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Diagnóstico e Conduta da Dengue

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DENGUE 
Sintomas: 
Febre de até 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos sintomas: cefaleia, 
dor retroorbitária, mialgias, artralgias, prostação e exantema, associados ou não 
a hemorragias. 
Diagnóstico: 
1) Hemograma: 
 Dengue clássica: leucopenia geralmente, mas pode ter leucocitose; 
linfocitose com atipia linfocitária; atrombocitopenia ocasionalmente. 
 Hemorragica: além dos achados acima: 
*Hemoconcentração (valores superiores a 38% em crianças, a 40% em mulheres 
e a 45% em homens) 
*Trombocitopenia (plaquetas abaixo de 100.000/mm3) 
*Diminuição da albumina no sangue, albuminúria (albumina na urina) e discreto 
aumento dos testes de função hepática: aminotransferase aspartato sérica 
(TGO) e aminotransferase alanina sérica (TGP). 
2) Sorológico: investigação de IgM (presente apenas a partir do 6º dia) e 
IgG (presente a partir do 9º dia na infecção primária e desde o primeiro 
dia em reinfecção) 
3) Virológico (NS1): teste rápido, onde a proteína NS1 (importante para 
replicação do vírus) é detecta na fase inicial da doença (de preferência 
nos 3 primeiros dias de infecção). Usado quando paciente tem sinal de 
gravidade e urgência, sendo que resultado negativo com sintomas não 
exclui o diagnóstico. 
4) PCR: resultado específico e rápido 
Classificação de risco com respectiva conduta: 
Grupo A: 
Ausência de sinais de alarme, sem comorbidades, grupo de risco ou condições 
clínicas especiais. 
Conduta: 
1. Paracetamol ou dipirona. Não utilizar salicilatos ou AINE 
2. Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral 
3. Pode solicitar exames, mas não é obrigatório 
 
Grupo B: 
 Ausência de sinais de alarme, com petéquias ou prova do laço positiva 
 Condições clínicas especiais, de risco social ou comorbidades: 
*Lactentes, menores de 2 anos, gestantes, maiores de 65 anos 
*Hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes 
mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças hematológicas 
crônicas (principalmente anemia falciforme), doença renal crônica, hepatopatias 
e doenças autoimunes). 
Conduta: 
1) Solicitar hemograma completo – obrigatório, pra avaliar a 
hemoconcentração (paciente permanece em observação até o resultado 
dos exames) 
2) Hidratação oral 
3) Prescrever paracetamol ou dipirona. 
4) Se surgir sinais de alarme: seguir conduta do grupo C. 
Grupo C: 
Presença de algum sinal de alarme: dor abdominal intensa (referida ou à 
palpação) e contínua; vômitos persistentes; acúmulo de líquidos (ascite, derrame 
pleural, derrame pericárdico); hipotensão postural; hepatomegalia maior do que 
2 cm abaixo do rebordo costal; sangramento de mucosa; letargia ou irritabilidade; 
aumento progressivo do hematócrito. 
Conduta: 
1) O mais importante é iniciar a reposição volêmica imediata, de 10 ml/kg 
de soro fisiológico na primeira hora. Internar e ficar em observação pelo 
menos 48h. 
2) Exames obrigatórios: 
 Hemograma completo 
 Dosagem de albumina sérica e transaminases 
 Radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) 
 Ultrassonografia de abdomem (derrame cavitários) 
3) Outros exames (não obrigatórios mas pode pedir se necessário): 
glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, e ecocardiograma. 
4) Prescrever paracetamol ou dipirona 
5) Fazer reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese: desejável 1 
ml/kg/h) após uma hora, e manter a hidratação de 10 ml/kg/hora, na 
segunda hora, que é quando é feita a avaliação do hematócrito. Sendo o 
total máximo de cada fase de expansão 20 ml/kg em duas horas. Se não 
houver melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos, repetir a 
fase de expansão até três vezes 
6) Se houver melhora clínica e laboratorial após a(s) fase(s) de expansão, 
iniciar a fase de manutenção: 
 Primeira fase: 25 ml/kg em 6 horas. Se houver melhora iniciar segunda 
fase. 
 Segunda fase: 25 ml/kg em 8 horas, sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 
com soro glicosado. 
7) Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e 
laboratorial segue orientação do grupo B. 
Grupo D: 
Presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de 
órgãos; taquicardia; pulso fraco; enchimento capilar lento (>2 segundos); 
pressão arterial convergente (< 1,5 ml/kg/h); hipotensão arterial (fase tardia do 
choque); cianose (fase tardia do choque). 
Conduta: 
1) Reposição volêmica (adultos e crianças): 
 Iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral, com solução 
salina isotônica: 20 ml/kg em até 20 minutos, em qualquer nível de 
complexidade, inclusive durante transferência para uma unidade de 
referência, mesmo na ausência de exames complementares. 
 Caso necessário, repetir até três vezes 
 Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas. 
 Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, retornar 
para a fase de expansão do grupo C 
2) Realizar exames mesmos exames do C 
3) Acompanhamento em leito de terapia intensiva. 
4) No caso de resposta inadequada, caracterizada pela persistência 
do choque, avaliar: 
 Se o hematócrito tiver em ascensão, após a reposição volêmica 
adequada: utilizar expansores plasmáticos (albumina 0,5-1 g/kg); 
preparar solução de albumina a 5%, e na falta usar coloides sintéticos, 10 
ml/kg/hora. 
 Se o hematócrito estiver em queda e houver persistência do choque: 
investigar hemorragias e avaliar a coagulação. 
 Na presença de hemorragia: transfundir concentrado de hemácias (10 a 
15 ml/kg/dia). 
 Na presença de coagulopatias: avaliar necessidade de uso de plasma 
fresco (10 ml/kg), vitamina K endovenosa 
5) Considerar a transfusão de plaquetas nas seguintes condições: 
sangramento persistente não controlado, depois de corrigidos os fatores 
de coagulação e do choque, e com trombocitopenia. 
6) Se o hematócrito estiver em queda com resolução do choque, 
ausência de sangramentos, mas com o surgimento de outros sinais 
de gravidade, observar: 
 Sinais de desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca 
congestiva e investigar hiper hidratação - Tratar com: diminuição da 
infusão de líquido e uso de diuréticos 
7) Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e 
laboratorial segue orientação conforme grupo B.

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