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A história natural da doença refere-se a descrição da doença, sua evolução, o processo de adoecimento do indivíduo até sua cura ou óbito. Ela baseia-se na multicausalidade para identificar as causas da doença, e assim, executar ações preventivas e avaliar a sua eficácia dentro de um modelo proposto por Leavell e Clark (1976) que considera a interação, o relacionamento e cumprimento de 3 elementos fundamentais: o agente, o hospedeiro e o ambiente. Esse modelo é denominado de Tríade Epidemiológica ou Tríade Ecológica a qual evidencia o surgimento da doença quando ocorre desequilíbrio em um dos elementos. Nesse contexto, o HOSPEDEIRO refere-se aos microrganismos que se alojam num agente ou sofre influência deste, e resulta em danos à saúde. O AGENTE, por sua vez, pode ser infeccioso ou não infeccioso, que não significa que serão suficientes para causar a doença. Os agentes não infecciosos podem ser classificados como: químicos ou físicos. Nesse sentido, são os fatores do hospedeiro que determinam a exposição de um indivíduo, sua suscetibilidade e capacidade de resposta imune, assim como as suas características de idade, grupo étnico, constituição genética, gênero, situação socioeconômica e estilo de vida que determinarão se o indivíduo desenvolverá a doença, ou progredirá para a cura ou óbito. Por último, os fatores ambientais englobam o ambiente social, físico e biológico. O AMBIENTE, também, é um determinante importante na influência da evolução do processo de saúde-doença, abrangendo as condições sanitárias, temperatura, poluição aérea e qualidade da água, além de fatores como densidade populacional, aglomeração e características dos sistemas de produção. Assim, ao estudar a interação AGENTE – HOSPEDEIRO – AMBIENTE, estuda-se também a História Natural da Doença, que possui três fases fundamentais: o período pré-patogênico ou fase preliminar, o período de incubação, e o período patogênico ou fase intrínseca, que pode apresentar desfechos diferentes. O período pré-patogênico, abrange os primeiros passos das inter-relações entre os agentes etiológicos da doença, o hospedeiro e fatores ambientais que estimulam o desenvolvimento da patogênese. Desta forma, dependendo dos fatores presentes e de que forma eles se relacionam, podem ocorrer situações de mínimo risco e de máximo risco para o indivíduo. Por exemplo, cães que recebem suplementação vitamínica além de uma dieta a base de ração balanceada é uma situação de máximo risco de desenvolvimento de hipervitaminose D e distrofia óssea. A fase intrínseca ou período patogênico é caracterizada pelo processo decorrente da reação desencadeada no organismo do hospedeiro em consequência do estabelecimento do estímulo doença. E esse processo pode ocorrer de 2 formas: 1. Relacionamento harmônico: quando as reações do hospedeiro manifestam-se de maneira amena, com evolução inaparente ou subclínica. Neste caso, somente recursos especiais como a realização de análises clínicas, podem detectar o processo. 2. Relacionamento desarmônico: quando há incompatibilidade entre hospedeiro e agente, sendo que o hospedeiro reage de forma mais intensa do que no primeiro caso, resultando nas formas aparentes da doença. Por fim o período de incubação refere-se ao momento entre a infecção e o aparecimento dos sinais clínicos, no caso de doenças transmissíveis, ou período de exposição, no de doenças não transmissíveis.
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