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APOSTILA-COMPLETA-FILOSOFIA-DA-EDUCAÇÃO-3

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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ES 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 O ESTUDO DA FILOSOFIA................................................................................ 4 
2 O QUE É FILOSOFIA? ....................................................................................... 4 
3 ANTIGAS CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA .......................................................... 7 
4 HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA .................................................. 8 
5 O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO ............................................... 10 
6 A EDUCAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE .............................. 12 
7 O LUGAR EFETIVO DA EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES MODERNAS ........ 14 
8 ESTRUTURA E DINÂMICA DO ENSINO NO BRASIL ..................................... 16 
9 OS DONOS DO SABER E O SABER DOS DONOS ........................................ 17 
10 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO. ...................................................................... 19 
11 PRINCIPAIS REPRESENTANTES: JEAN JACQUES ROUSSEAU ................. 25 
12 PENSADORES INFLUENCIADOS PELO PENSAMENTO DE ROUSSEAU.... 26 
13 A EDUCAÇÂO COMO CENTRO FILOSÓFICO ............................................... 28 
14 A EDUCAÇÃO BIZANTINA .............................................................................. 29 
15 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA .............................................................. 31 
16 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA ................................................................................ 32 
17 ESCOLAS MONACAIS ..................................................................................... 33 
18 RENASCIMENTO CAROLÍNGIO ...................................................................... 34 
19 PERFIL DE CARLOS MAGNO ......................................................................... 35 
20 RENASCIMENTO DAS CIDADES: AS ESCOLAS SECULARES ..................... 36 
21 COMO ERA A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA? .............................................. 43 
22 AS UNIVERSIDADES ....................................................................................... 44 
23 A EDUCAÇÃO DAS MULHERES ..................................................................... 45 
24 PAGANISMO E CRISTIANISMO ...................................................................... 46 
 
 
 
25 PATRÍSTICA ..................................................................................................... 48 
26 ESCOLÁSTICA ................................................................................................. 49 
27 AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO ......................... 51 
28 FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO .................................................. 54 
29 ANTIGUIDADE ROMANA: EDUCAÇÃO HEROICO-PATRÍCIA ....................... 55 
30 EDUCAÇÃO COSMOPOLITA .......................................................................... 57 
31 EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO ............................................................................... 62 
32 FILOSOFIA TOMISTA: TOMÁS DE AQUINO ................................................... 63 
33 ANTIGUIDADE ROMANA: A HUMANISTAS .................................................... 66 
34 EXISTENCIALISMO ......................................................................................... 67 
35 ESSENCIALISMO ............................................................................................. 69 
36 A EDUCAÇÃO DIFUSA .................................................................................... 70 
37 QUATRO IMPORTANTES FILÓSOFOS DA EDUCAÇÃO ............................... 72 
38 A CONDUTA HUMANA E A EDUCAÇÃO ........................................................ 76 
39 MORAL CIENTÍFICA E MORAL TRADICIONAL .............................................. 77 
40 MORALIDADE ÉTICA ....................................................................................... 79 
41 UMA NOVA FORMA DE CONHECIMENTO SEGUNDO A FILOSOFIA E SEUS 
PENSADORES ......................................................................................................... 82 
42 O EMPIRISMO DE JOHN LOCKE .................................................................... 84 
43 O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA .............................................................. 85 
44 IDEIAS METAFÍSICAS ..................................................................................... 86 
45 MORAL E POLÍTICA ........................................................................................ 87 
46 IDEIAS PEDAGÓGICAS ................................................................................... 88 
47 DESCARTES E AS CONDIÇÕES DO CONHECIMENTO VERDADEIRO ....... 94 
48 LOCKE: A CONSCIÊNCIA – O EU, A PESSOA, O CIDADÃO E O SUJEITO.. 95 
49 NA EDUCAÇÃO ................................................................................................ 97 
50 O MÉTODO CIENTÍFICO E AS CIÊNCIAS HUMANAS ................................... 99 
 
 
 
51 O PENSAMENTO GREGO: PLATÃO ............................................................. 100 
52 ARISTÓTELES ............................................................................................... 103 
53 O PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO ...................................................... 104 
54 OS SOFISTAS ................................................................................................ 105 
55 TEORIA DOS DOIS MUNDOS DEFENDIDA POR PLATÃO .......................... 106 
56 O PAPEL SOCIAL DO PROFESSOR: UMA CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA 
DA EDUCAÇÃO ...................................................................................................... 108 
57 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ................................................................................. 110 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 O ESTUDO DA FILOSOFIA 
 
 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
 
"A Filosofia contribui para o estudo da Ética e Moral, demanda social 
negligenciada na formação do cidadão brasileiro" - Arthur Meucci. Desde 2006, 
Filosofia é disciplina obrigatória no Ensino Médio brasileiro. Para muitos, perda de 
tempo, pois exige maturidade intelectual que a maioria dos alunos não tem. Mas há 
defensores fervorosos de sua inclusão no currículo, caso do filósofo e psicanalista 
Arthur Meucci. "É a única disciplina da grade escolar que faz a ponte entre o 
português, a sociologia, a história e a matemática, além de contribuir para o estudo 
da Ética e Moral, demanda social negligenciada na formação do cidadão brasileiro", 
destaca. 
 
2 O QUE É FILOSOFIA? 
A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, 
fechado em si mesmo. A filosofia é uma maneira de pensar e é também uma postura 
diante do mundo. 
 
 
5 
 
 
Fonte: www.nacaojuridica.com.br 
 
Antes de mais nada, ela é uma forma de observar a realidade que procura 
pensar os acontecimentos além da sua aparência imediata. Ela pode se voltar para 
qualquer objeto: pode pensar sobre a ciência, seus valores e seus métodos; pode 
pensar sobre a religião, a arte; o seu cotidiano, o próprio homem em sua cultura e 
imagem. A filosofia em síntese não é tão somente uma interpretação do já vivido, 
daquilo que esta você possa estar objetivando, mais também a interpretação das 
aspirações e desejos do que ainda está por vir e do que está para chegar. Para iniciar 
o exercício de filosofa, a primeira coisa a fazer é admitir o que vivemos e vivenciamos 
valores e que é preciso saber quais são eles. Filosofia é inventariar os valores que 
explicam e orientam nossa vida e a vida da sociedade, e que dimensionam as 
finalidades da prática humana. O segundo momento é o momento da crítica que é um 
modo de penetrar dentro desses valores, descobrindo -lhe a sua existência. 
A filosofia e educação estão vinculadasno tempo e no espaço. A pedagogia 
inclui mais elementos do que o pressuposto filosófico da educação, tais como os 
processos socioculturais, a concepção psicológica do educando e a forma do 
processo educacional. Para que possamos compreender ainda mais essa filosofia e 
como ela é parte de uma educação inteiramente possuía pela realidade e construção 
 
6 
 
cultural, segundo o filósofo e educador Demerval Saviani, a reflexão filosófica deve 
possuir as seguintes características: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RADICALIDADE 
Chegar até a raiz dos acontecimentos, isto é, 
aos seus fundamentos; à sua origem, não só 
cronológica, mas no sentido de chegar aos 
valores originais que possibilitaram o fato. A 
reflexão filosófica, portanto, é uma reflexão 
em profundidade. 
 
 
RIGOR 
A filosofia não considera os problemas 
isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatos, 
fatores e valores que estão relacionados entre si. 
A reflexão filosófica contextualiza os problemas 
tanto verticalmente, dentro do desenvolvimento 
histórico, quanto horizontalmente, relacionando-
os a outros aspectos da situação da época. 
 
CONTEXTUALIDADE 
Seguir um método adequado ao objeto 
em estudo, com todo o rigor, colocando 
em questão as respostas mais 
superficiais, comuns à sabedoria popular 
e a algumas generalizações científicas 
apressadas. 
 
 
7 
 
3 ANTIGAS CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA 
Fonte: www.hotfrog.com.br 
 
A história resulta da necessidade de reconstituirmos o passado, relatando os 
acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no tempo, por 
meio da seleção e da construção dos fatos considerados relevantes e que serão 
interpretados a partir de métodos diversos. Os povos tribais, por exemplo, não 
privilegiam os acontecimentos da vida da comunidade, porque, para eles, o passado 
os remete aos “primórdios”, às origens dos tempos sagrados em que os deuses 
realizaram seus feitos extraordinários. Fazer história, nesse caso, é recontar os mitos, 
os acontecimentos sagrados que são “reatualizados” nos rituais, pela imitação dos 
gestos dos deuses. A civilização micênica a.C., quando ainda predominava o 
pensamento mítico: constatamos nesse período a ações humanas. 
 A partir do século VI a.C., a filosofia surgiu na colônia grega da Jônia (atual 
Turquia) como uma maneira reflexiva de pensar o mundo, que rejeita a prevalência 
religiosa do mito e admite a pluralidade de interpretações racionais sobre a realidade. 
Para os gregos, o Universo era dividido em mundo sublunar e supralunar: o primeiro 
é o mundo terreno, temporal, sujeito à mudança, à corrupção e à morte, enquanto o 
supralunar é o mundo perfeito das esferas fixas, constituído pela “quinta essência” e, 
portanto, imóvel e eterno. 
 
