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Aula 02 - Atividades profissionais

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26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
AULA 2
 
 
 
26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
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Prof.ª Dayse Mendes
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, conversaremos sobre competências. Para tanto, vamos conhecer quais são as áreas de atuação que competem ao engenheiro de
produção e quais são os papéis exercidos por esse profissional dentro das organizações. Assim, inicialmente, analisaremos as novas diretrizes para
os cursos de Engenharia, instituídas pelo Ministério da Educação (MEC) em 2019. Em seguida, entenderemos algumas das áreas de atuação
específicas do engenheiro de produção, tais como a engenharia de operações e de produção; de logística; de pesquisa operacional e engenharia da
qualidade que, segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), estão relacionadas ao conhecimento que o profissional deve
possuir para atuar no mercado de trabalho ou na academia, realizando pesquisa e lecionando. Vamos lá!
TEMA 1 – DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
A educação no Brasil é regida por uma série de leis e normas que orientam as ações desde o ensino infantil até o ensino superior. Dentre essas
regras, destaca-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), cuja versão mais atual, promulgada em 1996, propõe o trabalho com
competências em todos os níveis de ensino, encerrando de vez a ideia de que as instituições de ensino, por meio de seus professores, devem
somente prover o aluno de informações.
Nesse sentido, todas as demais normas derivadas da LDB caminham no sentido de garantir que, além de desenvolver conhecimento, o aluno
deva igualmente desenvolver habilidades e competências. Assim, foram elaboradas, entre outros documentos, as Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCN) para os cursos superiores. As DCN determinam os objetivos e as metas necessários a cada campo de atuação do nível superior, delimitando
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as ações dos cursos com relação a sua organização, e servem de base para a construção do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) da instituição de
ensino.
As primeiras DCN para os cursos de graduação em Engenharia foram homologadas em 2002 e como, de lá para cá, muitas mudanças
aconteceram em termos sociais, econômicos e tecnológicos, verificou-se a necessidade de revisá-las. Todas as partes interessadas da sociedade
foram convidadas a participar das discussões, das quais surgiram as novas normas para os cursos de Engenharia, instituídas em 2019.
A intenção com a promulgação das novas diretrizes é tornar o ensino de Engenharia mais alinhado às transformações de nossa sociedade, em
especial as transformações digitais, a fim de acompanhar a chegada da indústria 4.0.
1.1 AS DISPOSIÇÕES DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS
O documento das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2019 é composto por seis capítulos, quais sejam:
I. Das disposições preliminares;
II. Do perfil e competências esperadas do egresso;
III. Da organização do curso de graduação em engenharia,
IV. Da avaliação das atividades;
V. Do corpo docente;
VI. Das disposições finais e transitórias.
Como nosso objetivo, neste momento, é comentar as competências, mais adiante vamos estudá-los com mais profundidade.
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Existe uma expectativa de que o engenheiro tenha uma série de competências ao encerrar seus estudos e iniciar sua atuação profissional. A
DCN destaca as seguintes:
I - ter visão holística e humanista, ser crítico, reflexivo, criativo, cooperativo e ético e com forte formação técnica;
II - estar apto a pesquisar, desenvolver, adaptar e utilizar novas tecnologias, com atuação inovadora e empreendedora;
III - ser capaz de reconhecer as necessidades dos usuários, formular, analisar e resolver, de forma criativa, os problemas de Engenharia;
IV - adotar perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em sua prática;
V - considerar os aspectos globais, políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e de segurança e saúde no trabalho;
VI - atuar com isenção e comprometimento com a responsabilidade social e com o desenvolvimento sustentável. (Brasil, 2019)
Dessa forma, entende-se que o engenheiro deve exercer sua profissão consciente de que há múltiplas implicações em seu ofício, muito além do
cuidado, elas também consideram os aspectos técnicos dos problemas das organizações e da sociedade como um todo. Nesse sentido, de acordo
com as DCN, o curso de graduação em Engenharia deve proporcionar uma série de competências gerais ao futuro engenheiro, tais como:
I - formular e conceber soluções desejáveis de engenharia, analisando e compreendendo os usuários dessas soluções e seu contexto:
a) ser capaz de utilizar técnicas adequadas de observação, compreensão, registro e análise das necessidades dos usuários e de seus contextos sociais,
culturais, legais, ambientais e econômicos;
b) formular, de maneira ampla e sistêmica, questões de engenharia, considerando o usuário e seu contexto, concebendo soluções criativas, bem como o uso
de técnicas adequadas;
II - analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por meio de modelos simbólicos, físicos e outros, verificados e validados por experimentação:
a) ser capaz de modelar os fenômenos, os sistemas físicos e químicos, utilizando as ferramentas matemáticas, estatísticas, computacionais e de simulação,
entre outras.
b) prever os resultados dos sistemas por meio dos modelos;
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c) conceber experimentos que gerem resultados reais para o comportamento dos fenômenos e sistemas em estudo.
d) verificar e validar os modelos por meio de técnicas adequadas;
III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos (bens e serviços), componentes ou processos: a) ser capaz de conceber e projetar soluções criativas,
desejáveis e viáveis, técnica e economicamente, nos contextos em que serão aplicadas;
b) projetar e determinar os parâmetros construtivos e operacionais para as soluções de Engenharia;
c) aplicar conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de Engenharia;
IV - implantar, supervisionar e controlar as soluções de Engenharia:
a) ser capaz de aplicar os conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar a implantação das soluções de Engenharia.
