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Doença em bovinos Diarreia viral bovina Definição ✓ Doença infecciosa viral que acomete bovinos e com manifestações variáveis desde infecções inaparentes até quadros fatais como a doença das mucosas (DM) Importância ✓ 60-90% dos bovinos em todo o mundo são positivos para DVB ✓ Perdas econômicas devido transtornos reprodutivos e nascimento de animais fracos ✓ Abortos, natimortos, fetos mumificados, defeitos congênitos, malformações, aumento da mortalidade embrionária, nascimento de bezerros inviáveis, abate precoce dos animais Histórico ✓ DVB descrita nos EUA em 1946 por Olafson e cols ✓ Doença das mucosas - 1953 por Ramsey e cols. como outra enfermidade viral - lesões erosivas na mucosa digestiva - fatal ✓ Década de 60 - ambas doenças são manifestações do mesmo vírus Etiologia ✓ Família Flaviviridae; gênero Pestivirus ✓ RNA vírus envelopado, 45-60nm ✓ Inativado por éter, clorofórmio e raios UV, baixa resistência ambiental, exceto o frio ✓ Cepas: citopáticas (associada a doenças das mucosas) e não citopáticas (relacionada a diarreia) ✓ Variações antigênicas: Tipo 1, Tipo 2, Tipo 3 Transmissão ✓ Contato direto e indireto ✓ Transplacentária ✓ Inseminação artificial; transferência de embrião ✓ Eliminação (secreções e excreções): corrimento nasal, fezes, urina, saliva, sêmen, leite ✓ Principal FI: animais infectados persistentes (PI) Patogenia ✓ Depende da capacidade agressiva do vírus, infecção (pré natal) transplacentária, fase da gestação e imunotolerância e imuno competência fetal ✓ Células alvo (células que têm receptores do vírus): macrófagos, LT, LB, granulócitos ✓ Infecções agudas (fora do período gestacional) ○ Assintomáticos 70-90% ○ Hipertermia ○ Agalactia (não produz mais leite) ○ Diarréia ○ Anorexia, letargia ○ Pneumoenterite ✓ Imunossupressão ○ Manifestações respiratórias ○ Pasteurelose ○ Rinotraqueíte ○ Parainfluenza ○ Neosporose ○ Salmonelose ✓ Trombocitopenia que resulta em: ○ Hemorragia ○ Infecção respiratória severa ○ Alta mortalidade de animais jovens ✓ Infecções (durantes o período de gestação) ○ 1. Vacas infectadas nos primeiros 45 dias de gestação: morte fetal, reabsorção, mumificação ○ 2. Vacas infectadas entre 45 e 125 dias de gestação: nascimento do bezerro persistentemente infectado, assintomáticos ou sobrevida < 2 anos ○ 3. Vacas infectadas entre 120 e 180 dias de gestação: defeitos congênitos (cerebelar -hipoplasia, microcefalia, hidrocefalia, mielinização, deficiência ○ 4. Vacas infectadas após 180 dias: sistema imune fetal funcional e capaz de eliminar infecção Condições para Viremia Persistente (PI) ✓ Infecção com cepa não citopática, entre 45-125 dias de gestação ✓ Animais imunotolerantes (vírus considerado próprio, nasceu com ele) - sem resposta imune (vírus não é conhecido como invasor) ✓ Alguns desenvolvem doenças das mucosas, outros assintomáticos ou retardado crescimento ou alterações pulmonares/entéricas graves Doença das Mucosas ✓ Causada pelo mesmo vírus da diarréia viral mas é citopático ✓ 1-2% rebanho/mortalidade 100% ✓ Animais entre 6 a 24 meses ✓ Necessidade de sobreinfecção (mutação) com cepa citopática ✓ Sintomas: depressão, anorexia, febre, diarréia aquosa-hemorrágica em 4 dias, erosões na cavidade oral, óbito em 5-7 dias ✓ Alguns com manifestação crônica e óbito em até 18 meses ✓ Aguda: ○ Depressão, anorexia, excesso de saliva, febre 40-41°C, taquicardia, polipneia, movimentos ruminais ausentes, diarréia aquosa e profusa 2-4 dias após o início da doença (fezes com muco e sangue) ○ Lesões mucosa bucal - erosões superficiais com grandes áreas epitélio necrótico ○ Lesões no focinho é semelhante às lesões bucais cobertas com crostas, corrimento nasal mucopurulento ○ Desidratação e inapetência progressivas = óbito 5-7 dias após início dos sintomas ○ Crônica: diarréia intermitente, inapetência, emaciação, pelagem eriçada, lesões crônicas na cavidade bucal e pele não cicatrizam - óbito até 18 meses por inanição crônica Diagnóstico ✓ Casos de doença das mucosas ✓ Abortos sem ter causa conhecida ✓ Bezerros mal formados/imunossuprimidos ✓ Enterite hemorrágica ✓ Introdução a novos animais no rebanho ✓ Diferencial: aftosa, RIB, salmonelose, parasitoses intestinais, febre catarral maligna, peste bovina Diagnóstico diferencial ✓ Peste bovina - estomatite erosiva e gastrenterite. Alta morbidade e mortalidade ✓ Febre catarral maligna - estomatite erosiva e hiperemia são, particularmente, severas