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Apostila Analise das Demonstracoes Contabeis e Financeiras(NPG1253)

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GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E 
FINANCEIRAS
Tatiane Antonovz 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do 
conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2 
Análise das demonstrações contábeis e 
financeiras - Apostila 
Apresentação 
Esta disciplina tem papel decisivo para o entendimento das finanças de uma 
forma geral e para a formação do perfil do aluno MBA em Gestão Financeira e 
Controladoria, uma vez que apresenta conceitos cruciais que farão parte do seu 
dia a dia. 
Definiremos as demonstrações contábeis que são de caráter obrigatório e 
entenderemos suas funções para a disciplina. Apresentaremos os conceitos e 
tipos de análises, bem como os perfis de interessados nessas informações. 
Serão demonstrados os diversos tipos de índices e, de forma prática, como estes 
auxiliam no processo de gestão, além de entender como o impacto das 
informações pode auxiliar na continuidade das empresas e enriquecer o 
controller. 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
1. 1. Definir as demonstrações contábeis e financeiras; 
2. 2. Apontar as técnicas e índices utilizados para a análise das demonstrações 
contábeis; 
3. Demonstrar a importância da análise dentro do processo de gestão. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3 
Aula 1: Demonstrações contábeis obrigatórias 
Introdução 
Você conhece a importância das demonstrações contábeis? 
As demonstrações servem para conhecermos suas informações e, assim, 
compreendermos cada uma das análises e índices. 
Os conceitos iniciais que estudaremos são relativos ao balanço e a seus principais 
grupos, cuja demonstração possui grande importância na análise, porque 
demonstra os aspectos financeiros e patrimoniais das empresas, tanto 
quantitativos quanto qualitativos. 
A Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados é uma importante ligação do 
Balanço com a Demonstração do Resultado do Exercício, que irá apresentar o 
conceito econômico da contabilidade, ou seja, a geração de resultado pelo 
confronto de receitas e despesas. 
A Lei nº 11.638/07 introduziu como obrigatória a Demonstração dos Fluxos de 
Caixa e fornece importantes informações do ponto de vista gerencial, assim como 
o conceito da Demonstração do Valor Adicionado, que irá demonstrar como foi 
distribuída a riqueza da empresa. 
 
Objetivo: 
1. Definir as principais demonstrações contábeis obrigatórias; 
2. Desenvolver seu conhecimento no tipo de informação fornecida pelas 
demonstrações contábeis. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4 
Conteúdo 
Conhecendo as demonstrações contábeis 
Em um primeiro momento, é preciso compreender as demonstrações contábeis 
que são elaboradas e publicadas no contexto brasileiro e de que forma elas serão 
úteis na Análise das Demonstrações Financeiras. 
No Brasil, as demonstrações financeiras obrigatórias são apresentadas pela Lei 
nº 6.404/76. Vejamos: 
 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na 
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, 
que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as 
mutações ocorridas no exercício: 
I. Balanço Patrimonial; 
II. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
III. Demonstração do Resultado do Exercício; 
IV. Demonstração dos Fluxos de Caixa e (redação dada pela Lei nº 11.638, de 
2007); 
V. Se companhia aberta, demonstração do Valor Adicionado(incluído pela Lei nº 
11.638, de 2007). 
 
Para acessar a Lei n° 6.404/76 na íntegra, visite o site do Planalto 
em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. 
 
Integração entre as demonstrações financeiras 
Agora, começaremos a compreender mais profundamente a integração entre as 
demonstrações financeiras obrigatórias e as informações que podem ser obtidas 
com a análise de cada uma delas. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5 
Essas demonstrações representam o conjunto de informações sobre a empresa 
e mediante a sua interpretação será possível compreender sobre a efetiva 
situação da empresa, ou seja, poderão ser entendidos aspectos ligados: 
 
• À liquidez; 
• Ao desempenho 
• À composição do patrimônio 
 
 
Balanço Patrimonial 
Você sabe o que é o Balanço Patrimonial? 
Esse balanço é uma demonstração que apresenta tanto o aspecto patrimonial 
da empresa quanto o aspecto financeiro. Nesse sentido, entendemos que essa 
demonstração nos oferece dois tipos de informação: 
 
Qualitativa 
 
Ao apresentar os elementos patrimoniais de acordo com a sua natureza, temos 
os bens (caixa, móveis, veículos), direitos (clientes) e obrigações (fornecedores). 
 
Quantitativa 
 
O aspecto quantitativo está ligado à mensuração desses elementos, ou seja, o 
valor dos bens, direitos e obrigações em moeda corrente. 
 
Objetivo das demonstrações do Balanço Patrimonial 
A partir de agora, vamos conhecer detalhadamente qual o objetivo de cada uma 
das demonstrações do Balanço Patrimonial. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6 
É importante que possamos compreender que tipo de informação cada uma 
fornece, de que forma estão organizadas e como serão utilizadas posteriormente 
na análise das demonstrações contábeis. 
 
Você sabe quais são essas demonstrações? 
Trataremos sobre cada uma delas a seguir. 
 
Demonstrações do Balanço Patrimonial 
Antes de começarmos a detalhar as demonstrações do balanço patrimonial, 
precisamos conhecê-las. 
Para isso, vejamos como ficou o Balanço, com as devidas alterações na Lei nº 
6.404/76, promovidas pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.641/09: 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7 
 
 
 
Atenção 
 O Balanço Patrimonial apresentará suas contas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem bens, direitos ou 
obrigações. Isso visa, basicamente, facilitar tanto o 
conhecimento quanto a análise da situação financeira da 
empresa. 
A partir de agora, compreenderemos as contas dispostas no 
balanço. Essa disposição é extremamente importante para 
a assimilação dos conceitos de alguns índices e de sua 
correta interpretação e aplicação. 
 
 
Ativos 
As contas do ativo estão dispostas em ordemdecrescente do grau de liquidez. 
Isso porque a liquidez é a facilidade de se transformar um recurso em dinheiro, 
ou seja, as primeiras contas são aquelas que já são dinheiro (caixa e bancos), 
seguidas por contas que serão convertidas, em breve, em dinheiro. 
Essas contas podem ser divididas em: 
 
Ativo Circulante 
Ativo Não Circulante 
Trataremos de cada um deles a seguir. 
 
Ativo Circulante 
O que é Ativo Circulante? 
Ativo circulante é o dinheiro que a empresa possui em seu caixa mais os recursos 
que podem ser transformados em dinheiro em curto prazo. Lembrando que, 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8 
normalmente, nas empresas, curto prazo é tudo aquilo que irá se realizar em até 
1 ano. 
 
 
 
Alguns exemplos de Ativos Circulantes são: estoques, contas a receber, 
aplicações financeiras. 
 
De acordo com a Lei nº 6.404/76, podemos definir Ativo Circulante da seguinte 
forma: 
 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
I. No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do 
exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do 
exercício seguinte. 
 
O Ativo Circulante apresenta as Disponibilidades da empresa, ou seja, o que a 
empresa usará para liquidar as suas obrigações, dividido em grupos. São eles: 
 
Grupo de caixa, bancos e aplicações de liquidez imediata. 
 
Grupo dos Direitos ou Direitos Realizáveis, representados por Clientes. 
Nesse caso, os valores ainda não foram convertidos em dinheiro, por isso não 
são bens e sim direitos contra os clientes, que, por sua vez, têm a obrigação de 
pagar. 
 
Grupo de Estoques, que são os produtos comercializados pela empresa. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9 
 
Grupo de Despesas Pagas Antecipadamente, caracterizado por direitos de 
utilização de seguros, assinaturas de jornais e revistas, pagamento antecipado 
de aluguéis, ou seja, são valores que ainda não foram efetivamente consumidos, 
por isso não podem ser reconhecidos no resultado. 
 
Um aspecto que influencia tanto na classificação patrimonial quanto na análise 
das demonstrações contábeis é o fato de que algumas empresas possuem ciclo 
operacional maior que a duração do exercício social (que inicia no primeiro dia 
do ano e acaba no último dia). 
Nesse caso, a classificação de Circulante ou Longo Prazo será baseada nesse 
ciclo. 
 
Ativo Não Circulante 
O que é Ativo Não Circulante? 
Os Ativos Não Circulantes são os bens de permanência duradoura destinados ao 
funcionamento da empresa bem como aos direitos exercidos com essa finalidade. 
Tais direitos e bens serão transformados em dinheiro a longo prazo. 
 
De acordo com a Lei nº 6.404/76, o Ativo Não Circulante apresenta a seguinte 
configuração: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
I. No ativo realizável em longo prazo: os direitos realizáveis após o término do 
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, 
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios 
usuais na exploração do objeto da companhia; 
II. Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se 
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10 
III. No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou 
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que 
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação 
dada pela lei 11.638, de 2007); 
IV. (Revogado pela lei 11.941, de 2009); 
V. No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados 
à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo 
de comércio adquirido. (Incluído pela lei 11.638, de 2007). 
 