b) estar apto a gerir, tanto a força de trabalho quanto os recursos físicos, no que diz respeito aos materiais e à informação;
c) desenvolver sensibilidade global nas organizações;
d) projetar e desenvolver novas estruturas empreendedoras e soluções inovadoras para os problemas;
e) realizar a avaliação crítico-reflexiva dos impactos das soluções de Engenharia nos contextos social, legal, econômico e ambiental;
V - comunicar-se eficazmente nas formas escrita, oral e gráfica:
a) ser capaz de expressar-se adequadamente, seja na língua pátria ou em idioma diferente do Português, inclusive por meio do uso consistente das
tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), mantendo-se sempre atualizado em termos de métodos e tecnologias disponíveis;
VI - trabalhar e liderar equipes multidisciplinares:
a) ser capaz de interagir com as diferentes culturas, mediante o trabalho em equipes presenciais ou a distância, de modo que facilite a construção coletiva;
b) atuar, de forma colaborativa, ética e profissional em equipes multidisciplinares, tanto localmente quanto em rede;
c) gerenciar projetos e liderar, de forma proativa e colaborativa, definindo as estratégias e construindo o consenso nos grupos;
d) reconhecere conviver com as diferenças socioculturais nos mais diversos níveis em todos os contextos em que atua (globais/locais);
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e) preparar-se para liderar empreendimentos em todos os seus aspectos de produção, de finanças, de pessoal e de mercado;
VII - conhecer e aplicar com ética a legislação e os atos normativos no âmbito do exercício da profissão:
a) ser capaz de compreender a legislação, a ética e a responsabilidade profissional e avaliar os impactos das atividades de Engenharia na sociedade e no meio
ambiente.
b) atuar sempre respeitando a legislação, e com ética em todas as atividades, zelando para que isto ocorra também no contexto em que estiver atuando; e
VIII - aprender de forma autônoma e lidar com situações e contextos complexos, atualizando-se em relação aos avanços da ciência, da tecnologia e aos
desafios da inovação:
a) ser capaz de assumir atitude investigativa e autônoma, com vistas à aprendizagem contínua, à produção de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de
novas tecnologias.
b) aprender a aprender. (Brasil, 2019)
Ressalta-se nas DCN que, além das competências exigidas para o curso de Engenharia, “devem ser agregadas as competências específicas de
acordo com a habilitação ou com a ênfase do curso” (Brasil, 2019).
O capítulo é encerrado com o art. 5º, cujo conteúdo é o seguinte:
O desenvolvimento do perfil e das competências, estabelecidas para o egresso do curso de graduação em Engenharia, visam à atuação em campos da área e
correlatos, em conformidade com o estabelecido no Projeto Pedagógico do Curso (PPC), podendo compreender uma ou mais das seguintes áreas de atuação:
I - atuação em todo o ciclo de vida e contexto do projeto de produtos (bens e serviços) e de seus componentes, sistemas e processos produtivos, inclusive
inovando-os;
II - atuação em todo o ciclo de vida e contexto de empreendimentos, inclusive na sua gestão e manutenção; e
III - atuação na formação e atualização de futuros engenheiros e profissionais envolvidos em projetos de produtos (bens e serviços) e empreendimentos.
(Brasil, 2019)
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Figura 1 —Engenheiro super-herói
Crédito: Christos Georghiou/Shutterstock
Não se pretende que um único engenheiro seja totalmente competente em todas as características apresentadas na DCN, mas que ele busque
desenvolvê-las durante o seu curso de graduação e perceba quais as mais relevantes para sua área de atuação profissional após formado.
1.2 A ABEPRO E AS COMPETÊNCIAS DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO
Como as DCN propõem, além das características gerais necessárias a qualquer engenheiro, também há papéis específicos a serem
desenvolvidos pelo engenheiro em sua habilitação específica. O engenheiro de produção tem sua atuação delimitada pelo Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia (CREA) e a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO). Conforme a própria ABEPRO (2019) a:
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associação atua [desde 1987] assumindo as funções: de esclarecer o papel do Engenheiro de Produção na sociedade e em seu mercado de
atuação, ser interlocutor junto às instituições governamentais relacionadas à organização e avaliação de cursos (MEC e INEP) e de fomento (CAPES,
CNPq , FINEP e órgãos de apoio à pesquisa estaduais), assim como em organizações privadas, junto ao CREA, CONFEA, SBPC, ABENGE e outras
organizações não governamentais que tratam a pesquisa, o ensino e a extensão da engenharia.
De acordo com a Associação, as áreas de atuação do engenheiro de produção são nove:
engenharia de operações e processos da produção;
logística;
pesquisa operacional;
engenharia da qualidade;
engenharia do produto;
engenharia organizacional;
engenharia econômica;
engenharia do trabalho;
engenharia da sustentabilidade.
Além dessas áreas, a ABEPRO indica a educação em Engenharia de Produção, como mais uma área de atuação voltada a academia, como uma
espécie de “Engenharia Pedagógica”. Nesta aula, tratamos das quatro primeiras áreas.
TEMA 2 – ENGENHARIA DE OPERAÇÕES E PROCESSOS DA PRODUÇÃO
Um dos atributos do engenheiro de produção é a capacidade de aplicar conceitos de gestão nos processos produtivos sobre os quais tem
responsabilidade. Assim, as clássicas funções administrativas de planejar, organizar, dirigir e controlar devem ser usadas pelo engenheiro, bem como
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as ferramentas de gestão de projetos que proporcionam a entrega de serviços de Engenharia. Para tanto, o engenheiro deve se preparar para ter
uma visão sistêmica e estratégica, tanto do processo produtivo quanto da organização em que atua.
No Brasil, desde a década de 1990, com a abertura de mercado, as empresas precisaram se adequar às novas exigências mercadológicas para se
manterem à frente de suas concorrentes. De acordo com Neumann (2013), o engenheiro de produção deve observar que o processo de tomada de
decisão é cada vez mais veloz; o ciclo de vida dos produtos se reduz vertiginosamente; os recursos materiais ficam cada vez mais escassos; os
mercados são cada vez mais competitivos. Em decorrência desse cenário, o conhecimento de sistemas de operações e processos produtivos faz
diferença na atuação empresarial e na manutenção de uma posição sustentável frente ao mercado.
2.1 GESTÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E OPERAÇÕES
O engenheiro de produção terá sob sua responsabilidade os sistemas produtivos da organização em que atua. Dessa forma, precisa
compreender o que é um sistema e como gerenciá-lo. Chiavenato (2014, p. 339) conceitua sistema como um “conjunto de elementos
interdependentes e interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado”.
A Figura 2 mostra que um sistema tem uma entrada (input) em que todos os insumos necessários ao sistema, provenientes do ambiente
externo, chegam. Depois, vem a etapa de processamento, que transforma entradas em saídas, que correspondem ao próximo componente do
sistema, quando se disponibiliza o produto (bem ou serviço) ao ambiente externo ao sistema. Ainda há a necessidade de verificar se as saídas do
sistema estão corretas. Caso não estejam, se faz necessário o feedback, ou a retroação, para ajustar ou modificar os processos. Ainda é necessário
observar que qualquer sistema estará imerso em um ambiente externo com elementos que interagem com ele.
