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Morfologia MORFOLOGIA - ESTRUTURA DAS PALAVRAS: RADICAL, DESINÊNCIA, PREFIXO E SUFIXO (PT 1) 1) Radical(RD): Corresponde ao elemento portador de significado de uma palavra. É o elemento irredutível e comum às palavras de mesma família. Observe: ferro ferreiro ferradura O elemento ferr- representa o RADICAL. Nos verbos, o radical é obtido retirando-se as terminações -ar, -er, -ir do infinitivo. O RD de cantar, por exemplo é cant; o de vender, vend; o de partir, part. Nos nomes, o RD é obtido retirando-se as terminações a, e e o átonas. cas a leit e bols o 2) Vogal temática (VT): Acrescenta-se, normalmente, ao radical para constituir uma base. Nos verbos, a vogal temática define a que conjugação pertence o verbo. Existem 3 conjugações verbais: 1ª conjugação: VT a. Ex.: cantar, pular, sonhar. 2ª conjugação: VT e. Ex.: vender, comer, chover. 3ª conjugação: VT i. Ex.: partir, dividir, sorrir. O verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertence à 2ª conjugação, porque a sua forma antiga era poer. Nos nomes, as vogais temáticas são a, e e o átonas. Veja. lata pente livro Dá-se o nome de Tema ao segmento que corresponde ao RD + VT. São, portanto, atemáticas as palavras que não possuem vogal temática. Eis três exemplos: mar céu flor. SÍNTESE TEÓRICA II – DEMAIS MORFEMAS 1) Afixos: a) Prefixos: São antepostos ao radical. Veja: inquieto, desleal, super-homem, etc. b) Sufixos: São pospostos ao radical. Veja: crueldade, firmemente, trabalhador,etc. 2) Desinências: Sempre pospostas ao radical, são responsáveis por indicar: a) gênero: Indica o gênero da palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero, quando houver a oposição masculino - feminino. garoto garota (masculino) (feminino) b) número: Indica o plural da palavra. É a letra squeindica o plural da palavra. Exemplo: livros, retratos. 3) Vogais e consoantes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Veja só: Gás + metro = gasômetro Bambu + al = bambuzal MORFOLOGIA - FORMAÇÃO DAS PALAVRAS: COMPOSIÇÃO, DERIVAÇÃO, HIBRIDISMO, ONOMATOPEIA E ABREVIAÇÃO (PT 2) As palavras são divididas em dois grandes processos de formação. O primeiro deles é o que envolve a composição. Palavra composta é aquela que apresenta, no mínimo, dois radicais. Como esses radicais se juntam é o que orienta a classificação de palavras compostas justapostas e aglutinadas. Veja só. 1) Composição por justaposição. Na união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura. Eis alguns exemplos: pontapé (ponta + pé) lava-roupa (lava + roupa) 2) Composição por aglutinação. Na junção, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Eis alguns exemplos: embora (em boa hora) planalto (plano alto) Síntese Teórica – Palavras Derivadas Palavras derivadas são aquelas que apresentam prefixo e/ou sufixo. Vejamos como podem ser classificadas. 1) Derivação prefixal: acréscimo de um prefixo à palavra. Exemplos: desfazer, infiel, contraindicar. 2) Derivação sufixal: acréscimo de um sufixo à palavra. Exemplos: lealdade, felizmente, mulheraça. 3) Derivação prefixal e sufixal: em momentos distintos, prefixo e sufixo se agregaram à palavra. É importante perceber que, ao retirarmos um deles, o restante da palavra existe na língua. Veja só: infelizmente Existe, por exemplo, a palavra “infeliz”. 