, a titularidade e a execução de determinado serviço público. A nova entidade passa a ter capacidade de autoadministração e patrimônio próprio. Normalmente é conferida por prazo indeterminado. É o que ocorre com as entidades da Administração Indireta – autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista – que são criadas com o fim específico de prestação de determinado serviço (capacidade específica, decorrente do princípio da especialidade, que será tratado abaixo). 3) Descentralização por colaboração (ou delegação de serviços): o Estado transfere, por contrato ou ato unilateral (nada impede que mediante lei também), unicamente a execução do serviço, para que o ente delegado (pessoa jurídica de direito privado 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita previamente existente) o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização estatal. Nessa hipótese, o Poder Público conserva a titularidade do serviço, podendo dispor sobre ele de acordo com o interesse público. A delegação é normalmente efetivada por prazo determinado. É o que ocorre nos contratos de concessão e permissão, em que o Estado transfere ao concessionário ou ao permissionário apenas a execução temporária de determinado serviço. Assim, decore: Descentralização territorial ou geográfica: Estado unitário cria ente para administrar determinada parcela do território. Descentralização por serviços, funcional ou técnica (ou outorga de serviços públicos): Estado cria ente (com personalidade jurídica própria) e transfere a titularidade e a execução dos serviços – caso das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mistas. Descentralização por colaboração (ou delegação de serviços): Estado transfere a empresas apenas a execução dos serviços (caso das concessionárias). Já definimos o que é descentralização, agora vamos falar da: Desconcentração Desconcentração é a reorganização administrativa interna, dentro de uma pessoa jurídica. Constitui uma redistribuição interna de competências. Pode ocorrer na Administração Direta e na Indireta. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Segundo lição de Marinela, a desconcentração, que, como visto, é um fenômeno de distribuição interna de partes de competências decisórias, agrupadas em unidades individualizadas, refere-se à organização interna de cada pessoa jurídica. Não prejudica a unidade monolítica do Estado, pois todos os órgãos e agentes permanecem ligados por um consistente vínculo denominado hierarquia, podendo ser em razão da matéria, do grau de hierarquia ou do território. É o que ocorre, por exemplo, quando a União distribui as atribuições de sua competência a órgãos de sua própria estrutura, tais como Ministério da Educação, Presidência da República, Casa Civil, Ministério da Defesa, etc; ou quando uma autarquia – por exemplo o INSS – estabelece uma divisão interna de funções, criando, por exemplo, gerências executivas, gerências regionais, etc. Assim, temos os seguintes exemplos: Descentralização:PETROBRÁS IBAMA UNIÃO INSS 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Desconcentração: Não confunda descentralização e desconcentração!!! Anote os pontos distintivos!!! A descentralização realiza-se por pessoas diversas, físicas ou jurídicas, e não há vínculo hierárquico entre a Administração Central e a pessoa estatal descentralizada, mas apenas um poder de controle, de fiscalização. Já a desconcentração se refere a uma só pessoa, caracterizando-se na distribuiçãoo de responsabilidades e competências dentro dela mesma, com a manutenção do liame unificador da hierarquia. Hierarquia X Controle Hierarquia: vínculo de autoridade que une órgãos e agentes, por meio de escalões sucessivos, relação de autoridade superior a inferior. Consiste no poder de comando, de fiscalização, de revisão, de punir, de delegar e de avocar competências. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Controle: poder que a Administração Central exerce sobre a pessoa descentralizada. Nesse caso, não há qualquer relação de subordinação, mas somente uma relação de fiscalização quanto ao cumprimento da lei, obediência às suas finalidades preestabelecidas e a busca do interesse público. ATENÇÃO!!! Depende de previsão legal, logo, diferentemente da hierarquia, não se presume e se manifesta tão só nos aspectos autorizados pela lei. DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO Cria-se uma nova pessoa jurídica para exercer a competência definida em lei. Criação de órgãos internos para distribuição da competência do ente central. Controle e fiscalização (sem subordinação) Hierarquia Espécies: Descentralização territorial ou geográfica (ente administra território); Descentralização por serviços, funcional ou técnica ou outorga de serviços públicos (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mistas). Descentralização por colaboração ou delegação de serviços (permissionárias e concessionárias de serviço público) Transferência entre órgãos da mesma pessoa política 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O estudo da desconcentração não fica completo se não falarmos dos órgãos. 1) (2015-CESPE – MPU – ANALISTA) Julgue o item a seguir, referente às autarquias federais. A criação de autarquia é uma forma de descentralização por meio da qual se transfere determinado serviço público para outra pessoa jurídica integrante do aparelho estatal. Bem tranquila né?! Vimos que as autarquias são criadas por descentralização, por meio do qual o Estado transfere determinado serviço público. Certinha. Gabarito: CERTA. 2) (CESPE – 2015 – DPU – Defensor Público Federal) Acerca da organização da administração pública federal, julgue o item abaixo. Considera-se desconcentração a transferência, pela administração, da atividade administrativa para outra pessoa, física ou jurídica, integrante do aparelho estatal. Na desconcentração a transferência é feita na mesma pessoa política. Não há duas pessoas. Gabarito: Errado. 3) (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira) A 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita descentralização da administração pública será administrativa se o ente descentralizado tiver atribuições e competências não decorrentes das atribuições do ente central, como é o caso do governo do DF em relação à União. A assertiva conceituou a descentralização política, e não a administrativa. Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo, 2014) "A descentralização política ocorre quando o ente descentralizado exerce atribuições próprias que não decorrem do ente central; é a situação dos Estados-membros e dos Municípios. Cada um desses entes locais detém competência legislativa própria que não decorre da União nem a ela se subordina, mas encontra seu fundamento na própria Constituição Federal.". Gabarito: Errado. 4) (CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública) A respeito da organização administrativa, julgue os próximos itens. Configura hipótese de descentralização administrativa a criação de uma eventual Secretaria de Estado de Aquisições do DF. Pessoal, na verdade é uma hipótese de Desconcentração, que é a repartição interna de competências que acontece no interior de uma mesma pessoa jurídica. Gabarito: Errado. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 5) (CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração) A respeito da organização administrativa, julgue os próximos itens. Os municípios, assim como os estados-membros, poderão ter sua administração indireta, em razão da autonomia a eles conferida pela CF. Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, "Administração Direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas”. Ademais, segundo o art. 18, da CF, “a organização político- administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. Gabarito: Correto. 6) (CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária) Com relação à organização administrativa e à administração direta e indireta, julgue os seguintes itens. Verifica-se a descentralização por colaboração quando o poder público, por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, transfere a titularidade e a execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado. Na delegação (também chamada de descentralização administrativa por colaboração), o Estado transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do serviço, para que o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização estatal. É o que ocorre nos contratos de concessão e permissão. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.brFacebook: Daniel Mesquita Gabarito: Errado. 7) (CESPE - 2013 - MI - Analista Técnico - Administrativo) A desconcentração administrativa consiste no desmembramento de órgãos públicos, para criação de diversas pessoas jurídicas, às quais se distribuem competências, mantidas ligadas por um vínculo de subordinação ao órgão originário. Pessoal, veja que a assertiva trocou os conceitos. A criaçao de novas pessoas jurídicas é típico de descentralização e não de desconcentração. Resposta: errado. 8) (CESPE - 2013 - MI - Analista Técnico - Administrativo) Toda pessoa jurídica da administração pública indireta, embora não se subordine, vincula-se a determinado órgão da estrutura da administração direta, estando, assim, sujeita à chamada supervisão ministerial. Para complementar nosso estudo e ajudar vocês as fixarem esses conceitos, guardem o texto dessa assertiva, pois ela está correta. A supervisao ministerial ou controle finalístico é responsável pelo controle que os ministérios realizam sobre os entes da Administraçao Indireta, que a ele não se subordinam (hierarquia), mas de quem recebem orientações e diretrizes. Resposta: Certo. 9) (CESPE - 2013 - MS - Analista Técnico - Administrativo) Considere que o Estado tenha criado uma entidade e a ela tenha 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita transferido, por lei, determinado serviço público. Nesse caso, ocorreu descentralização por meio de delegação. A descentralização ocorre quando o ente político desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. Essa descentralização pode ocorrer por Outorga ou Delegação. O item retrata a descentralização por outorga, quando o Estado transfere, por lei, determinado serviço público. O serviço continua sendo prestado em nome, por conta e risco do Estado. Portanto, o item está incorreto. Gabarito: Errado. 10) (CESPE - 2013 - SEFAZ-ES - Auditor Fiscal da Receita Estadual) Em determinada secretaria de governo, as ações voltadas ao desenvolvimento de planos para capacitação dos servidores eram realizadas de forma esporádica, inexistindo setor específico para tal finalidade. A fim de dar maior concretude a uma política de prestação de serviço público de qualidade naquela secretaria, criou- se um departamento de capacitação dos servidores. Nessa situação hipotética, a criação do referido departamento é considerada. a) desconcentração administrativa. b) centralização administrativa. c) descentralização administrativa. d) medida gerencial interna. e) concentração administrativa. A criação de um departamento, o qual é uma unidade administrativa destituída de personalidade jurídica, configura uma desconcentração administrativa, portanto a alternativa “a” está correta. Gabarito: A 11) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Execução de Mandados) O fato de uma autarquia federal criar, em alguns estados da Federação, representações regionais para 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita aproximar o poder público do cidadão caracteriza o fenômeno da descentralização administrativa. Quando se criam unidades dentro de um mesmo órgão ou entidade, o fenômeno é o de desconcentração. Todavia, quando essas unidades são criadas fora da instituição, será caracterizada uma descentralização. Portanto, a partir da leitura do enunciado da questão, percebe-se se tratar de uma desconcentração administrativa. Gabarito: Errado 12) (CESPE - 2012 - PC-AL - Agente de Polícia) Com relação à organização da Administração Pública, centralização desconcentrada compreende a atribuição administrativa conferida a uma única pessoa jurídica dividida internamente em diversos órgãos públicos, como se faz em relação aos ministérios. Conforme o enunciado da questão, o serviço está atribuído a um órgão de maneira centralizada, porém divide-se em órgãos menores, ocorrendo o fenômeno da desconcentração, para que seja realizado de forma melhor. Gabarito: Certo 13) (CESPE - 2013 - TCE-RS - Oficial de Controle Externo) Considere que o governador do estado do Rio Grande do Sul tenha criado por lei autarquia para a execução de atividades típicas da administração pública. Nessa situação, a referida autarquia será responsável pelos danos que seus agentes causarem a terceiro, por ser objetiva a responsabilidade do ente autárquico. Autarquias possuem responsabilidade civil objetiva, logo devem responder pelos atos de seus agentes. Gabarito: Certo 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.3 Órgãos