na febre catarral maligna, onde se observa opacidade da córnea, geralmente bilateral e irreversível, e acentuado aumento dos gânglios linfáticos (pré-escapulares), hematúria e encefalite terminal ✓ Enfermidades vesiculares - vesículas na língua e mucosa bucal, do espaço interdigital e das bandas coronárias e que se distingue da DVB, onde não há formação das mesmas ✓ Salmonelose, parasitoses - produzem diarréia sem lesões orais Diagnóstico laboratorial ✓ ELISA para detecção de Ag ○ Amostra de sangue (EDTA), urina, fezes, exsudato nasal/ocular ○ Amostras pareadas ✓ Cultivo celular ✓ ELISA para detecção de Ac (amostras pareadas) ✓ PCR (leite) - identificação do rebanho Tratamento ✓ Não existe específico ✓ Fluidoterapia e antibióticos para infecções secundárias Prevenção ✓ Identificação e eliminação dos PI ✓ Usar sêmen de touros testados ✓ Controle com vacinas - inativadas, menos efeitos colaterais ✓ Revacinar anualmente, antes da cobertura (fêmeas) e bezerros a partir de 4-6m (rodízio de marcas) ✓ Vacina não elimina PI (infectado persistente), mas diminui eliminação viral ✓ Controle sem vacinas ○ Rebanhos fechados, de corte (extensivo) ○ Se for introduzir novos animais, testar eles primeiro Herpesviroses ● Herpesvírus bovino 1 - BHV 1 ○ Família Herpesviridae ○ Subfamília Alphaherpesvirinae ○ Cepas: 1.1, 1.2 ○ DNA do vírus envelopado ○ Raramente meningoencefalite ○ Agente da IBR e da vulvovaginite pustulosa infecciosa (IPV) e balanopostite pustulosa (IPB) ● Herpesvírus bovino 2 - BHV 2 ○ Forma localizada: mamilite herpética ○ Forma generalizada: Pseudo Lumpy skin disease (PSLD) ● Herpesvírus bovino 5 - BHV 5 ○ Meningoencefalite fatal ○ Animais jovens ○ América do Sul Etiologia ✓ Glicoproteínas gB, gC, gD - penetração celular ✓ BHV 1,1 - IBR ✓ BHV 1.2 - infecções genitais ✓ BHV 1 e 5 - similaridade antigênica e sorológica ✓ Testes não diferenciam Epidemiologia ✓ Distribuição mundial - BHV 1 ✓ Isolamento no Brasil desde 1978 ✓ Prevalência BHV 1 - 8 a 82% ✓ Infecção latente - quando vírus não apresenta manifestações ✓ Atinge neurônios, tonsilas, linfonodos, baço Cadeia epidemiológica ✓ Fontes de infecção ○ Bovídeos ○ Animais em ciclo lítico ○ Portadores assintomáticos: latência ✓ Vias de eliminação ○ Exsudatos (respiratório, genital, ocular) ○ Sêmen ✓ Vias de transmissão ○ Aerossóis ○ Fômites (equipamentos, roupas, etc) ○ Sêmen: monta natural, inseminação artificial ○ Transferência de embriões ○ Vertical ✓ Portas de entrada ○ Mucosa oral, nasal e genital ✓ Susceptíveis ○ Bovinos < 24 meses de idade ○ Outros ruminantes Patogenia ✓ Celular ○ Necrose ○ Apoptose ✓ Imunossupressão - infecção secundária ○ Macrófagos ○ Linfócitos ✓ Infectados são portadores por toda a vida ✓ Infecção latente gânglios nervosos ✓ Reativação transporte, parto, desmame, confinamento, uso de corticosteróides ✓ Impacto economico: perda de peso, abortos, infertilidade, redução na produção de leite Sinais e sintomas clínicos Infecção BHV 2 ✓ Vesículas, úbere e tetos ✓ Crostas, úlceras, dor ✓ Mastite - descarte de leite ✓ Lesões nodulares cutâneas disseminadas ✓ Auto-limitante Infecção BHV 5 ✓ Atinge animais jovens ✓ Porta de entrada oral, nasal, genital ✓ Disseminação do tecido nervoso - via nervos trigêmeo e olfatório - cérebro e cerebelo ✓ Depressão, andar cambaleando, cegueira, ataxia, head pressing, convulsões ✓ Alta mortalidade Diagnóstico ✓ Direto ○ Amostras: swabs, lavados prepuciais, fetos, sêmen ○ Provas: cultivo celular, histopatologia - histoquímica,PCR - latência ✓ Indireto ○ Amostras: soro ○ Provas: ELISA, soroneutralização, pareadas (fazer mais do que um teste) Controle e prevenção ✓ Rebanhos com baixa prevalência ○ Sem vacinação ○ Exame indireto - sorologia - remoção positivos ○ Erradicação ✓ Rebanhos com alta prevalência ○ Vacinação presente ○ Teste do sêmen de reprodutores ○ Remoção de fêmeas com problemas reprodutivos ○ Isolamento e remoção sintomáticos ○ Vigilância sorológica ✓ Vacina: não impede a infecção, reduz sintomas, indicada para regiões endêmicas ✓ Vacinas múltiplas - parainfluenza + DVB + vírus respiratório sincicial bovino + BHV1 - inativadas com adjuvante oleoso ✓ Proteção BHV 1 e 5 ✓ Vacinas diferenciais Esquema de vacinação ✓ Fêmeas antes da cobertura e fim de gestação para prevenir forma reprodutiva ✓ Bezerros primeira dose no desmame e segunda e terceira 30 e 60 dias para prevenir forma respiratória
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