4) Derivação parassintética: ao mesmo tempo, prefixo e sufixo se agregaram à palavra. É importante perceber que, ao retirarmos qualquer um deles alternadamente, a palavra não existe. Noutras palavras, a palavra só existe com ambos os afixos ou sem ambos os afixos. envelhecer Não existe “velhecer”, nem “envelh”. Síntese Teórica – Outros processos 1) Derivação regressiva: em geral, são substantivos abstratos derivados de infinitivos por diminuição. Veja só: grito vem de gritar, abraço vem de abraçar, etc. Obs.: Alguns gramáticos arrolam como derivação regressiva alguns casos, todos reflexos da linguagem coloquial, de supressões de sufixos reais ou aparentes de algumas palavras. Veja só: estranja (estrangeiro), japa (japonês), china (chinês), rebu (rebuliço), etc. 2) Derivação imprópria ou conversão: É o processo pelo qual as palavras, num contexto específico, mudam de classe, sem alterar a forma. Veja só: O talvez não existe para os bons. Observe que, na frase acima, o advérbio “talvez” e o adjetivo “bons” foram substantivados. 3) Onomatopeia: É a palavra que reproduz aproximadamente certos sons ou ruídos: reco- reco, fonfom, cacarejar, traque. 4) Abreviação ou redução: É a redução da palavra até o limite permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneumático), metro (metropolitano), extra (extraordinário), etc. 5) hibridismo: É formação de palavras com elementos de línguas diferentes: sociologia (latim e grego), automóvel (grego e latim) televisão (grego e latim), sambódromo (africano e grego). MORFOLOGIA – ARTIGOS DEFINIDOS E INDEFINIDOS Síntese Teórica I Artigos definidos: o, os, a, as. Artigos indefinidos: um, uns, uma, umas. Onde houver artigo, haverá um substantivo. O artigo vive em função do substantivo, e ambos vão estar sempre no mesmo gênero (masculino / feminino) e no mesmo número (singular / plural). Nós nos unimos nos nós. Nessa frase publicitária, há, respectivamente: pronome pessoal, pronome pessoal, verbo, contração de “em” mais “os”, pronome pessoal. Síntese Teórica II Semântica dos artigos Em geral, o artigo definido individualiza, determina o substantivo de modo particular e preciso. Já o artigo indefinido determina o substantivo de modo impreciso, indicando, em geral, que se trata de simples representante de uma dada espécie. Leia o texto com bastante atenção: “Durante a aula, o professor Agras dava uma explicação densa, sobre um assunto complexo. Um aluno, lá no fundo da sala, arrotou retumbantemente, e um cheiro acre invadiu o ambiente. Agras ficou tenso, nervoso. Desceu o tablado, foi ao fundo da sala e repreendeu o aluno.” Observe que é o artigo definido, presente em “o aluno” (fechamento do texto) que permite ao leitor afirmar tratar-se do mesmo aluno que arrotou. Caso o artigo definido, no caso, fosse substituído pelo artigo indefinido, o sentido seria outro. MORFOLOGIA – NUMERAIS Conceituação É a palavra que denota, em geral, quantidade definida. A exemplo dos pronomes, o numeral também pode ter função adjetiva (quando acompanha um substantivo) ou substantiva (quando substitui um substantivo). Veja só: Duas , mulheres ganharam o quíntuplo do prometido. (numeral adjetivo) (numeral substantivo) Há quatro tipos de numerais: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários. Cardinais: são os numerais que designam quantidade certa. São os mais usados no cotidiano. Ei-los: zero, um, dois, três, quatro, cinco, etc. Ordinais: são os que designam ordem numa série. Ei-los: primeiro, segundo, terceiro, quarto, etc. Fracionários: são os numerais que indicam frações dos seres. Ei-los: meio (ou metade), terço, quarto, quinto, etc. Multiplicativos: são os que exprimem a multiplicidade dos seres. Ei-los: dobro, triplo, quádruplo, etc. Tenho de comer o dobro do que comi. Obs.: Excetuando dobro, duplo e triplo, os numerais multiplicativos são pouco usados no cotidiano. Há uma preferência para o emprego do cardinal seguido do substantivo vezes. MORFOLOGIA – SUBSTANTIVOS SÍNTESE TEÓRICA I – CLASSIFICAÇÃO BÁSICA Os substantivos dividem-se em concretos (realidade exterior, existência independente) e em abstratos (realidade interior, em geraldesignam sentimentos, qualidades, ações