Órgãos são centros internos de competência administrativa e não possuem personalidade jurídica própria. Eles são integrantes de pessoas jurídicas de direito público (União, INSS, INCRA, PETROBRÁS etc.). Estas últimas sim possuem personalidade jurídica própria. Constatado que o órgão não tem personalidade jurídica, entende- se que um órgão, via de regra, não tem vontade própria e não pode ser sujeito de direitos e obrigações, não podendo celebrar contrato nem formular pedido perante a Justiça em nome próprio. Ele deve atuar em nome da pessoa jurídica de direito público a qual integra, ou seja, se o carro do Ministério da Educação bate em um particular, quem vai atuar perante o Judiciário é a União e não o Ministério da Educação. Professor, se o órgão não tem personalidade jurídica, ele não pode entrar com uma ação na justiça para reaver um direito, é isso? Em regra sim. Por exemplo, a CGU é um órgão vinculado à Presidência da República. Se ela busca promover uma ação para ressarcir um dano que um cidadão causou ao seu patrimônio, ela deve se valer da Advocacia da União e entrar com uma ação na Justiça em nome da União, ou seja, é a União (que tem personalidade jurídica própria) quem vai ser a autora da ação. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Como toda regra tem exceção, os órgãos públicos podem ter representação própria, isto é, seus próprios procuradores e atuarem em juízo em seu próprio nome em situações excepcionais. Conforme leciona José dos Santos Carvalho Filho, para se reconhecer a personalidade judiciária de um órgão público, é preciso que sejam atendidas as seguintes condições: a) ser ele integrante da estrutura superior da pessoa federativa; b) ter a necessidade de proteção de direitos e competências outorgadas pela Constituição; c) não se tratar de direito de natureza meramente patrimonial. 1) A jurisprudência do STF reconhece a ocorrência de situações em que o Poder Legislativo necessite praticar em juízo, em nome próprio, uma série de atos processuais na defesa de sua autonomiae independência frente aos demais Poderes, nada impedindo que assim o faça por meio de um setor pertecente a sua estrutura administrativa, também responsável pela consultoria e assessoramento jurídico de seus demais órgãos (ADI 1.557/DF, STF- Tribunal Pleno, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie, julgamento: 31.03.2004, DJ: 18.06.2004). 2) Para se aferir a legitimação ativa dos órgãos legislativos, é necessário qualificar a pretensão em análise para se concluir se está, ou não, relacionada a interesses e prerrogativas institucionais (REsp 1.164.017/PI, STJ-Primeira Seção, Rel. Min. Castro Meira. DJe: 06.04.2010). 3) Em mandado de segurança, admite-se personalidade judiciária a órgão sem personalidade jurídica própria (RMS 15.877/DF, STJ- Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julg: 18.05.2004, DJ: 21.06.2004). 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Professor, se a pessoa jurídica não tem vontade própria, como é que vamos considerar que a manifestação daquela pessoa que trabalha naquele órgão é a manifestação do Estado? Como vimos, a atuação do órgão, em regra, é imputada à pessoa jurídica a cuja estrutura ele pertence (no exemplo dado, a CGU se vale da personalidade jurídica da União para ir a juízo): relação órgão/pessoa jurídica da qual pertence. Na relação servidor/órgão é basicamente a mesma coisa. Assim, todo aquele servidor que trabalha no órgão pratica atos em nome deste, ou seja, o ato não vai ser de Fulado da Silva, servidor público, mas da CGU. Isso quer dizer que o Brasil adota a teoria do órgão (elaborada na Alemanha) para explicar como se dá a atribuição ao Estado dos atos das pessoas naturais que age em nome deles. Para explicar esse fenômeno (de transposição da vontade e do ato do servidor para a vontade e o ato do Estado), foram criadas 3 teorias: teoria do mandato, teoria da representação e teoria do órgão (ou da imputação). Mas não se esqueça: o BRASIL ADOTA A TEORIA DO ÓRGÃO! Conforme lição de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p. 117-119), podemos definir essas três teorias da seguinte forma: 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Teoria do mandato Teoria da representação Teoria do órgão ou da imputação O agente público (pessoa física) age em nome e sob responsabilidade da pessoa jurídica de direito público porque recebe um mandato (=uma procuração), com poderes específicos para representação. O agente público (pessoa física) “seria uma espécie de tutor ou curador do Estado, que o representaria nos atos que necessitasse praticar” (Alexandrino, 2010, p. 118). Entende-se que a pessoa jurídica de direito público manifesta sua vontade por meio dos órgãos. Estes são a estrutura da própria administração. Se o agente público se manifesta, considera- se que foi o próprio Estado quem se manifestou (= imputação). A teoria do mandato é descabida porque o Estado não tem vontade própria, não há como ele outorgar um mandato. Não se admite que o Estado, que não tem vontade própria e não tem como exteorizá-la, possa assinar um contrato, instrumento esse que depende impreterivelmente da autonomia da vontade. A teoria da representação, por sua vez, é inconcebível, pois o incapaz, exatamente por possuir essa condição, não pode escolher ou conferir poderes a um representante. Além disso, a representação pressupõe duas figuras perfeitamente independentes, com suas vontades, o que, na verdade, não acontece nesse caso, já que a vontade do Estado e a do agente se confundem. Segundo a teoria do órgão, adotada no Brasil, as pessoas físicas foram qualificadas como órgãos das pessoas jurídicas 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita cuja vontade formam e exteriorizam, de tal forma que, quando os agentes que compõem os órgãos públicos manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse, não sendo assim uma vontade de alguém dele distinto, compondo uma relação orgânica.Portanto, a vontade do agente público, manifestada nessa qualidade, e a vontade do Estado se confundem, formam um todo único, e esse “poder” dado à pessoa física decorre de imputação legal. Mas quem cria o órgão? A autoridade superior? A lei? A criação dos órgãos públicos representa um processo de desconcentração da atividade administrativa e, em razão do princípio da legalidade, essa estruturação não pode ser realizada pelo administrador, dependendo de previsão legal. A lei que cria o órgão público também estabelece a sua estrutura