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Aula Microbiologia- Enterobactérias

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AULA MICROBIOLOGIA: ENTEROBACTÉRIAS 
 Características gerais:
- Bacilos gram negativos encontrados principalmente no intestino grosso de humanos e de outras espécies de animais; muitos desses bacilos são membros da nossa microbiota normal, sendo os principais anaeróbios facultativos do intestino grosso;
- Essa família apresenta uma grande quantidade de gêneros que causam uma variedade de doenças e de mecanismos patogênicos; os principais patógenos são: escherichia (infecção do trato urinário, diarreia do viajante, meningite neonatal), shigella (disenteria), salmonela (febre tifoide e enterocolite), klebsiella, enterobacter, serratia (as três causam pneumonias e infecção do trato urinário), proteus (infecção do trato urinário), yersínia (peste bubônica, enterocolite e adenite mesentérica);
- Anaeróbios facultativos; catalase positivas; oxidase negativas (exceção das pseudômonas); reduzem nitrato em nitrito para obter energia; fermentadoras de lactose ou não fermentadoras (importantes para a identificação e diagnósticos em meio ágar MacConkey e meio Taeger);
- Lactose +: escherichia, klebsiella, enterobacter e serratia; crescem no meio e adquirem uma coloração rosada;
- Lactose -: Shigella, salmonela, proteus, providencia, morganella, yersínia e pseudômonas; as colônias são esbranquiçadas/incolor e o meio se torna amarelo;
- Esses bacilos podem ser subdivididos em três categorias clinicas (relacionadas ao sitio de infecção):
· Trato Intestinal: subdivida por gêneros que causam infecções internamente ou externamente (Escherichia e Salmonella: infecções intestinais e extraintestinais); gêneros principalmente internos: Shigella, Vibrio, Compylobacter, Helicobacter (causam principalmente infecções intestinais); gêneros que causam infecções externas: Grupo Klebsiella- Enterobacter- Serratia, grupo Proteus-Providencia- Marganella, Pseudomonas e bacteroides;
· Trato respiratório: Haemophilus, Legionella e Bordetella;
· Fontes animais: Brucella, Francisiella, Pasteurella, Yersinia;
- Patógenos mais frequentes causadores de infecções intestinais: Salmonella, Shigella e Campylobacter;
- Patógenos mais frequentes causadores de infecções do trato urinário: Escherichia;
* Obs.: linhagens enterotoxigênicas de Escherichia coli são a causa mais comum de diarreias em países subdesenvolvidos;
- Mecanismos de patogenicidade para causar diarreias:
· Mediados por enterotoxinas: Escherichia Coli, Vibrio cholerae;
· Invasiva- Inflamatória: Salmonella, Shigellla, Campylobacter, E. Coli; esses bacilos invadem os enterócitos e desencadeiam um processo inflamatório;
· Mecanismos Insertos: Vibrio parahaemolyticus e Yersinia enteroclitica; 
- Bacilos que causam infecções do trato urinário: E. Coli, Enterobacter cloacae, Klebsiella pneumoniae, serratia marcescens, proteus mirabillis, pseudômonas aeruginosa;
- Pacientes infectados por patógenos entéricos exibem alta incidência de desenvolverem doenças autoimunes, como a síndrome de Reiter/artrite reativa (ocorre por uma reação cruzada: infecção pela bactéria produção de anticorpos e células do sistema imune contra aquele microrganismo; esse microrganismo pode conter antígenos a antígenos próprios do nosso tecido sistema imunológico pode identificar esses antígenos próprios, desenvolvendo uma reação inflamatória e uma doença autoimune;
- Patogênese das enterobactérias: todas as enterobactérias, por serem gram -, possuem endotoxinas (lipídeo A, que constitui o LPS); além disso, essas bactérias produzem várias endotoxinas;
- Antígenos: importantes para identificação laboratorial e investigações epidemiológicas;
· Antígeno O: presente na superfície da parede; corresponde à parte externa no LPS;
· Antígeno H: é flagelar; presente apenas em organismos flagelados;
· Antígeno K: é polissacarídeo capsular: presente em bactérias que possuem capsula (fator de virulência);
- Diagnóstico Laboratorial: a amostra com suspeita é inoculada em uma placa de ágar sangue e um meio seletivo e diferencial como ágar MacConkey ou ágar eosina-azul de metileno (EMB);
 Escherichia Coli:
- Características gerais: pode causar infecções intestinais ou extraintestinais; bacilo gram negativo; bactéria anaeróbia facultativa mais abundante no cólon e nas fezes, pois faz parte da nossa microbiota intestinal; fermentadora de lactose; flagelada: motilidade positiva; possui os antígenos O, H e K; a combinação desses antígenos resulta em alguns sorotipos conhecidos, como a ETEC (E. coli enteretoxigenica), EPEC (E.Coli enteropatoegnica), EHEC (E. Colu enterro-hemorrágica), UPEC (E. Coli uropatogênica; infecção extra intestinal);
- Doenças causadas por E. Coli: 
· Infecções no trato urinário e sepse;
· Meningite Neonatal;
· Diarreia Aquosa/ “do Viajante”
· EHEC: combinação de antígeno O com H Diarreia sanguinolenta (Disenteria);
- Transmissão: os reservatórios de infecção incluem humanos e animais; 