No Ativo Não Circulante, dentro do Ativo Realizável em Longo Prazo, podemos 
encontrar: 
 
As Duplicatas a Receber em Longo Prazo. 
 
Outros tipos de títulos que terão a sua realização, ou seja, serão recebidos após 
o término do exercício seguinte. 
 
Adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas, controladas e acionistas. 
– Essas operações independem de prazo e não estão ligadas aos negócios usuais 
de objeto principal da empresa. 
 
Investimentos – Apresentam elementos como terrenos, obras de arte, 
investimentos permanentes em coligadas e controladas. 
 
Imobilizado – Congrega bens corpóreos que estão ligados à manutenção das 
atividades da empresa, como: móveis e utensílios, veículos, máquinas e 
equipamentos. 
 
Intangível – A partir da publicação da lei 11.638/07 passou a fazer parte do 
balanço patrimonial e destina-se aos bens incorpóreos, como marcas e patentes, 
fórmulas, goodwill. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11 
 
Passivo 
No passivo, a ordem de classificação dos elementos é a decrescente do grau de 
exigibilidade. 
Suas contas podem ser divididas em: 
 
Passivo Circulante 
Estão representadas as obrigações da empresa:• Dívidas com fornecedores; 
• Obrigações financeiras em geral; 
• Obrigações trabalhistas e fiscais; 
• Obrigações com os sócios (na forma de dividendos, por exemplo), 
provisões, entre outras obrigações. 
 
 
Passivo Não Circulante 
Apresenta as obrigações que tiverem vencimento após o término do exercício 
seguinte, lembrando que vale a definição de ciclo operacional disposta na lei 
6.404/76. 
Exemplo: duplicatas a pagar de longo prazo, empréstimos. 
 
Patrimônio Líquido 
Conhecido como Riqueza Líquida ou Capital Próprio, é o grupo que corresponde 
efetivamente aos recursos originários dos sócios, assim como se refere aos 
aumentos e diminuições (na forma de lucros ou prejuízos) alcançados pela 
empresa no decorrer de sua atividade. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12 
Mudanças no Balanço Patrimonial 
Agora, é importante que você entenda algumas mudanças que ocorreram no 
balanço e que impactam nos conceitos, assim como nas análises que serão 
efetuadas posteriormente. 
 
 
 
Apresentação de grupos 
O Balanço, até o ano de 2007, apresentava alguns grupos como: 
• Diferido; 
• Resultados de Exercícios Futuros; 
• Conta Lucros Acumulados ainda fazia parte do Patrimônio Líquido. 
 
No entanto, algumas mudanças aconteceram não só com essa demonstração, 
mas com a contabilidade como um todo. 
 
Promulgação da Lei nº 11.638 
Segundo Assaf Neto e Lima (2014), em 2007, houve a promulgação da Lei nº 
11.638, que teve como principal objetivo adequar os padrões contábeis 
conhecidos e seguidos no Brasil aos padrões internacionais, para fornecer 
informações financeiras mais detalhadas e principalmente, mais transparentes 
aos investidores de mercado. 
A harmonização contábil foi bastante importante, pois permitiu que os balanços 
se adequassem aos padrões internacionais, o que levou a uma maior facilidade 
de avaliação dessas demonstrações em um conceito internacional, facilitando, o 
acesso de empresas brasileiras ao mercado externo. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13 
Dessa forma, os custos de captação foram reduzidos, pois esse dinheiro era mais 
barato que aquele proveniente de empréstimos captados dentro do país. Assim, 
buscou-se deixar a contabilidade brasileira mais próxima do mercado, 
principalmente do internacional. 
 
Padronização das demonstrações financeiras 
Balanços de companhias brasileiras devem seguir padrões internacionais, que são 
mais próximos do padrão seguido na Europa, conhecidos pela sigla IFRS(Internacional Financial Reporting Standards) ou Padrões Internacionais de 
Relatórios Financeiros. Essas normas são formadas por um conjunto de princípios 
adotados pela comunidade europeia em 2005, e posteriormente por outros 
países, para padronizar as demonstrações financeiras (ASSAF NETO; LIMA, 
2014). 
 
Substituição da DOAR 
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) foi substituída 
pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), que demonstra, de uma melhor 
forma, os fluxos de dinheiro na empresa (ASSAF NETO; LIMA, 2014). 
 
Elaboração e a apresentação da DVA 
Foi instituída a elaboração e a apresentação da Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA), que detalha como a riqueza da entidade é gerada e distribuída 
(ASSAF NETO; LIMA, 2014). 
 
 
Atenção 
 Diante das mudanças que acabamos de ver, foi possível 
compreender o balanço patrimonial e sua configuração, bem como 
a questão das mudanças tanto nessa demonstração quanto na 
contabilidade como um todo, em virtude das atualizações 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14 
societárias feitas por causa da internacionalização da 
contabilidade. 
 
 
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA 
Você viu anteriormente que não existe mais a conta de Lucros Acumulados dentro 
do Patrimônio Líquido, e que isso foi uma mudança que ocorreu na 
internacionalização da contabilidade. 
Nesse contexto, outra demonstração importante a ser conhecida é a 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Vejamos o 
esquema a seguir, a fim de entendermos melhor o funcionamento dessa 
demonstração: 
 
 
 
DMPL 
A DMPL não é exigida no aspecto societário (o que aparece é a DLPA), mas é 
uma demonstração mais abrangente e que fornece mais informações para a 
análise da empresa em geral, ao apresentar toda a movimentação do Patrimônio 
Líquido, e não só a distribuição do lucro que ocorre na DLPA. 
 
Complementação das informações fornecidas pelo Balanço Patrimonial 
e pela Demonstração do Resultado do Exercício 
A DMPL contém, em uma de suas colunas, a DLPA, e é importante para o 
processo decisório, pois complementa as informações fornecidas pelo Balanço 
Patrimonial e pela Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15 
Integração da DLPA à DMPL 
Vamos, então, detalhar como funciona a integração da DLPA à DMPL para que 
você entenda como esse conceito é utilizado na análise da empresa. A estrutura 
básica da DLPA é a seguinte: 
 
(=) Saldo Inicial de Lucros Acumulados 
(+-) Ajustes de exercícios anteriores 
(+-) Efeitos de mudanças de critérios contábeis 
(+-) Retificação de erro de exercícios anteriores 
(-) Parcela do lucro incorporada ao Capital Social 
(+) Reversão de reservas 
(+) Lucro Líquido do Exercício 
(=) Saldo disponível para a administração 
(-) Reserva Legal 
(-) Reserva Estatutária 
(-) Reserva para Contingências 
(-) Reserva de Lucros para Expansão 
(-) Reserva para Lucros a Realizar 
(-) Dividendos a Distribuir 
(=) Saldo final de Lucros Acumulados 
 
Você compreendeu a importância dessa demonstração dentro da contabilidade, 
principalmente depois das alterações na legislação societária com a necessidade 
de distribuição do lucro do período? 
 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL 
A DLPA, que faz parte da DMPL, liga justamente a Demonstração do Resultado 
do Exercício ao Balanço, uma vez que o lucro apresentado na DRE deve ser 
distribuído de acordo com as contas da DLPA, lembrando que estas podem variar 
de empresa para empresa. Veja, a seguir, um modelo de DMPL: 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16 
 
 
Note que a coluna da DLPA (Lucros/Prejuízos acumulados) foi destacada. 
Ela é importante quando utilizada em análises, pois permite a observação das 
modificações ocorridas no Patrimônio Líquido, que é o grupo que representa o 
capital próprio, ou seja, os sócios ou acionistas. 
 
 
Atenção 
 A DMPL não é obrigatória de acordo com o aspecto societário (Lei 
nº 6.404/76), entretanto é exigida pela Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), que regulamenta o mercado de ações 
(sociedades anônimas de capital aberto) e também faz parte das 
demonstrações exigidas pela Comissão de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC). 
 
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE 
Até aqui, tratamos e compreendemos os seguintes conceitos: 
 
Balanço Patrimonial 
 
Demonstra a situação financeira das empresas. 
 
DLPA 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17 
 
Apresenta a ligação entre o Balanço e a Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE). 
 
Atente para esta expressão em destaque. Você sabe o que ela significa? A seguir, 
definiremos essa demonstração e trataremos de sua importância para a Análise 
das Demonstrações. 
 