8 
 
Apesar da novidade dessa investigação histórica, aberta à mudança, o que 
permaneceu na antiguidade e na Idade Média foi a visão platônica-aristotélica de um 
mundo estático em que se busca o universal, o que não garantia à história o status de 
ciência, sendo vista, portanto, como uma forma menor de retórica destituída de rigor 
e na qual, segundo alguns historiadores, eram feitas concessões demais à imaginação 
no relato dos fatos. Cabe a cada homem exercitar o seu “ser filósofo”, pôr-se em busca 
de uma apreensão significativa da cultura, de uma crítica leitura da realidade e de uma 
ação engajada no mundo. 
A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de 
perguntas ou questões: 
 
 Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que 
fazemos? 
 O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando 
falamos, o que queremos fazer quando agimos? 
 Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que 
fazemos? 
 
4 HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA 
 
www.slideplayer.com.br 
 
9 
 
As imagens, assim como quadros, retratam a bem a fundamentação e 
característica história dentro de uma perspectiva transcendente da época, seja antiga 
ou moderna. Somente a partir da modernidade, com as mudanças que começaram a 
ocorrer no século XVII, o estudo da história tomou nova configuração, consolidada no 
Iluminismo do século XVIII. A história cíclica foi então substituída pela descrição linear 
dos fatos no tempo, segundo as relações de causa e efeito, então os historiadores 
não mais se orientavam pelo passado como modelo a seguir, mas desenvolveram a 
noção de processo, de progresso, investigando o que entendiam por 
“aperfeiçoamento da humanidade”. 
 
A pintura barroca na Itália Características: 
 
 
 Disposição de elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em 
diagonal; 
 Contraste de claro-escuro nas cenas, o que intensifica a expressão dos 
sentimentos; 
 Realismo, retratando não só a vida na burguesia, mas a vida do povo simples. 
 
A história da educação é um dos meios mais eficazes para cultivar um saudável 
ceticismo que evita a “agitação” e promove a “consciência” crítica. História que nasce 
nos problemas do presente e que surge pontos de vista ancorados num estudo 
rigoroso do passado. Uma das funções principais do historiador da educação é 
compreender esta lógica de “múltiplas identidades”, por meio da qual se definem 
memórias e tradições, pertenças e filiações, crenças e solidariedades. 
As palavras do cineasta Manuel de Oliveira na apresentação do seu último filme 
merecem ser recordadas: “O presente não existe sem o passado, e estamos a fabricar 
o passado todos os dias. Ele é um elemento de nossa memória, é graças a ele que 
sabemos quem fomos e como somos”. Com base nessas duas funções da história da 
educação devem exercer fecunda influência na política educacional, sobretudo nas 
situações críticas em que são gestadas as reformas educativas, depois transformadas 
em leis, a fim de que se possa defender a implantação de uma educação pública 
democrática e de qualidade. 
 
10 
 
5 O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO 
Com o pensamento de Marx (1818-1883) estamos diante do processo de 
desmascaramento da política liberal. O liberalismo, com a sua ênfase no homem como 
indivíduo que busca a satisfação de suas necessidades, subjugando a natureza, 
obtendo riquezas e bem-estar crescentes. 
 
 
Fonte: www.aulasdeyoruba.blogspot.com.br 
 
Nessa concepção o pressuposto subjacente é a de que a propriedade privada 
é um direito natural, socialmente útil e moralmente legítimo, uma vez que estimula o 
trabalho concorrencial e competitivo, combatendo o vício da preguiça e estimulando o 
crescimento social. Contudo, Marx parte de outro pressuposto. O homem é 
essencialmente ser histórico e social, marcado pela produção de sua existência em 
sociedade. Marx e Engels escrevem: "nós conhecemos somente uma única ciência: 
a ciência da história". 
 Para Marx, o nosso jeito de ser e pensar é determinado pelas relações sociais 
de produção. Isso significa o termo materialismo. Nele, a consciência humana é 
determinada a pensar as ideias oriundas das condições materiais. Materialismo se 
opõe a idealismo. No caso, Marx se opõe ao idealismo de Hegel, que considera que 
 
11 
 
são as ideias que movem o mundo. Para Marx. Hegel é pensador utópico, que 
interpreta o mundo de cabeça para baixo: é ideológico. Para Hegel, as instituições 
existentes derivam de necessidades racionais, legitimando uma certa ordem como 
imutável. Assim, Hegel, na concepção de Marx, transforma em verdades filosóficas 
dados que são puros fatos históricos e empíricos. Exemplificando, seria o mesmo que 
dizer que a constituição cria o povo, ou a religião cria o homem. É um pensamento 
essencialista, a-histórico, que fica nas frases e não mergulha no mundo real do qual 
as frases são um reflexo. 
Marx une a teoria à prática. Busca perceber as relações existentes entre ideias 
e fatos. Percebe que a prática, os conflitos, a luta entre os homens / classes é que 
gera as ideias e não o contrário.Estamos diante de fatos produzidos e não diante de 
leis a priori, eternas. Fazer essa inversão é ideologia, criticada por Marx. Para Marx, 
somos decorrência das práxis, da ação, dos conflitos históricos. O materialismo é 
histórico, pois a sociedade e política não são de instituição divina nem naturalmente 
dadas. Ao contrário, nascem e dependem da ação concreta dos seres humanos 
situados no tempo, fazendo história. 
O materialismo histórico pretende-se explicativo da história das sociedades 
humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente 
econômicos e técnicos. "No caso do estado moderno, as ideias de estado de natureza, 
direito natural, contrato social e direito civil fundam o poder político na vontade dos 
proprietários dos meios de produção, que se apresentam como indivíduos livres e 
iguais que transferem seus direitos naturais ao poder político, instituindo a autoridade 
do estado e das leis" (CHAUÍ, M. Convite à filosofia, 2003, p.386). A sociedade é 
comparada a um edifício no qual as fundações, a infraestrutura, seriam representadas 
pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria 
as ideias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc.). A base da 
sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma 
superestrutura, um estado e as ideias econômicas, sociais, políticas, morais, 
filosóficas e artísticas. 
Para Marx, as relações sociais são inteiramente interligadas às forças 
produtivas, econômicas, sendo estas as determinantes. Adquirindo novas forças 
produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, bem como modificam a 
maneira de ganhar a vida, modificando todas as relações sociais. Na medida em que 
 
12 
 
mudam os modos de produção, a consciência dos seres humanos também se 
transforma. Por isso, ao contrário do que muitos afirmam, não são as ideias humanas 
que movem a história, mas as condições históricas que produzem as ideias em cada 
época. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, 
política e espiritual. Mas uma vez, dizemos, portanto: "não é a consciência do homem 
que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua 
consciência". 
Assim, diz Meier (2009) em seu artigo “Karl Marx e a crítica à consciência 
moderna”, que Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça 
social, onde a riqueza é resultante de um processo de exploração sobre o trabalhador. 
O capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, considerando que o operário produz 
para o seu patrão, produz riqueza e colhe pobreza. O capitalismo se apresenta 
necessariamente como um regime econômico de exploração e degradação da vida, 
sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema. 
Considerando que o fruto do trabalho não pertence ao trabalhador, e este 
permanece preso ao patrão, ocorre então o fenômeno da alienação, do trabalho 
alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio 
ao sujeito criador. Dessa forma, o operário se nega (é negado) no objeto criado. É o 
processo de objetificação, coisificação ou reificação. Por isso, o trabalho que é 
alienado permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho 
seja apropriado integralmente pelo trabalhador. Havendo essa apropriação do valor 
incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor, promove-se a 
negação da negação. Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a 
desalienação, a libertação. 
 