· Fontes de infecções do trato urinário: bactérias que fazem parte da própria microbiota e que coloniza a região urogenital;
· Fonte que provoca meningite neonatal: a criança adquire a bactéria durante o canal do parto;
· Diarreia do Viajante: Ingestão de alimentos ou água contaminadas por fezes humanas;
· Diarreia Entero-Hemorrágica: bactéria presente no gado bovino adquirida pela ingestão das carnes mal-cozidas;
- Fatores de Virulência: Pili, LPS, Enterotoxinas (secretadas dentro do intestino; toxina termolábil e termoestável causam a diarreia aquosa; verotoxina causa diarreia sanguinolenta e síndrome hemolítica urêmica);
- Patogênese: 
· Infecção do trato intestinal: Ingestão de agua ou alimentos contaminados por fezes bactéria chega no intestino delgado e se adere às células pelo pili passam a sintetizar enterotoxinas (exotoxinas que atuam no trato intestinal; toxina termolábil ou termoestável) que atuam sobre as células do Jejuno e Íleo, causando a diarreia aquosa; essas toxinas interferem no funcionamento dos enterócitos, podendo levar a uma hipersecreção de íons, substancias e agua, levando ao efluxo de eletrólitos e líquidos na luz do intestino; não há inflamação intestinal, pois essa linhagem enterotoxigênica não invade a mucosa intestinal; as linhagens enterohemorrágica causam diarreia sanguinolenta por produzirem verotoxina (essa toxina atravessa as membranas epiteliais intestinais e se dissemina através da circulação sanguínea; as células endoteliais da circulação intestinal parecem ser células alvo para a toxina; assim, essa toxina se adere e é transportada até o reticulo endoplasmático, removendo uma adenina do RNA ribossômico e interrompendo a síntese proteica as células morrem e há dano endotelial, que ativa a cascata de coagulação e forma microtombos, o que leva a um consumo maior de plaquetas e fragmentação de hemácias e insuficiência renal aguda [toxina chega nos rins], isso tudo causa uma complicação que é a síndrome hemolítica- urêmica);
· Infecções do trato urinário: os sorotipos que possuem o antígeno O causam as doenças uropatogênicas; essas linhagens possuem pili que se adere a receptores específicos do epitélio do trato urinário; além disso a motilidade dessa bactéria (flagelos) auxilia a ascendência pela uretra até a bexiga ou pelo ureter até o rim;
 Shigella:
- Patógenos principalmente internos ao trato intestinal; não fermentam glicose; não produzem H2S; não produzem gás a partir da fermentação de glicose; são imóveis (esses 3 últimos critérios diferenciam elas das samonellas); todas as shigellas possuem o antígeno O (divide o gênero em grupos sorológicos A, B, C e D)
· Grupo A: S. dysenteriae (é a espécie mais virulenta e responsável por surtos graves de disenteria bacilar que pode ser fatal);
· Grupo B: S. flexneri 
· Grupo C: S. boydii
· Grupo D: S. sonnei
* Grupos B e C são os mais isolados no Brasil;
- Doença: Enterocolite (inflamação dos enterócitos) /Disenteria Bacilar (diarreia sanguinolenta); 
- Patogênese: são os patógenos mais efetivos dentre as bactérias entéricas a ingestão de poucas bactérias já é suficiente para causar a doença; quando causam doenças no trato gastrointestinal produzemdiarreia sanguinolenta (Disinteria) por invadirem as células da mucosa intestinal, havendo uma inflamação local acompanhada de ulceração, mas os organismos raramente atravessam a parede ou atingem a corrente sanguínea; 
- Transmissão: Via fecal e oral; fatores envolvidos: dedos, moscas, alimentos, água e fezes;
- Manifestações clínicas: febre, cólicas abdominais e diarreia; anticorpos surgem após a recuperação, mas não são protetoras, uma vez que o organismo não atinge o sangue;
- O que define se a doença é branda ou severa depende da espécie de Shigella e da idade do paciente; S.dysenteriae: doença mais grave- Disenteria bacilar;
- Diagnóstico Laboratorial: são fermentadoras de lactose;
- Tratamento: Reposição de líquidos; em casos graves: Fluoroquinolonas (como ciprofloxacina), após a realização de antibiograma; 
 Helicobacter Pylori:
- Doença: Gastrite e Úlceras peptídicas;
- Bacilo gram negativo; flagelado e uréase positiva;
- Transmissão: provavelmente é interpessoal; 
- Habit natural: estômago humano, provavelmente adquirido depois de ingestão;
- Patogênese: H.pylori chega nas células do estômago e se adere às células secretoras de muco da mucosa gástrica produzem grande quantidade de amônia a partir de ureia (isso se dá pela uréase), associada a uma resposta inflamatória leva a danos na mucosa; a perda do revestimento mucoso predispõe a gastrite e úlcera; além disso, a amônia neutraliza o ácido, o que permite a sobrevivência do organismo;
- Manifestações clínicas: Gastrite e Úlceras peptídicas caracterizadas por dor recorrente no abdômen superior, frequentemente acompanhada de sangramento no TGI; não há ocorrência de bacteremia e nem de doença disseminada;
- Diagnóstico Laboratorial: esfregaços submetidos a coloração de Gram de espécimes de biopsia da mucosa gástrica; Teste do hálito de ureia;

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