Figura 2 — Sistema produtivo
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Fonte: Garcia, 2016, p. 88.
Para entender com mais clareza os sistemas produtivos, é possível classificá-los conceitualmente. Moreira (2012, p. 9) afirma que os sistemas
produtivos podem ser categorizados em três tipos distintos, de acordo com o fluxo do processo produtivo: “a. Sistemas de produção contínua ou de
fluxo em linha; b. Sistemas de produção por lotes ou por encomenda (fluxo intermitente); c. Sistemas de produção para grandes projetos sem
repetição”. Nesse tipo de classificação, observa-se a maneira como o produto se desloca dentro do processo produtivo. Também é possível
classificar os sistemas conforme seu modo de saída em sistema empurrado (tradicional) ou sistema puxado (Just in Time).
2.2 PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PPCP)
Para que as empresas possam alcançar seus objetivos de forma eficaz, utilizando adequadamente os recursos à sua disposição, elas precisam
planejar antecipadamente seus processos e controlá-los na medida em que as ações são realizadas. A área responsável por todas essas ações é a de
Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP). Conforme Bezerra (2013, p. 11), essa área “consiste na utilização de vários
procedimentos para operacionalizaro processo de produção de um bem ou serviço”.
Os procedimentos de PPCP dependem do tipo de processo produtivo que a organização apresenta, pois há diferenças nas ações caso o sistema
seja empurrado ou puxado.
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No caso do sistema empurrado, em que se produz antes de qualquer venda e se estoca o produto até ele sair do sistema, as ações de PPCP
visam:
prever a demanda;
realizar o plano mestre de produção observando quantidades a serem produzidas e tempo de produção;
distribuir ordens de produção pelo processo produtivo;
organizar o estoque de forma a que seja o mínimo necessário para atender clientes sem gerar custos altos;
controlar se todo o sistema está funcionando conforme o planejado.
Figura 3 — Sistema de produção empurrado
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Fonte: Tubino, 1999, p. 35.
No caso do sistema puxado, ou Just in Time, como a ordem de produção só acontece a partir do momento em que o produto foi solicitado
pelo cliente, modificam-se as funções do PPCP, que passa a atuar com modelos japoneses de gestão, em especial utilizando o sistema Kanban, que
consiste em autorizar a produção por meio de sinais visuais diretamente para quem executa o trabalho.
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Figura 4 — Sistema de produção puxado (JIT)
Fonte: Tubino, 1999, p. 37.
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Independentemente do tipo de sistema produtivo, cabe também ao PPCP programar a produção. Para tanto, é necessário escolher os sistemas
de informação que auxiliarão nessa tarefa, desde um simples MRP (Material Requirements Planning), que auxilia na programação de tempo e de
quantidade a ser produzida, passando pelo ERP (Enterprise Resource Planning), cuja função é integrar as várias áreas e funções da empresa, até os
atuais sucessores do ERP como, por exemplo, o XERP (Alternate Enterprise Resource Planning) ou o ERP estendido, que integra não somente as
funções internas, mas também elementos externos ao sistema produtivo, como clientes ou fornecedores, e armazena as informações na nuvem.
2.3 GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Os sistemas produtivos são compostos, entre outros elementos, por equipamentos e máquinas, que devem estar disponíveis e em perfeito
funcionamento quando solicitados. O engenheiro de produção deve gerenciar essa situação, dispondo de um sistema de gestão de manutenção
que seja eficaz e evite quebras ou paradas inesperadas. Ter um planejamento de manutenção auxilia no objetivo de manter o processo produtivo
em conformidade com o planejado. Existem três tipos distintos de manutenção: a corretiva, a preventiva e a preditiva.
A manutenção corretiva é a menos desejada de se usar, pois significa que houve um problema e a manutenção será realizada para recolocar a
máquina/o equipamento em atividade.
A manutenção preventiva, por sua vez, é planejada e realizada com uma frequência predeterminada, quer o equipamento esteja com
problemas, quer não. O objetivo é, conforme Seleme (2015, p. 19), “reduzir a probabilidade de falha ou a degradação de funcionamento de um
item”. Assim se reduz a probabilidade de falhas.
Já a manutenção preditiva parte do pressuposto de que o ideal em termos de manutenção é aplicar técnicas de análise para minimizar as
manutenções corretivas e preventivas. Para realizar essas análises “utiliza-se de métodos de medição modernos e de processamento de sinais para
diagnosticar com precisão as condições dos itens/equipamentos durante a operação” (Seleme, 2015, p. 19).
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Para realizar as manutenções, é elaborado um plano, um documento em que se estipula todos os procedimentos a serem efetivados, no qual
se descreve quais são as máquinas/os equipamentos, que tipo de manutenção eles devem sofrer, qual a frequência de manutenção e quais serão os
recursos utilizados.
Figura 5 — Plano de manutenção
Crédito: Kenary820/Shutterstock
2.4 PROJETO DE FÁBRICA E DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS: ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL, LAYOUT/ARRANJO
FÍSICO
O projeto de fábrica e de instalações industriais envolve planejamento estratégico da produção. Essa área trata de decisões importantes para o
funcionamento eficaz do processo produtivo da organização. Entre tais decisões estão a escolha do local de instalação da empresa, a definição do
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tipo de operações, a organização do tipo de layout mais adequado para as operações instaladas, o dimensionamento dos recursos necessários a
essas operações.
Escolher o local em que se instalará uma planta industrial ou qualquer outro tipo de organização é uma decisão estratégica em termos de
custos e de sobrevivência no mercado. Cabe ao engenheiro de produção a análise de uma série de fatores para fazer a escolha mais satisfatória.
Dentre esses fatores pode-se destacar a proximidade com fornecedores e clientes, a disponibilidade de infraestrutura viária, de infovias, e de
transporte; a proximidade de portos, aeroportos e centros de distribuição; a existência de espaços disponíveis adequados e de baixo custo; a
possível isenção de impostos; a disponibilidade de fornecedores de serviços como bancos, centros de negócios, espaços para eventos e feiras,
supermercados. Também são fatores relevantes o grau de escolarização da mão de obra disponível; a existência de sindicatos que intervenham no
relacionamento entre a empresa e seus funcionários; o valor médio de salários na região; entre outros.