organizacional, fixa competências e impõe limites às pessoas físicas. Nos termos do art. 84, VI, “a”, da Constituição Federal: Ou seja, a estruturação e as atribuições dos órgãos poderão ser disciplinadas por meio de decreto do Chefe do Executivo, desde que não haja aumento de despesas nem sua criação ou extinção. Assim, a autoridade não pode criar ou extinguir um órgão. a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O decreto do chefe do Poder Executivo, a partir da Emenda Constitucional no 32, de 2001, na lição de José Levi Mello do Amaral Júnior, é o “único instrumento normativo apto a versar sobre atribuições e estruturação intestinas dos Ministérios e órgãos da administração pública ("intestinas" pois, em razão do princípio da legalidade, não pode haver, in casu, influxo restritivo sobre direitos de particulares). Portanto, as atribuições e a estruturação intestinas dos Ministérios e órgãos da administração pública não mais tocam à lei, devendo ser veiculadas em decreto autônomo – vale repetir, espécie normativa primária – desde que não implique aumento de despesa ou criação ou extinção de órgãos públicos”. Assim, o Presidente da República pode, por exemplo, reestruturar um Ministério e outros órgãos da Administração, desde que não haja aumento de despesa, mas não pode criar ou extinguir um órgão público. Quem faz isso, cria ou extingue órgão na letra fria da Constituição, é a lei. É o Poder Legislativo quem edita a lei que cria ou extingue um órgão. A única participação que o chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador ou Prefeito) tem numa lei que cria ou extingue órgãos do Poder Executivo é enviar o projeto à Câmara ou à Assembléia Legislativa. Nesses casos, só o chefe do Poder Executivo tem a iniciativa de encaminhar o projeto de lei, conforme o art. 61, § 1º, II, “e”, da CF: CUIDADO: Não confunda descentralização e desconcentraçãoadministrativa com descentralização do Estado e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita federativo (descentralização política). As duas primeiras são as que vimos acima, decorrem da subdivisão de atribuições que ocorre na Administração Pública. Já a descentralização do Estado federativo (= descentralização política) é a divisão do Estado em entidades políticas. É o que ocorre no Brasil: a República (Brasil) se dividiu em vários estados federados (RJ, SP, MG, GO, BA etc.). 2.3.1 Classificação dos órgãos Vamos às classificações mais importantes dos órgãos públicos, abordadas por Carvalho Filho: Quanto à pessoa federativa: Conforme a estrutura em que estejam integrados, existe uma divisão dos órgãos em Federal, Estaduais, distritais e Municipais. Quanto à situação estrutural: Nessa classificação diferencia-se aqueles que possuem direção e os subordinados: Diretivos: Possuem comando e direção; Subordinados: Aqueles que estão incubidos de exercer as fnções rotineiras de execução. Quanto à composição: Podem os órgãos serem compostos por um só agente ou por vários, conforme a dispõe Carvalho Filho: Singulares: Compostos de um só agente, exp.: Chefe do Executivo; Coletivos: Integrados por vários agentes: (a) Órgãos de representação Unitária: “A representação volitiva do órgão é representada pela manifestação volitiva do Direitor ou Coordenador”. (b) Órgãos de representação Plúrima: 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita “A exteriorização da vontade do órgão, se tratando de expressar ato inerente à função institucional como um todo, emana da unicidade ou da maioria da vontade dos agentes a compõem, geralmente votação.”. Além dessas classificações, Marinela destaca outros critérios de classificação, todos bem aceitos na doutrina. Adotando-se como critério a sua posição estatal, os órgãos públicos podem ser: 1) Independentes: originados na Constituição e representativos de cada um dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), colocados no ápice da pirâmide governamental, sem subordinação hierárquica ou funcional, apenas se sujeitando ao controle de um Poder sobre o outro. Suas atribuições são exercidas por agentes políticos. Exs: Corporações Legislativas, Chefias do Executivo, Tribunais Judiciários e Juízes Singulares. 2) Autônomos: localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes. Possuem ampla autonomia administrativa, técnica e financeira, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de competência. Exs: Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais, Consultoria-Geral da República, Procuradoria Geral de Justiça, etc. 3) Superiores: detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Nâo gozam de autonomia administrativa e financeira. Exs: Gabinetes, Secretarias-Gerais, Procuradorias 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Administrativas e Judiciais, Coordenadorias, Departamentos e Divisões. 4) Subalternos: todos aqueles que se acham hierarquizados a órgãos mais elevados, com reduzido poder decisório e predominância de atribuições de execução. Exs: seções e serviços (seção de expediente, de pessoal, de material , de portaria, zeladoria). Conforme a sua esfera de atuação, são divididos em: 1) Centrais: exercem atribuições em todo o território nacional, estadual ou municipal. Exs: Ministérios e Secretarias. 2) Locais: atuam sobre uma parte do território. Exs: Delegacias Regionais da Receita, Delegacias de Polícia, etc. Podem ser diferenciados de acordo com a sua estrutura, tendo como critério a possibilidade de ter ou não outros órgãos agregados, órgãos a ele vinculados, funcionando como desdobramentos. 1) Simples (ou unitários): constituídos por um só centro de competência, não tendo outros órgãos agregados à sua estrutura para realizar desconcentradamente a sua função principal. Ex: seção administrativa. 2) Compostos: reúnem outros órgãos vinculados à sua estrutura, menores e com função principal idêntica, gerando uma desconcentração com funções auxiliares diversificadas, exercendo atividade-meio. Exs: hospitais e postos frente à Secretaria de Saúde; escolas frente à Secretaria de Educação. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Não confunda os órgãos quanto à estrutura, simples ou compostos, com os órgãos quanto à atuação funcional. No primeiro caso, o elemento determinante é a presença de órgãos agregados enquanto a segunda classificação diz respeito à composição interna do órgao, no que se refere aos agentes que o compõem, dividindo-se, nesse caso, em: 1) Singulares: possuem um só titular, atuando e decidindo por um único agente, que é o seu chefe e representante. Ex: Presidência da República, Governadoria, Prefeitura e Diretoria de uma escola. 