ou estados). Os concretos se subdividem em próprios, comuns e coletivos. Os abstratos, designam, em geral, ações (o grito), sentimentos (amor), qualidade (beleza) ou estado (felicidade). SÍNTESE TEÓRICA II - FLEXÃO DE GÊNERO 1) Substantivos Uniformes - Substantivos que apresentam uma só forma para o masculino e para o feminino. Podem ser: a) Sobrecomuns: não há variação de artigo. Só o contexto pode informar se o referente (ser designado, referido) é masculino ou feminino. Veja só: Chegou a criatura que, em seguida, faria um discurso à multidão presente. Observe que, sem um contexto maior, não há como saber se “a criatura” é homem ou mulher. Também são sobrecomuns: algoz, ídolo, indivíduo, defunto, cadáver, etc. b) Epicenos: são nomes (uniformes) de animais. É comum a designação do “sexo” pelo acréscimo das palavras “macho” e “fêmea”. Eis alguns exemplos: condor, caracol, gavião, jacaré, tatu, borboleta, cobra, formiga, mosca, onça, tartaruga, pulga, etc. c) Comuns de dois gêneros: há variação de artigo. Veja só: o agente – homem / a agente – mulher Estão nesse caso: compatriota, chefe, estadista, gerente, imigrante, intérprete, mártir, selvagem, seminarista, xereta, xerife, etc. O Brasil tem, hoje, a primeira presidente do país. Desde que se elegeu, têm sido muitas as discussões em torno do que seria (mais) correto: Presidente Dilma ou Presidenta Dilma. As duas formas estão corretas. Veja como Houaiss define o verbete “presidenta” em seu dicionário: “mulher que se elege para a presidência de um país”. Aurélio afirma o seguinte: “presidenta – mulher que preside”. 2) Substantivos Biformes – Substantivos que apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. É o caso, por exemplo, de homem/mulher, gato/gata; senhor/senhora, etc. SÍNTESE TEÓRICA III - FLEXÃO DE NÚMERO Substantivos Simples - Casos principais 1) Paroxítonos ou proparoxítonos terminados em - s e -x são invariáveis. Ex.: os lápis, os pires, os os atlas, os ourives, os ônibus, os clímax, etc 2) Recebem -s os nomes terminados em vogal ou ditongo oral, ditongo nasal átono, vogal nasal (ã) e em -m. Ex.: as asas, os troféus, as bênçãos, os ímãs, os dons, etc. 3) Recebem -es os que terminam em -r ou em -s, - z. Ex.: os cadáveres, os faquires, os gases,os açúcares, etc. 4) Os nomes terminados em -il tônico trocam por -s. Ex.: o funil – os funis. 5) Os nomes terminados em -il átono trocam por - eis. Ex.: o fóssil – os fósseis. Observe a dupla prosódia: réptil – répteis. reptil – reptis. projétil – projéteis. projetil – projetis. 6) Substantivos terminados em -ão(oxítonos): alguns casos que merecem atenção. 1º) Fazem em -ães: capelão, capitão, escrivão, tabelião, etc. 2º) Fazem em -ãos todos os paroxítonos e mais: cidadão, cristão, demão, grão, etc. 3º) Fazem em -ões: folião, galpão, peão, etc. 4º) Fazem em -ães e -ãos: refrão, sacristão, etc. 5º) Fazem em -ães e -ões: charlatão, guardião, cirurgião, etc. 6º) Fazem em -ãos e -ões: anão, corrimão, verão, etc. 7º) Fazem em -ões, -ães e -ãos: ancião, vilão, etc. 7) Plural dos diminutivos com o sufixo –zinho. O comum é pluralizar a palavra de origem, cortando-lhe, em seguida, o –s. Depois é só acrescentar o sufixo “-zinho” já pluralizado. Veja só. Digamos que tenhamos de colocar a palavra “barzinho” no plural. Procedimentos: bar – bares – bare – barezinhos 8) Substantivos só usados no plural: afazeres, anais, férias (período de descanso), fezes, núpcias, pêsames, etc. 9) Plurais metafônicos: na formação do plural de alguns substantivos, ocorre metafonia, isto é, mudança de timbre da vogal tônica. Veja alguns casos: caroço, corpo, esforço, fogo, forno, imposto, miolo, olho, osso, poço, porco, porto, posto, povo, etc. Não apresentam metafonia: acordo, almoço, alvoroço, arroto, bolo, bolso, cachorro, morro, pescoço, repolho, rolo, etc. SÍNTESE TEÓRICA IV - FLEXÃO DE NÚMERO Substantivos Compostos - Casos principais 1) substantivo + substantivo: ainda há autores que defendem a pluralização apenas do primeiro elemento, quando o segundo expressa finalidade ou semelhança. O fato, porém, é que a tendência cada vez mais forte é de ambos os substantivos pluralizarem. Veja os casos abaixo, todos extraídos dos nossos principais dicionários. cirurgião-dentista cirurgiões-dentistas ou cirurgiães-dentistas salário-família salários-família ou salários-famílias navio-escola navios-escola ou navios-escolas pombo-correio pombos-correio ou pombos-correios 2) substantivo + adjetivo ou adjetivo + substantivo: ambos os elementos variam. guarda-civil guardas-civis amor-perfeito amores-perfeitos alto-relevo altos-relevos 3) substantivo (+ preposição clara ou oculta) + substantivo: nesse caso, só o primeiro elemento varia. cavalo-vapor cavalos-vapor pé-de-cabra pés de cabra 4) compostos em que não há hífen: só o último elemento varia. pontapé pontapés girassol girassóis 5) compostos de grão, grã, bel + substantivo: só o segunto elemento varia. grã-cruz grã-cruzes bel-prazer bel-prazeres 6) compostos de verbo ou palavra invariável + substantivo ou adjetivo: só o segundo elemento varia. abaixo-assinado abaixo-assinados alto-falante alto-falantes guarda-roupa guarda-roupas 7) compostos de três ou mais elementos, não sendo o segundo uma preposição: só o segundo elemento varia. bem-me-quer bem-me-queres bem-te-vi bem-te-vis 8) compostos de palavras onomatopaicas e/ou reduplicadas: só o segundo elemento varia. reco-reco reco-recos tique-taque tique-taques São invariáveis: a) compostos de verbos diferentes (sentidos opostos):: perde-ganha, vai-volta, leva-e-traz, etc b) compostos de verbo + palavra invariável: pisa- mansinho, cola-tudo, ganha-pouco, bota-fora, bota-abaixo, papa-tudo, etc. c) compostos de verbo ou palavra invariável + palavra já no plural: quebra-nozes, troca-tintas, não-me-toques, etc. d) frases substantivas: disse-me-disse, bumba- meu-boi, não-sei-que-diga, etc. e) composto arco-íris. SÍNTESE TEÓRICA V - VARIAÇÃO DE GRAU Os substantivos podem se flexionar no grau aumentativo ou no grau diminutivo. Eis alguns casos curiosos. Aumentativos barba- barbaça barca- barcaça beiço- beiçorra, beiçola boca- bocarra cabeça- cabeçorra cão- canzarrão casa- casarão faca- facalhaz, facalhão fatia- fatacaz fogo- fogaréu homem- homenzarrão inseto- insetarrão ladrão- ladravaz nariz- narigão povo- povaréu voz- vozeirão Diminutivos cão- canito, cãozito casa- casita, casucha corpo- corpúsculo gota- gotícula nó- nódulo nota- nótula núcleo- nucléolo ovo- óvulo porção- porciúncula povo- poviléu raiz- radícula rede- retícula rio- riacho rua- ruela, rueta saca- sacola saco- saquitel sala- saleta via-viela MORFOLOGIA - ADJETIVOS Síntese Teórica I – Classificação básica O adjetivo é a palavra que caracteriza os seres. A criança é linda. Ela estava eufórica. Os adjetivos podem ser classificados em: 1) Primitivos: não derivam de outras palavras. Exemplos: vestido claro, casaco grande, etc. 2) Derivados: derivam de outras palavras. Exemplos: homem infeliz, papel azulado, etc. 3) Simples: apresentam um único radical em sua estrutura. Exemplos: homem apavorado, criança feliz, etc. 4) Compostos: apresentam pelo menos dois radicais em sua estrutura. Exemplos: menino ítalo-brasileiro, crise socioeconômica, etc. 5) Restritivos: particularizam a característica do ser, ou seja, exprimem qualidade que não é própria do ser. Exemplos: gelo útil, flor amarela, etc. 6) Explicativos: compreendem características inerentes aos elementosem questão. Exemplos: gelo frio, homem mortal, etc. 7) Adjetivos pátrios: referem-se a