Depois de definido o local onde a empresa se instalará, é preciso planejar os aspectos físicos dessa instalação. Para tanto, são dimensionados os
recursos a serem utilizados e são realizados estudos de layout. Existem vários tipos diferentes de layout, os quais atendem a diferentes necessidades
da empresa e se adequam melhor a determinados tipos de sistema produtivo. Como tipos de arranjo físico, podem ser citados o arranjo físico
posicional; o arranjo físico por processo; o arranjo físico celular; o arranjo físico por produto; e os arranjos físicos mistos (Slack; Brandon-Jones;
Johnston, 2018).
Quadro 1 — Tipos de arranjo físico (layout)
Tipos de processos de fabricação Tipos de arranjos físicos básicos Tipos de processos de serviço
Processos do projeto
Arranjo físico posicional
Arranjo físico funcional Arranjo físico posicional
Arranjo físico funcional
Arranjo físico celular
Serviços profissionais
Processos de jobbing
Arranjo físico posicional
Arranjo físico funcional
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Processos de lote Arranjo físico posicional
Arranjo físico celular
Arranjo físico funcional
Arranjo físico celular
Loja de serviço
Processos em massa
Arranjo físico celular
Arranjo físico por produto
Processos contínuos Arranjo físico por produto
Arranjo físico celular
Arranjo físico por produto
Serviços em massa
2.5 PROCESSOS PRODUTIVOS DISCRETOS E CONTÍNUOS: PROCEDIMENTOS, MÉTODOS E SEQUÊNCIAS
O planejamento da produção de um bem ou serviço depende do tipo de produto que resultará dessa operação de produção. Nesse tipo de
classificação, Tubino (1999, p. 30) propõe distinguir as operações em processo contínuo, que é aquele processo em que a produção tem como
resultado um produto que não pode ser identificado individualmente; e em processo discreto, que é aquele que tem por resultado um produto
isolado em unidades ou lotes.
Por resultarem em produtos diferentes, suas características de operação também são distintas. Pode-se observar essas diferenças no Quadro 2,
que apresenta uma série de variáveisdo processo de produção e como elas se comportam de acordo com o tipo de processo produtivo,
ressaltando que o processo produtivo discreto pode ser dividido em três operações distintas: repetitivo em massa, repetitivo em lotes, e por projeto.
Cada um dos tipos de processo produtivo exige do engenheiro de produção uma forma diferente de gerenciá-lo para que seus resultados sejam
eficazes.
Quadro 2 — Características dos processos produtivos
  Contínuo Discreto
Fonte: Slack et al., 2018
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Repetitivo em massa Repetitivo em lotes Projeto
Volume de produção Alto Alto Médio Baixo
Variedade de produtos Pequena Média Grande Pequena
Flexibilidade Baixa Média Alta Alta
Qualificação da mão de obra Baixa Média Alta Alta
Layout Por produto Por produto Por processo Por processo
Capacidade ociosa Baixa Baixa Média Alta
Lead time Baixo Baixo Médio Alto
Fluxo de informações Baixo Médio Alto Alto
Produtos Contínuos Em lotes Em lotes Unitário
Fonte: Tubino, 1997, p. 29
2.6 ENGENHARIA DE MÉTODOS
O início do estudo de métodos ocorre no princípio do século XX, quando alguns estudiosos da forma de trabalhar em uma fábrica começaram
a propor métodos científicos para a melhoria da produtividade do trabalhador. O mais importante desses teóricos, sem dúvida, é Frederick Winslow
Taylor, reconhecido pelos seus estudos sobre a organização do trabalho.
Para Taylor, é necessário planejar as tarefas do operário, a fim de aproveitar o máximo de sua energia. Assim, ele conseguirá ter a máxima
eficiência, produzindo mais no mesmo tempo, e a empresa terá mais lucratividade. Tudo isso foi possibilitado pela Administração Científica.
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A Administração Científica pode ser entendida sob dois aspectos: a busca do melhor meio para executar uma operação, fazendo experimentos
para chegar a esse melhor caminho (best way); e a divisão do trabalho entre o operário e o engenheiro, que terão atribuições diferentes, pois cabe
ao engenheiro descobrir e planejar esses melhores meios de realizar as tarefas e aos trabalhadores cumprir o estipulado pelos engenheiros.
Conforme Mendes (2003, p. 38), a descoberta do melhor meio é “feita levando-se em conta o material mais indicado, os melhores instrumentos de
trabalho, ferramentas e máquinas, a melhor manipulação dos instrumentos, o melhor fluxo de trabalho e a mais lógica sequência de movimentos”.
Assim, o método para realizar as atividades passa a ser fundamental para aumentar a eficácia do chão de fábrica.
Contribuindo com os estudos de Taylor, Lilian e Frank Gilbreth decidiram estudar, na mesma época que ele, como as tarefas deveriam ser
realizadas para aumentar a produtividade dos operários nas fábricas. Esse estudo baseou-se na ideia de Taylor de decompor as atividades em vários
pequenos elementos, que poderiam ser medidos em termos de tempo. O casal Gilbreth se propõe a estudar os movimentos realizados por um
operário ao realizar seu trabalho. Conforme Agostinho (2015, p. 93-94), o casal determinou 17 movimentos básicos, que são:
1. Alcançar; 2. Pegar; 3. Mover; 4. Colocar em posição; 5. Juntar (posicionar); 6. Desmontar (separar); 7. Usar; 8. Soltar; 9. Procurar; 10. Encontrar;
11. Escolher; 12. Pré-colocar em posição (preparar); 13. Pensar; 14. Examinar; 15. Atraso inevitável; 16. Atraso evitável; 17. Tempo de descanso.
Com o passar do tempo, acrescentou-se o 18º elemento: Segurar.