6 A EDUCAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE 
Durante muito tempo se pensou que a educação formal, ou escolarização, seria 
um instrumento fundamental para o desenvolvimento social, cultural e econômico de 
um país. As grandes polêmicas do passado sobre escola pública ou privada, ensino 
leigo ou religioso, educação técnica ou humanística, partiam do suposto de que o que 
se estava decidindo era o próprio futuro do país. 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
Esta visão otimista do papel da educação coincidiu com os anos de grande 
expansão e modernização da sociedade brasileira, pela formação de grandes centros 
urbanos, o desenvolvimento da indústria e dos serviços e a expansão do setor público. 
Neste quadro de expansão e crescimento, ir à escola e obter as qualificações formais 
equivalia a adquirir o direito de acesso às novas oportunidades. 
Esta visão otimista da educação formal é hoje muito discutida, e existem muitos 
que acham que, na realidade, as escolas trazem muito mais malefícios do que 
benefícios à sociedade. Os críticos da educação formal se utilizam, principalmente, 
dos seguintes argumentos: 
 O ensino formal discrimina contra as pessoas de origem social mais humilde, e 
não permite, de fato, nenhuma mobilidade social. As pessoas mais pobres têm 
mais dificuldade de ir à escola e aprender os conteúdos dos cursos, que são 
vasados em linguagem e cultura das classes mais favorecidas. Ao final dos 
estudos, os filhos de classes sociais mais favorecidas continuam nas melhores 
posições, e os das classes menos favorecidas, nas piores. 
 Muito pouco do que é ensinado nas escolas realmente serve para alguma 
coisa. A maioria dos conteúdos transmitidos, em todos os níveis, são 
conhecimentos fragmentados e estéreis, sem ligação com a vida real das 
 
14 
 
crianças e dos adultos. O processo educacional, ao invés de ser formativo, se 
transforma na maioria das vezes em um ritual burocrático de memorização e 
repetição de informações inúteis, que penaliza as pessoas mais criativas e não 
conformistas. 
 A imposição de conteúdos homogêneos a todo o sistema de ensino, 
principalmente no ensino da língua, leva à destruição da variedade linguística 
e cultural do país, intensificando a hierarquia e a discriminação entre campo e 
cidade, ricos e pobres, centro e periferia. 
 Dada a pouca relevância e pertinência dos conteúdos transmitidos nas escolas, 
as exigências de diplomas para o trabalho profissional só servem para garantir 
os privilégios dos diplomados contra os demais, sob o manto da busca da 
competência e da qualificação. 
 
O surgimento da visão pessimista da educação formal coincide com o 
esgotamento do processo de expansão e modernização acelerados da sociedade 
brasileira. Ao final da década de 80, o Brasil é um país predominantemente urbano, a 
industrialização pela substituição fácil de importações já chegou a seus limites, as 
burocracias governamentais incharam tanto quanto podiam, e os empregos de classe 
média já não se expandem de forma a absorver o número crescente de pessoas que 
saem das escolas. 
 
7 O LUGAR EFETIVO DA EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES MODERNAS 
Os adeptos mais fervorosos da visão pessimista da educação chegam ao 
extremo de propor o fim da escola formal, e sua substituição por uma grande 
variedade de mecanismos informais, espontâneos e não hierárquicos de transmissão 
de conhecimentos e desenvolvimento da criatividade e competência. 
 
15 
 
Fonte: www.educacaonabocadopovo.blogspot.com.br 
 
No entanto, da mesma forma que a Escola formal não pode, sozinha, promover 
o progresso social e eliminar as desigualdades, sua eliminação tampouco poderia 
produzir estes efeitos, e o mais provável é que aumentasse, ainda mais, os problemas 
com que hoje nos defrontamos. 
A realidade é que o Brasil de hoje precisa, mais do que nunca, de um sistema 
educacional moderno, adequado, que possa preparar nossa população para um 
mundo onde o manejo adequado da língua falada e escrita, do raciocínio formal e 
abstrato e da informação são cada vez mais importantes. 
Mas esta necessidade, para se transformar em realidade, não pode ser atingida 
com a ingenuidade dos que achavam, trinta ou quarenta anos atrás, que educar era, 
simplesmente, construir escolas. 
 
 
 
 
Apesar de nunca termos atingido o nívelde 
investimentos em educação de outros países mais 
adiantados, e de nunca termos dado à educação a 
prioridade que ela recebe em outros tempos e 
lugares, o fato é que já acumulamos um volume 
suficientemente de problemas, equívocos e 
dificuldades que não recomenda a pura e simples 
injeção de mais dinheiro em nosso sistema 
educacional, sem, ao mesmo tempo, examinarmos 
em profundidade seus problemas, e tratarmos de 
procurar suas soluções. 
 (SIMON, 1987) 
 
16 
 
8 ESTRUTURA E DINÂMICA DO ENSINO NO BRASIL 
 
Fonte: letrasmt.blogspot.com.br 
 
 O ensino primário está praticamente estacionado em seu crescimento. Ele 
atende pouco mais de 80% da população, principalmente nos centros urbanos 
de centro-sul; a qualidade tende a ser baixa. 
 O ensino secundário tem crescido mais, mas atende a uma parcela pequena 
da população, não proporciona formação profissional, dado o fracasso da lei 
7044 de 1970; as melhores escolas são as particulares, e são as que 
selecionam para o vestibular. 
 Existe ainda um pequeno ensino técnico de qualidade, englobando os sistemas 
SESI-SENAI e algumas escolas técnicas e agrícolas. 
 Todo o ensino brasileiro está marcado por grandes discriminações sociais. A 
pré-escola, e principalmente o ensino superior, são quase privativos dos grupos 
de renda mais alta; os que ganham até um salário mínimo dificilmente terminam 
o primeiro grau; os de 2 a 5, dificilmente chegam ao segundo. 
 O ensino superior é altamente estratificado, com divisões entre: 
 Pós graduação e graduação 
 Centro sul e Nordeste 
 Profissões tradicionais e novas profissões setor público e setor privado. 
 
 
17 
 
9 OS DONOS DO SABER E O SABER DOS DONOS 
 
Fonte: www.overmundo.com.br 
 
Nenhum profissional pode considerar-se capacitado no momento em que 
recebe o diploma de graduação, pois ele nada mais é do que uma “chave” com a qual 
abrirá novas portas em busca de novos desafios, assim refletir acerca do 
conhecimento e da utilização do mesmo torna-se essencial no processo de formação 
do profissional das diferentes áreas. Todo aquele que quer ensinar-aprender, deve 
estar de posse da arte de manter-se firme em suas convicções sem ser dogmático, e 
respeitoso das convicções alheias sem ser subserviente. O conhecimento traz à luz 
da realidade e a partir dele é que a mesma pode ser transformada. Do ponto de vista 
da Filosofia o conhecimento que se pode ter do mundo humano pode oferecer bases 
mais sólidas nas interações sociais que produzem, mantêm ou transformam a 
sociedade. 
O estudante só apreende na medida em que aquilo que é ensinado é 
significativo para esse estudante, é compreendido como capaz de satisfazer suas 
necessidades. Dessa forma, passa-se a entender que todos os programas de ensino 
devem ter as necessidades dos alunos, no contexto do mundo em que vivem como 
ponto de partida para que sejam alcançados os objetivos educacionais mais amplos. 
Por um lado, na concepção da educação, o estudante passa a ser visto como 
o centro e o sujeito do processo educativo; por outro lado, os métodos ativos de 
aprendizagem passam a ser cada vez mais considerados como os mais adequados 
 
18 
 
para a eficiência do processo educativo. A filosofia, em contrapartida às demais áreas 
científicas, preocupadas com o entendimento adequado de algo a elas externo, 
debruça-se sobre si mesma, a fim de expor o procedimento do pensar enquanto tal. 
Ela legitima sua importância para a educação pela prática de um procedimento 
autocrítico. 
A educação está fundada em vertentes pedagógicas que divergem quanto a 
sua concepção de ser humano, que refletem claramente na prática educativa, já que 
convergem para um ideal de educação em função de metas e fins. Por isso, é que nos 
deparamos com o momento atual da educação em que sentimos a necessidade de 
unir as formas de pensamento que já vigoraram, buscando horizontes e novas 
perspectivas. 
A ênfase da pós-modernidade deve estar na sensibilidade, na flexibilidade e na 
cultura da imagem. A educação deve cumprir os compromissos que lhe são dados 
pelo seu tempo, fazendo o conhecimento ser vivenciado. A escola e os próprios alunos 
também exigem que ele atenda a outras necessidades que não a de educar. Há um 
certo esquecimento da formação do sujeito e o que é ensinado na escola afastou-se 
da vida dos alunos. Sem esta proximidade extremamente necessária, os alunos estão 
se afastando das escolas, o que implica numa série de problemas de ordem social, 
como a marginalização e a proliferação da violência. Por tudo isso, é que se faz 
necessária a reformulação da prática educativa. Faz-se necessário retomar velhos 
preceitos, aprender com antigas teorias, remodelar as novas e assim enfrentar os 
desafios da pós-modernidade, onde não podemos nos prender a nada, mas sim 
utilizar de nossa liberdade para formarmos nossa própria ação. 
 
