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1 Índice Big Mac mostra que Real segue sobrevalorizado Preço do sanduíche no Brasil é 29,2% mais alto que nos Estados Unidos. Ao levar em consideração o preço ajustado pelo PIB per capita, a sobrevalorização é de 92,3%. O grande esforço da equipe econômica nos últimos meses parece não ter surtido o efeito planejado na taxa de câmbio e, também, na hora de comprar um sanduíche. Nova pesquisa do índice Big Mac, realizada pela revista The Economist, mostra que o Real é a quinta moeda mais sobrevalorizada do mundo. Se a conta for ajustada pela riqueza produzida pelos habitantes de cada país, o quadro fica ainda mais indigesto: o Real aparece como a divisa mais valorizada do planeta. Com base na ideia de que o McDonald's se esforça para produzir sanduíches idênticos ao redor do planeta, com os mesmos ingredientes e métodos, a revista britânica usa o preço do item mais conhecido do cardápio – o Big Mac – para avaliar a taxa de câmbio pelo mundo. Para isso, compara os preços em dólar de cada mercado com o praticado na sede da lanchonete, nos Estados Unidos. Pela pesquisa, o Big Mac brasileiro – que custa R$ 11,25 [2013] – está cotado a U$ 5,64 pela taxa de câmbio de quarta-feira [30/01/2013]. Esse preço é 29,2% mais alto que nos Estados Unidos, onde o sanduíche com dois hambúrgueres custa U$ 4,37. Em julho [2013], a sobrevalorização do Real era menor: de 14%. Um ano atrás, em janeiro de 2012, a moeda estava 35,3% sobrevalorizada. “A força contínua do Real é uma grande fonte de irritação para o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que foi o primeiro a proclamar a expressão ‘guerra cambial’, em 2010”, diz a Economist, [...] que [publicou] o resultado da nova pesquisa. “O Brasil lutou contra isso com a adoção de controles de capital na forma de impostos sobre a compra de títulos por estrangeiros, mas a moeda continua sobrevalorizada”, diz o texto. “Em dezembro [2012], o Brasil registrou um déficit 2 recorde em conta corrente com a queda das exportações, o que contribuiu para a queda das perspectivas de crescimento da economia”. Na liderança do ranking, está a Venezuela, que congelou as cotações do bolívar há alguns anos. Pelo Big Mac vendido em Caracas, o índice mostra que a divisa está 107,9% sobrevalorizada em relação ao dólar. Em seguida, aparecem três países conhecidos por serem caros na Europa: Noruega – sobrevalorização de 79,5%; Suécia – sobrevalorização de 74,5%; Suíça – sobrevalorização de 63,1%. Entre os demais mercados, estão: Canadá – sobrevalorização de 23,5%; Zona do euro – sobrevalorização de 11,7%. Emergentes Na outra ponta, os grandes emergentes aparecem todos com desvalorização da moeda: México – subvalorização de 33,5%; China – subvalorização de 41,1%; Rússia – subvalorização de 44,4%. A Índia é o país com a moeda mais subvalorizada da pesquisa, com valor 61,8% menor que o praticado nos Estados Unidos. O Japão – que, recentemente, declarou sua entrada na guerra cambial – tem o sanduíche 19,5% mais barato que na sede do McDonald's. 3 Alguns economistas criticam o ranking e dizem que é de se esperar que o sanduíche custe menos nos países mais pobres, porque a mão de obra é mais barata nesses locais. Diante dessa avaliação, a revista também ponderou o índice Big Mac pelo Produto Interno Bruto (PIB) produzido por pessoa, ou seja, pela capacidade de geração de riqueza de cada habitante de cada país. Nesse caso, o ranking fica ainda pior para os desejos do governo federal, que gostaria de uma moeda mais fraca. Ajustado pelo PIB per capita, o Real fica 92,3% sobrevalorizado em relação ao dólar e aparece, simplesmente, como a moeda mais valorizada do mundo. Fonte JORNAL O ESTADÃO. Revista Veja Online. Economia. Câmbio. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/indice-big-mac-mostra-que-real-segue-sobrevalorizado>. Acesso em: 13 fev. 2015. http://veja.abril.com.br/noticia/economia/indice-big-mac-mostra-que-real-segue-sobrevalorizado
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