Para Tardin et al. (2013, p. 3), a Engenharia de Métodos tem por objetivo fazer o estudo e a análise do trabalho nas organizações. Dessa forma,
é possível “desenvolver métodos práticos e eficientes buscando a padronização do processo”. Ainda conforme os autores, a Engenharia de Métodos
usa uma série de ferramentas, tais como Fluxogramas, Mapofluxograma, Gráfico das duas mãos, Estudo de tempos, e estuda
a concepção e a seleção da melhor organização da atividade, ainda avalia o melhor método de produção, dos processos, do uso das ferramentas e
equipamentos e das competências operacionais para produzir um produto. Com o objetivo de reduzir o tempo de produção para o mercado, garantir maior
qualidade e padronização, e ainda facilidade e economia de meios na fase de industrialização e de produção. (Tardin et al., 2013, p. 3)
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TEMA 3 – LOGÍSTICA
A Logística é uma das áreas que mais demanda engenheiros de produção na atualidade e que vem crescendo tanto no uso dentro das
organizações quanto em seu desenvolvimento teórico. Inicialmente entendida pelas empresas como duas áreas separadas, a interna à organização,
relacionada a seus estoques e movimentação de material, e a externa, relativa ao transporte de matéria-prima e produtos acabados, a Logística tem
ampliado seu escopo, juntando as funções internas e externas em uma gestão geral da cadeia de suprimentos. Dessa forma, a área atualmente
conta com:
técnicas para o tratamento das principais questões envolvendo o transporte, a movimentação, o estoque e o armazenamento de insumos e
produtos, visando a redução de custos, a garantia da disponibilidade do produto, bem como o atendimento dos níveis de exigências dos clientes.
(ABEPRO, 2019)
Figura 6 — Áreas da Logística
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Crédito: Macrovector/Shutterstock
A Logística tem um relacionamento duradouro com o desenvolvimento da humanidade ao longo da história. As primeiras ações logísticas
foram realizadas quando, ainda nômade, o homem procurava por melhores locais para sua sobrevivência, que proporcionassem melhores condições
de alimentação para se sustentar.
Depois de deixar de ser nômade, surgiram novas necessidades logísticas, pois, ao passar a produzir o alimento, veio a necessidade de estocá-lo.
Outros momentos da história também são lembrados pelas ações logísticas, tais como o transporte das pedras para a construção das grandes
pirâmides no Egito Antigo, a construção de estradas no Império Romano — sendo que muitas delas ainda estão em uso, como a Via Ápia, cuja
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construção teve em 312 a.C. —, e situações militares como a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais. A Logística, como a conhecemos hoje, deriva de
conceitos e usos militares e começa a ser estudada e utilizada pelas organizações somente após a Segunda Guerra Mundial.
Atualmente, de acordo com o Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP), a maior associação de profissionais envolvidos com
supply chain management no mundo, a Logística é
aquela parte do gerenciamento da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla de maneira eficiente e efetiva os fluxos diretos e
reversos, a armazenagem de bens, os serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo para atender às
necessidades dos clientes. (Council of Supply Chain Management Professionals, 2017, tradução nossa)
3.1 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Cadeia de suprimentos, ou supply chain, diz respeito ao relacionamento entre uma empresa focal (uma empresa com grande poder de
negociação em relação às outras empresas componentes da cadeia), seus fornecedores e seus clientes. Entende-se que esse relacionamento precisa
ser gerenciado em todos os seus níveis, desde os fornecedores e clientes mais próximos à organização, até aqueles indiretos ou mais distantes, pois
a responsabilidade pelo produto é da empresa focal, e ela só terá vantagem competitiva em relação a seus concorrentes se controlar os fluxos
logísticos, obtendo benefícios como menores prazos de entrega, maior qualidade e menores custos. Cabe ao engenheiro de produção mapear e
analisar a cadeia de suprimentosda organização sob sua responsabilidade
Figura 7 — Mapeamento da cadeia de suprimentos
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Fonte: traduzido de Lambert, Cooper e Pagh, 1998.
3.2 GESTÃO DE ESTOQUES
Gerir os estoques tem fundamental importância tanto no que diz respeito ao ambiente físico da organização, pois espaços da empresa serão
utilizados para guardar produtos prontos, produtos em processamento e matéria-prima, quanto ao custo gerado pelo uso desses espaços. É preciso
chegar a uma quantidade adequada de estoque, de forma a garantir a entrega do produto final para o cliente no prazo correto, sem aumentar os
custos da empresa na alocação do espaço físico necessário. Essa quantidade ideal pode ser calculada pelo engenheiro por meio de ferramentas
matemáticas como, por exemplo, o Lote Econômico.
Além da questão da quantidade ideal, também é necessário alocar os estoques da forma mais lógica possível, garantindo que eles estejam à
disposição no momento necessário, sem gerar dificuldade em encontrá-los por conta de desorganização do local de armazenagem. Outro cuidado
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diz respeito ao fato de que há itens estocados que são mais valiosos do que outros e, por isso, precisam ser gerenciados mais de perto. Para tanto, é
possível utilizar ferramentas que auxiliem a priorização dos cuidados com os produtos em estoque como, por exemplo, a Curva ABC, baseada no
Princípio de Pareto.
Figura 8 — Curva ABC para classificação de estoques
Crédito: Casper1774 Studio/Shutterstock
3.3 PROJETO E ANÁLISE DE SISTEMAS LOGÍSTICOS
Para se obter um bom resultado na gestão dos fluxos de materiais dentro de uma cadeia de suprimentos, as empresas têm adotado
ferramentas informatizadas. Conforme Morais (2015, p. 202) esse tipo de sistema de informação traz benefícios à empresa, tais como “a redução de
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prazos de processamento e de custos operacionais”. O autor afirma que o sistema de informações logístico deve ser escolhido pela sua capacidade
de
fornecer informações atualizadas sobre a distribuição de produtos acabados e o recebimento de suprimentos, bem como indicar a situação interna das
operações logísticas. [Desta forma,] os sistemas logísticos devem ser projetados de maneira a que as pessoas possam controlá-los, entendê-los e utilizá-los
sem riscos de falhas ou de informações corretas. (Morais, 2015, p. 202)
3.4 LOGÍSTICA EMPRESARIAL
Atualmente, a Logística se define em termos empresariais, ou seja, refere-se a atividades relacionadas ao fluxo de mercadorias em empresas.
Entende-se que a função exercida pela Logística Empresarial diz respeito ao acompanhamento dos fluxos de mercadorias, desde a matéria-prima
disponível no fornecedor até o produto final junto ao consumidor.