 
19 
 
10 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO. 
 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
O que é socialização afinal? A socialização pressupõe a interação social, a 
capacidade de integrar-se a um grupo, assimilando padrões sociais. O que interfere 
na maneira como o sujeito percebe o mundo, o outro e a si mesmo. O processo de 
interação, a socialização, inicia-se no nascimento do sujeito e só se encerra com a 
morte, fazendo uso da linguagem para interagir e integrar os indivíduos. O ato de 
educar acontece no processo histórico/filosófico de cada grupo social no qual são 
repassadas as tradições, mas também, os valores e normas no sentido de contribuir 
com a personalidade do jovem estudante. Notadamente, educar vai além de 
transmissão de conhecimentos. É a forma de fornecer a alguém os cuidados 
necessários ao pleno desenvolvimento físico, intelectual e moral. É promover o 
processo de formação do outro como ser humano integral. 
Destacamos que a educação escolarizada não é o único espaço na sociedade 
que promove processos educativos e que orienta a vivência dos estudantes. Ao 
contrário, o estudante quando chega à universidade traz experiências e concepções 
construídas na família e na comunidade e em outros espaços. Tais experiências e 
concepções construídas, muitas vezes, entram em choque com os valores e normas 
 
20 
 
estabelecidas pela educação escolarizada. O debate sobre papel de ser educador e 
como este necessita pensar sobre a realidade em que estamos inseridos é fundante 
para que nossos estudantes compreendam que vamos precisar de pessoas éticas e 
responsáveis para construir outra nação. Daí a necessidade de professores/as e 
estudantes discutirem no mundo contemporâneo as suas práticas e lutarem 
decididamente por relações em que todos e todas se sintam sujeitos históricos. 
 
 
Questão 01 
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é 
culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu 
entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa 
menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta 
de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem 
coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A 
preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, 
depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, 
no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. 
Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado). 
Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão 
do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por 
Kant, representa: 
 
a) A reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da 
maioridade. 
b) O exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades 
eternas. 
c) A imposição de verdades matemáticas, comcaráter objetivo, de forma 
heterônoma. 
d) A compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de 
entendimento. 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
21 
 
e) A emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria 
razão. 
 
Questão 2 
Texto I 
O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da 
agressividade através da violência. Isso se desdobra de maneira evidente na 
criminalidade, que está presente em todos os redutos — seja nas áreas abandonadas 
pelo poder público, seja na política ou no futebol. O brasileiro não 
é mais violento do que outros povos, mas a fragilidade do exercício e do 
reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado em vários territórios do país se 
impõem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violência fincam suas 
raízes. Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição 
2099, 3 fev. 2010. 
Texto II 
Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do 
indivíduo, sem um controle muito específico de seu comportamento. Nenhum controle 
desse tipo é possível sem que as pessoas anteponham limitações umas às outras, e 
todas as limitações são convertidas, na pessoa a quem são impostas, em medo de 
um ou outro tipo. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. 
Considerando-se a dinâmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o 
argumento do Texto I acerca da violência e agressividade na sociedade brasileira 
expressa a: 
 
a) Incompatibilidade entre os modos democráticos de convívio social e a presença 
de aparatos de controle policial. 
b) Manutenção de práticas repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a 
forma de leis e atos administrativos. 
c) Inabilidade das forças militares em conter a violência decorrente das ondas 
migratórias nas grandes cidades brasileiras. 
d) Dificuldade histórica da sociedade brasileira em institucionalizar formas de 
controle social compatíveis com valores democráticos. 
 
22 
 
e) Incapacidade das instituições político legislativas em formular mecanismos de 
controle social específicos à realidade social brasileira. 
 
Questão 3 
Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a 
acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos 
trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito 
de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. KING Jr., M. L. Eu 
tenho um sonho, 28 ago. 1963 (adaptado). O cenário vivenciado pela população 
negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950, conduziu à mobilização social. 
Nessa época, surgiram reivindicações que tinham como expoente Martin Luther King 
e objetivavam: 
 
a) A conquista de direitos civis para a população negra. 
b) O apoio aos atos violentos patrocinados pelos negros em espaço urbano. 
c) A supremacia das instituições religiosas em meio à comunidade negra sulista. 
d) A incorporação dos negros no mercado de trabalho. 
e) A aceitação da cultura negra como representante do modo de vida americano. 
 
Questão 4 
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade 
política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é 
independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis 
permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais 
liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito 
das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). A característica de 
democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito: 
 
a) Ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si 
mesmo. 
b) Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. 
c) À possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da 
submissão às leis. 
 
23 
 
d) Ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente 
das consequências. 
e) Ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores 
pessoais. 
 
Questão 5 
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de 
conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer 
uma relação entre objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em 
detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das ideias formava-
se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: 
Odysseus, 2012. O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto 
essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C. 346 a.C.). De acordo com o texto, 
como Platão se situa diante dessa relação? 
 
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. 
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. 
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são 
inseparáveis. 
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. 
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. 
 
Questão 6 
Texto I 
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, 
existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se 
dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens 
formam-se a partir do ar por filtragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em 
água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando 
condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da 
filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). 
 
 
 
24 
 
Texto II 
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, 
está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos 
apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, 
para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam 
os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de 
quererem ancorar o mundo numa teia de aranha. ” GILSON, E.: BOEHNER, P. História 
da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos 
históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma 
explicação racional. 
As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em 
comum na sua fundamentação teorias que: 
 
a) Eram baseadas nas ciências da natureza. 
b) Refutavam as teorias de filósofos da religião. 
c) Tinham origem nos mitos das civilizações antigas. 
d) Postulavam um princípio originário para o mundo. 
e) Defendiam que deus é o princípio de todas as coisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
11 PRINCIPAIS REPRESENTANTES: JEAN JACQUES ROUSSEAU 
 
Fonte: www.oespiritualismoocidental.blogspot.com.br 
 
Na história das ideias, o nome do suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) 
se liga inevitavelmente à Revolução Francesa. Dos três lemas dos revolucionários - 
liberdade, igualdade e fraternidade -, apenas o último não foi objeto de exame 
profundo na obra do filósofo, e os mais apaixonados líderes da revolta contra o regime 
monárquico francês, o admiravam com devoção. 
O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau, pelo qual ela é definida 
até os dias atuais, é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à 
influência corruptora da sociedade. Um dos sintomas das falhas da civilização em 
atingir o bem comum, segundo o pensador, é a desigualdade, que pode ser de dois 
tipos: a que se deve às características individuais de cada ser humano e aquela 
causada por circunstâncias sociais. 
Entre essas causas, Rousseau inclui desde o surgimento do ciúme nas 
relações amorosas até a institucionalização da propriedade privada como pilar do 
funcionamento econômico. Oprimeiro tipo de desigualdade, para o filósofo, 
é natural; o segundo deve ser combatido. A desigualdade nociva teria suprimido 
gradativamente a liberdade dos indivíduos e em seu lugar restaram artifícios como o 
culto das aparências e as regras de polidez. Ao renunciar à liberdade, o homem, nas 
palavras de Rousseau, abre mão da própria qualidade que o define como humano. 
 
26 
 
Ele não está apenas impedido de agir, mas privado do instrumento essencial 
para a realização do espírito. Para recobrar a liberdade perdida nos descaminhos 
tomados pela sociedade, o filósofo preconiza um mergulho interior por parte do 
indivíduo rumo ao autoconhecimento. Mas isso não se dá por meio da razão, e sim da 
emoção, e traduz-se numa entrega sensorial à natureza. 
Até aqui o pensamento de Rousseau pode ser tomado como uma doutrina 
individualista ou uma denúncia da falência da civilização, mas não é bem isso. O mito 
criado pelo filósofo em torno da figura do bom selvagem - o ser humano em seu estado 
natural, não contaminado por constrangimentos sociais - deve ser entendido como 
uma idealização teórica. Além disso, a obra de Rousseau não pretende negar os 
ganhos da civilização, mas sugerir caminhos para reconduzir a espécie humana à 
felicidade. 
Não basta a via individual. Como a vida em sociedade é inevitável, a melhor 
maneira de garantir o máximo possível de liberdade para cada um é a democracia, 
concebida como um regime em que todos se submetem à lei, porque ela foi elaborada 
de acordo com a vontade geral. Não foi por acaso que Rousseau escolheu publicar 
simultaneamente, em 1762, suas duas obras principais, Do Contrato Social - em que 
expõe sua concepção de ordem política - e Emílio - minucioso tratado sobre educação, 
no qual prescreve o passo-a-passo da formação de um jovem fictício, do nascimento 
aos 25 anos. 
 
12 PENSADORES INFLUENCIADOS PELO PENSAMENTO DE ROUSSEAU 
 
Fonte:www.pensador.com 
 
27 
 
Johann Friedrich Herbart: 
Nasceu em Oldenburgo, Alemanha, em maio de 1776, vindo a falecer em 
agosto de 1841. Filho de um brilhante advogado e mãe inteligente com forte gosto 
literário a qual sempre o acompanhou em seus estudos. Seu pai enviou-o Iena com o 
objetivo de prepará-lo para a profissão de advogado, no entanto Herbart não 
apresentava nenhuma inclinação para o Direito. Tornou-se filósofo, psicólogo e teórico 
da educação a partir de sua experiência como preceptor particular dos três filhos do 
governador de Interlaken, na Suíça e também sob a influência de “Schiller, que nesta 
época, estava escrevendo suas Cartas sobre a Educação Estética do Homem”. (EBY, 
1978, p.409) 
Foi educando seus três alunos que Herbart confrontou-se com situações 
práticas de ensino, daí surgindo toda a sua contribuição para a pedagogia como 
ciência, dando rigor e cientificidade ao seu método; sendo o primeiro também a 
elaborar uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação, foi o precursor 
de uma psicologia experimental aplicada pedagogia. Por isso acabou sendo 
considerado o “Pai da Psicologia Moderna” e “Pai da moderna ciência da educação”. 
 
