Buscar

HIV pediátrico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Mila Vitória- Pediatria 2021.1 
HIV pediátrico 
Objetivos de aprendizagem 
 Aprender sobre os fatores de rico da transmissão vertical e horizontal do vírus HIV; entender a triagem diagnóstica 
de gestante e crianças para o vírus do HIV; aprender sobre o quadro clínico e quando suspeitar de HIV e AIDS em 
crianças e adolescentes; aprender sobre as profilaxias em recém-nascidos; compreender quando iniciar tratamento 
para SIDA em crianças; entender o manejo das crianças portadoras do vírus HIV. 
Caso clínico 
Paciente CESS, 2 anos, deu entrada na enfermaria de pediatria do HGF com queixa de “caroços no pescoço”. 
Genitora relata que há 4 meses notou nodulações em pescoço, axilas e região inguinal, associado a isso, referia 
também febre baixa todos os dias há 2 meses. 
HPP e HF: parto normal, sem intercorrências, coto-umbilical caiu com 5 ddv, AME até 6 meses, IA aos 6 meses, uma 
internação anterior por infecção intestinal. Genitora usuária de drogas, avô paterno faleceu há 1 mês de uma tosse 
(sic), avó paterna também está tossindo, não tem irmãos. 
IOA: febre baixa há 2 meses, perda de peso (>10% em 2 meses) 
Ao exame físico: BEG, emagrecido, hipocorado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril no momento. Pele e fâneros: 
linfonodos palpáveis de mais de 2 cm, móveis, indolores, consistência amolecida em cadeia cervical, axilar e inguinal. 
Sinais vitais sem alterações. Exame neurológico sem alterações. 
Diagnóstico sindrômico: síndrome febril + linfonodomegalia generalizada crônica (mais de 2 cadeias não contiguas). 
Diagnóstico nosológico: infeccioso (primeira opção que a gente pensaria), inflamatório, neoplásico (LLA? Linfoma?). 
Diagnóstico etiológico: TB, HIV, leucemia linfoide aguda, monolikes, LES. 
 
Diagnóstico definitivo: tuberculose 
Introdução 
• Transmissão vertical: responsável por 100% dos casos em < 5 anos. HIV na infância é sinônimo de 
transmissão vertical, a profilaxia para transmissão vertical existe desde 1996 e mesmo assim ainda há casos. 
• Em 2018 havia 37,8 milhões de pessoas com HIV no mundo, dentre essas, 1,7 milhões são < 15 anos. 
Mulheres jovens com idade entre 15 e 24 anos têm duas vezes mais chances de viver com o HIV do que os 
homens 
• No Brasil 15.564 crianças < 5 anos são portadoras do vírus 
• É uma doença de notificação compulsória 
Epidemiologia 
• Nos últimos 10 anos as taxas de novos casos se apresentam estáveis 
• 20,5 casos a cada 100.000 habitantes 
• A região sudeste vem apresentando queda significativa 
• A mortalidade por aids no Brasil apresentou tendência significativa de queda de 6,1 óbitos/100mil habitantes 
em 2004 para 5,7/100 mil em 2013 
• Resultados positivos devido a medidas preventivas e de profilaxia perinatal 
• Sem tratamento as gestantes infectadas transmitem o HIV em 25-30% dos casos. 
Transmissão vertical 
Fatores de risco: amamentação, contagem de CD4 na gestante, carga viral aumentada, anemia, estágio avançado da 
doença, mastite, soro conversão na gestação ou na amamentação. 
Mecanismos de transmissão: 
• Útero: ocorre transmissão em 25% no período da gestação. A maioria acontece no 3º trimestre. Há quebra da 
integridade da placenta, ocorrendo microtransmissões de sangue materno com vírus atravessando a 
placenta até o feto. Estudos mostram que infecções do trato genital e inflamação da placenta, principalmente 
corioamnionite, podem aumentar o risco de transmissão intraútero. 
• Intraparto: 75% das transmissões ocorrem periparto. Ocorre pelo contato da mucosa do bebê com o sangue 
da mãe infectado com o vírus durante o processo de parto. Sem a profilaxia com antirretroviral, a quantidade 
de horas de bolsa rota acima de 4 horas aumenta o risco de infecção. Microtransfusões, através da placenta, 
que ocorrem durante as contrações no trabalho de parto contribuem para o aumento de risco de transmissão 
durante o trabalho de parto e o parto. 
• Amamentação: não foi ainda totalmente elucidado, O RNA do HIV pode ser detectado no leite materno e no 
colostro e entrará em contato com a maior mucosa do nosso corpo, o TGI. Alguns estudos sugerem que 
células infectadas pelo HIV no leite materno têm maior risco de transmissão do que o vírus livre de células. A 
porta de entrada pode ser intestino ou tecido tonsilar linfoide. Não se pode amamentar quando se tem HIV. 
Transmissão horizontal 
Sexual, sanguínea e ocupacional. 
Prevenção: preservativo, teste de bolsas de hemoderivados, não compartilhar seringas, profilaxia após acidentes 
ocupacionais ou profilaxia pós-exposição, profilaxia pré-exposição (tópica ou oral). 
Prevenção da transmissão 
Pré-natal e parto: 
• Rotinas de teste rápido de HIV no pré-natal 
• Iniciar o uso dos antirretrovirais, via oral, no momento do diagnóstico e ao longo da gestação 
• Seguimento da gestante com contagem de CD4 e carga viral e estadear com critérios do WHO 
• Fazer consultadas pré-natais especializadas em HIV 
• Parto com um profissional qualificado em uma unidade adequada, rápido, sem romper a bolsa e sem 
procedimentos invasivos 
• Iniciar AZT endovenoso, até 4 horas antes do parto 
Após o nascimento: 
• Profilaxia antirretroviral para o RN nas primeiras 4 horas de vida 
• Acompanhamento do RN, preferencialmente semanal, até 6 semanas 
• Contraindicar amamentação 
• Diagnóstico precoce de HIV na infância 
• Garantir que a crianças seja acompanhada em programas de puericultura 
• Limpar todo o bebê após o nascimento 
• Clampear o cordão imediatamente 
Profilaxia 
 