Conforme Ballou (2007), além do fluxo de matérias, cabe à área acompanhar o fluxo de serviços. Assim, o autor sugere que a Logística é um
processo, ou seja, “inclui todas as atividades importantes para a disponibilização de bens e serviços aos consumidores quando e onde estes
quiserem adquiri-los” (Ballou, 2007, p. 27).
3.5 TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
Uma das atividades logísticas que mais se sobressai, sendo às vezes confundida com a própria Logística, é o transporte, isto é, a movimentação
física dos materiais externa à organização. Essa movimentação pode se dar por meio de cinco modais básicos: hidroviário, ferroviário, rodoviário,
aeroviário e dutoviário. No Brasil, o modal mais utilizado é o rodoviário.
Por ser a atividade que mais agrega custos ao processo logístico da empresa, sua análise e seu planejamento são fundamentais para as
organizações. De acordo com Morais (2015, p. 146), a distribuição física se refere aos “processos operacionais e de controle que permitem transferir
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os produtos desde o ponto de fabricação até sua entrega ao consumidor final atividades relacionadas ao fluxo de produtos da conversão ao cliente
final”. É a parte da Logística Empresarial que corresponde ao conjunto das operações associadas à transferência dos bens e ao fluxo de informações
associado a essas transferências.
3.6 LOGÍSTICA REVERSA
Uma área mais recente dentro da Logística Empresarial é a Logística Reversa, que tem como maior atribuição auxiliar nos projetos de
sustentabilidade das organizações. Para tanto, busca-se projetar o retorno de produtos inservíveis, ou seja, dos bens de pós-venda e pós-consumo,
à organização. Para Leite (2002, p. 2), a Logística Reversa agrega valor aos produtos que retornam e à própria organização em termos “econômico,
ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros”.
No Brasil, a Logística Reversa é proposta na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n. 12.305/2010, de 2 de agosto de 2010, e seu
regulamento, sendo que, no Decreto n. 7.404/2010. de 23 de dezembro de 2010, destacam-se a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos e a própria Logística Reversa. (Brasil, 2019)
A Política Nacional de Resíduos Sólidos define que a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é o
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para
reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei. (Brasil, 2019)
E traz o conceito de Logística Reversa como um
instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada. (Brasil, 2019)
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Figura 9 — Logística Reversa
Fonte: Leite, 2002, p. 2
3.7 LOGÍSTICA DE DEFESA
A Logística de Defesa diz respeito ao provimento de recursos para sustentar as operações das Forças Armadas em quaisquer situações em que
elas tenham que ser empregadas.
A Base Logística de Defesa (BLD) inclui toda a infraestrutura e as instituições do país envolvidas com atividades de aparelhamento de meios de defesa e
mobilização de ativos e recursos, de qualquer natureza, disponíveis no país, para fins de defesa. A BLD é formada pela infraestrutura industrial; científico-
tecnológica; de inteligência e de financiamento da defesa; por aquela voltada para o planejamento e execução da mobilização dos recursos nacionais
utilizáveis para fins de defesa; pela infraestrutura de apoio logístico, destinada a garantir o aprestamento dos meios de defesa durante todo o seu ciclo de
vida útil e pela infraestrutura de comercialização de produtos de defesa. A BLD também necessita de uma infraestrutura para a gestão da inovação e aquisição
de produtos de defesa e de um arcabouço regulatório e legal específico, que a ordena e dá ao Estado a possibilidade de empreender ações para a sua
sustentação e desenvolvimento. (Brick, 2014, p. 13)
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Figura 10 — Base Logística
Fonte: Silva et al. 2014, p. 8.
3.8 LOGÍSTICA HUMANITÁRIA
Outra área associada às operações logísticas é a Logística Humanitária, que tem por objetivo oferecer uma cadeia de assistência a pessoas em
situações de vulnerabilidade. Essa cadeia de assistência é compostapor elementos, como pessoas, recursos e conhecimento, que são mobilizados
para ajudar em situações de desastres ou emergências. De acordo com Nogueira et al. (2010), “na perspectiva da logística humanitária, o auxílio
deve chegar ao seu destino de maneira correta e em tempo oportuno sempre com foco no alívio do sofrimento e na preservação da vida”. Nesse
sentido, os autores citam Meirim (2007 apud Nogueira, 2010), que destaca algumas das características que podem interferir na eficácia da Logística
Humanitária:
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- materiais: o que é necessário? para onde deve ser enviado? acúmulo de doações nas primeiras semanas, gerando assim desperdícios e avarias, devido a itens
inadequados;
- ausência de processos coordenados: informações, pessoas e materiais; - infraestrutura: na maior parte dos casos destruída, dificultando assim o acesso, a
chegada de recursos e a saída de pessoas;
- recursos humanos: excesso de pessoas (voluntários) sem treinamento adequado, heróis que agem somente com a emoção, celebridades que só querem
aparecer neste momento, pessoas que vão para o local e não conhecem a magnitude do problema.
TEMA 4 – PESQUISA OPERACIONAL
Outra área de atuação do engenheiro de produção é a Pesquisa Operacional. Dedicada à tomada de decisão por meio de modelos
matemáticos, essa área exige conhecimento de modelagem matemática e domínio de simulações computacionais. O objetivo do uso dessas
modelagens é maximizar os resultados na resolução de problemas organizacionais reais, potencializando o lucro ou a receita ou minimizando custos
ou tempo. A pesquisa operacional
aplica conceitos e métodos de outras disciplinas científicas na concepção, no planejamento ou na operação de sistemas para atingir seus objetivos. Procura,
assim, introduzir elementos de objetividade e racionalidade nos processos de tomada de decisão, sem descuidar dos elementos subjetivos e de
enquadramento organizacional que caracterizam os problemas. (ABEPRO, 2019)
4.1 MODELAGEM, SIMULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO
Uma tarefa clássica para a Engenharia é, antes de colocar sua solução em prática, modelar e simular a resolução da situação-problema. A
modelagem traz como benefícios uma solução que seja a melhor possível para aquele momento, em termos de custos e de eficiência, e ainda evitar
riscos desnecessários ao testar a solução diretamente na situação real.