A DRE apresenta a seguinte estrutura: 
 
Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta 
(-) Deduções da Receita Bruta 
(=) Receita Líquida de vendas ou receita operacional líquida 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas/ Produtos Vendidos/ Serviços Prestados 
(=) Resultado Operacional Bruto 
(-) Despesas com vendas 
(-) Despesas gerais e administrativas 
(-) Outras despesas operacionais 
(+) Outras receitas operacionais 
(-) Despesas financeiras 
(+) Receitas Financeiras 
(=) Resultado Operacional Líquido 
(+) Outras Receitas 
(-) Outras Despesas 
(=) Resultado antes dos tributos 
(-) CSLL 
(-) IRPJ 
(=) Resultado do exercício após CSLL/IRPJ 
(-) Participações societárias sobre o Lucro 
(=) Resultado Líquido do Exercício 
(=) Lucro/Prejuízo por ação 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18 
A DRE apresenta então, o confronto das Receitas, Custos e Despesas e evidencia 
o resultado do período, que pode ser representado por lucro e prejuízo. 
 
Diferença entre Balanço Patrimonial e DRE 
Você sabe quais são as diferenças entre a DRE e o Balanço Patrimonial? 
 
 
 
O entendimento dessas duas demonstrações se faz muito importante para o início 
da análise das demonstrações uma vez que é preciso compreender que o 
resultado econômico nem sempre se reflete em financeiro, o que será melhor 
entendido na Demonstração de Fluxo de Caixa. 
Estudemos, a seguir, essa demonstração. 
 
Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória com a Lei nº 
11.638/7 para as sociedades anônimas de capital aberto e para aquelas com 
Patrimônio Líquido superior a 2 milhões de reais na data de encerramento do 
balanço. 
De forma resumida, mostra os pagamentos e recebimentos que passaram por 
caixa e equivalentes de caixa (engloba também o conceito de bancos e aplicações 
de liquidez de curto prazo). 
Divide-se nos seguintes grupos que permite entender todas as atividades da 
empresa: 
 
Fluxo de caixa das operações 
Relaciona-se tanto com a produção quanto com a entrega de bens e serviços, 
sendo que as entradas de recursos são representadas por recebimento na venda 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19 
de bens e serviços e as saídas estão relacionadas aos pagamentos de 
fornecedores, salários, impostos, e outras contas que sejam necessárias para a 
atividade operacional da empresa. 
 
Fluxo de caixa das atividades de financiamento 
Atividades ligadas a empréstimos e financiamentos. Incluem recebimentos de 
empréstimos e demais entradas de recursos financeiros e as saídas são 
caracterizadas por pagamentos de dividendos. 
 
Fluxo de caixa das atividades de investimento 
Representado pelas atividades de investimentos relacionados aos aumentos ou 
diminuições de ativos utilizados na produção de bens e serviços. 
 
A DFC pode ser elaborada tanto pelo método direto, que parte da movimentação 
direta de caixa e equivalentesde caixa, demonstrando os itens que entraram e 
saíram dessas contas, quanto pelo método indireto, a partir do resultado. 
 
Demonstração do Valor Adicionado – DVA 
A Demonstração do Valor Adicionado passou a ser exigida para as sociedades 
anônimas de capital aberto. Essa demonstração informa o valor da riqueza 
gerada pela empresa e como é distribuída entre os entes. 
A DVA parte da DRE e uma se diferencia da outra no sentido de sua apresentação. 
Vejamos: 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre contabilidade, clique nos links a seguir: 
• Objetivo da 
contabilidade: http://www.youtube.com/watch?v=dP-
f6jXH6rk&list=TLlJrpVCzaWhrvNTuAA8pykgcm9rDB-ZiO; 
• Demonstrações contábeis: 
http://www.youtube.com/watch?v=M4-QHz-66Aw; 
• Portal de 
contabilidade: http://www.portaldecontabilidade.com.br/temat
icas/demonstracoescontabeis.htm. 
 
 
Referências 
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2014. 
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por 
ações. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. 
Acesso em: 28 ago. 2014. 
 
______. Lei 11.638, de 28 de Dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da 
Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração 
e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 28 ago. 2014. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21 
_______. Lei 11.941, de 27 de maio de 2009. Disponível 
em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 28 ago. 2014. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
De acordo com a legislação fiscal vigente qual é o conjunto de demonstrações 
contábeis que deverão ser elaboradas e apresentadas? 
a) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL, DFC e DVA.
b) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL e DLPA, DFC e DVA.
c) Balanço Patrimonial, DRE, DLPA, DFC e DVA.
d) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL, DOAR e DVA.
e) Balanço Patrimonial, DR, DLPA, DFC e DVA.
Questão 2 
O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações exigidas na legislação societária 
e possui papel fundamental dentro da contabilidade. Que tipo de informação 
pode ser obtido com sua análise? 
a) Econômica e financeira.
b) Financeira e econômica.
c) Patrimonial e econômica.
d) Tributária e econômica.
e) Financeira e patrimonial.
Questão 3 
As contas contábeis estão dispostas no Balanço para o melhor entendimento das 
origens e aplicações dos recursos. Quanto ao grau de liquidez do Ativo e 
exigibilidade do Passivo como estão classificados os elementos no Balanço 
Patrimonial? 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23 
a) Liquidez decrescente e exigibilidade decrescente. 
b) Realização decrescente e exigibilidade decrescente. 
c) Liquidez crescente e exigibilidade crescente. 
d) Liquidez decrescente e realização decrescente. 
e) Realização crescente e liquidez crescente. 
 
Questão 4 
O entendimento do ciclo operacional é extremamente importante para a Análise 
das Demonstrações Contábeis. Que tipo de influência esse tipo de análise tem 
nas demonstrações contábeis? 
a) Na definição de Circulante e Não Circulante. 
b) Na definição dos grupos patrimoniais. 
c) Na definição das contas contábeis. 
d) Na definição da atividade da empresa. 
e) Na definição das técnicas de análise. 
 
Questão 5 
Qual importante demonstração, do ponto de vista societário e que também é 
utilizada na Análise das Demonstrações Financeiras, passou a ser exigida no lugar 
da DOAR de acordo com as alterações da lei 6.404/76? 
a) DVA 
b) DFC 
c) DRE 
d) DRA 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24 
e) DMPL 
 
Questão 6 
As demonstrações contábeis possuem diferentes tipos de informações que são 
utilizadas por diferentes tipos de usuários. No atual contexto, que demonstração 
assumiu uma nova responsabilidade e faz a ponte entre a Demonstração do 
Resultado de Exercícios e o Balanço Patrimonial, mais especificamente falando 
do grupo do Patrimônio Líquido? 
a) DMPL 
b) DLPA 
c) DFC 
d) DRE 
e) DVA 
 
Questão 7 
Analisando o tipo de informação evidenciada no Balanço Patrimonial e 
comparando com as informações obtidas na Demonstração do Resultado do 
Exercício como a informação fornecida pela DRE pode ser conceituada? 
a) Informação dinâmica e econômica. 
b) Informação estática e econômica. 
c) Informação estática e financeira. 
d) Informação dinâmica e financeira. 
e) Informação dinâmica e patrimonial. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 25 
Questão 8 
A diferença entre a informação financeira e a econômica pode ser entendida por 
uma demonstração contábil em particular. Qual é essa demonstração? 
a) BP 
b) DRE 
c) DMLP 
d) DLPA 
e) DFC 
 
Questão 9 
Na Demonstração de Fluxos de Caixa encontramos três grupos que irão 
representar as atividades da empresa. O aporte de Capital Social, ou seja, 
aumento do mesmo com integralização por parte dos sócios pode ser 
caracterizado em qual grupo da DFC? 
a) Operacional 
b) Financiamento 
c) Patrimoniais 
d) Investimentos 
e) Financeiros 
 
Questão 10 
Outra demonstração que passou a ser exigida com as modificações da Legislação 
Societária é a Demonstração de Valor Adicionado. Qual o tipo de informação 
gerada pela empresa consta nessa demonstração? 
a) Resultado Econômico. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 26 
b) Resultado Financeiro.
c) Riqueza gerada e distribuída.
d) Fluxos de Caixa.
e) Informações financeiras e patrimoniais.
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 27 
Notas 
CPC: Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Para mais informações sobre 
CPC, acesse: http://www.cpc.org.br/cpc. 
 