Friedrich Froebel: 
Natural de Oberweibach na Alemanha, filho de um pastor protestante, ficou 
órfão de mãe em tenra idade e foi criado com certa aspereza pela sua madrasta, dos 
10 aos 14 anos foi morar com seu tio materno, também pastor, anos que considerou 
feliz. Resultado de seu temperamento introspectivo passou a observar e interpretar as 
atividades das crianças, despertando nele um grande interesse pelas experiências de 
natureza infantil. Após várias tentativas em encontrar uma profissão de acordo com 
sua vocação, acabou por descobrir na atividade educativa uma sua aptidão que 
correspondia aos seus anseios. Sua vida acadêmica iniciou-se com a escola primária, 
depois entrou para a Universidade de Iena, onde revelou grande aptidão para a 
matemática, ciências naturais, agricultura e arquitetura. Tornou-se em seguida, 
professor da escola de Grüner, discípulo de Pestalozzi a quem visitou em Yverdun. 
Para Froebel, a unidade social era sempre um princípio de unidade universal, 
inclusive cósmica. Esse propósito de naturalização de um sentimento de amor pelo 
universo criado por Deus e transferido para a sociedade deveria ser compreendido e 
defendido pela educação. A identificação da educação com o desenvolvimento, a 
 
28 
 
subordinação da ação educativa atividade interessada da criança, a utilização do jogo 
e do trabalho manual como instrumentos da aprendizagem, são caracteres do sistema 
froebeliano que o tornam precursor das teorias educacionais contemporâneas. 
Todavia, a pedagogia científica rejeita o método das formas geométricas de Froebel, 
por abstrato e artificial. 
 
13 A EDUCAÇÂO COMO CENTRO FILOSÓFICO 
A Educação na Idade Média é marcada predominantemente pela filosofia 
religiosa e heranças culturais Greco-romanas, Germânicas, Bizantinas e Islâmicas 
adaptadas ao Cristianismo. Restringia-se à preservação dos princípios religiosos em 
que a razão se encontrava a serviço da fé. Sua finalidade era a salvação da alma e a 
vida eterna. 
 
Fonte: www.slideplayer.com.br 
 
A Educação na Idade Média é marcada predominantemente pela filosofia 
religiosa e heranças culturais Greco-romanas, Germânicas, Bizantinas e Islâmicas 
 
29 
 
adaptadas ao Cristianismo. Restringia-se à preservação dos princípios religiosos em 
que a razão se encontrava a serviço da fé. Sua finalidade era a salvação da alma e a 
vida eterna. 
A Idade Média compreendeu um período de mil anos, desde a queda do Império 
Romano (476) até a tomada de Constantinopla (atual Istambul) pelos turcos (1453). 
Esse período sofreu diversas transformações econômicas, sociais e culturais; porém 
a educação permaneceu praticamente estática, sem grandes alterações e progressos. 
Com a decadência do antigo Império Romano do Ocidente provocada pela 
fragmentação em inúmeros reinos bárbaros de diversas origens no início do século V, 
o Império Bizantino ou Romano do Oriente em contrapartida, manteve-se econômico 
e culturalmente adiantado. 
 
14 A EDUCAÇÃO BIZANTINA 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
 
O Império Bizantino foi herdeiro do Império Romano do Oriente tendo sua 
capital em Constantinopla ou Nova Roma. Durante o seu período de existência, o 
 
30 
 
grande governante que teve em sua região foi Justiniano, um legislador que mandou 
compilar as leis romanas desde a República até o Império; combateu as heresias, 
procurando dar unidade ao cristianismo, o que facilitaria na monarquia. 
Internamente enfrentou a Revolta de Nika (fruto da insatisfação popular contra 
a opressão geral dos governantes e aos elevados tributos), já no aspecto externo 
realizou diversas conquistas, pois tinha o objetivo de reconstruir o antigo Império 
Romano. Contudo, esse império conseguiu atravessar toda a Idade Média como um 
dos Estados mais fortes e poderosos do mundo mediterrâneo. É importante ressaltar 
que o Império Bizantino ficou conhecido por muito tempo por Império Romano do 
Oriente. No entanto, este não foi capaz de resistir à migração ocorrida por germanos 
e por hunos, o que acabou por fragmentar em reinos independentes. 
Como população teve a concentração dos Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios. 
Destacando-se três governadores durante todo império: Constantino (fundador de 
Constantinopla); Teodósio (dividiu efetivamente o império); e, Justiniano. Este durante 
o seu governo atingiu o apogeu da civilização bizantina. Pois, teve uma política 
externa; retomou vários territórios; modificou aspectos do antigo Direito Romano (o 
Corpus juris Civilis – Corpo do Direito Civil); e ainda, realizou a construção da Igreja 
de Santa Sofia, altamente importante por seu legado cultural arquitetônico. 
Com a utilização de uma política déspota e teocêntrica, utilizou uma economia 
com intervenção estatal, com comércio e desenvolvimento agrícola. Além do mais, 
duranteo período denominado por Império Bizantino, a economia era bastante 
movimentada, principalmente no comércio marítimo e sob o controle o estado. Sendo 
que, o seu controle deu-se por Constantinopla até o século XI. 
 
 
31 
 
15 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA 
 
Fonte: www.papodehomem.com.br 
 
A sociedade urbana demonstrou enorme interesse pelos assuntos religiosos, 
facilitando o surgimento de heresias, como por exemplo, a dos monofisistas e dos 
iconoclastas, e de disputas políticas. No âmbito religioso, as heresias deram-se 
através do arianismo que negaram a Santíssima Trindade; além do caso do arianismo, 
teve ainda, a questão monofisista, esta nega a natureza humana de Cristo, afirmando 
que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias 
do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de 48 independência por 
parte da população do Egito e da Síria); por fim, no tocante à iconoclastia, ocorre a 
grande destruição de imagens e a proibição das mesmas nos templos. Durante o 
período que ficou conhecido por Cisma do Oriente, ocorre a divisão da Igreja do 
Oriente, a igreja divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega. 
 
 
32 
 
16 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA 
 
 
Fonte: www.academiaislamica.org.br 
 
Por volta do século VII, a Arábia era ocupada por tribos de origem semita, hostis 
entre si, politeístas, místicas e supersticiosas. Eram cerca de trezentas tribos, 
distribuídas no litoral da península Arábica (tribos urbanas) e no deserto (beduínos). 
As tribos urbanas tinham boas condições de sobrevivência, vivendo da agricultura e 
do comércio; já a vida no deserto era muito difícil e os beduínos não conseguiam 
sobreviver só como pastores e, por isso, praticavam o butim (saques a caravanas). 
A cidade de Meca era o centro comercial e religioso mais importante da Arábia 
pré-islâmica; ali eram realizadas as feiras, e ali ficava o santuário da Caaba, com a 
Pedra Negra e as diversas imagens cultuadas pelas tribos de então. Foi nesse cenário 
que nasceu Maomé, na tribo dos coraixitas, guardiã da Caaba. Ele era de uma família 
pobre e ficou órfão aos seis anos de idade; aos quinze, passou a trabalhar como guia 
de caravanas, que percorriam os desertos do Oriente Médio. Nessas viagens, fez 
contato com povos e religiões diferentes, que muito iriam influenciar o seu futuro. 
Conheceu o judaísmo e o cristianismo, assimilou os ensinamentos dessas religiões e 
integrou-as num sincretismo, isto é, somou elementos das duas religiões e alguns 
costumes e tradições árabes, surgindo assim, o Islamismo. 
 
33 
 
Isso só foi possível graças ao seu casamento com Cadidja, uma viúva rica, que 
possibilitou a Maomé a tranquilidade econômica para que ele pudesse dedicar-se à 
meditação. Maomé, então, iniciou a propagação do Islamismo (abandono à vontade 
de Alá). Se sentido seguro começou a pregação pública aos coraixitas, de quem viria 
a maior oposição, visto que estavam ligados ao politeísmo que dominava a Arábia. A 
perseguição e uma tentativa de assassinato fizeram com que Maomé fugisse de Meca 
para Medina em 622. É a Hégira, ou a fuga, que marca o início do calendário 
muçulmano. 
Em Medina, Maomé conseguiu adeptos e começou a atacar caravanas, cujos 
hábitos ele conhecia muito bem. Seus êxitos militares eram transformados em prova 
da existência de Alá. Seu prestígio cresceu na mesma proporção que aumentaram os 
problemas de Meca. Em 630, com o apoio dos árabes do deserto, Maomé destruiu os 
ídolos da Caaba, menos a Pedra Negra. Estava implantado o monoteísmo e com ele 
surgia o Islão, o mundo dos submissos de coração a Alá e obedientes ao seu 
representante, o Profeta Maomé. Dessa forma, a Arábia foi unificada como um Estado 
teocrático. 
 
