Buscar

Padrão de beleza - Redação corrigida ( modelo ENEM )

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O CULTO À PADRONIZAÇÃO CORPORAL
Na década de 1940, os meios de comunicação vangloriavam a artista norte-americana Marilyn Monroe - mulher branca, loira e com curvas voluptuosas, considerada referência de corpo feminino ideal a ser alcançado. Ainda que a sociedade tenha mudado em vários aspectos, no Brasil contemporâneo a imposição de padrões corpóreos também é uma realidade. Nesse contexto, nota-se a construção cultural que institui estereótipos, os quais impactam sobretudo a qualidade de vida das mulheres.
Em primeiro plano, é imprescindível salientar a influência social na busca do padrão. A Indústria Cultural, estudada pelos filósofos da Escola de Frankfurt, constitui-se como mecanismo do sistema capitalista para gerar lucros em torno da homogeneização de comportamentos, por intermédio da venda de produtos e imagens através dos meios de comunicação em massa. Nessa perspectiva, no cenário cultural brasileiro, são disseminados biótipos, considerados belos e saudáveis, que orientam a vida das pessoas ao serem associados às ideias de sucesso pessoal, profissional e status, dificultando a autoaceitação em prol da adequação a um modelo inatingível.
Em decorrência dessa ditadura da beleza, muitos são os impactos negativos. Nesse contexto, as comparações constantes e o preconceito, os quais geram a auto percepção negativa e resultam em transtornos alimentares e impactos psicológicos, ferem a integridade de indivíduos que não se adequam a esse modelo. Essa pressão é mais intensa para as mulheres, as quais, submetidas aos moldes do patriarcado, são mais exigidas esteticamente. Tal perspectiva é abordada no livro “O mito da beleza”, da escritora estadunidense Naomi Wolf, a qual aponta o padrão como sedativo político, ou seja, como uma âncora social que restringe o desenvolvimento de potencialidades pessoais e profissionais das mulheres. 
Portanto, são fundamentais medidas para minimizar os impactos do culto ao corpo. Primordialmente, é função das instituições escolares preparar os indivíduos para lidar com a intensa pressão estética, por intermédio da democratização da informação a respeito do funcionamento da Indústria Cultural e da construção das competências socioemocionais propostas pela BNCC, as quais incluem a autoestima e a empatia, para incentivar a aceitação corporal. Outrossim, cabe ao Ministério da Saúde oferecer assistência médica e psicológica, pelo Sistema Único de Saúde, aos indivíduos que sofrem de transtornos decorrentes da busca por adequação aos estereótipos. Sendo assim, será possível superar os padrões que historicamente se firmam no meio social.

Outros materiais