CVM: Comissão de Valores Mobiliários 
Responsável por normatizar e assegurar o bom funcionamento do mercado de 
bolsa e de balcão brasileiro. Para mais informações sobre a CVM, 
acesse: http://www.cvm.gov.br/acessoainformacao/. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 28 
Chaves de resposta 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: De acordo com a lei 6.404/76 e posteriores alterações o conjunto 
de demonstrações obrigatórias é composto por Balanço Patrimonial, DRE, DLPA, 
DFC e DVA, lembrando que é DLPA e não DMPL. 
Questão 2 - E 
Justificativa: O Balanço Patrimonial fornece informações financeiras e 
patrimoniais, ou seja, relativas a valores e composição do patrimônio. 
Questão 3 - A 
Justificativa: O Ativo possui liquidez decrescente, ou seja, é apresentado de 
acordo com as contas que possuem maior liquidez no início e menor em seu final; 
já o passivo possui a exigibilidade decrescente, uma vez que as contas do Passivo 
Circulante são aquelas que possuem o menor prazo de pagamento. 
Questão 4 - A 
Justificativa: A definição de Circulante e Não Circulante tanto para Ativo quanto 
para Passivo tem como base o ciclo operacional da empresa. 
Questão 5 - B 
Justificativa: A DFC passou a ser exigida para as companhias de capital aberto e 
para aquelas com patrimônio líquido superior a dois milhões na data do 
encerramento do balanço. 
Questão 6 - B 
Justificativa: Com as mudanças na lei 6.404/76, a figura do lucro acumulado não 
existe mais e assim houve a obrigatoriedade de distribuição desses valores na 
ANÁLISEDAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 29 
DLPA que irá ligar o lucro do exercício apurado na DRE com os valores constantes, 
geralmente em reservas, no Balanço Patrimonial. 
Questão 7 - A 
Justificativa: A DRE, diferentemente do Balanço Patrimonial, fornece informação 
dinâmica e econômica, ou seja, relativa à formação do resultado, que pode ser 
lucro ou prejuízo. 
Questão 8 - E 
Justificativa: A DFC é utilizada para explicar, por exemplo, porque as receitas 
(resultado econômico) não necessariamente se refletem em resultado financeiro 
(caixa), pois muitas vezes as receitas se convertem em Clientes, ou seja, ainda 
não foram recebidas. 
Questão 9 - B 
Justificativa: De acordo com a organização e o raciocínio da DFC, o Capital Social 
é considerado uma atividade de financiamento. 
Questão 10 - C 
Justificativa: A DVA informa a riqueza gerada e distribuída na entidade durante 
determinado período de tempo, e tem como base a DRE. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2 
Análise das demonstrações contábeis e 
financeiras - Apostila
Aula 2: Análise das demonstrações cont. fin. 
Introdução 
Você conheceu os conceitos relativos às demonstrações contábeis e, agora, 
definiremos o que é a análise das demonstrações, que é um importante ramo 
das finanças e muito utilizado para a tomada de decisões. 
Você compreenderá a informação fornecida pelas análises, que pode ser relativa 
às situações econômica e financeira, em relação ao desempenho e às tendências 
da empresa, pode evidenciar erros e acertos da administração e outros aspectos 
utilizados no processo de gestão. 
Em seguida, você conhecerá a origem da necessidade da análise baseada nas 
necessidades dos emprestadores de dinheiro e sua crescente preocupação com 
a liquidez das empresas devedoras. Dessa maneira, identificará os usuários das 
análises e o tipo de informação que cada um necessita. 
Objetivo: 
1. Esclarecer o que é a análise das demonstrações financeiras;
2. Descrever as principais técnicas e usuários da análise das demonstrações
financeiras.
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3 
Conteúdo 
Demonstrações Financeiras 
Você estudou as primeiras demonstrações e as informações fornecidas para a 
Análise das Demonstrações Contábeis. Nesta aula, usaremos Análise das 
Demonstrações Financeiras, mas é comum a utilização das expressões Análise de 
Demonstrações Contábeis ou Análise de Balanço, para o mesmo tipo de 
informação. 
Vejamos o que três renomados autores têm a dizer a respeito dessa Análise: 
 
Dante C. Matarazzo 
Para Matarazzo (2010), a Análise das Demonstrações tem como principal objetivo 
extrair informações das demonstrações para a tomada de decisões. 
 
Alexandre Neto e Fabiano Lima 
Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a Análise das Demonstrações financeiras 
é um dos estudos mais importantes do ramo de Finanças Corporativas e desperta 
um enorme interesse tanto para os administradores internos da empresa quanto 
para os diversos segmentos de analistas externos. 
 
Usuários da informação contábil 
Diante do posicionamento de Assaf Neto e Lima, visto anteriormente, você deve 
estar se perguntando o porquê do interesse tanto dos administradores internos 
da empresa quanto dos diversos segmentos de analistas externos na Análise das 
Demonstrações Contábeis. 
Vamos entender a utilização dessa análise para cada público? 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4 
Administradores internos 
Para esse público, a análise servirá para avaliar o desempenho geral da empresa, 
ou seja, será possível visualizar os reflexos tanto do passado quanto no presente 
e no futuro das decisões financeiras tomadas. 
Analista externo 
Para o analista externo, a informação apresentará objetivos mais específicos em 
relação à avaliação do desempenho da empresa e irá variar de acordo com as 
necessidades do analista. No entanto, Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a 
análise pode ficar comprometida pela falta de informações relevantes, que só 
podem ser conseguidas com o acesso de dados internos na empresa. 
Exemplo: Se o analista externo for um credor, seu interesse será a liquidez e 
capacidade de pagamento da empresa. Se o analista for um investidor, seu 
interesse será o Retorno sobre Investimento (ROI) e a criação de valor da 
empresa. 
Para o analista externo, a informação apresentará objetivos mais específicos em 
relação à avaliação do desempenho da empresa e irá variar de acordo com as 
necessidades do analista. No entanto, Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a 
análise pode ficar comprometida pela falta de informações relevantes, que só 
podem ser conseguidas com o acesso de dados internos na empresa. 
Exemplo: Se o analista externo for um credor, seu interesse será a liquidez e 
capacidade de pagamento da empresa. Se o analista for um investidor, seu 
interesse será o Retorno sobre Investimento (ROI) e a criação de valor da 
empresa. 
Análise das Demonstrações Financeiras 
As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre as empresas, 
que são apresentados de acordo com as regras e a legislação societária. A análise 
das demonstrações é que transformará esses dados em informações pertinentes 
aos usuários a que se destinam. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5 
Para que seja possível entender melhor essa distinção entre os termos e 
compreender o efeito dentro da análise das demonstrações financeiras é só 
pensarmos no Balanço Patrimonial... 
Ao observarmos o Passivo é possível ver que uma empresa tem um determinado 
valor de dívidas, o que representa um dado. 
A conclusão de que essas dívidas são altas demais e que a empresa pode ter 
algum tipo de dificuldade para pagá-las é considerado uma informação. 
Atenção 
Matarazzo (2010) define os dados como números, descrições 
de objetos ou eventos que, de forma isolada, não oferecem 
nenhuma reação ao leitor. No entanto, as informações 
representam, para aqueles que a recebem, uma comunicação que 
pode produzir algum tipo de reação ou decisão. 
Fornecimento de informações 
Diante do que vimos até aqui, entendemos que a análise é caracterizada pelo 
fornecimento de informações e pode ser entendida pelo esquema a seguir: 
Com essa sequência, é possível compreender que os fatos ou eventos 
econômicos e financeiros ocorrem, são reconhecidos e registrados dentro do 
processo contábil. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6 
A partir deste momento, são apresentadas as demonstrações financeiras, que de 
forma isolada acabam por fornecer somente dados e mediante à utilização de 
técnicas de análise de balanços irão ser transformadas em informações 
financeiras úteis para a tomada de decisões. 
 
Dados versus informações 
É importante compreender a diferença entre a contabilidade que apenas fornece 
dados e a análise das demonstrações, responsável pelo fornecimento de 
informações. 
O contador dará atenção aos registros das operações, ou seja, tudo o que tiver 
impacto no patrimônio no patrimônio de uma determinada empresa. Vejamos um 
exemplo na aquisição de uma nova máquina: 
 
Primeiramente, o contador faz o registro da compra no imobilizado. 
 
Em seguida, o analista das demonstrações financeiras dará atenção ao impacto 
dessa compra no Ativo Não Circulante da empresa, ao desembolso de capital, se 
houve captação de recursos por empréstimos e se a empresa terá ou não 
capacidade de pagar a dívida contraída. 
 
Por fim, o analista verificará se a máquina está dando o retorno adequado, entre 
outros aspectos. 
 
Segundo Matarazzo (2010), o produto gerado pela análise das demonstrações 
financeiras é um relatório escrito, com a utilização de gráficos que auxiliem o 
entendimento de conclusões mais complexas. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕESCONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7 
Relatórios 
Ao contrário das demonstrações financeiras (que são baseadas em leis, normas 
e princípios) os relatórios devem ter uma linguagem mais simplificada, como se 
fossem elaborados para leigos, mesmo que não sejam esses os usuários. 
Isso proporcionará aos gerentes da empresa, gerentes de banco ou gerentes de 
crédito que têm familiaridade com os relatórios, maior possibilidade de 
compreender todos os termos utilizados. 
 
Matarazzo (2010) apresenta as informações que devem constar nosrelatórios: 
• Situação financeira; 
• Situação econômica; 
• Desempenho; 
• Eficiência na utilização dos recursos; 
• Pontos fortes e fracos da empresa; 
• Tendências e perspectivas da empresa; 
• Quadro evolutivo da empresa, das demonstrações; 
• Adequação das fontes às aplicações de recursos; 
• Causas de possíveis alterações na situação financeira e econômica; 
• Evidências de erros da administração; 
• Providências que deveriam ser tomadas e não foram; 
• Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras. 
 