17 ESCOLAS MONACAIS 
 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
34 
 
Com a queda do Império, escolas leigas e pagãs continuaram funcionando 
precariamente em algumas cidades e com a decadência da sociedade merovíngia as 
escolas entraram também em desagregação, então surgiram as escolas cristas, ao 
lado dos mosteiros e catedrais, e com isso os funcionários leigos do Estado passaram 
a ser substituídos por religiosos, que eram os únicos que sabiam escrever e ler. 
O monarquismo é um movimento religioso que começou lentamente com a vida 
solitária dos monges e com o tempo exerceu influência na cultura da Alta 
Idade Média. Criar escolas não era a finalidade principal dos mosteiros, porém as 
atividades pedagógicas tornaram-se inevitável à medida que era preciso instruir os 
novos irmãos, então começaram a surgir novas escolas monacais em que se 
aprendiam o latim e as humanidades, os melhores alunos coroavam a aprendizagem 
com o estudo da filosofia e a teologia. 
Os Mosteiros foram assumindo o monopólio da ciência, tornando-se principal 
reduto da cultura medieval, guardavam nas bibliotecas grandes tesouros da cultura 
greco-latina e traduziam obras para o latim adaptando algumas e reinterpretavam 
outras à luz do cristianismo. 
 
18 RENASCIMENTO CAROLÍNGIO 
 
 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
35 
 
Logo após a coroação de Carlos Magno como imperador dos Francos, o 
mesmo introduziu uma moeda, uma escrita e um sistema de pesos e medidas 
comuns no império. Carlos Magno, consagrado como eficiente comandante que, junto 
aos seus dozes pares, cristianizou e modernizou a Europa, também impulsionou as 
artes e as ciências. Em torno de si ele reuniu os mais importantes pensadores da 
época e os incumbiu de compilar todo o saber conhecido até o período, o que 
estabeleceu um florescimento cultural, conhecido como renascimento carolíngio. 
Carlos Magno criou escolas nos mosteiros, nas catedrais e nos palácios, 
conhecidas como Escolas Palacianas. A principal escola palaciana foi criada em 
Aachen, capital do Império Franco. Esse "Renascimento carolíngio" é de fenomenal 
importância, pois foi através dele que os francos se tornaram um elo entre a 
Antiguidade e a Europa da Idade Média. Com isso o medievo ficou definitivamente 
influenciado pelas ideias dos mestres da Antiguidade. As primeiras universidades 
Europeia, como foram os casos de Bolonha e Oxford, surgiram dessa tradição criada 
por Carlos Magno, principalmente dos conhecimentos produzidos nos mosteiros. 
 
19 PERFIL DE CARLOS MAGNO 
 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
 
36 
 
Carlos Magno foi um grande líder militar da Idade Média. Expandiu os seus 
domínios, sobretudo em duas frentes: a leste conquista a Saxónia e a Caríntia e impõe 
derrotas aos povos pagãos - ávaros e eslavos; a sul, adquire domínios na região 
itálica, apropriando-se mesmo da Lombardia em 774. Todas estas campanhas 
granjearam-lhe, mais tarde, os estatutos de Imperador, Patrício dos Romanos e 
Protector da Santa Sé, visto que foi responsável pela difusão do Cristianismo. 
Recuperou a glória imperial que já havia sido testemunhada no Império Romano. Para 
além disso, enriqueceu, em parte, a economia estatal porque, ao alargar o seu 
território, conseguiu impor novos impostos sobre as populações agora submetidas ao 
seu poder. 
Com amargura, não conseguiu concretizar o sonho de tomar a Península 
Ibérica, na altura dominada maioritariamente pelos muçulmanos, isto sem falar dos 
imprevisíveis montanheses bascos (vascões) que, com as suas emboscadas, 
causaram sérias baixas nas suas tropas (em Roncesvales - 778, a retaguarda do 
exército carolíngio foi mesmo varrida, tendo mesmo tombado em combate o conde 
Rolando, importante vassalo de Carlos Magno). Mesmo assim, as forças cristãs 
conseguiriam, mais tarde, chegar até Barcelona que cairá entre 800 e 801 d. C. (feito 
que se deve a Luís, o Pio - filho de Carlos Magno que o tinha enviado), gerando assim 
a Marca Hispânica. 
Mas Carlos Magno não foi apenas mais um grande soberano medieval que 
somou variados e elogiosos triunfos no campo belicista, até porque a sua genialidade 
propagou um notável eco na vertente cultural. A necessidadede criar um povo mais 
astuto fazia parte dos objetivos prioritários do seu reinado. 
 
20 RENASCIMENTO DAS CIDADES: AS ESCOLAS SECULARES 
As escolas seculares, prefiguravam uma revolução, no sentido de contestar o 
ensino religioso, muito formal ao qual contrapunham uma proposta ativa, voltada para 
os interesses da classe burguesa em ascensão. 
 
 
 
 
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Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
Inicialmente as escolas não tinham acomodações adequadas e os mestres 
recebiam os alunos em diferentes locais. No século XIII a burguesia dividiu-se entre o 
rico praticamente urbano, dedicado as atividades bancarias, e os seguimentos de 
pequenos comerciantes e artesões. Os primeiros começaram a se aproximar a classe 
nobre então dirigente desprezando o trabalho manual dos artesões, com 
consequência disso eles preferiram uma educação voltada para a cultura 
desinteressada deixando para a burguesia plebeia as escolas profissionais em que 
leitura e escrita se achavam reduzida mínimo. 
Por volta do século XI, o comércio ressurge, as moedas voltas a circular, as 
cidades crescem e aos poucos as vilas se libertam e transforma-se em comunas ou 
cidades livres. As modificações no sistema de educação fazem surgir às escolas 
seculares. Secular significa do século, do mundo, qualquer atividade não-religiosa. O 
desenvolvimento do comércio faz reaparecer a necessidade de se aprender a ler, 
escrever e calcular. Os burgueses de início frequentaram as escolas monacais e 
catedrais, mas logo procuraram uma educação que atendia aos objetivos da vida 
prática. Por volta do século XII surgem pequenas escolas nas cidades mais 
importantes, com professores leigos nomeados pela autoridade municipal. O latim foi 
substituído pela língua nacional. As escolas seculares prefiguram uma revolução, 
contestando o ensino religioso contrapondo umas propostas ativas, voltadas para os 
interesses da classe burguesa em ascensão. No início as escolas não dispõem de 
 
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acomodações adequadas. Procuraram restabelecer a educação voltada para a cultura 
“desinteressada”, deixando para a burguesia plebeia as escolas profissionais em que 
a leitura e escrita se acham reduzidas ao mínimo. 
Outro elemento na educação secular da Idade Média foi constituído pelo 
desenvolvimento da cavalaria. A educação do cavaleiro realizava-se no seio da 
família. Dos sete aos quinze anos, eram mandados para outro castelo a ser pajem. 
Aos vinte e um anos, após rigorosas provas de valentia, o escudeiro é sagrado 
cavaleiro. A educação deles não destacava as atividades intelectuais, muitos não 
sabiam ler e escrever, mas valorizava as habilidades da caça e da guerra e cuidavam 
mais com a formação espiritual. 
 
 
 
Questão 01 
A importância do ensino de Filosofia, no Ensino Médio, está, dentre outros vários 
fatores, na possibilidade de propiciar ao aluno a condição de aprender a pensar. Dito 
isto, é CORRETO afirmar que: 
 
a) O ensino de Filosofia, no atual contexto pós-moderno, se apresenta como 
superado e descartável. 
b) A Filosofia, como uma disciplina acadêmica, firma-se como um objeto de 
indagação e investigação para os estudantes secundaristas. 
c) A Filosofia, como uma forma encontrada pelo homem para compreender a 
realidade que o cerca, não se enquadra na proposta pedagógica do Ensino 
Médio. 
d) Os estudos referentes à Filosofia podem ser abarcados por outras disciplinas, 
como a História, o que tornaria o ensino de Filosofia, no nível médio, algo 
supérfluo. 
e) O estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento não deve 
ser uma preocupação na formação dos alunos secundaristas. 
 
Questão 02 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
39 
 
O ensino de Filosofia deve propiciar aos alunos a possibilidade da reflexão. Sobre o 
conceito de reflexão, é CORRETO afirmar que se trata da (do): 
 
a) Operação discursiva do pensamento que consiste em encadear logicamente 
juízos e deles tirar uma conclusão. 
b) Operação lógica em que, de dados singulares suficientemente enumerados, 
inferimos uma verdade universal. 
c) Ato do conhecimento que se volta sobre si mesmo, tomando como objetivo seu 
próprio ato. 
d) Ato de influenciar as pessoas por meio da comunicação de massa. 
e) Relação estabelecida entre as pessoas, entre os sujeitos. 
 