Quadro clínico 
• É mais rápido na criança em relação ao adulto devido a imaturidade imunológica 
• Pode ser assintomática no período neonatal 
• Os mais jovens possuem amior risco de progressão rápida 
• > 12 meses 50% das crianças desenvolvem imunossupressão moderada e 20% grave 
• Infecções por germes oportunistas podem ocorrer mesmo com níveis normais de CD4 
História natural da doença: 
• Rápida (20-30%): graves até 12 meses e morrem antes dos 4 anos 
• Normal (70-80%): os sintomas aparecem na idade escolar, sobrevida de de 9 a 10 anos 
• Lenta (5%): progressão mínima ou nula. Contagem normal de CD4 até o início da adolescência 
• Depois da TARV os quadros ficaram mais tardios! 
Principais sinais da infecção pelo HIV em crianças e adolescentes 
Infecções recorrentes; linfonodomegalia generalizada, hepatomegalia e/ou esplenomegalia; parotidite recorrente; 
pneumonia de repetição; monilíase oral persistente (principalmente se descer por esôfago); diarreia recorrente ou 
crônica; déficit ponderal de estatura; atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; febre de origem indeterminada 
 
Se o paciente tiver uma dessas doenças em vermelho, já podemos considerar SIDA. Ou 2 das que não estão em 
vermelho. 
Diagnóstico 
• Anticorpos maternos passam pela barreira placentária. Não adianta pedir sorologia para o paciente que 
acabou de nascer e a mãe já tem o diagnóstico! Pede apenas se não sabe se a mãe é HIV e a criança 
apresenta sintomas, depois disso, se positivo, pede carga viral. 
• O anti-HIV das crianças < 18 meses podem ser positivos 
• Teste virológico (carga viral): melhor para dar diagnóstico 
• CV detectável < 48 horas indica infecção intrauterina 
• CV detectável somente entre 7 a 90 dias de vida indica transmissão no momento do parto 
• O teste de DNA pro-viral do HIV-1 é o padrão-ouro, mas é um teste muito caro e só é feito em pacientes que 
a gente tem dúvida 
• Primeira coleta de CV é feita entre 4 a 6 semanas de vida ou 2 semanas após o uso da profilaxia (RN sem 
sintomas)! 
• Se +: deve ser repetida 
• Se a 2º amostra dor +: considerar que o bebê foi infectado 
• Se a 1º amostra dor -: deve ser repetida após 4 meses ou 6 semanas após o término da profilaxia 
• Se a 2º por -: considerar o bebê não infectado 
• Após 18 meses deve-se realizar sorologia (não tem mais como ter anticorpo da mãe) 
• Crianças > 18 meses serão consideradas não infectadas se a sorologia for negativa 
Fluxogramas 
 
 
TratamentoEvidência de redução da morbimortalidade e do risco de progressão rápida da doença. 
• A recomendação é iniciar o TARV em crianças < 12 meses independente da situação clínica, CV ou 
classificação imunológica 
• Recomenda-se iniciar o TARV nas seguintes situações de acordo com WHO: estágio 3 ou 4 do WHO, idade 
< 2 anos, idade de 2 a 5 anos com CD4 <25%, idade > 5 anos com CD4 <350. 
Acompanhamento clínico 
(não precisa decorar, só saber que existe) 
 
 
Questões

Outros materiais