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Alterações da sensopercepção (alterações qualitativas)

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 As alterações da sensopercepção se dividem em 
quantitativas e qualitativas. 
 
 Quantitativas: refere-se à frequência e 
intensidade anormal da presença ou ausência 
do fenômeno. 
 Qualitativas: se referem à alterações na 
qualidade e estrutura da função psíquica. 
 
 
 São as mais importantes em psicopatologia. 
 
 Compreendem as ilusões, as alucinações, a 
alucinose e a pseudoalucinação. 
 
 Ilusão se caracteriza pela percepção alterada por 
fatores patológicos diversos de um objeto real e 
presente. 
↪ São encontradas, com maior frequência, nos 
quadros de delirium, onde há distorção do 
processo perceptivo devido ao rebaixamento do 
nível de consciência. 
 
↪ Em alterações do humor e da afetividade, 
como estados intensos de medo e ansiedade 
patológicos, o sujeito pode experimentar as 
ilusões catatímicas. 
 
 As alucinações são percepções claras e definidas 
de um objeto, sem que este esteja presente. 
 
↪ Mesmo que obrigatoriamente a percepção 
seja um fenômeno que inclui um objeto 
estimulante, a clínica registra indivíduos que 
percebem perfeitamente uma voz ou uma 
imagem, com todas as características de uma 
percepção normal, mas sem a presença real do 
objeto (Ey, 2009). 
 
• Alucinações verdadeiras: percepção de uma 
imagem real com corporeidade e localização, 
irresistível força de convencimento e só ocorre sob 
lucidez. 
 
• Pseudoalucinações: não apresenta os aspectos vivos 
e corpóreos de uma imagem perceptiva real, 
apresentando mais as características de uma imagem 
representativa, de uma representação. 
 
• Alucinoses: O indivíduo é consciente de que aquilo é 
um fenômeno estranho, patológico, não tem nada a 
ver com sua pessoa, estabelecendo distanciamento 
entre seu self e o sintoma. 
 
↪ Em sua modalidade visual, a alucinose ocorre 
com maior frequência em pacientes 
com intoxicações por substâncias alucinógenas, 
como LSD, psilocibina, mescalina, 
anticolinérgicos, Ayahuasca, etc. 
 
• Sinestesia: a estimulação em um sistema ou via 
sensorial desencadeia percepções em outro sistema 
sensorial (ex.: ao escutar um som, o indivíduo percebe 
uma luz vermelha em seu campo visual). 
 
 
 
 
Jéssica Alves - Psicologia 
 
 

 
 são visões que o paciente experimenta, 
sem a presença de estímulos visuais. 
 
↪ Fotopsias ou alucinações visuais simples: o 
indivíduo vê cores, bolas e pontos brilhantes. 
 
↪ Nas alucinações visuais complexas, o 
indivíduo percebe figuras e imagens de pessoas 
(vivas ou mortas, familiares ou desconhecidas), 
de partes do corpo (órgãos genitais, caveiras, 
olhos assustadores, cabeças disformes, etc.), de 
entidades (o demônio, uma santa, um fantasma), 
de objetos inanimados, animais ou crianças. 
 
↪ Alucinações cenográficas: visões de cenas 
completas (p. ex., o quarto pegando fogo). 
 
↪ Alucinação liliputiana: o indivíduo vê cenas 
com personagens diminutos, minúsculos, entre 
os objetos e pessoas reais de sua casa. 
 
 
 sensação subjetiva de ouvir ruídos, mais 
frequentemente zumbidos, burburinhos, cliques e 
estalidos. Podem ser complexas, chamadas de 
fonemas: palavras e frases. 
 
↪ Alucinações auditivas complexas: A mais 
frequente e significativa em psicopatologia é 
a alucinação audioverbal, na qual o 
paciente escuta vozes, geralmente de conteúdo 
depreciativo e/ou de perseguição, sem qualquer 
estímulo real. 
 
↪ Alucinações schneiderianas: são alucinações 
audioverbais em que as vozes comandam a ação 
ou comentam a ação e as atividades corriqueiras 
do indivíduo. 
 
