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TRATAMENTO DA FEBRE 1) Medidas gerais: hidratação com oferta frequente de água, para repor a perda líquida dos processos febris. Quanto menor a criança, maior a quantidade da reposição, devido a hidrolabilidade que é maior no lactente. + Roupas leves e ambiente com temperatura moderada e boa aeração. 2) Antipiréticos: Aspirina: antitérmico, anti-inflamatório e analgésico. Não é indicada para crianças devido ao risco de Síndrome de Reye. Dipirona: antitérmico e analgésico. Muito usado. Paracetamol: antitérmico, anti-inflamatório e analgésico. O mais usado, por ser mais seguro e com menos efeitos adversos. OBS: Contraindicações do paracetamol: não usar com outros produtos que também tenham paracetamol, pois pode ocorrer toxicidade por superdosagem. Não utilizar em pacientes com desidratação, desnutrição grave, jejum prolongado e com hepatopatias crônicas. 3) AINE (Ibuprofeno): anti-inflamatório, antitérmico e analgésico, usado a partir de 6 meses. Critérios de internação do RN 1) Unidade de cuidados intermediários: Prematuridade (menos de 36 semanas e peso menor que 2.000g) Asfixia Perinatal (Apgar menor que 6) Filho de mãe diabética Desconforto respiratório leve – até a retirada do oxigênio Malformação congênita Distúrbio hidroeletrolítico Infecção perinatal provável ou clínica Nutrição parenteral em transição Transferência da UTIN 2) Unidade de terapia intensiva: Peso menor que 1500g ou menos de 34 semanas Desconforto respiratório com indicação de CPAP ou Ventilação Mecânica Anóxia grave (Apgar menor ou igual a 3) Hidropsia Fetal (edema por acúmulo de líquido) Sepse Nutrição Parenteral Pós-operatório Risco ou ocorrência de apnéia Exsanguineotransfusão (substituição de sangue) Distúrbios cardiovasculares: insuficiência cardíaca, arritmias e choque Necrose Instabilidade de parâmetros vitais por causas diversas: insuficiência renal e supra-renal, hemorragia cerebral, coma, convulsão e anomalias congênitas. Infecção Hospitalar no RN Pode ser adquirida antes, durante ou após o nascimento. Onfalite (uma das mais comuns): infeção da pele e dos tecidos moles do umbigo e regiões circundantes. Se não for tratada, pode atingir maior área e causar infecção generalizada (sepse). Idade: entre 5 e 9 dias de vida Sintomas: drenagem purulenta ou com cheiro fétido, inchaço, vermelhidão e maior sensibilidade cutânea, podendo ter sangramento e bolhas. Além disso: diminuição da atividade, irritabilidade, recusa ou intolerância alimentar e febre são sugestivos de complicação. Tratamento: administração endovenosa de antibióticos, duração mínima de 10 dias, podendo nas situações não complicadas e nos lactentes maiores ser completada por via oral. A melhoria clínica deve ser notada nas primeiras 12 a 24 horas. A ausência de resposta significa progressão da doença - reavaliar. Cirurgia pode ser necessária no tratamento das complicações. Precoce: Ampicilina e Tardia: Oxacilina SEPSE Sintomas: Precoce – geralmente origem materna, nas primeiras 48h Tardia - geralmente origem hospitalar, após 48h Fatores de risco: Maternos: Febre materna; Infecção urinária no parto; Colonização por Streptococcus agalactiae; Ruptura das membranas (> 18 horas); Infecção do trato genital Recém-nascido: Taquicardia fetal (> 180 bat/min); Prematuridade (antes de 36 semanas); Apgar 5 min < 7; Sexo masculino; Primeiro gemelar. Diagnóstico: O isolamento do microrganismo patogênico em qualquer líquido ou secreção do organismo é o “padrão ouro”, porém baixa sensibilidade, então associar com os exames coadjuvantes. 1) Hemocultura: “padrão ouro”. A punção venosa periférica é o sítio mais adequado, porque a veia umbilical, apesar de mais prática, apresenta elevado índice de contaminação e não é recomendada. Indicado colher duas amostras em sítios diferentes ao mesmo tempo, pra diminui risco de contaminação e falso positivo. 