Exemplos de relatórios: 
Vejamos, a seguir, dois exemplos de relatórios – um que apresenta somente 
dados comparado a outro que apresenta informações úteis para a tomada de 
decisão: 
 
Dado Informação 
O índice de endividamento é de 
220%; isto significa que para cada 
R$100,00 de capital próprio existem 
R$220,00 de terceiros. 
 
O grau de endividamento da 
empresa encontra-se em nível 
razoável, vem crescendo de maneira 
indesejável, pois há dois anos era 
considerado bom. 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8 
Esse índice mostra um aumento de 
10% em relação ao anterior, que já 
tinha crescido em 1%. 
Os recursos de terceiros são, 
predominantemente, de curto prazo 
(85%). 
Os índices de liquidez encontrados 
foram respectivamente: 
• liquidez geral – 1,25;
• liquidez corrente – 1,40;
• liquidez seca – 1,01.
Isso mostra que a empresa possui 
mais valores realizáveis que dívidas de 
curto prazo. 
A composição do endividamento 
demonstra um perfil de dívida 
insatisfatório devido à excessiva 
participação das obrigações de curto 
prazo. 
Já a liquidez da empresa pode ser 
considerada boa. 
Dados versus informação 
Fonte: Adaptado de Matarazzo (2010) 
Nesse sentido, podemos compreender que, na primeira parte do quadro, foram 
apresentados somente dados encontrados em demonstrações financeiras, o 
que, para muitos leitores não serve de nada. 
Na segunda parte do quadro, na apresentação de um relatório, estão 
disponibilizadas as informações que podem ser usadas no processo decisório e 
são entendidas por uma vasta gama de interessados. 
Processo de análise das demonstrações 
Você sabe como ocorre o processo de análise das demonstrações? Vejamos a 
figura a seguir, a fim de entendê-lo melhor: 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9 
 
Observando a figura, percebemos que a análise das demonstrações financeiras 
é realizada a partir de um esquema organizado, a fim de: 
• Extrair os índices das demonstrações financeiras; 
• Comparar os índices com padrões já estabelecidos; 
• Ponderar as diferentes informações e chegar a um diagnóstico ou 
conclusões; 
• Tomar as decisões necessárias. 
 
É preciso tomar cuidado se a sequência não for obedecida, pois poderá 
comprometer a análise das demonstrações. Isso poderá ocorrer por falta de 
padrões, por não saber construí-los ou interpretá-los. 
 
Vejamos uma analogia com outra situação para que você possa compreender 
esse processo. Nosso exemplo será de uma consulta médica: 
 
No caso de realização de exames preliminares, o médico irá tirar a temperatura, 
pressão, entre outros indicadores. 
 
Posteriormente, o médico irá comparar cada resultado com um indicador próprio 
já estabelecido e depois observará todos os indicadores em conjunto. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10 
Por fim, o médico irá elaborar as conclusões, que serão transmitidas ou não aos 
pacientes, tomar uma decisão, que pode ser internar o paciente, encaminhá-lo a 
outro médico ou receitar algum tipo de medicamento. 
 
Surgimento da utilização de técnicas de análise 
Matarazzo (2010) afirma que a análise das demonstrações financeiras surgiu no 
século XIX, quando os banqueiros americanos passaram a solicitar balanços às 
empresas tomadoras de empréstimos. O setor bancário sempre foi e continua 
sendo o principal usuário. Vejamos como ocorreu essa evolução de 1895 até 
1915: 
 
1895 
Em 9 de fevereiro, o Conselho Executivo da Associação dos bancos no Estado de 
Nova York recomendou a todos os membros que solicitassem aos contratantes 
de empréstimos declarações escritas e assinadas de seus ativos e passivos. 
 
1900 
A mesma associação divulgou um formulário para pedido de empréstimo que 
continha um espaço para o Balanço. Dessa forma, com o passar dos anos, foi se 
desenvolvendo a noção de comparação de diversos itens, e a mais comum da 
época era a comparação entre o Ativo e o Passivo Circulante. 
 
1913 
Outros índices passaram a ser utilizados, como os depósitos bancários 
comparados com o exigível, o percentual de contas a receber em relação a outros 
itens do Ativo, assim como a comparação dos estoques com as vendas atuais. 
 
1915 
O Federal Reserve Board (FED), o Banco Central dos Estados Unidos, passou a 
exigir o Balanço das empresas para redesconto de títulos, prática que ficou 
consolidada como base para a concessão de crédito. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11 
Agora, vejamos o que ocorreu na mesma evolução, vista anteriormente, entre os 
períodos de 1918 e 1930: 
1918 
O FED criou um livreto que incluía formulários padronizados tanto para o Balanço 
Patrimonial quando para a Demonstração de Lucros e Perdas, além de um esboço 
de procedimentos de auditoria e princípios para a preparação das demonstrações 
em geral. 
1919 
Alexander Wall, que foi considerado o pai da análise das demonstrações, afirmou 
que havia a necessidade de comparar mais do que Ativo Circulante e Passivo 
Circulante, sendo posteriormente desenvolvidas outras fórmulas utilizadas para 
a avaliação de empresas. 
1925 
Stephen Gilman criou a Análise Horizontal que era uma crítica à análise feita 
apenas por índices. Sugeria que era necessária a construção de índices 
encadeados que indicassem as variações ocorridas nas principais contas em 
relação ao ano-base. 
1930 
Essa década foi marcada pelo surgimento, dentro da empresa Du Pont, de um 
modelo de análise de rentabilidade que envolvia a taxa de retorno, as taxas de 
margem de lucro e giro dos negócios, conhecida como Return on Investment 
(ROI). 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12 
Diagnóstico atual e previsão de tendências futuras 
Para Assaf e Lima (2014), atualmente, pode-se compreender a análise das 
demonstrações como o estudo do desempenho econômico financeiro de uma 
empresa em determinado período passado, para diagnosticar sua posição atual 
e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras. 
Assim como ocorreu na evolução dos índices, é preciso compreendermos dois 
importantes fatores: 
 
O uso de um índice apenas, de forma isolada de outros que podem ilustrar ou 
explicar o seu comportamento, não irá fornecer informações suficientes para o 
processo de tomada de decisão. 
 
Mesmo utilizando diversos índices, em muitos casos, é preciso compará-los com 
a situação setorial, ou seja, o mercado em que a empresa atua e também fazer 
uma comparação temporal, entendendo como o passar do tempo influencia a 
economia, o setor, e a empresa em questão. 
 
Agora, vamos compreender, de forma introdutória, alguns tipos de análise que 
são utilizadas dentro da técnica de análise das demonstrações financeiras.Análises Horizontal e Vertical 
Assaf Neto (2012) afirma que as duas principais características de análise de uma 
empresa são baseadas na comparação dos valores obtidos em determinado 
período com aqueles levantados em períodos anteriores, assim como a relação 
desses valores com outros valores afins. Dessa forma, o critério básico utilizado 
na análise das demonstrações financeiras é a comparação. 
Você estudou que o montante de uma conta ou de um grupo patrimonial, 
isoladamente, não irá retratar a importância do valor apresentado e muito menos 
o seu comportamento em longo prazo. Veja um exemplo: 
 
Imagine os custos de uma empresa... 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13 
 
Se pensarmos nesse valor de forma isolada, é difícil afirmar se o montante é 
representativo. 
 
No entanto, se compararmos esse valor com o valor das vendas ou com valores 
de períodos passados, é possível compreender sua importância. 
 
Melhores resultados das análises 
Segundo Assaf Neto e Lima (2014), as análises horizontal e vertical apresentam 
melhores resultados quando: 
 
São obtidas de uma mesma demonstração financeira, como relacionar o lucro 
com investimentos, custo de capital, custos com vendas, capital de giro com ativo 
total, ou seja, quando existe uma relação direta entre as comparações e elas são 
obtidas dentro da mesma demonstração, o que permite entender melhor a 
relação dos valores apresentados; 
 
For observada a evolução dos montantes patrimoniais e de resultados ao longo 
do tempo, como: crescimento de vendas e de lucros, evolução do patrimônio 
líquido, entre outros. Isso irá permitir que seja entendido o passado e possibilitará 
a determinação de tendências futuras do comportamento econômico-financeiro 
das empresas. 
 
Nesse sentido, a análise vertical e a análise horizontal são importantes 
ferramentas que, partindo de comparações, possibilitam o entendimento da 
empresa por meio da análise de tendências. 
 