2) Colegiados: atuam e decidem pela expressão de vontade de seus membros e de conformidade com a respectiva regência legal, estatutária ou regimental. Sâo compostos por duas ou mais pessoas. Exs: Conselhos, Tribunais, Assembléias Legislativas, Congresso Nacional, etc. Por fim, os órgãos também podem ser classificados conforme as funções que exercem: 1) Ativos: responsáveis por funções primordiais, apresentando condutas comissivas e expressando decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica. Podem ser subdivididos em: a) Órgãos de direção superior: decidem, ordenam, dirigem e planejam, formando e manifestando a vontade originária do Estado e assumindo responsabilidade jurídica e política das decisões. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita b) Órgãos de execução: sujeitos à subordinação hierárquica; são subalternos, competindo-lhes a manifestação secundária de vontade do Estado. 2) Consultivos: assumem atividade de aconselhamento e elucidação; participam da ação estatal para auxiliar e preparar sua manifestação de vontade, dandoauxílio técnico ou jurídico específico e especializado, como por exemplo na emissão de pareceres. 3) De controle: exercem controle e fiscalização de órgãos ou agentes. Assim, temos as seguintes classificações: José dos Santos Carvalho Filho: Quanto à pessoa federativa: Federal, Estaduais, distritais e Municipais. Quanto à situação estrutural: Diretivos ou Subordinados Quanto à composição: Singulares ou Coletivos (de representação unitária ou representação plúrima). Fernanda Marinela Quanto à posição estatal: Independentes (Poderes do Estado), autônomos (órgãos de cúpula), superiores* (poder de direção nos assuntos de sua competência, mas sujeitos à uma hierarquia e controle superiores) ou subalternos (hierarquia inferior). Coloquei * nos superiores, pois o nome parece mas não é. Ele é superior, mas dentro de sua competência específica. Contudo, ele é subordinado a órgãos maiores do que ele. Quanto à esfera de atuação: centrais (em todo território) ou locais (em parte do território). 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Quanto à sua estrutura: Simples (ou unitários - um só centro de competência) ou compostos (composto de outros órgãos vinculados à sua estrutura). Quanto à atuação funcional: Singulares (um só titular) ou colegiados (decisão pela vontade de seus membros). Quanto às funções que exercem: Ativos (funções primordiais, subdivididos em órgãos de direção superior e órgãos de execução), consultivos (aconselhamento) e de controle. Não deixe de ler esse resuminho antes da prova, pois ultimamente as bancas vêm cobrando muito a classificação dos órgãos! 14) (CESPE – 2014 – ANTAQ) Com relação à administração pública e seus princípios fundamentais, julgue os próximos itens. Os órgãos administrativos são pessoas jurídicas de direito público que compõem tanto a administração pública direta quanto a indireta. Vimos que os orgãos não tem personalidade jurídica, então a questão já começa errada. Gabarito: Errado. 15) (CESPE - 2008 - MPE-RR - Analista de Sistemas) Órgão público pode ser definido como pessoa jurídica de natureza pública, dotada de personalidade jurídica própria e com atribuições para atuar em prol do interesse público. O órgão público não tem personalidade jurídica própria. Logo a questão está errada. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 16) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) Os órgãos da administração pública classificam-se, segundo a função que exercem, em órgãos ativos, órgãos consultivos e órgãos de controle. Pessoal essa classificação foi bem peculiar. O CESPE cobrou o posicionamento de Celso Antônio Bandeira de Mello, quanto às funções que exercem. Dessa forma: a)ativos, são os que expressam decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica; b)controle, são os prepostos a fiscalizar e controlar a atividade outros órgãos ou agentes; c)consultivos, que são os de aconselhamento e elucidação (pareceres) para que sejam tomadas as providências pertinentes pelos órgãos ativos. Gabarito: certo. 17) (CESPE - 2009 - SEJUS-ES - Agente Penitenciário) O Estado constitui a nação politicamente organizada, enquanto a administração pública corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado, conduzindo politicamente os negócios públicos. O Estado é um ente sujeito de direitos, composto pelo povo, território e dotado de soberania. A esse sujeito de direitos dá-se também o nome de nação. A atividade exercida pelo Estado que estabelece os objetivos “políticos” dos negócios públicos é o governo e não a administração pública, que é a atividade (sentido objetivo) que o Estado desenvolve, sob regime público, para a realização dos interesses coletivos, por meio (sentido subjetivo) das pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. Logo, está INCORRETA. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 18) (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Os órgãos públicos não são dotados de personalidade jurídica própria. Órgãos são centros internos de competência administrativa e não possuem personalidade jurídica própria. Eles são integrantes de pessoas jurídicas de direito público. Estas últimas sim possuem personalidade jurídica própria. Logo, está CORRETA. 19) (CESPE - 2013 - CPRM - Analista em Geociências - Direito) Órgão público é uma unidade organizacional sem personalidade jurídica, composta de agentes e de competências. Vejam como o Cespe costuma cobrar esse ponto da matéria. Para você, já é ponto garantido. Órgão público é dotado de competência, porém não possui personalidade jurídica própria, desempenhando suas funções por intermédio do trabalho de seus agentes. Órgaos são produto da desconcentração. Resposta: Certo. 20) (CESPE - 2013 - MS - Analista Técnico - Administrativo) Caso entidade da administração distribua competências, no âmbito de sua própria estrutura, com a finalidade de tornar mais ágil a prestação do serviço, ocorrerá desconcentração. É isso mesmo! Sempre que você pensar em desconcentração, pense que ocorre dentro do próprio ente a distribuição de competências. Resposta: certo. 