Questão 03 
Moral e Ética, muitas vezes, na linguagem cotidiana, são tidas como sinônimos; 
porém, para a Filosofia, compõem áreas distintas do pensamento filosófico. Partindo 
desta constatação, estaria CORRETA a afirmação que se completa na alternativa: 
 
a) A Ética se aplica à disciplina filosófica que trata de estabelecer os fundamentos 
e a validade das normas morais e dos juízos de valor ou de apreciação sobre 
as ações humanas, qualificando-as de boas ou más. 
b) A Ética não chamou a atenção de filósofos gregos como Aristóteles. 
c) A questão da moral não se enquadra nos estudos sobre Ética. 
d) No século XVII, Spinosa negou a importância dos estudos sobre Ética. 
e) Os estudos sobre Ética só tomaram fôlego no século XX com a obra de 
filósofos, como Michel Foucault e Jean Paul Sartre. 
 
Questão 04 
Quando os filósofos se referem à Teoria do Conhecimento, eles estão se remetendo 
a uma área da Filosofia que tem por meta: 
 
a) Se opor à chamada Epistemologia. 
b) A crítica da Gnoseologia, negando sua importância nos estudos sobre o 
conhecimento humano. 
 
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c) A reestruturação do conceito de racionalidade, substituindo-o pelo de 
subjetividade. 
d) Ao estudo exclusivo das atitudes subjetivas, negando a importância das 
atitudes lógico-racionais. 
e) O estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento. 
 
Questão 05 
Considerando-se o conhecimento metafísico, no que concerne ao conhecimento 
humano, é CORRETO afirmar que este: 
 
a) Ocorre, porque a razão humana é capaz de apreender, muito naturalmente, a 
essência das coisas. 
b) Foge da esfera de atuação da iluminação divina. 
c) Partindo da abstração, nega as experiências sensíveis. 
d) Não está ligado às noções de verdade e de ação boa. 
e) Não se consubstancia a partir de modelos prototípicos, como pensava Platão. 
 
Questão 06 
A cosmologia é a parte da filosofia, que estuda o mundo, a natureza, dialogando com 
a parte da metafísica, que se ocupa da essência da matéria. Acerca deste 
conhecimento, podemos associá-lo: 
 
a) À chamada Epistemologia pós-moderna. 
b) À atuação filosófica dos pré-socráticos. 
c) Ao mito da caverna de Platão. 
d) Aos estudos de Foucault sobre a sexualidade ocidental. 
e) Ao estudo desenvolvido por Spinoza sobre a metafísica. 
 
Questão 07 
A Lógica investiga a validade dos argumentos e dá as regras do pensamento correto. 
Acerca desta área da Filosofia, é CORRETO afirmar que: 
 
a) Se trata do estudo normativo das condições da verdade, ou seja, da 
consequência e da verdade da argumentação. 
 
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b) Só teve reflexo na obra dos pensadores pré-socráticos. 
c) Se limita ao estudo da chamada lógica formal. 
d) Encontra em Karl Marx um dos seus mais notórios teóricos. 
e) É o principal objeto das indagações filosóficas de Simone de Beauvoir. 
 
Questão 08 
Sobre Pitágoras de Samos (século VI a. C.), filósofo, matemático e místico, que atuou 
em Atenas e lá fundou uma escola filosófica dedicada à investigação dos mistérios do 
universo. Sobre o pensamento de Pitágoras, é CORRETO afirmar que: 
 
a) Renovou ideias herdadas de Aristóteles. 
b) Acreditava que o conhecimento deveria modificar as pessoas, e estas deveriam 
merecer o conhecimento. 
c) Pregava uma relação de total liberdade entre o mestre e seus discípulos. 
d) Encontrou eco na obra de filósofos posteriores, como Marco Aurélio. 
e) Limitou-se ao estudo dos fenômenos da natureza. 
 
Questão 09 
O conceito de Dialética tomou parte nas preocupações filosóficas de pensadores, 
como Hegel, Engels e Marx. Sobre o conceito de dialética em Hegel, é CORRETO 
afirmar que se trata da: 
 
a)Ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo como do 
pensamento humano. 
b) Marcha do pensamento que procede por contradição, passando por três fases 
- tese, antítese e síntese -, reproduzindo o próprio movimento do ser absoluto 
ou ideia. 
c) Sistematização do chamado materialismo histórico. 
d) Organização política e econômica que torna comuns os bens de produção. 
e) Situação do filósofo cujo pensamento supõe comprometimento com a situação 
social e política vivida. 
 
 
 
 
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Questão 10 
Sócrates teve um papel importantíssimo na configuração da Filosofia em Atenas, no 
século V a. C. Sobre este fato, é CORRRETO afirmar que a preocupação maior da 
filosofia socrática era a de: 
 
a) Interpretar o mundo como sendo espiritual e organizado, segundo uma moral 
fundamentada em verdadeiros conceitos imutáveis. 
b) Compreender as causas primeiras e os fins últimos de todas as coisas. 
c) Que o autoconhecimento poderia ser obtido por meio da ironia e da maiêutica. 
d) Fazer um estudo crítico da história, comparando a história grega com a dos 
povos orientais, a fim de mostrar que o mundo era mais amplo do que se 
imaginava. 
e) Mostrar que todo o conhecimento era obtido por intermédio dos sentidos 
humanos e que, por esses serem falhos, era relativo e limitado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 COMO ERA A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA? 
 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
A educação era para poucos, pois só os filhos (nem todos) dos nobres estudavam a 
maioria era analfabeta. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, 
doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era 
analfabeta e não tinha acesso aos livros. A Igreja era a dona da cultura e 
conhecimento, pois controlava grande parte do saber herdado da Antiguidade 
Clássica. Os mosteiros medievais ficaram célebres por sua política de hospitalidade, 
dando abrigo temporário a peregrinos e andarilhos e pelas minuciosas e caprichosas 
cópias manuais de textos e livros da Antiguidade Clássica. Como os livros, 
pergaminhos, manuscritos e documentos ficavam nos mosteiros e nas universidades 
da igreja, os padres detinham praticamente o monopólio da cultura erudita que, 
segundo a visão predominante na época, representava um perigo para as mentes e 
as crenças cristãs (isso foi bem retratado no filme O Nome da Rosa). 
Educação bizantina: Inicialmente, não era para pobres, era só para filhos de 
ricos... as escolas bizantinas baseavam a instrução na literatura grega clássica. Os 
escritores imitavam a prosa de Tucídides, porque foi o mais profundo historiador da 
antiguidade, e tinha uma visão realista e racional, pois se preocupava em narrar os 
 
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acontecimentos com imparcialidade e precisão, explicando suas causas. A educação 
feminina: As moças de famílias nobres não iam à escolas, mas tutores particulares as 
orientavam com boa educação em sua própria casa, mesmo assim havia mulheres 
que eram médicas. 
 
22 AS UNIVERSIDADES 
 
 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
As universidades surgidas na Idade Média representaram um modelo novo e 
original de educação superior que exerce até hoje um importante papel de 
desenvolvimento da cultura. No século XII, procurava-se ampliar os estudos de 
filosofia, teologia, leis e medicina, a fim de atender as solicitações de uma sociedade 
mais complexa, surgindo a necessidade de certos mestres. 
A atividade docente na universidade era desenvolvida conforme o método da 
Escolástica, baseado na literatura e nas discussões, pelas quais os estudantes 
exercitavam as artes da dialética. A universidade tornou-se centro de fermentação 
intelectual, a Igreja que mantivera a hegemonia da cultura e espiritualidade no 
Ocidente passou a ser afrontada, o temor provocado pelas heresias teve a difusão do 
 
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ressurgimento da cidade. A Igreja conservadora resolveu instalar a Inquisição ou 
Santo Ofício, para apontar o “desvio da fé”. 
As universidades entraram em decadência no século XIV, pelo dogmatismo 
decorrente da ausência de debate, resistindo às mudanças, tentavam manter a 
influência escolástica de recusa à observação e experimentação, das tendências que 
prenunciavam o nascimento da ciência moderna. 
 
23 A EDUCAÇÃO DAS MULHERES 
 
 
Fonte: www.slideplayer.com.br 
 
 
Na Idade Média as mulheres não tinham acesso à educação formal, a mulher 
pobre trabalhava muito ao lado do marido e permaneciam analfabeta, as meninas 
nobres só aprendiam algumas coisas quando recebiam aulas em seu próprio castelo, 
estudavam músicas, religião, artes liberais. As meninas da burguesia começaram a 
ter acesso à educação apenas quando surgiram as escolas seculares. 
No século VI os mosteiros recebiam meninas de 6 ou 7 anos a fim de serem 
educadas a consagradas servas de Deus, aprendiam a ler, escrever, ocupavam-se 
com as artes da miniatura e com cópia de manuscritos. 
 