Análise do ROI (Retorno Operacional dos Investimentos) 
Desenvolvido há mais de 50 anos, esse instrumento ainda possui grande utilidade 
nos dias de hoje. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14 
O ROI permite uma ampla decomposição dos elementos que influenciam na 
determinação de taxas de rentabilidade de uma empresa e irá explicar quais os 
fatores que levam ao aumento ou à queda da rentabilidade. Este índice propiciará 
ainda a identificação de alternativas para modificações da rentabilidade quando 
esta for objeto do estudo. 
Matarazzo (2010) afirma que esse tipo de análise pode ser utilizado em 
combinação à análise do custo/volume/lucro e, também, à análise da Curva de 
Demanda de uma empresa, ou seja, percebemos, claramente, a importância da 
combinação de um ou mais índices para uma visão real da empresa. 
Análises por índices, do capital de giro e outros tipos de análise 
Vejamos, a seguir, a definição de outras importantes análises das demonstrações 
financeiras: 
Análise por índices 
Essa análise é a relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações 
financeiras e que visam evidenciar determinados aspectos da situação de uma 
empresa. 
Análise do capital de giro 
Análise representada pelo cálculo dos índices de rotação ou prazos médios 
(recebimento, pagamento e estocagem). Com a utilização desses índices é 
possível construir um modelo de análise de investimentos e financiamento de 
capital de giro. 
De acordo com Matarazzo (2010), esse tipo de análise é muito importante para 
a tomada de decisão gerencial, bem como para a avaliação da capacidade de 
administração do capital de giro da empresa. 
Outros tipos de análise 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15 
Esses tipos são outras análises envolvendo a alavancagem financeira, a 
alavancagem operacional, assim como a análise de fluxo de caixa podem ser 
utilizadas. No entanto, o conhecimento e o entendimento do conjunto das 
análises são importantes para o correto processo de tomada de decisões. 
Usos e usuários 
Você sabe por que a análise das demonstrações financeiras é tão importante e 
para quem é necessária? 
A análise das demonstrações financeiras permite compreender como o aumento 
de vendas pode afetar a situação financeira da empresa e se a obtenção de 
financiamentos será benéfica para a empresa. Dessa forma, a análise das 
demonstrações financeiras se torna interessante não só para a empresa, mas 
também para aqueles que vão se relacionar com ela, estando cada usuário 
interessado em um aspecto em particular. 
Vejamos alguns dos usuários e seus interesses: 
Bancos comerciais 
Concedem créditos de curto prazo as empresas. Nesse sentido, observam a 
situação atual do cliente, visando, também, entender sua situação futura. 
Bancos de investimentos 
Responsáveis por fornecer financiamentos de longo prazo, precisam se preocupar 
com a situação futura em longo prazo dos clientes. 
Concorrentes 
Analisam a situação da empresa, pois o conhecimento profundo da situação dos 
concorrentes pode ser um fato de sucesso ou fracasso no mercado. 
Dirigentes 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16 
Utilizam a análise das demonstrações para complementar o processo de tomada 
de decisões, utilizada como auxiliar na formulação de estratégia da empresa. 
 
Além dos que vimos anteriormente, existem outros interessados também, como 
clientes, governo, corretoras de valor, investidores. Cada um desses está 
interessado em um diferente aspecto e a análise poderá fornecer informações 
úteis para esses usuários. 
Você aprendeu alguns aspectos inicias da análise das demonstrações, que tipo 
de informações elas podem apresentar e quais são os principais usuários. 
Agora vamos fazer uma atividade! 
 
Atividade proposta 
O proprietário de uma empresa solicitou que você, atuando como controller, 
explicasse certos aspectos referentes à situação da empresa e que poderão ser 
utilizados na análise das demonstrações financeiras. Ele demonstrou algumas 
informações e pediu para que você apontasse de onde essas informações seriam 
retiradas e solicitou uma breve análise sobre os aspectos que poderão ser 
analisados em cada uma delas. 
A seguir, um exemplo que pode ser utilizado nas outras questões a serem 
preenchidas: 
 
 
 
Questões a serem preenchidas: 
Situação Financeira 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17 
Fonte Análise 
Balanço Patrimonial Análise da situação financeira, 
liquidez, capacidade de pagamento. 
 
Situação econômica 
Fonte Análise 
 
 
Desempenho 
Fonte Análise 
 
 
Pontos fortes e fracos da empresa 
Fonte Análise 
 
 
Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras 
Fonte Análise 
 
 
 
 
 
Chave de resposta: 
Situação econômica 
Fonte Análise 
DRE Análise da situação econômica, 
lucratividade, aumento de receitas. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18 
Desempenho 
Fonte Análise 
DRE Comparação das Receitas versus 
despesas. 
Pontos fortes e fracos da empresa 
Fonte Análise 
Análise da concorrência Comparação dos números da 
empresa com a concorrência, 
aumento ou diminuição das compras. 
Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras 
Fonte Análise 
DRE, Balanço Possibilidade de empréstimos, 
aumento da produção. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre o que foi estudado nesta aula, acesse Análise de 
Balanço em: http://www.youtube.com/watch?v=y5r8AUBIcZE. 
Referências 
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico-
financeiro. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2014. 
GITMAN,L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo: 
Pearson Education, 2010. 
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 
7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de
administração financeira. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2013.
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A análise das demonstrações contábeis é uma técnica bastante importante 
utilizada pelas empresas. Dentro desse contexto qual poderia ser considerado o 
objetivo da análise das demonstrações financeiras? 
a) Extrair informações das demonstrações para a tomada de decisão. 
b) Extrair informações para a adequação das demonstrações. 
c) Extrair informações para prestação de contas ao fisco. 
d) Extrair informações para os usuários externos. 
e) Extrair informações para verificação da fidedignidade das demonstrações 
contábeis. 
 
Questão 2 
A análise das demonstrações contábeis pode ser utilizada, de certa forma, para 
usuários internos e externos. Qual o interesse dos usuários internos e externos 
respectivamente? 
a) Aspectos tributários e gerenciais. 
b) Aspectos societários e tributários. 
c) Capacidade de pagamento e reflexo das decisões tomadas. 
d) Desempenho geral e reflexo das decisões tomadas, liquidez e capacidade 
de pagamento. 
e) Informações obrigatórias relativas às demonstrações contábeis e aspectos 
tributários. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21 
Questão 3 
Dentro do ambiente da análise das demonstrações contábeis é necessário definir 
a diferença entre dado e informação. Como podem ser entendidas as 
informações? 
a) Somente números. 
b) Simples descrições. 
c) Eventos isolados que produzem reações. 
d) Fatos econômicos ou financeiros para análise. 
e) Comunicação que pode produzir algum tipo de reação ou decisão. 
 
Questão 4 
Observando-se o processo de tomada de decisão que envolve a análise das 
demonstrações financeiras é preciso definir papéis. Pensando-se em um primeiro 
momento no contador, qual seria sua função? 
a) Extrair os dados das demonstrações e transformá-los em informações. 
b) Registro das operações que impactam no patrimônio. 
c) Realizar projeções. 
d) Preparar as demonstrações para a análise. 
e) Emitir relatórios que permitam a tomada de decisão. 
 
Questão 5 
Para o início do processo de análise das demonstrações financeiras é necessário 
que sejam obedecidos certos passos. Das informações a seguir qual não é levada 
em consideração nesse processo? 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22 
a) Comparam-se os índices com padrões já estabelecidos.
b) Verificam-se os aspectos tributários.
c) Tomam-se decisões.
d) Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou
conclusões.
e) Extraem-se os índices das demonstrações financeiras.
Questão 6 
A análise das demonstrações contábeis possui uma função muito importante que 
é apresentar informações elaboradas sobre a situação da empresa. Nesse 
contexto, qual foi o motivo de criação e que até os dias atuais é o foco dessa 
técnica? 
a) Necessidade de comparação das empresas com seus concorrentes.
b) Apresentação das informações gerenciais para os usuários externos.
c) Facilitação do entendimento dos dados contábeis.
d) Cessão de crédito por instituições financeiras.
e) Exigência societária.
Questão 7 
Após o desenvolvimento de algumas técnicas de análise surgiu a necessidade de 
se entender as demonstrações como um todo. Que técnica foi sugerida para que 
fossem entendidas as variações de um ano para o outro de forma encadeada? 
a) Análise horizontal.
b) Análise vertical.
c) Análise de rentabilidade.
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23 
d) Análise de liquidez. 
e) Análise de imobilização. 
 
Questão 8 
A utilização de índices pode fornecer importantes informações para o processo 
de tomada de decisão, entretanto somente isso não é suficiente. Que outro 
aspecto pode ser analisado como importante para esse processo? 
a) Análise tributária. 
b) Análise societária. 
c) Análise setorial. 
d) Análise de dados. 
e) Análise de sistemas. 
 