21) (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) Quando determinada pessoa jurídica de direito público distribui competências internamente, tem-se um exemplo de processo de descentralização. Veja o conceito trabalhado sobre desconcentração: Desconcentração: é a reorganização administrativa interna, dentro de 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita uma pessoa jurídica. Constitui uma redistribuição interna de competências. Pode ocorrer na Administração Direta e na Indireta. Assim o examinador confundiu os conceitos de descentralização com o de desconcentração. Gabarito: Errado. 22) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) Tanto a criação quanto a extinção de órgãos públicos depende da edição de lei específica; contudo, a estruturação e o estabelecimento das atribuições desses órgãos, desde que não impliquem aumento de despesa, podem ser processados por decreto do chefe do Poder Executivo. Vimos a competência do Presidente da República: Nos termos do art. 84, VI, “a”, da Constituição Federal: Gabarito:Certo 23) (CESPE - 2013 - MI - Analista Técnico - Administrativo) Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica. Todas as funções e conceitos ligados à Administração Pública são eminentnemente técnicos e servem como aparelho, como meio para a execuçao das diretrizesestabelecidas pelo governo. Resposta: certo. a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 24) (CESPE - 2013 - MI - Analista Técnico - Administrativo) Em sentido objetivo, a expressão administração pública denota a própria atividade administrativa exercida pelo Estado. No mesmo sentido da questão anterior essa assertiva pode ser raciocionada, lembrando que o sentido objetivo, material ou funcional da administração pública é aquele que faz referência à atividade concreta e imediata que o Estado, que se liga ao atendimento das necessidades públicas pela concecussao dos objetivos traçados pelo governo. Resposta: certo. 25) (CESPE - 2013 - MS - Analista Técnico - Administrativo) A administração é o aparelhamento do Estado preordenado à realização dos seus serviços, com vistas à satisfação das necessidades coletivas. Isso aí. O aparelho do Estado para o atendimento as necessidades pública é a Administração. Para José Afonso da Silva, a “Administração Pública é o conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos preordenados à execução das decisões políticas" Resposta: Certa. 26) (CESPE - 2013 - MS - Engenheiro Eletricista) A organização administrativa é normalmente estabelecida por lei e excepcionalmente por decreto e normas inferiores quando não se exige a criação de cargos nem se aumenta a despesa pública. Vimos esse ponto durante a aula. Relembrando, por força do artigo 84 da CF, as disposições por meio de decreto limitam-se a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. Resposta: Certo. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 27) (CESPE - 2013 - MC - Atividade Técnica de Suporte) Com relação à organização administrativa, julgue os itens subsecutivos. O Poder Executivo não poderá, por ato de sua exclusiva competência, extinguir uma empresa pública. Como vimos, a estruturação e as atribuições dos órgãos poderão ser disciplinadas por meio de decreto do Chefe do Executivo, desde que não haja aumento de despesas nem criação ou extinção de órgão. Lembre-se de que quem faz isso, cria ou extingue órgão, é a lei. Gabarito: Correto. 28) (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as áreas - Conhecimentos Básicos) Um órgão administrativo e seu titular poderão delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados. Um órgão administrativo poderá delegar parte de sua competência a outros órgãos ou titulares, desde que não haja impedimento legal, ainda que não ocorra subordinação hierárquica. Gabarito: Certo 29) (CESPE - 2013 - CPRM - Analista em Geociências - Direito) Órgão público é uma unidade organizacional sem personalidade jurídica, composta de agentes e de competências. O enunciado foi feliz em descrever com exatidão características inerentes aos órgãos públicos, pois não possuem personalidade jurídica própria. Gabarito: Certo 30) (CESPE - 2013 - MPOG - Todos os Cargos) Em regra, o órgão não tem capacidade processual, ou seja, não pode figurar em quaisquer dos polos de uma relação processual. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O enunciado fala que, em regra, os órgãos não possuem capacidade processual, o que está correto, cabendo observar que o Ministério Público figura como exceção à essa regra. Gabarito: Certo. 2.4 Princípios Neste tópico é importante ter em mente que os princípios gerais da Administração são aplicáveis também no estudo da Administração direta e indireta. Contudo, há enfoques específicos desses princípios na estruturação da Administração direta e indireta e há princípios exclusivos no estudo desse ponto do direito administrativo. Vamos à análise. Princípio da legalidade: aqui, esse princípio tem a importante função de dizer que “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação” (redação do art. 37, XIX, da Constituição – CF); Amigos, MUITA ATENÇÃO para esse dispositivo constitucional. Nas provas de concurso, os examinadores gostam de cobrá-lo. Se você realmente quer passar nesse concurso, não se esqueça do seguinte: (a) 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita só “lei específica” cria autarquia; (b) só lei específica “autoriza a instituição” de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação; (c) a “lei complementar” define as áreas de atuação das fundações. Você verá abaixo que a lei não cria empresa pública, sociedade de economia mista e fundação. O ato que cria essas entidades é o registro de seus atos constitutivos (contratos sociais, estatutos sociais etc.) na repartição competente (cartório, junta comercial etc.). Ainda sobre a autorização legislativa, se, por exemplo, o Banco do Brasil quiser criar uma empresa subsidiária (= o Banco do Brasil vai participar da composição societária dessa empresa, mas será outra pessoa jurídica vinculada ao BB) administradora de cartões de crédito, por exemplo, deverá haver uma lei específica autorizando a criação dessa empresa subsidiária. Princípio da especialidade: a entidade da administração indireta possui uma competência específica. Não é possível, por exemplo, o INSS se encarregar de construir estradas. São entidades com personalidade própria, patrimônio próprio, auto-administração e capacidade específica para executar determinado fim do Estado. Princípio do controle ou tutela: a entidade da administração indireta é vinculada ao ente político que a instituiu. O INSS (autarquia), por exemplo, é vinculado ao Ministério da Previdência (órgão da União). É vinculação e não subordinação hierárquica. Isso quer dizer que não pode haver ingerência do órgão instituidor nos serviços da entidade, a menos que haja previsão legal ou caso esteja havendo descumprimento de suas atividades legais. No âmbito federal, o DL 200/67 chama o princípio do controle/tutela de supervisão ministerial. Veja o que diz o Decreto-lei 200/67 sobre o tema: 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br37 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Art. 