países, estados, regiões, cidades ou localidades. Exemplos: rapaz brasileiro, criança goiana, etc. Observe o significado de cada adjetivo a seguir sublinhado. a. Caro amigo: querido amigo. b. Amigo caro: amigo que dá despesa. c. Bom homem: homem gentil. d. Homem bom: homem caridoso (ou sensual). e. Grande país: país digno, nobre. f. País Grande : país de significativas dimensões físicas. g. Pobre Mulher: mulher digna de dó. h. Mulher pobre : mulher sem recursos financeiros. Locução adjetiva: é a expressão formada de 'preposição + substantivo' ou também de 'preposição + advérbio', sempre com valor de adjetivo. Exemplos: aves da noite(avesnoturnas), paixãosem freio (paixãodesenfreada). Síntese Teórica II – Gênero dos adjetivos Os adjetivos podem ser: 1. Uniformes: têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino. Exemplo: homem feliz / mulher feliz. 2. Biformes: têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino. Exemplo: homem mau / mulher má Se o adjetivo é composto e biforme, flexiona-se no feminino só o último elemento. Exemplo: blusa vermelho-clara, caneta amarelo- escura. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Exemplo: conflito político-social / desavença político-social. Síntese Teórica II – Número dos adjetivos 1) Plural dos adjetivos simples: flexiona-se em número para concordar com o termo ao qual se refere. Veja: torta saborosa – tortas saborosas. Se o adjetivo estiver representado por um substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela não sofrerá flexão e passará a ser denominada de substantivo adjetivado. Compare: camisa preta – camisas pretas camisa cinza – camisas cinza blusa prata – blusas prata. 2) Plural dos adjetivos compostos: apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Veja: camisa amarelo-clara camisas amarelo-claras Se o último elemento que forma o adjetivo composto for um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. Veja: camisa cinza-chumbo camisas cinza-chumbo ATENÇÃO! Azul-marinho, azul-celeste e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de- são sempre invariáveis. O composto surdo-mudo tem os dois elementos flexionados: menino surso mudo – meninos surdos- mudos. Síntese Teórica II – Graus dos adjetivos 1) Grau comparativo: usado para comparar a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características a um único ser. a) Igualdade Ela é tão exigente quanto (ou como) sua mãe. b) Superioridade Ela é mais exigente que (ou do que) sua mãe. c) Inferioridade Ela é menos exigente que (ou do que) sua mãe. ATENÇÃO! Os adjetivos bom, mau, grande epequeno apresentam formas sinéticas para o grau comparativo de superioridade: melhor, pior, maior, menor. Veja só: Ela é melhor do que eu. (mais boa) Ela é pior do que eu. (mais má) Ela é maior do que eu. (mais grande) Ela é menor do que eu. (mais pequena) Em se tratando de qualidades do mesmo ser, as formas analíticas devem ser usadas. Veja: Ela é mais grande do que propriamente gorda. 2) Grau superlativo: consiste na intensificação do sentido do adjetivo. Há dois tipos. Vamos a eles. a) Relativo: destaca um ser diante de outros da mesma espécie. Pode ser de: Superioridade: Ela é a mais dedicada da turma. Inferioridade: Ela é a menos dedicada da turma. Observe dois fatos: a presença do artigo e a ausência do conector comparativo (que / do que). b) Absoluto: destaca um ser sem compará-lo com os outros da mesma espécie. Pode ser: Analítico: Você é muito sério. Sintético: Você é seriíssimo. Observe outras formas de intensificar um adjetivo: Ela é bela, bela. (repetição do adjetivo) Ele é branco como vela. (por comparação) Blusa branquinha. (uso do diminutivo) MORFOLOGIA - ADVÉRBIOS É palavra invariável que, de certa forma, interfere no sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio ou mesmo de uma declaração inteira. A interferência ocorre por expressar alguma circunstância (tempo, modo, lugar, etc.). Locução adverbial é o conjunto de duas ou mais palavras com valor de advérbio. Observe. Ela fala bem. Aqui, o advérbio bem interfere no sentido do verbo “fala“. Ela é muito extrovertida. Aqui, o advérbio muito interfere no sentido do adjetivo “extrovertida”. Ela fala muito bem. Aqui, há dois advérbios: o advérbio bem interfere no sentido do verbo “fala”, e o advérbio muito interfere no sentido do advérbio “bem”. Ela fala muito e bem. Aqui, observe que os advérbios muito e bem interferem no sentido do verbo “fala”. Realmente, choveu muito hoje. Aqui, observe que há três advérbios: muito e hoje interferem no sentido do verbo “choveu”; já o advérbio realmente não se refere especificamente a “choveu”, nem a “muito”, nem a “hoje”. O advérbio realmente se refere à declaração inteira “choveu muito hoje”. De manhã ela fez ginástica. Aqui, a circunstância adverbial é expressa por um conjunto de duas palavras. Quando isso ocorre, temos uma locução adverbial. II) Circunstâncias adverbiais Os valores semânticos dos advérbios e locuções adverbiais são muitos, todos subordinados a contextos. Veja os principais casos. 1) lugar: aqui, ali, atrás, de fora, de dentro, acima, abaixo, etc. 2) tempo: hoje, amanhã, de noite, à tarde, em breve, etc. 3) modo: bem, mal, assim, melhor, pior, às pressas, às claras, etc. 4) afirmação: sim, de fato, com certeza, realmente, sem dúvida, etc. 5) negação: não, tampouco, absolutamente, de modo algum, etc. 6) intensidade: muito, pouco, mais, menos, assaz, quase, demais, etc. 7) dúvida: talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente, etc. Morfologia - PREPOSIÇÕES É palavra invariável que relaciona dois termos, de tal modo que o sentido do segundo(consequente) se subordina ao do primeiro (antecedente). As preposições se dividem em essenciais e acidentais. Preposições essenciais: a, ante, após, até, com contra, de, desde, em , entre, para, perante, por (per), sem, sob, sobre e trás. Preposições acidentais são palavras (de outras classes gramaticais) usadas acidentalmente como preposições. Alguns exemplos: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc. Locução prepositiva (também chamada de preposição composta) é o grupo de palavras (normalmente um advérbio ou expressão adverbial acrescidos de uma preposição essencial) com valor de preposição. Veja alguns casos: ao lado de, em torno de, apesar de, através de, de acordo com, com respeito a, por causa de, quanto a, no tocante a, graças a, etc. Obs.: Não confunda locução prepositiva com locução adverbial. A locução prepositiva sempre termina em preposição; a locução adverbial nunca termina em preposição. Veja: Estou longe de você. Vi você de longe. (loc. prepositiva) (loc. adverbial) II) Particularidades quanto ao emprego das preposições 1) Combinações e contrações As preposições podem se juntar com outras palavras, formando combinações (quando não há perda de fonemas) e contrações (quando há perda de fonemas). Veja alguns exemplos: a + o: ao. preposição mais artigo (ou pronome demonstrativo). a + aquela: àquela. preposição mais pronome demonstrativo. de + a: da. preposição mais artigo (ou pronome demonstrativo). de + aquilo: daquilo. preposição mais pronome demonstrativo. em + uns: nuns. preposição mais artigo indefinido (ou pronome indefinido) em+ algum: nalgum. preposição mais pronome indefinido. por (per) + a: pela preposição mais artigo definido (ou pronome demonstrativo). MORFOLOGIA - CONJUNÇÕES: RELAÇÃO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA Classificação das conjunções (e locuções) coordenativas Aditivas: estabelecem sentido