2) Líquor: colher quando for sepse tardia devido alto risco de meningite. Coadjuvantes: 1) Hemograma completo: lecocitose (mais de 25000); leucopenia (menos de 5000); netropenia (menos de 1500) – preditora de gravidade; trombocitopenia (menos 100 mil). 2) VHS: acima de 10 – pouco valor diagnóstico 3) PCR: acima de 10 (principalmente na tardia) Antibióticos Beta Lactâmicos: Mecanismo de ação: inibidores da síntese da parede celular, bactericidas, para ambos os tipos de microrganismos (Gram positivos ou negativos). Pouca estabilidade contra resistência. Principais: penicilina e seus derivados (como ampicilina e amoxicilina) cefalosporinas e carbapenêmicos. OBS: não se deve usar a penicilina e derivados isoladamente nas infecções por microrganismos produtores de β-lactamase porque destroem o anel B lactâmico e inativa o antibiótico. Deve associar com os inibidores da β-lactamase (clavulanato, sulbactam ou tazobactam), que não são antibióticos porque não possuem ação bacteriostática ou bactericida, mas conseguem ampliar o espectro dos betalactâmicos, inativando as beta lactamases e impedindo a destruição do anel. Tratamento para adulto: Principal indicação: Amoxicilina (derivado de penicilina) + Clavulanato (nibidor da β-lactamase) - Clavulin - (já é associado na composição) eficácia garantida contra Gram-positivos Gram-negativos e anaeróbios, excelentes no tratamento de pneumonia, pé diabético infectado, sinusite bacteriana, etc. Cefalosporinas: Mecanismo de ação igual aos Beta lactâmicos, semissintéticos, mais resistentes. Contraindicação: pacientes com alergia a penicilina Principais: Cefotaxima (muito usada em caso de meningite neonatal) e Cefepime Glicopeptídeos: Mecanismo de ação: inibidores da síntese da parede celular, bactericidas, com ação nos bacilos Gram positivos, os negativos são resistentes. Se ligam a pontos da cadeia dos peptideoglicanos, bloqueando a síntese deles. Principais: Vancomicina/Teicoplanina Aminoglicosídeos: Mecanismo de ação: inibidores da síntese de proteínas, através da ação nos ribossomos bacterianos. Usados contra bacilos Gram negativos, pouco eficazes em Gram positivos. Apresentam estabilidade contra o desenvolvimento de resistência. São muito tóxicos, usados em caso de gravidade (sepse). Principais: amicacina e gentamicina Contraindicacação: gestante Tratamento da sepse em RN Sempre que possível NÃO usar cefalosporinas, carbapenêmicos e glícopeptídeos (vancomicina e teicoplanina). Sepse precoce: Ampicilina (derivado de penicilina) + gentamicina (aminoglicosídeo) ou penicilina cristalina + amicacina (aminoglicosídeo). Por 7 a 10 dias. Sepse tardia: Principal indicação: Oxacilina (penicilina) e amicacina (aminoglicosídeo) altamente recomendado devido a baixa indução de resistência e alta sensibilidade dos bastonetes gram-negativos a amicacina, além da ampla disponibilidade e baixo custo dos fármacos. 1) Segunda escolha: Vancomicina/Teicoplanina (glicopeptídeos): alta toxidade, então usado só em caso de resistência ao beta lactâmico. Associar com cefotaxima ou cefepime (cefalosporinas). Sendo que Teicoplanina é preferencial em RN com dificuldade de acesso, porque pode ser intramuscular. OBS: Antes de trocar a antibioticoterapia, realizar antibiograma. OBS: Em unidade de terapia intensiva neonatal com alta prevalência de infecção da corrente sanguínea (ICS) por Staphylococcus aureus resistente a oxacilina, já inicia o tratamento com glicopeptídeos, depois faz a cultura para avaliar qual a bactéria, aí pode precisar mudar para os antibióticos de largo espectro (cefalosporinas) para tratar o foco infeccioso. OBS: O uso de esquema empírico não deve se estender por mais de 3/5 dias, deve fazer descalonamento (reduzir o número de medicamentos).
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