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de Estado competente, excetuados unicamente os órgãos mencionados no art. 32, que estão submetidos à supervisão direta do Presidente da República. Art. 20. O Ministro de Estado é responsável, perante o Presidente da República, pela supervisão dos órgãos da Administração Federal enquadrados em sua área de competência. Parágrafo único. A supervisão ministerial exercer-se-á através da orientação, coordenação e contrôle das atividades dos órgãos subordinados ou vinculados ao Ministério, nos têrmos desta lei. Além desses princípios, Marinela lembra que o Decreto-Lei nº 200/67, ao definir a organização da Administração Pública Federal, estabeleceu, em seus artigos 6º e seguintes, os princípios básicos, ditos fundamentais, norteadores dessa estrutura e das atividades desenvolvidas por ela, quais sejam: 1) Princípio do planejamento: introduz para a Administração o dever de elaborar planos e programas, visando promover o desenvolvimento econômico-social do país, assegurando aos cidadãos o direito à prosperidade (art. 7º); 2) Princípio da coordenação: visa harmonizar as ações administrativas, mantendo-se nos limites do planejamento, objetivando evitar duplicidade de atuação, soluções divergentes e desperdício de recursos financeiros (arts. 8º e 9º); 3) Princípio da descentralização administrativa: consiste em atribuir à pessoa distinta daquela do Estado poderes suficientes para que, atuando por sua conta e risco, mas sob ordenamento e controle estatal, desempenhe atividade pública ou de utilidade pública (art. 10); 4) Princípio da delegação de competência: subentende a transmissão de poderes decisórios atribuídos originalmente à autoridade superior para a autoridade subordinada, 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita caracterizando-se pelo caráter transitório e facultativo, processando-se segundo o ordenamento jurídico e mediante ato próprio (arts. 11 e 12); 5) Princípio do controle: exige o acompanhamento sistemático da execução dos planos e programas governamentais pelos órgãos e chefias competentes, balizando-se pela observância do ordenamento legal de regência (arts. 13 e 14). Baseia-se especialmente na relação de hierarquia presente na Administração Pública. 31) CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública) Com relação ao direito administrativo, julgue os itens subsequentes. Em virtude do princípio da reserva legal, a criação dos entes integrantes da administração indireta depende de lei específica. Sabe-se que “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação” (redação do art. 37, XIX, da Constituição – CF). Gabarito: Correto 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 3. Entidades da Administração Indireta Agora a coisa começa a ficar animada, meu amigo. Vamos tratar de cada um dos entes descentralizados que compõem a Administração Indireta. A Administração Pública Indireta é formada por entidades que possuem personalidade jurídica própria e são responsáveis pela execução de atividades administrativas que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada. De acordo com o DL 200/1967, a Administração Indireta é composta das seguintes entidades: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Para facilitar o estudo, vamos, primeiramente, nos deter a algumas características que são aplicáveis a todas as entidades da Administração Indireta, indistintamente: 1) Personalidade jurídica própria: podem ser sujeitos de direitos e obrigações, sendo, consequentemente, responsáveis pelos seus atos. 2) Patrimônio próprio (independentemente de sua origem). OBS: é claro que, quando de sua criação, a entidade responsável transfere parte de seu patrimônio que, daí em diante, passa a pertencer a esse novo ente e servirá para viabilizar a prestação de suas atividades, bem como para garantir o cumprimento de suas obrigações, apesar do regime especial a que se submetem esses bens. 3) Capacidade de autoadministração e receita própria: autonomia administrativa, técnica e financeira, cumpridas as previsões legais e protegido o interesse público. OBS: Não importa se a receita é decorrente da Administração Direta, mediante participação no orçamento, ou é resultado de suas próprias atividades, uma vez que, transferida para essa nova pessoa, ela terá liberdade de disposição, desde que obedecidas as regras postas pelo ordenamento jurídico. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 4) Criação depende de previsão legal: Trata-se de lei ordinária que terá como finalidade específica criar autarquias ou autorizar a criação das demais pessoas jurídicas. Assim, a lei não poderá cuidar de vários assuntos e da criação dessas pessoas, além do que cada uma delas terá uma lei própria. No caso da fundação, apesar de autorizada sua criação por lei ordinária, a lei complementar deverá especificar as suas possíveis áreas de atuação, possíveis finalidades. Já vimos, pelo princípio da legalidade, que a lei cria as autarquias e autoriza a criação das demais pessoas jurídicas. Quando a lei cria (caso das autarquias), basta a edição da lei e a pessoa jurídica já estará pronta para existir. Já quando a lei autoriza a criação (caso das fundações submetidas ao regime privado, empresas públicas e sociedades de economia mista), a entidade só passará a existir juridicamente com o registro de seus atos constitutivos no órgão competente (Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas, se tiver natureza civil, ou Junta Comercial, se tiver natureza comercial). Importante lembrar do caso das fundações públicas, que, segundo doutrina e jurisprudência majoritárias, podem se submeter ao regime público (considerada espécie de autarquia, autarquia fundacional, sendo criada por lei) ou ao regime privado (denominada fundação governamental, submetida ao mesmo regime das empresas públicas e sociedades de economia mista, sendo que a lei autoriza sua criação). Convém destacar que, se há dependência de lei para criar, por paralelismo de forma, para extinguir também se exige a previsão legal. 