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Assim, é feita a modelagem, ou seja, a representação simbólica de um sistema físico real, para que essa representação possa descrever o
comportamento do sistema em análise. Um modelo pode ser desenvolvido de várias formas diferentes como, por exemplo, de forma icônica,
diagramática, matemática ou gráfica. A escolha do tipo de modelo a ser utilizado fica a cargo do engenheiro, de acordo com as características do
que se deseja modelar.
Também é possível simular sistemas para implantá-los ou melhorá-los. Nessa situação, para fazer experimentos, o problema é modelado
computacionalmente, buscando imitar o máximo possível o sistema real. Assim é possível observar o sistema sem precisar empregar modificações
na situação real enquanto não se obtiver a solução ótima e predizer o comportamento futuro do sistema.
Existem vários softwares de simulação ao alcance do engenheiro de produção, dentre os quais, ferramentas de simulação de manufatura, que
podem auxiliar na análise dos mais diferentes tipos de sistemas industriais, como manufatura, movimentação de materiais, estocagem, entre outros.
Cabe ao engenheiro escolher aquele simulador que melhor se adapte às situações-problema a serem analisadas ou resolvidas.
4.2 PROGRAMAÇÃO MATEMÁTICA
A programação matemática trata da otimização de sistemas, estudando a resolução de problemas com a utilização de função matemáticas. Um
de seus tipos mais conhecidos é a programação linear. Conforme Hillier e Lieberman (2013), a programação linear propicia centenas de aplicações
distintas em situações nas quais os recursos são escassos, devendo-se alocá-los da melhor forma possível, com o objetivo de otimizar o seu uso. Os
autores descrevem que a programação linear usa de modelos matemáticos para escolher a melhor solução e que, nesse modelo matemático, são
usadas necessariamente funções lineares. Um método comumente utilizado em programação linear é o Método Simplex.
4.3 PROCESSOS DECISÓRIOS
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As ações em uma organização são resultantes de decisões tomadas pelas pessoas que as compõem. Percebe-se assim a importância de se gerir
essas decisões a fim de alcançar os resultados esperados. Nesse sentido, as decisões são estudadas como processos que seguem etapas definidas e
que podem ser racionalmente definidas. Para tanto, várias são as ferramentas quantitativas e qualitativas que podem ser utilizadas para melhorar
esse processo.
4.4 PROCESSOS ESTOCÁSTICOS
Vários são os problemas de Engenharia que envolvem forças aleatórias que os modificam, tais como a variação diária do estoque de produtos
acabados em uma empresa. É possível analisar esse tipo de situação, que sofre mudanças ao longo de um determinado período de tempo devido a
efeitos aleatórios, por meio de métodos probabilísticos. Esse fenômeno sujeito à imprevisibilidade é denominado de processo estocástico.
Conforme Clarke e Disney (1979, p. 192):
dentro da teoria das probabilidades, um processo estocástico é uma família de variáveis aleatórias representando a evolução de um sistema de valores com o
tempo. É a contraparte probabilística de um processo determinístico. Ao invés de um processo que possui um único modo de evoluir, como nas soluções de
equações diferenciais ordinárias, por exemplo, em um processo estocástico há uma indeterminação: mesmo que se conheça a condição inicial, existem várias,
por vezes infinitas, direções nas quais o processo pode evoluir.
4.5 TEORIA DOS JOGOS
A Teoria dos Jogos é uma explicação matemática de um processo de tomada de decisão no qual se analisam situações em que vários jogadores
podem interferir em uma mesma situação-problema escolhendo diferentes ações em busca de que seu resultado seja o melhor. Seu mais conhecido
contribuidor é John Nash, ganhador do Prêmio Nobel por suas pesquisas nessa área. A Teoria dos Jogos é muito utilizada em análises econômicas e
de gestão, principalmente em decisões de nível estratégico.
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4.6 ANÁLISE DE DEMANDA
A análise da demanda de mercado é realizada para estabelecer qual será a procura futura de um determinado produto, de forma que a
organização possa se planejar para atender o consumidor no momento certo. Há várias ferramentas matemáticas para fazer essa análise, desde o
estudo de série histórica, tratada por meio de média simples, média móvel ou média ponderada, até análises mais complexas como Método Delphi,
em que especialistas são convocados para auxiliar, por meio de análises estatísticas, nas previsões de demanda.
4.7 INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL
A Inteligência Computacional (IC) é uma técnica de resolução de problemas, derivada ou oposta à Inteligência Artificial (IA), por analisar
situações complexas do mundo real em que se busca a imprecisão que possa existir em algoritmos e sistemas. Também denominada de
Computação Bioinspirada ou Computação Natural por seu caráter de tentativa de imitação de habilidades cognitivas humanas, tal como o
aprendizado, para criar algoritmos inteligentes como, por exemplo, Redes Neurais ou Lógica Fuzzy.
TEMA 5 – ENGENHARIA DA QUALIDADE
O uso de ferramentas da qualidade e a implantação de sistemas de gestão da qualidade também podem ser funções atribuídas ao engenheiro
de produção. Nesse sentido, para a ABEPRO (2019),o “planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão da qualidade que considerem o
gerenciamento por processos, a abordagem factual para a tomada de decisão e a utilização de ferramentas da qualidade” devem ser
compreendidas pelo engenheiro, de forma que ele possa aplica-las nas organizações em que atua. Essa função nasce da necessidade de as
empresas oferecerem a seus clientes produtos que apresentem as características desejadas e que, assim, tragam vantagem competitiva para a
empresa.
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Figura 11 — A gestão da qualidade também é trabalho do engenheiro de produção
Crédito: Heavypong/Shutterstock
5.1 GESTÃO DE SISTEMAS DA QUALIDADE
Um sistema de gestão tem por objetivo estabelecer as políticas e os objetivos de uma organização, bem como a forma para alcançar esses
objetivos. Nesse sentido, ao implantar um sistema de gestão de qualidade, as empresas estão em busca de melhorar continuamente seus produtos
e processos, a fim de satisfazer as necessidades de seus clientes e de outras partes interessadas (stakeholders), tais como sócios, fornecedores, força
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de trabalho, ou até mesmo a sociedade como um todo. A gestão de sistemas da qualidade pode ser realizada com a utilização e ferramentas da
qualidade e, naturalmente, acaba sendo associada à implantação das normas da família NBR ISO 9000 na empresa.