Questão 9 
Qual técnica de análise das demonstrações financeiras se caracteriza pela relação 
entre contas ou grupos visando evidenciar determinados aspectos da situação de 
uma empresa? 
a) Análise horizontal. 
b) Análise vertical. 
c) Análise por índices. 
d) ROI. 
e) Alavancagem financeira. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24 
Questão 10 
De forma genérica, a análise por índices relaciona contas e grupos visando 
evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa. 
a) Bancos de investimento. 
b) Fornecedores. 
c) Bancos comerciais. 
d) Clientes. 
e) Dirigentes. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 25 
Notas 
Norma CPC 02: “Quando a entidade vende, desconta ou transfere um ativo 
financeiro (venda ou desconto de carteira de recebíveis, por exemplo), só pode 
baixá-lo se transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da 
propriedade do ativo financeiro e se não mantiver envolvimento continuado 
com ele. Caso contrário, a entidade deve manter os instrumentos financeiros 
no ativo e tratar o valor recebido como empréstimo. A essência da transação 
é que deve ser retratada contabilmente. Assim, as duplicatas descontadas 
(parcela recebida do desconto) são agora classificadas como passivo, sendo 
que a duplicata a receber continua a ser mantida no ativo até o seu efetivo 
recebimento.” 
 
Passivo Exigível em Longo Prazo: Assaf Neto (2012) destaca que utiliza o 
termo Ativo Permanente para se referir a três contas: Investimentos, 
Imobilizado e Intangível, ou seja, esse termo está ligado ao Ativo Não 
Circulante, descontados os valores do Realizável em Longo Prazo. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 26 
Chaves de resposta 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: A análise das demonstrações contáveis irá extrair informações das 
demonstrações para auxílio ao processo de tomada de decisão. 
Questão 2 - D 
Justificativa: Tanto o desempenho geral quanto o reflexo das decisões são 
informações relativas aos usuários internos já a capacidade de liquidez pode ser 
avaliada pelos usuários externos. 
Questão 3 - E 
Justificativa: Diferentemente dos dados que precisam ser interpretados, a 
informação poderá produzir algum tipo de reação ou decisão nos tomadores de 
decisão. 
Questão 4 - B 
Justificativa: Em um primeiro momento o contador tem de se preocupar com o 
registro das operações que irão impactar o patrimônio. 
Questão 5 - B 
Justificativa: Os aspectos tributários inicialmente não fazem parte do processo de 
análise das demonstrações financeiras. 
Questão 6 - D 
Justificativa: A primeira motivação de utilização da análise das demonstrações 
contábeis é a cessão de crédito por instituições financeiras. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 27 
Questão 7 - A 
Justificativa: A análise horizontal surgiu como crítica às analises utilizadas até o 
momento e serve para, de forma encadeada, analisar as principais 
demonstrações ocorridas em relação a um ano base. 
Questão 8 - C 
Justificativa: A análise setorial é muito importante para que se possa conhecer o 
ambiente em que a empresa atua e será combinado com seus índices. 
Questão 9 - C 
Justificativa: De forma genérica, a análise por índices relaciona contas e grupos 
visando evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa. 
Questão 10 - A 
Justificativa: Os bancos de investimento por serem responsáveispor fornecer 
financiamentos de longo prazo precisam se preocupar com a situação em longo 
prazo das empresas. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2 
Análise das demonstrações contábeis e 
financeiras - Apostila
Aula 3: Análise horizontal e vertical 
Introdução 
Nesta aula, você entenderá, de forma prática, quais os aspectos iniciais 
necessários para a análise das demonstrações financeiras. Você será apresentado 
ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do Exercício, duas das 
demonstrações mais utilizadas nas técnicas de análise. 
A Análise Horizontal será abordada de forma mais detalhada, juntamente com a 
apresentação da técnica em um Balanço e em uma Demonstração do Resultado 
do Exercício, para que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre a 
técnica. 
Por fim, a Análise Vertical também será apresentada baseada nessas duas 
demonstrações para que você possa perceber a diferença entre esta técnica e a 
Análise Horizontal, assim como a importância desses dados para o gestor. 
Objetivo: 
1. Discutir a preparação das demonstrações para a análise;
2. Esclarecer as técnicas de Análise Horizontal e Vertical.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3 
Conteúdo 
Iniciando as análises 
Inicialmente, faremos alguns ajustes necessários e entenderemos alguns termos 
utilizados no início das análises. Neste primeiro momento, vamos ver as análises 
horizontal e vertical, mas para que isso ocorra é necessário observar o seguinte: 
Simplificação 
As demonstrações apresentadas estão simplificadas. No caso do Balanço e da 
DRE, que estudaremos, muitas contas estão agrupadas, pois as duas 
demonstrações são extensas e detalhadas. Dessa maneira, aparecem agrupadas 
ou sob a denominação de “Outros” por não representarem, no caso do balanço, 
valores, de forma isolada, importantes para a análise. 
Comparabilidade 
Essa é uma das características da contabilidade e na análise não é diferente. Uma 
vez que é preciso que sejam comparados padrões, o Balanço deverá ser 
apresentado com as mesmas contas e com diversos períodos. 
Internacionalização 
As Duplicatas Descontadas eram uma conta redutora do Ativo, entretanto, com 
as mudanças ocorridas pela internacionalização da contabilidade, atualmente, a 
conta de Duplicatas Descontadas faz parte do Passivo, de acordo com o 
entendimento da Norma (CPC 02). 
Nomenclatura 
Alguns autores ainda utilizam tanto o termo Ativo Permanente quanto Passivo 
Exigível em Longo Prazo, apesar da mudança de nomenclatura dos elementos 
patrimoniais. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4 
Familiaridade 
O analista deve ter familiaridade com o assunto, ou seja, é necessário conhecer 
a fundo os termos contábeis, assim como as mudanças na legislação e, se 
possível, a empresa que será analisada, pois o analista poderá encontrar, de 
forma fácil, erros e distorções, facilitando a análise dos dados. 
 
Balanço Patrimonial 
A seguir, analisaremos um exemplo de Balanço da Cia Ltda. Nele, encontraremos 
as contas consideradas mais importantes do ponto de vista da análise. 
Note que um aspecto importante é o surgimento dos termos que se referem às 
partes financeira e operacional do Balanço! Vejamos: 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5 
 
 
Onde: 
 
Outros 
Contas referentes a outros valores e que não são essenciais nesse momento. 
 
Financeiro 
Engloba as disponibilidades e aplicações. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6 
 
Operacional 
Atribuído à operação da entidade. 
 
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE 
A DRE apresenta somente as informações extremamente necessárias para 
análise e, assim como o Balanço, apresenta os dados em três períodos diferentes 
para que possam ser feitas comparações entre os anos, o que é um dos objetivos 
da análise das demonstrações financeiras. 
Vamos observar a DRE da mesma companhia no mesmo período que vimos 
anteriormente para que possamos observar alguns detalhes: 
 
 
 
 
Atenção 
 É preciso utilizar vários índices e outros tipos de análises, 
combinados com conhecimentos relativos ao setor da empresa e 
à economia em geral para que possamos ter uma análise real da 
empresa. 
 
 
Outros 
As contas referentes a outros valores e que não são essenciais nesse momento, 
estão denominadas por “outros”. 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7 
Financeiro 
Engloba as disponibilidades e aplicações. 
Operacional 
Atribuído à operação da entidade. 
Análise Horizontal 
A Análise Horizontal é a comparação entre os valores de uma mesma conta ou 
de um mesmo grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. 
Pode ser definido como um processo de análise temporal, desenvolvido por meio 
de números-índices, sendo que seus cálculos são baseados conforme afirma 
Assaf Neto (2012) no seguinte raciocínio: 
Onde: 
Número de índice 
O número índice representa a relação existente entre o valor de uma conta 
contábil ou um grupo de contas, e determinada data (V<sub>d</sub>) e o seu 
valor obtido na data base (V<sub>b</sub>). 
Vd 
Representa o valor monetário identificado no exercício que se pretende 
comparar, por meio da utilização de um índice. 
Vb 
Está relacionado com este mesmo índice, mas no exercício em que se efetua a 
comparação, ou seja, este será o ano de comparação. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8 
 
 
Atenção 
 De forma genérica, Assaf Neto (2012) sugere que a Análise 
Horizontal permite as seguintes conclusões: 
• Evolução dos Ativos (investimentos) e Passivos 
(financiamento de curto prazo) – evidencia certa folga 
financeira (liquidez corrente). Isso pode ser observado caso 
os Ativos Circulantes tenham crescido de forma mais rápida 
que os Passivos Circulantes. Poderá ocorrer um aperto na 
situação da empresa caso tenha ocorrido o inverso; 
• Evolução do Ativo permanente produtivo (o conceito de 
permanente engloba todos os grupos menos o Realizável em 
Longo Prazo); 
• Evolução da estrutura de capital – a análise desse segmento 
busca o conhecimento de como a empresa está financiando 
seus investimentos em ativos, ou seja, se houve maior ou 
menor preferência por empréstimos e financiamentos em 
relação ao uso de capital próprio, se existe algum visível 
desequilíbrio de capital. 
 