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24 PAGANISMO E CRISTIANISMO 
 
Fonte: www.youtube.com 
 
 
Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma 
história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o 
máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o 
cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como 
uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da 
vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o 
cristianismo. O cristianismo fornece ainda uma? Imprescindível? Integração à filosofia, 
no tocante à solução do problema do mal, mediante os dogmas do pecado original e 
da redenção pela cruz. 
E, enfim, além de uma justificação histórica e doutrinal da revelação judaico-
cristã em geral, o cristianismo implica uma determinação, elucidação, sistematização 
racional do próprio conteúdo sobrenatural da Revelação, mediante uma disciplina 
 
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específica, que será a teologia dogmática. Pelo que diz respeito ao teísmo, 
salientamos que o cristianismo o deve, historicamente, a Israel. Mas entre os hebreus 
o teísmo não tem uma justificação, uma demonstração racional, como, por exemplo, 
em Aristóteles, de sorte que, em definitivo, o pensamento cristão tomará na grande 
tradição especulativa grega esta justificação e a filosofia em geral. Isto se realizará 
graças especialmente à Escolástica e, sobretudo, a Tomás de Aquino. Pelo que diz 
respeito à solução do problema do mal, solução que constitui a integração filosófica 
proporcionada pelo cristianismo ao pensamento antigo? Que sentiu profundamente, 
dramaticamente, este problema sem o poder solucionar? Frisamos que essa 
representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e moral, do cristianismo. 
Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas fundamentais 
do pecado original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação da Revelação em 
geral, e a determinação, dilucidarão, sistematização racional do conteúdo da mesma, 
têm uma importância indireta com respeito à filosofia, porquanto implicam sempre 
numa intervenção da razão. Foi esta, especialmente, a obra da Patrística e, sobretudo, 
de Agostinho. 
A Idade Média inicia-se com a desorganização da vida política, econômica e 
social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros. Depois 
vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo propaga- 
se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o homem comum 
em um ser dominado por crenças e superstições. 
O período medieval não foi, porém, a “Idade das Trevas”, como se acreditava. 
A filosofia clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos. O aristotelismo 
dissemina-se pelo Oriente bizantino, fazendo florescer os estudos filosóficos e as 
realizações científicas. No Ocidente, fundam-se as primeiras universidades, ocorre a 
fusão de elementos culturais greco-romanos,cristãos e germânicos, e as obras de 
Aristóteles são traduzidas para o latim. 
 
 
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25 PATRÍSTICA 
 
 
Fonte: www.corujasapiens.wordpress.com 
 
Desde que surgiu o cristianismo, tornou-se necessário explicar seus 
ensinamentos às autoridades romanas e ao povo em geral. Mesmo com o 
estabelecimento e a consolidação da doutrina cristã, a Igreja católica sabia que esses 
preceitos não podiam simplesmente ser impostos pela força. Eles tinham de ser 
apresentados de maneira convincente, mediante um trabalho de conquista espiritual. 
Foi assim que os primeiros Padres da Igreja se empenharam na elaboração de 
inúmeros textos sobre a fé e a revelação cristãs. O conjunto desses textos 
ficou conhecido como patrística por terem sido escritos principalmente pelos grandes 
Padres da Igreja. 
Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia Greco-
Romana, tentou munir a fé de argumentos racionais. Esse projeto de conciliação entre 
o cristianismo e o pensamento pagão teve como principal expoente o Padre 
Agostinho. “Compreender para crer, crer para compreender”. (Santo Agostinho) 
 
 
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Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
26 ESCOLÁSTICA 
No século VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu império 
e fundar escolas ligadas às instituições católicas. A cultura greco-romana, guardada 
nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada, passando a ter uma influência mais 
marcante nas reflexões da época. 
 
Fonte: www.resumoescolar.com.br 
 
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No século VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu 
império e fundar escolas ligadas às instituições católicas. A cultura greco-romana, 
guardada nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada, passando a ter uma 
influência mais marcante nas reflexões da época. Tendo a educação romana como 
modelo, começaram a ser ensinadas as seguintes matérias: gramática, retórica e 
dialética (o trivium) e geometria, aritmética, astronomia e música (o quadrivium). 
Todas elas estavam, no entanto, submetidas à teologia. 
A fundação dessas escolas e das primeiras universidades do século XI fez 
surgir uma produção filosófico-teológica denominada escolástica (de escola). A partir 
do século XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento escolástico, 
marcando-o definitivamente. Isso se deveu à descoberta de muitas obras de 
Aristóteles, descobertas até então, e a tradução para o latim de algumas delas, 
diretamente do grego. 
A busca da harmonização entre a fé cristã e a razão manteve-se, no entanto, 
como problema básico de especulação filosófica. Nesse sentido, o período escolástico 
pode ser dividido em três fases: 
 
 Primeira fase – (do século IX ao fim do século XII): caracterizada pela confiança 
na perfeita harmonia entre fé e razão. 
 Segunda fase – (do século XIII ao princípio do século XIV): caracterizada pela 
elaboração de grandes sistemas filosóficos, merecendo destaques nas obras 
de Tomás de Aquino. Nesta fase, considera-se que a harmonização entre fé e 
razão pôde ser parcialmente obtida. 
 Terceira fase – (do século XIV até o século XVI): decadência da escolástica, 
caracterizada pela afirmação das diferenças fundamentais entre fé e razão. 
 
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Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
27 AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO 
Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma 
história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o 
máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o 
cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como 
uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da 
vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o 
cristianismo. 
 
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Fonte: www.slideshare.net 
 
Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma 
história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o 
máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o 
cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como 
uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da 
vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o 
cristianismo. 
O cristianismo fornece ainda uma? Imprescindível? Integração à filosofia, no 
tocante à solução do problema do mal, mediante os dogmas do pecado original e da 
redenção pela cruz. E, enfim, além de uma justificação histórica e doutrinal da 
revelação judaico-cristã em geral, o cristianismo implica uma determinação, 
elucidação, sistematização racional do próprio conteúdo sobrenatural da Revelação, 
mediante uma disciplina específica, que será a teologia dogmática. 
Pelo que diz respeito à solução do problema do mal, solução que constitui a 
integração filosófica proporcionada pelo cristianismo ao pensamento antigo? Que 
sentiu profundamente, dramaticamente, este problema sem o poder solucionar? 
 
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Frisamos que essa representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e 
moral, do cristianismo. 
Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas 
fundamentais do pecado original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação da 
Revelação em geral, e a determinação, dilucidação, sistematização racional do 
conteúdo da mesma, têm uma importância indireta com respeito à filosofia, porquanto 
implicam sempre numa intervenção da razão. Foi esta, especialmente, a obra da 
Patrística e, sobretudo, de Agostinho. 
Foi conquistada a cidade que conquistou o universo. Assim definiu São 
Jerônimo o momento que marcaria a virada de uma época. Era a invasão de Roma 
pelos germanos e a queda do Império Romano. A avalancha dos bárbaros arrasou 
também grande parte das conquistas culturais do mundo antigo. 
 
 
Fonte: www.slideplayer.com.br 
 
A Idade Média inicia- se com a desorganização da vida política, econômica e 
social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros. 
Depois vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo 
propaga-se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o 
homem comum em um ser dominado por crenças e superstições. Sob a influência da 
Igreja, as especulações se concentram em questões filosófico-teológicas, tentando 
conciliar a fé e a razão. E é nesse esforço que Santo Agostinho e Santo Tomás de 
Aquino trazem à luz reflexões fundamentais para a história do pensamento cristão. 
 
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28 FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
Ao longo do século V d.C., o Império Romano do Ocidente sofreu ataques 
constantes dos povos bárbaros. Do confronto desses povos invasores com a 
civilização romana decadente desenvolveu-se uma nova estruturação europeia de 
vida social, política e econômica, que corresponde ao período medieval. Em meio ao 
esfacelamento do Império Romano, decorrente, em grande parte, das invasões 
germânicas, a Igreja católica conseguiu manter-se como instituição social mais 
organizada. Ela consolidou sua estrutura religiosa e difundiu o cristianismo entre os 
povos bárbaros, preservando muitos elementos da cultura pagã greco- romana. 
 
 
 
 
 
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29 ANTIGUIDADE ROMANA: EDUCAÇÃO HEROICO-PATRÍCIA 
 
Fonte: www.pt.slideshare.net 
 
Os aristocratas patrícios (proprietários e guerreiros) recebem uma educação 
que visa perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar os ancestrais. Na 
Antiguidade, a família não era nuclear como a nossa, mas extensa (composta por pais, 
filhos solteiros e casados, escravos e clientes dos quais o paterfamilias é proprietário, 
juiz e chefe religioso). Até os sete anos as crianças permanecem sob os cuidados da 
mãe ou de outra matrona, “mulher especial”. 
Depois dos sete anos, as meninas continuam

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