5) Não podem ter fins lucrativos, já que são criadas para a busca do interesse público, inclusive quando exploradoras da atividade econômica. OBS: isso não significa que não possam obter lucro, mas que não podem ser criadas com esse objetivo. 6) Finalidade específica, definida pela lei de criação. A entidade fica vinculada ao fim que a instituiu, em decorrência do princípio da especialidade. Caso descumpra esse escopo, sua atuação será ilegal,não podendo um ato administrativo contrariar o que foi definido por lei. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 7) Não estão subordinadas à Administração Direta, mas estão sujeitas a controle quanto à legalidade (= vinculação) Esse controle poderá ser realizado dentro da própria pessoa jurídica (controle interno) ou por pessoas ou órgãos estranhos à sua estrutura (controle externo. Exs: entidade da Administração Direta que a criou, Tribunal de Contas, Poder Judiciário, cidadão). No que tange ao controle feito pela Administração Direta (supervisão ministerial), pode ser: (a) ordinário – legitimidade, mérito, preventivo ou repressivo, tudo conforme previsão legal; (b) extraordinário – ocorre em circunstâncias excepcionais, graves distorções que independem de lei. Os fins desse mecanismo de controle são: assegurar o cumprimento dos objetivos fixados em seus atos de criação; harmonizar sua atuação com a política e programação do Governo; zelar pela obtenção de eficiência administrativa; zelar pela autonomia administrativa, operacional e financeira. Agora apresentaremos as principais características de cada uma delas. 3.1 Autarquias Segundo José dos Santos Carvalho Filho, pode-se conceituar autarquia como a pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado. As autarquias, como vimos acima, são criadas por lei específica. A lei simplesmente diz: “está criado o INSS”, por exemplo. Normalmente, a lei já informa a qual Ministério estará a autarquia vinculada (supervisão ministerial). Muitas vezes, a lei também informa que a autarquia terá independência administrativa e autonomia financeira. 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita As autarquias exercem atividades administrativas típicas do Estado: INSS (previdência), DETRAN (trânsito), CADE (defesa da concorrência), CVM (bolsa de valores), etc. Vamos citar algumas autarquias, conforme os seus objetivos: a) assistenciais – INCRA; b) previdenciárias – INSS; c) culturais – UFAL, UFBA, além de outras universidades federais; d) profissionais – Conselho de Medicina, de Odontologia, de Administração; e) administrativas (categoria residual) – INMETRO, BACEN, IBAMA; f) de controle- agências reguladoras. Elas têm personalidade jurídica de direito público. Por serem regidas pelo direito público e por prestarem atividades típicas do Estado, as autarquias gozam de PRERROGATIVAS (ou de atributos especiais) assim como a União, os estados-membros e os municípios. E quais prerrogativas seriam essas? Dentre elas, destacamos: os seus atos administrativos gozam da presunção de legitimidade e veracidade (são legais, legítimos e verdadeiros até que se prove o contrário), são autoexecutáveis (podem ser praticados independentemente da presença do Poder Judiciário) e imperativos (coercitivos, obrigatórios); possibilidade de revisão de seus atos seja para invalidá-los, quando ilegais, ou revogá-los, quando inconvenientes, como exercício do princípio da autotutela; os seus bens são inalienáveis (a princípio), imprescritíveis (são insuscetíveis de usucapião) e impenhoráveis (quando uma autarquia perde uma ação na justiça ela vai fazer o pagamento do devido por precatório). A regra da inalienabilidade não é absoluta, já que, se preenchidos os requisitos legais, tais como retirada de sua destinação 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita pública, autorização legislativa, avaliação prévia, demonstração de interesse público e licitação, os bens poderão ser transferidos, conforme regras do art. 17 da Lei nº 8.666/93. { os bens autárquicos, do mesmo modo, não podem ser objeto de usucapião; { Em virtude de decisões judiciais, os débitos não são assegurados por execução sobre bens e também não são exigíveis de imediato, obedecendo ao mecanismo procedimental de precatório (art. 100, CF). Os pagamentos serão realizados conforme ordem cronológica de apresentação dos precatórios, sendo que os encaminhados até primeiro de julho de cada ano devem ser pagos no exercício financeiro seguinte, consoante previsão orçamentária. Os débitos judiciais das autarquias seguirão fila própria dessa pessoa jurídica. gozam de imunidade de impostos (art. 150, VI, “a” e § 2º, da Consitituição). É vedada a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às que delas decorram (imunidade tributária condicionada). Sendo assim, sobre os demais bens e serviços pertencentes/prestados a/por essas pessoas jurídicas que tiverem destinação diversa da definida para sua criação, incidirão normalmente os respectivos impostos. Essa garantia de imunidade só afasta a cobrança de impostos, não impedindo a cobrança dos demais tributos, como as taxas e as contribuições. A competência para julgar ações em que há interesse de autarquia federal é da Justiça Federal (art. 109, I, CF). Além disso, 09555860467 Direito Administrativo p/ TRE-PE ʹ Técnico Administrativo. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 165 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita também será de sua competência o julgamento de mandados de segurança contra atos de autoridade federal, como é o caso dos agentes de autarquias federais (art. 109, VIII, CF). Exceção: foros específicos (causas relativas à falência, acidentes de trabalho, sujeitas à Justiça Eleitoral e do Trabalho); autarquia estadual ou municipal (Justiça Estadual). Na interposição de ação judicial, a autarquia deverá ser representada por procuradores de carreira e não por advogados autônomos. A Súmula nº 644 do STF diz: “Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a apresentação de instrumento de mandato para representá-la em juízo”. Isso porque o vínculo existente entre a Administração Pública e o procurador decorre de lei. A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais. Além disso, as pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas parte. prazos processuais inerentes à Fazenda Pública (prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer). Apesar da previsão do prazo em quádruplo
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