 
Balanço Patrimonial com Análise Horizontal 
Agora, vamos retomar o exemplo da Cia Ltda. e ver como ficou a análise de seu 
Balanço Patrimonial já com a Análise Horizontal. Note que foram destacadas as 
contas que mais sofreram variações percentuais. 
O que podemos concluir com a Análise Horizontal dos três períodos apresentados 
da Cia Ltda.? 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9 
 
 
No caso do Ativo, na conta de Investimentos, quando comparamos o ano de 2012 
com 2011, observarmos que houve um aumento de 144,8%, a variação é o que 
exceder os 100% inicias, que representam R$ 25.164,00. 
 
Na Reserva de Lucro, com o mesmo raciocínio da conta de Investimentos, houve 
um aumento de 112,6% quando comparamos o ano de 2012 com 2011. 
 
Análise Horizontal da DRE 
Assaf Neto (2012) cita que, referente à Análise Horizontal da DRE, procura-se 
identificar, de forma prioritária, a evolução dos custos e despesas em relação ao 
volume de vendas e seus reflexos em relação ao resultado do exercício. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10 
No caso, por exemplo, de uma situação de crescimento proporcionalmente menor 
do custo dos produtos vendidos em relação às receitas operacionais geradas, 
podem ser extraídas as seguintes informações: 
 
 
 
Nesse caso, não houve aumentos significativos, apenas aumento no lucro antes 
do Imposto de Renda e ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido. 
 
Em 2012, foi de 57,9% e em 2013, quando comparado a 2011, utilizado com 
base fixa, foi de 66,89%. 
 
Análise Vertical 
Para o cálculo da Análise Vertical, utiliza-se o percentual de cada conta em 
relação a um valor-base. No caso do Balanço, quando falamos do Ativo, 
calculamos o percentual de cada conta contra o total do grupo. 
Assaf Neto (2012) afirma que a Análise Vertical parte do princípio da disposição 
dos valores absolutos em forma vertical, o que permite apurar a participação 
relativa de cada item contábil, em cada grupo do Balanço ou na DRE, bem como 
sua evolução com o tempo. 
 
Análise Vertical no Balanço Patrimonial 
Voltemos ao exemplo da Cia. Ltda. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11 
Repare que foram realçados os valores referentes a clientes que têm se 
destacado no Ativo, com uma participação média de 41%, o que representa 
valores elevados de contas a receber. 
Dessa maneira, é possível perceber a importância de cada conta dentro 
de seu respectivo grupo. 
 
 
 
Análise Vertical na DRE 
No exemplo da Cia Ltda., observa-se que a conta que possui maior participação, 
partindo-se da receita líquida como 100%, é a conta de CPV, com um valor 
aproximado de 50% de participação. 
Nesse caso, é interessante observar como estão os custos da empresa e porque 
seu valor está tão alto. Vejamos: 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12 
 
 
 
Relação entre análises Vertical e Horizontal 
Uma das principais recomendações é que as análises Vertical e Horizontal sejam 
utilizadas em conjunto, uma vez que não devemos tirar conclusões isoladas da 
Análise Horizontal, já que um item que pode ter uma grande variação de um ano 
para outro pode não ser representativo dentro de um grupo ao qual pertence. 
Matarazzo (2010) afirma que é desejável que as conclusões baseadas na Análise 
Vertical sejam complementadas pela Análise Horizontal. No caso da DRE, 
pequenos percentuais podem ser muito significativos. 
Veja um exemplo: 
 
Uma determinada despesa administrativa que representa, no primeiro ano, 12% 
das vendas passa a representar 18%, depois de dois anos. 
 
Essa variação pode não chamar a atenção do analista, entretanto, uma 
combinação com a Análise Horizontal pode relevar que houve uma variação de 
50% (além do crescimento com vendas). 
 
Caso as vendas tenham tido um crescimento de 140% no período, as despesas 
administrativas terão crescido 210%, assim, ao chamar a atenção do analista 
para esse fato, a Análise Horizontal está cumprindo o seu papel. 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13 
Análise Vertical/Horizontal 
Pelo fato de a relação entre as Análises Vertical e Horizontal ser fundamental 
para melhor compreensão do Balanço, muitos autores chamam essas duas 
técnicas por um só nome: Análise Vertical/Horizontal. 
Dessa maneira, podemos resumir os objetivos da Análise Vertical/Horizontal: 
 
Indicar a estrutura do Ativo e do Passivo 
É importante também apontar as modificações da estrutura do Ativo e do Passivo. 
Dessa maneira, pode-se conhecer o crescimento de: 
• Totais do Ativo Permanente e Circulante, e de cada um de seus 
componentes; 
• Patrimônio Líquido e do Não Circulante, quando comparados com o 
crescimento do Ativo Permanente; 
• Ativo Circulante em comparação com o Passivo Circulante. 
 
 
Analisar o desempenho da empresa 
A Análise Vertical atingirá seu ponto máximo quando utilizada na análise da DRE. 
É preciso que o valor das vendas seja igualado a 100 para que todos os demais 
percentuais tenham seus valores calculados com a base 100. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14 
Atividade proposta 
Imagine que você está analisando a Demonstração do Resultado do Exercício da 
Cia. ABC, tanto no que diz respeito à Análise Horizontal quanto à Análise Vertical 
e recebeu os dados a seguir apresentados: 
 
 
 
No entanto, além disso, você recebeu informações importantes de que o mercado 
em que sua empresa atua está em crise, e seus concorrentes não estão vendendo 
bem. Diante dessa informação, e com a utilização das técnicas citadas, aponte 
alguns dados que podem revelar que sua empresa se encontra em boa situação. 
 
Chave de resposta: 
Aumento da receita – Aumento de 25% – Análise Horizontal (de 2011 para 2012). 
Aumento da receita – Aumento de 41% – Análise Horizontal (de 2011 para 2013). 
Praticamente houve a manutenção dos custos, em média 50%, observando a 
Análise Vertical dos três anos. 
Aumento do Lucro Líquido, de 6,5% em 2011 (Análise Vertical) para 7,9% em 
2012. 
Outros aspectos poderão ser apontados. 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre o que acabamos de estudar, acesse o vídeo Análise de 
Balanço em http://www.youtube.com/watch?v=y5r8AUBIcZE 
 
Referências 
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico-
financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2014. 
 
CPC 02. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 02 (R2). Efeitos das Mudanças nas 
Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis. Disponível 
em: http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/62_CPC_02_
R2_rev%2003.pdf. Acesso em: 19 maio 2014. 
 
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo: 
Pearson Education, 2010. 
 
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7. 
ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de 
administração financeira. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Por que são utilizadas algumas simplificações para o início dos trabalhos de 
análise das demonstrações financeiras? 
a) Alguns valores podem ser desprezados.
b) Alguns valores podem ser excluídos.
c) Alguns valores não têm importância de forma isolada para a análise.
d) Alguns valores podem ser ocultos do processo.
e) Alguns valores podem confundir a análise.
Questão 2 
Iniciando os trabalhos de análise de determinada empresa, verificou-se que o 
Balanço foi apresentado com três diferentes períodos, ou seja, três diferentes 
anos. Por que isso acontece? 
a) Erro de apresentação.
b) Comparabilidade das informações.
c) Verificação da importância das demonstrações.
d) Verificação de erro nas demonstrações.
e) Desconhecimento de quem elaborou as demonstrações.
Questão 3 
Como a conta de duplicatas descontadas passou a ser classificada após os 
impactos da internacionalização da contabilidade? 
a) Contabilizada e mantida para fins de análise dentro do Passivo, como um
empréstimo.
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17 
b) Reclassificada para o Passivo, pois é uma conta redutora do Ativo. 
c) Permanece no Ativo Circulante. 
d) Deve ser reclassificada como uma conta de resultado. 
e) Não é necessário que se faça nada e a mesma deve permanecer no Ativo. 
 
Questão 4 
Contando com as mudanças trazidas pela harmonização contábil ainda existe a 
utilização da nomenclatura "Permanente". Quais contas do Ativo serão 
representadas por esse grupo? 
a) Exigível em Longo Prazo e Investimentos. 
b) Investimentos e Imobilizado. 
c) Investimentos e Intangível. 
d) Investimentos, Imobilizados, Intangível. 
e) Exigível em Longo Prazo, Imobilizados, Intangível. 
 
Questão 5 
No contexto de análise das demonstrações contábeis dois termos 
frequentemente utilizados são o Financeiro e o Operacional. A que se referem 
essas duas nomenclaturas? 
a) Disponibilidades e Operações da empresa. 
b) Caixa

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