Compõem essa família a NBR ISO 9000, que funciona como uma espécie de dicionário para o entendimento da terminologia utilizada nas
demais normas; a NBR  ISO  9001, um guia para a implantação que especifica os requisitos necessários ao sistema de gestão da qualidade da
empresa; e a NBR ISO 9004, que fornece diretrizes para verificação da eficácia do sistema de gestão da qualidade da organização.
A norma ISO 9001 não é obrigatória para a empresa que deseja melhorar sua gestão da qualidade, todavia auxilia as organizações em seus
objetivos da qualidade por transformarem desejos e necessidades abstratos em requisitos concretos a serem alcançados, formalizando processos,
normas e métodos.
5.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE
Uma área clássica dentro da Engenharia da Qualidade é a de controle da qualidade, a qual se formou a partir das preocupações com a
conformidade de processos e produtos em fábricas e continua sendo aplicável até os dias atuais. Ao se planejar a qualidade, é necessário definir
quais são as características desejadas no produto ou no processo e, a partir delas, elaborar formas de acompanhá-las e mensurá-las. Esse
procedimento de acompanhamento e medição é o controle da qualidade.
Dependendo do tipo de sistema produtivo, podem ser usados métodos de controle estatístico, de forma a se ter uma avaliação mais objetiva,
em especial quando as características selecionadas permitem esse tipo de método, como é o caso da avaliação de valores como o peso, o
comprimento, a largura, a potência de um determinado produto, entre outras grandezas que possam ser medidas.
5.3 NORMALIZAÇÃO, AUDITORIA E CERTIFICAÇÃO PARA A QUALIDADE
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Muitas organizações implantam um sistema de gestão da qualidade a fim de ajustar seus processos e melhorar seus produtos, e também com o
objetivo de comprovar para clientes sua preocupação com o tema ou sua adequação a regulamentos governamentais. Nesse sentido, é possível
buscar a certificação, ou seja, o reconhecimento de que a empresa adota com correção os requisitos de um sistema de gestão da qualidade. A
certificação é realizada por meio de um organismo de certificação independente, credenciado para esse tipo de análise.
Para que uma empresa consiga a certificação para seus sistemas de gestão, é preciso primeiro passar por normalização e auditoria. A
normalização é a adequação de seus processos aos requisitos das normas adotadas nos sistemas de gestão da organização, tais como o sistema de
gestão da qualidade, o de gestão ambiental, o de saúde e segurança do trabalhador, entre outros.
Após implantados, a organização pode realizar inicialmente auditorias internas, ou seja, um procedimento de verificação interna do
atendimento aos requisitos para, posteriormente, passar por um processo de auditoria externa, realizada por um organismo independente, cujo
objetivo em geral é a busca da certificação. Para realizar uma auditoria nos sistemas de gestão de uma organização, usa-se, como documento de
orientação, a norma NBR ISO 19011.
5.4 ORGANIZAÇÃO METROLÓGICA DA QUALIDADE
A Metrologia pode ser entendida como a ciência da medição. Quando associada à qualidade, ela diz respeito à confiabilidade dos processos de
medição realizados nos equipamentos que compõem o sistema produtivo de uma organização, de forma a “prover confiabilidade, credibilidade,
universalidade e qualidade às medidas” realizadas. (Fernandes et al., 2009).
Para Fernandes et al. (2009, p.3) a Metrologia está dividida em três dimensões distintas: a Científica, a Industrial e a Legal.
A Metrologia Científica trata, fundamentalmente, dos padrões de medição internacionais relacionados ao mais alto nível de qualidade metrológica. Como
desdobramento, estas ações alcançam os sistemas de medição das indústrias, responsáveis pelo controle dos processos produtivos e pela garantia da
qualidade dos produtos finais, através da chamada Metrologia Industrial. O INMETRO é o órgão que tem a responsabilidade de manter as unidades
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fundamentais de medida no Brasil, garantir a rastreabilidade aos padrões internacionais e disseminá-las, com seus múltiplos e submúltiplos, até as indústrias.
Essa disseminação se dá através da RBC, formada por uma rede de laboratórios de calibração acreditados pelo INMETRO. A Metrologia Legal, por sua vez, é a
área da metrologia referente às exigências legais, técnicas e administrativas relativas às unidades de medidas, aos instrumentos de medir e às medidas
materializadas. Objetiva fundamentalmente as transações comerciais, em que as medições são extremamente relevantes no tocante aos aspectos de exatidão
e lealdade. O governo promulga leis e regulamentos técnicos fixando as modalidades da atividade de metrologia legal, notadamente no que tange às
características metrológicas dos instrumentos envolvidos em tais operações. A elaboração da regulamentação baseia-se nas recomendações da Organização
Internacional de Metrologia Legal (OIML) e conta com a colaboração dos fabricantes dos instrumentos e de entidades dos consumidores.
5.5 CONFIABILIDADE DE PROCESSOS E PRODUTOS
Outra atribuição da área de Engenharia da Qualidade é a avaliação dos processos e dos produtos organizacionais, de forma a verificar se eles
são confiáveis. A confiabilidade é mais uma das várias dimensões da qualidade e diz respeito à probabilidade que um sistema apresenta de ter
como resultado aquilo que foi planejado inicialmente, durante o período estipulado no planejamento e sob as condições estipuladas para aquela
situação. Cabe ao engenheiro verificar que o produto atende as necessidades do consumidor, reduzindo os custos de uma possível falha, de reparos
ou mesmo os custos de uma possível garantia.
FINALIZANDO
Nesta aula, você conheceu as competências desejadas ao engenheiro, por meio das diretrizes para o curso de Engenharia, além de ter ficado a
par de algumas das áreas de atuação do Engenheiro de Produção, de acordo com a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), tais
como a Engenharia de Operações e Processos da Produção; a Logística; a Pesquisa Operacional; e a Engenharia da Qualidade, bem como todas as
subdivisões que cada uma dessas áreas apresenta. Assim, foi possível entender que a atuação do engenheiro de produçãona sociedade é ampla e
abarca as mais variadas atividades e responsabilidades nos mais diversos tipos de organização.
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