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1 SUMÁRIO 01. Teoria da norma: tempo e lugar do crime ............................................................................ 2 02. Teoria da norma: lei penal no tempo ..................................................................................... 4 03. Teoria da norma: lei penal no espaço .................................................................................... 8 04. Crimes omissivos ......................................................................................................................... 12 05. Tentativa, desistência voluntária e arrependimento eficaz ........................................ 14 06. Arrependimento posterior ....................................................................................................... 16 07. Crime impossível ......................................................................................................................... 17 08. Erro de tipo e erro de proibição ............................................................................................. 18 09. Erro sobre a pessoa, erro sobre a execução e aberratio criminis ............................. 20 10. Excludentes de ilicitude ............................................................................................................ 22 11. Causas excludentes de culpabilidade ................................................................................... 25 12. Teoria da pena .............................................................................................................................. 29 Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso intensivo para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno acompanhe as aulas com a legislação pertinente. Bons estudos, Equipe CEISC. Atualizado em novembro de 2020. 2 ROTEIRO DE ESTUDOS – 1ª FASE OAB INTENSIVO DIREITO PENAL Prof. Arnaldo Quaresma Jr. Prof. Nidal Ahmad 01. Teoria da norma: tempo e lugar do crime Prof. Arnaldo Quaresma @profarnaldoquaresma *Para todos verem: esquema Tempo e lugar do crime Tempo do crime Art. 4º, do Código Penal. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. → Estatuto jurídico aplicável/imputabilidade: Art. 228, da Constituição Federal. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Art. 27, do Código Penal. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Código Penal Parte geral Teoria da norma Teoria do crime Teoria da pena Parte especial Art. 121 e seguites do Código Penal 3 Art. 104, do ECA. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. → Teoria da atividade Considera tempo do crime o momento da atividade, ou seja, da ação ou omissão. Crimes permanentes A consumação se prolonga no tempo. Exemplo: sequestro, extorsão mediante sequestro, tráfico de drogas (ter em depósito ou guardar). Crimes instantâneos Aquele que a consumação se dá em momento único. Lugar do crime Art. 6º, do Código Penal. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado. → Teoria da ubiquidade ou teoria mista Considera-se lugar do crime tanto o lugar da conduta (ação/omissão) quanto o lugar do resultado. Lugar do crime é diferente de competência do juízo. *Para todos verem: esquema UGAR L BIQUIDADE U EMPO T TIVIDADE A 4 02. Teoria da norma: lei penal no tempo Prof. Arnaldo Quaresma @profarnaldoquaresma Lei penal no tempo Art. 5º, XL, da Constituição Federal. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Art. 1º, do Código Penal. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. *Para todos verem: esquema Retroatividade da lei penal mais benéfica → Abolitio criminis Lei que revoga uma infração penal. Art. 2º, do Código Penal. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Princípios Retroatividade da lei penal mais benéfica Abolitio criminis Novatio legis in mellius Irretroatividade da lei penal mais gravosa Lei incriminadora Novatio legis in pejus 5 *Para todos verem: esquema Os efeitos civis não são atingidos. → Novatio legis in mellius Lei mais favorável ao réu. Art. 2º, parágrafo único, do Código Penal. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Súmula 611, do STF. Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. Irretroatividade da lei penal mais gravosa → Lei incriminadora Lei que cria uma nova infração penal. Só pode ser aplicada a fatos que ocorridos após o início da vigência da lei. → Novatio legis in pejus Lei que piora a situação do réu. Efeitos Execução Efeitos penais da sentença condenatória Pena Reincidência 6 *Para todos verem: esquema Situações especiais → Crimes permanentes A consumação se prolonga no tempo. Exemplo: Sequestro, extorsão mediante sequestro, tráfico de drogas (ter em depósito ou guardar). Se, durante a permanência do crime, vem uma lei mais grave, aplica-se a lei mais grave. Súmula 711 do STF. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. → Combinação de leis Quando há aspectos mais favoráveis em uma lei e outros mais favoráveis em outra. Jurisprudência não admite esse fenômeno, pois viola o princípio da separação dos poderes. Nesse caso, deverá ser aplicada somente uma das leis na íntegra. Súmula 501 do STJ. É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. → Leis temporárias e excepcionais Possuem prazo de vigência determinado. Art. 3º, do Código Penal. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Abolitio Criminis •Revogação do tipo penal + supressão da figura criminosa Princípio da continuidade normativo-típica •Revogação do tipo penal + conduta permenece proibida, senod incluída em outro tipo penal 7 *Para todos verem: esquema Ultratividade gravosa Se aplicam aos fatos ocorridos em sua vigência, ainda que em prejuízo ao réu, mesmo já revogadas. Lei temporária Data Lei excepcional Evento 8 03. Teoria da norma: lei penal no espaço Prof. Arnaldo Quaresma @profarnaldoquaresma Lei penal no espaço Possibilidade da aplicação da lei penal brasileira para determinado crime. Princípio da territorialidade Art. 5º, do Código Penal. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como asaeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. É a regra geral. Trata-se de uma territorialidade mitigada. Aplica-se a lei penal brasileira para os crimes cometidos dentro do território nacional. *Para todos verem: esquema Território nacional Real/físico Tudo aquilo que corresponde ao território brasileiro de fato. Por extensão/ flutuante/ jurídico Navios ou aeronaves Pública Esteja a serviço do Brasil em qualquer lugar do mundo. Privado Só serão território brasileiro quando estiverem em área internacional, ou seja, área que não corresponde a nenhum país. 9 Princípio da extraterritorialidade É excepcional. Trata-se da aplicação da lei penal brasileira a crimes cometidos fora do território nacional. → Inciso I: incondicionada Art. 7º, § 1º, do Código Penal. Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Art. 8 do Código Penal. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. *Para todos verem: esquema A pena cumprida no estrangeiro pode computar ou atenuar a pena brasileira. Inciso I Alínea a Vida/liberdade do presidente da República Alínea b Patrimônio/fé pública dos entes da administração pública direta/indireta Alínea c Contra a administração pública praticadas por funcionário público Alínea d Genocídio, desde que o agente seja brasileiro ou domiciliado no Brasil Princípio da defesa e da proteção Princípio da justiça universal 10 → Inciso II: condicionada *Para todos verem: esquema Condições *Para todos verem: esquema Art. 7, § 3º, do Código Penal. A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Inciso II Alínea a Tratado/convenção que o Brasil se obrigou a reprimir Alínea b Crimes praticados por brasileiro Alínea c Princípio da bandeira ou pavilhão a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. Princípio da justiça universal Princípio da personalidade ou nacionalidade ativa 11 Roteiro *Para todos verem: esquema Território brasileiro real/extensão Extraterritorialidade incondicionada Incondicionada condicionada 12 04. Crimes omissivos Prof. Nidal Ahmad @prof.nidal Crimes omissivos *Para todos verem: esquema Crimes omissivos próprios O tipo penal descreve a conduta omissiva. Tipo penal específico descrevendo a conduta omissiva. O agente tem o dever de agir. Qualquer pessoa pode ser alcançada por esse tipo. Exemplo: Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Crimes omissivos impróprios Não há tipo penal específico. O agente tem o dever de agir para impedir o resultado e responde pelo resultado produzido. Art. 13, § 2º, do Código Penal. A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. [...] Conduta Ação Omissão Própria Imprópria 13 Quem tem o dever jurídico de agir *Para todos verem: esquema Lei Garantidor Quem criou o risco 14 05. Tentativa, desistência voluntária e arrependimento eficaz Prof. Nidal Ahmad @prof.nidal Tentativa O agente quer a consumação do delito, mas por algum motivo, não consegue. Art. 14, II, do Código Penal. Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. *Para todos verem: esquema Trata-se de causa de diminuição de pena: 1/3 a 2/3. Quando mais próximo do resultado menor será a redução. Quanto mais distante da consumação, maior será a redução. → Infrações penais que não admitem tentativa *Para todos verem: esquema Início da execução do delito Não consumação por circunstâncias alheias a sua vontade Crime culposo O resultado é involuntário. Crime preterdoloso Dolo na conduta e culpa no resultado. Contravenção penal Decreto-lei 3.688/41. Crimes unissubsistentes Crimes que são praticados mediante uma única ação. 15 Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15, do Código Penal. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. *Para todos verem: esquema Desistência voluntária O sujeito inicia a execução do delito, mas interrompe os atos executórios. Não esgota a sua potencialidade lesiva. Arrependimento eficaz Antes da consumação possui uma postura ativa para impedir o resultado. Esgota a sua potencialidade lesiva. Efeitos Jamais o sujeito responderá por tentativa. Responde pelos atos até então praticados. Se não for eficaz o arrependimento, ou seja, se o resultado não se produzir, o sujeito responderá pelo delito na modalidade consumada. Início da execução do delito Não consumação por vontade própria 16 06. Arrependimento posterior Prof. Nidal Ahmad @prof.nidal Arrependimento posterior Art. 16, do Código Penal. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Incide depois da consumação do delito. É causa de diminuição da pena de 1/3 a 2/3. → Requisitos *Para todos verem: esquema Se reparar o dano depois do recebimento da denúncia ou queixa-crime, não incide o arrependimento posterior, mas incide uma causa atenuante do art. 65, III, “b”, do CP. Em alguns casos, a reparação do dano leva a extinção da punibilidade: Peculato culposo – art. 213, §3º do CP. Estelionato por meio de pagamento de cheque sem fundo: 171, §2º, VI do CP. Crimes praticados sem violência ou grave ameaça. Restituição da coisa ou reparação do dano eu provocou. Até o recebimento da denúncia ou queixa-crime. 17 07. Crime impossível Prof. Nidal Ahmad @prof.nidal Crime impossível Art. 17, do Código Penal. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. → Casos em que será impossível a consumação do delito *Para todos verem: esquema Neste caso, o fato é atípico. Se for relativa, o sujeito vai responder pela tentativa. Crime impossível Ineficácia absoluta do meio Instrumento. Modode execução. Impropriedade absoluta do objeto Coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta do sujeito. 18 08. Erro de tipo e erro de proibição Prof. Nidal Ahmad @prof.nidal Erro de tipo Art. 20, do Código Penal. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Trata-se de erro sobre o elemento constitutivo do tipo, ou seja, sobre as expressões que contam no tipo penal. O sujeito pratica a conduta sem saber que está praticando um crime, sob uma falsa percepção da realidade. → Efeitos * Para todos verem: esquema Erro de proibição Art. 21, do Código Penal. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Nesse caso, o erro recai sobre a ilicitude do fato. O sujeito sabe o que está fazendo, mas falta potencial consciência de que a conduta é ilícita. Erro de tipo vencível/evitável • Casos em que uma pessoa mais cautelosa não erraria. • Exclui o dolo e responde pela culpa, se previsto em lei. Erro de tipo invencível/inevitável • Casos em que qualquer pessoa também erraria. • Exclui o dolo e a culpa e o fato é atípico. 19 → Efeitos * Para todos verem: esquema Evitável • Responde pelo delito. • Terá a pena reduzida de 1/6 a 1/3. Inevitável • Isento de pena. • Causa excludente de culpabilidade. 20 09. Erro sobre a pessoa, erro sobre a execução e aberratio criminis Prof. Nidal Ahmad @prof.nidal Erro sobre a pessoa Art. 20, § 3º, do Código Penal. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. * Para todos verem: esquema Consideram-se as condições ou qualidades da vítima pretendida. Ignora-se as condições da vítima efetivamente atingida. Erro na execução: “aberratio ictus” Art. 73, do Código Penal. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. *esquema Consideram-se as condições ou qualidades da vítima pretendida. Efeitos idênticos ao do art. 20, §3º do Código Penal. Se houver resultado duplo, ou seja, atinge a pessoa pretendida e outra pessoa, incide o concurso formal de crimes. Pretende atingir determinada pessoa Erro na identificação Atinge pessoa diversa Pretende atingir determinada pessoa Erro nos meios de execução Atinge pessoa diversa 21 Resultado diverso do pretendido: “Aberratio criminis” Art. 74, do Código Penal. Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. * Para todos verem: esquema Responde pelo resultado que produziu na modalidade culposa, desde que tenha previsão legal. Se houver resultado duplo, ou seja, atinge a pessoa pretendida e outra pessoa, incide o concurso formal de crimes. Pretende atingir um bem jurídico Erro nos meios de execução Atinge bem jurídico diverso 22 10. Excludentes de ilicitude Prof. Nidal Ahmad @prof.nidal Causas excludentes de ilicitude * Para todos verem: esquema Estado de necessidade Art. 24 do Código Penal. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. CulpávelIlícitoFato típicoCrime Exclusão da ilicitude Art. 23 do CP Estado de necessidade Legítima defesa Estrito cumprimento de um dever legal Exercício regular de um direito 23 * Para todos verem: esquema Comportamento animal: É considerado estado de necessidade quando o animal ataca por instinto. Quando o animal for instigado por alguém para atacar, será considerada legítima defesa. Quem, por sua vontade, provocou a situação de perigo, não poderá alegar estado de necessidade. A conduta tem que ser inevitável para cessar o perigo. Se existir outro modo menos lesivo de evitar o perigo, não poderá alegar estado de necessidade. Critério de proporcionalidade: O bem protegido deve ser de igual ou maior valor que o bem sacrificado. Aquele que tem o dever legal de enfrentar o perigo, não poderá alegar estado de necessidade. Legítima defesa Art. 25, do Código Penal. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. * Para todos verem: esquema Critério de proporcionalidade: Meio necessário e suficiente para fazer cessar a agressão Uso moderado desse meio Fato típico Se salvar de situação de perigo Ação humana Evento da natureza Comportamento animal Fato típico Repelir uma injusta agressão 24 Novidade do Pacote Anticrime: Legítima defesa do Agente de Segurança Pública Observados os requisitos do caput Crime com vítima refém Estrito cumprimento de um dever legal e exercício regular de um direito * Para todos verem: esquema Estrito cumprimento de um dever legal • Agente público • Fato típico • Cumprimento de um dever imposto pela lei Exercício regular de um direito • Cidadão comum • Fato típico • Exercício regular de um direito 25 11. Causas excludentes de culpabilidade Prof. Nidal Ahmad @prof.nidal Causas excludentes de culpabilidade * Para todos verem: esquema Elementos da culpabilidade * Para todos verem: esquema * Para todos verem: esquema Fato típico Ilícito Culpável Crime Imputabilidade Potencial consciência da ilicitude Exigibilidade de conduta diversa Causas excludentes Inimputabilidade Enfermidade mental Embriaguez completa e acidental Falta de potencial consciência da ilicitude Erro de proibição Inexigibilidade de conduta diversa Coação moral irresistível Obediência hierárquica 26 Inimputabilidade → Doença mental Art. 26, do Código Penal. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Critério biopsicológico: Desenvolvimento mental incompleto ou retardado Inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da sua conduta Natureza jurídica da sentença Sentença absolutória imprópria * Para todos verem: esquema Art. 97, do Código Penal. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação(art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. O tempo de duração da medida de segurança será a pena máxima cominada ao delito. Súmula 527 do STJ. O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. → Embriaguez completa e acidental Art. 28, § 1º, do Código Penal. É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, Medida de segurança Internação Tratamento ambulatorial 27 inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Completa: Em decorrência da embriaguez, o sujeito será inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito da conduta. Acidental: caso fortuito ou força maior Natureza jurídica da sentença Sentença absolutória própria. Falta de potencial consciência da ilicitude → Erro de proibição O sujeito supõe que uma conduta é permitida, quando é proibida. Se for inevitável: isento de pena. Se for evitável: responde pelo delito com uma causa de redução da pena. Inexigibilidade de conduta diversa Art. 22, do Código Penal. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 28 * Para todos verem: esquema Coação física irresistível: o coator emprega força física sobre o coagido e retira a sua vontade. O fato é atípico. Coação moral irresistível Figura do coator que, por meio de grave ameaça, faz com que o coagido pratique fato típico e ilícito. Não era exigível que o coagido resistisse. Obediência hierárquica Figura do superior hierárquico que, por meio de uma ordem não manifestamente ilegal, faz com que o subordinado pratique um fato típico e ilícito. O subordinado será isento de pena e somente o superior hierárquico responderá pelo delito. 29 12. Teoria da pena Teoria da pena * Para todos verem: esquemas → Princípio da individualização da pena Art. 5º, XLVI, da Constituição Federal. A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Art. 59 do Código Penal. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; Crimes Contravenções penais Infração penal Sanção penal Pena Medidas de segurança 30 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. * Para todos verem: esquema Pena Art. 32, do Código Penal. As penas são: * Para todos verem: esquema → Privativas de liberdade Caráter principal, estão previstas no próprio tipo penal. * Para todos verem: esquema Inciso I e II Quantidade de pena Critério trifásico Inciso III Regime inicial de cumprimento de pena Fechado, aberto e semi-aberto Inciso IV Substituição da pena privativa de liberdade Penas restritivas de direitos e multa Sursis penal Possibilidade de suspensão condicional da pena Privativas de liberdade Restritivas de direitos Multa Regimes Reclusão Fechado Semi-aberto Aberto Detenção Semi-aberto Aberto 31 → Restritivas de direito Possuem caráter substitutivo. Art. 43, do Código Penal. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; II - perda de bens e valores; III - limitação de fim de semana. IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - interdição temporária de direitos; VI - limitação de fim de semana. → Multa Caráter principal ou substitutivo. Pena definitiva Critério trifásico Art. 68, do Código Penal. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. * Para todos verem: esquema 1. Pena-base Art. 59, do Código Penal. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime [...]. 1. Pena-base 2. Pena intermediária 3. Pena definitiva 32 Súmula 444, do STJ. É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. 2. Pena intermediária Agravantes e atenuantes. Não pode diminuir do mínimo ou aumentar do máximo. Art. 61 e seguintes do Código Penal Súmula 231 do STJ. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. 3. Pena definitiva Aumento e diminuição de pena através de causas majorantes ou minorantes, que estão definidas tanto na parte geral quanto na parte especial do código. *Para todos verem: quadro Substituição de PPL por PRD Sursis Livramento condicional Art. 44 do Código Penal Art. 77 do Código Penal Art. 83 do Código Penal PPL não superior a 4 anos em delito praticado sem violência e grave ameaça ou qualquer pena se o crime for culposo PPL não superior a 2 anos PPL igual ou superior a 2 anos Não reincidente em crime doloso Não reincidente em crime doloso Cumprida + 1/3 da pena se não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes Circunstâncias judiciais favoráveis Circunstâncias judiciais favoráveis Cumprida + 1/2 da pena se reincidente em crime doloso Não seja cabível o art. 44 do Código Penal Cumprida + 2/3 da pena se crime hediondo, prática de 33 tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Reparação do dano, se houver possibilidade Demais requisitos do inciso III. *PPL: pena privativa de liberdade *PRD: pena restritiva de direitos
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