↪ Sonorização do pensamento ou eco do 
pensamento: vivência sensorial de ouvir o 
pensamento, no momento mesmo em que ele 
está sendo pensado (sonorização), ou de forma 
repetida, logo após ter sido pensado (como eco 
do pensamento). Existem dois tipos básicos de 
sonorização ou eco do pensamento: Sonorização 
do próprio pensamento e Sonorização de 
pensamentos como vivência alucinatório-
delirante (pensamentos que foram introduzidos 
na mente do indivíduo). 
 
↪ Publicação do pensamento: nítida sensação 
de que as pessoas ouvem o que pensa no exato 
momento em que está pensando. 
 
 O indivíduo sente espetadas, choques, 
insetos ou pequenos animais correndo sobre sua pele. 
 
↪ As alucinações táteis com pequenos animais 
ou insetos geralmente ocorrem associadas 
ao delírio de infestação. 
 
↪ As alucinações táteis sentidas nos genitais: o 
indivíduo sente forma passiva que forças 
estranhas tocam, cutucam ou penetram seus 
genitais. 
 
 são relativamente pouco 
comuns. 
 
↪ Hiperosmia: sensopercepção anormalmente 
aumentada; 
 
↪ Hiposmia: é a redução desse sentido. 
 
↪ Anosmia: sua perda total. 
 
↪ Parosmia é a distorção da percepção olfativa 
quando algo real estimula esse sentido. 
 
 As alucinações olfativas geralmente se manifestam 
como o “sentir” o odor de coisas podres, de cadáver, 
de fezes, de pano queimado, gás, gasolina, etc. 
 
 
Alucinações cenestésicas ocorrem como sensações 
claramente anormais em diferentes partes ou órgãos 
do corpo (ex.: sentir o cérebro encolhendo, o fígado 
despedaçando, ou as mãos se esfarelando). 
 
↪ Característico da síndrome de Cotard, que 
ocorre nas depressões graves. 
 
↪ Quando o paciente percebe uma víbora 
dentro do abdome, fica difícil a diferenciação 
entre alucinação somática e delírio com 
referência ao corpo. 
 
 
 Alucinações cinestésicas: sensações alteradas de 
movimentos do corpo (Ex.: sentir o corpo afundando, 
as pernas encolhendo ou um braço se elevando). 
 
 Ocorre quando 
verdadeiras alucinações (e não ilusões perceptivas) 
são desencadeadas por estímulos sensoriais. Se difere 
da ilusão, pois é uma alucinação (ausência do 
objeto) apenas desencadeada por um estímulo real. 
 
 ocorre alucinações de várias 
modalidades sensoriais (auditivas, visuais, táteis, etc.) 
ao mesmo tempo ou sucessivamente. 
 
 
 
 
• quando o 
indivíduo vê nitidamente uma imagem às suas costas 
ou atrás de uma parede. Inclui, além de ver ou 
ouvir, sentir a presença de uma pessoa, bem como 
seus movimentos fugazes, atrás ou ao lado de si 
mesmo. 
↪ Associado geralmente a psicoses, como a 
esquizofrenia. 
 
• é uma alucinação 
visual (pode apresentar componentes táteis e 
cenestésicos) onde o indivíduo enxerga a si mesmo 
(seu corpo) como se estivesse fora dele. 
 
• 
 São alucinações visuais, auditivas 
ou somáticas e cenestésicas relacionadas à transição 
sono-vigília (adormecimento e despertar). 
 
↪ Alucinações hipnopômpicas: ocorre quando 
na fase em que o indivíduo está despertando. 
 
↪ Alucinações hipnagógicas: se manifestam 
quando se está adormecendo. 
 
 São frequentemente associadas a sentimentos de 
medo ou ameaça. 
 
fenômeno no qual o indivíduo percebe 
a experiência alucinatória como estranha a sua 
pessoa. É adequada e imediatamente criticada pelo 
sujeito, reconhecendo seu caráter patológico, 
permanecendo consciente de que aquilo é um 
fenômeno estranho, e não tem nada a ver com sua 
pessoa, estabelecendo distanciamento entre 
seu self e o sintoma. (Cheniaux, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
Referência 
Dalgalarrondo, P. (2019). Psicopatologia e Semiologia 
dos Transtornos Mentais. Porto Alegre : Artmed, 
2019.

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