aditivo (acréscimo) entre termos ou orações. As principais são e e nem(com valor de e não). Veja só: Eu estudo e trabalho. Não estudo nem trabalho. Por vezes, o sentido aditivo é estabelecido por grupos de palavras: não só ... mas também, não apenas .... como também, não somente ... mas também, etc. Não só estudo, como também trabalho. Adversativas: estabelecem sentido de oposição, adversidade. As principais são mas, porém, contudo, todavia, entretanto e n o entanto. Estudou muito, mas não passou. Alternativas: estabelecem sentido de alternância. As principais são: ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, já...já , seja...seja, etc. Quero café ou leite. Ora assisto a filmes, ora assisto a novelas. Conclusivas: estabelecem o fecho conclusivo de um raciocínio. As principais são logo, portanto, porisso, por conseguinte, assim, etc. O carro enguiçou, portanto não pudemos chegar na hora combinada. Explicativas: estabelecem ideia de explicação para a afirmativa feita na oração com que se relacionam. As principais conjunções são pois (sempre no início da oração), que , porquanto e porque . Chore, que é bom. Corra, pois vai chover. Ligue-me depois, porque estou ocupado agora. Bate pouco sol neste quarto, porquanto cheira a mofo. CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES (E LOCUÇÕES) SUBORDINATIVAS As conjunções (e locuções) subordinativas introduzem as chamadas orações subordinadas, ou seja, aquelas que exercem função sintática em relação a uma outra oração chamada principal. Integrantes: são as conjunções que e se quando introduzem orações subordinadas de caráter substantivo, ou seja, orações que exercem função de sujeito, de predicativo, de objeto direto, de objeto indireto, de complemento nominal e de aposto. É comum o reconhecimento de uma oração substantiva por meio de sua substituição pelo pronome ISTO. Veja. Isto é importante. [Que eu trabalhe] é importante. (sujeito) Causais: que (= porque), porque, porquanto, como, pois, porquan to, já que, visto que, uma vez que (com o verbo no indicativo), etc. O governador não participou da reunião porque viajou. Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que, apesar de que, nem que, posto que, sem que, etc. Embora chova, sairei. Mesmo que você grite, não lhe darei atenção. Conformativas: conforme, como, segundo, conso ante, que, etc. Como o serviço de meteorologia previu, choveu hoje. Condicionais: se, caso, sem que, uma vez que (com o verbo no subjuntivo), desde que (com o verbo no subjuntivo), dado que (com o verbo no subjuntivo), contanto que, salvo se, a menos que, etc. Se você me ouvir, entenderá. Consecutivas: que (em correlação com tal, tanto, tão, tamanho), de modo que, de sorte que, de maneira que, etc. A sacola é tão frágil, que rasgou. Finais: para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que), sempre com verbo no subjuntivo. Ela só gritou para que eu me desconcentrasse. Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais...(mais), quanto mais...(tanto mais), quanto mais...(menos ou tanto menos), etc. À medida que chovia, os rios iam subindo. Temporais: quando é a conjunção básica. Quando você chegou, eu saí. RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO Reflexão importante. Quando se empregam conjunções na criação de relações de causa e efeito, pode-se dar uma das três situações seguintes: MORFOLOGIA - INTERJEIÇÕES É a expressão que denota um estado de alma, um estado emotivo, passageiro normalmente. Veja alguns exemplos. a) alegria: ah!, oh!, oba!, opa!, etc. b) animação: avante!, coragem!, eia!, vamos!, etc. c) aplauso: bis!, bravo!, viva!, etc. d) desejo: oh,! oxalá!, tomara!, etc. e) dor: ai!, ui!, valha-me Deus, etc.
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